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Figura 1. Plântula de soja.
O crescimento e o desenvolvimento
da soja são medidos pela quantidade de
massa seca (matéria seca) acumulada na
planta. Com exceção da água, a massa seca
consiste em tudo que se encontra na plan-
ta, incluindo carboidratos, proteínas, lipí-
deos e nutrientes minerais. A planta de soja
produz a maior parte da sua massa seca por
meio de um processo único, denominado
fotossíntese. Durante a fotossíntese, a ener-
gia luminosa gerada pelo sol promove um
processo no interior da planta, onde o
dióxido de carbono proveniente do ar jun-
to com a água proveniente do solo combi-
nam-se para produzir açúcares (compostos
carbonados longos). Esses açúcares produ-
zidos pela fotossíntese, junto com os nu-
trientes minerais obtidos do solo, são os in-
gredientes básicos necessários para a ela-
boração dos carboidratos, proteínas e lipí-
deos da matéria seca.
Na prática, o crescimento, desenvol-
vimento e rendimento da soja resultam da
interação entre o potencial genético de um
determinado cultivar com o ambiente. Exis-
te interação perfeita entre a planta de soja
e o ambiente, de maneira que, quando ocor-
rem mudanças no ambiente, também ocor-
rem no desenvolvimento da planta.
Todos os cultivares têm um poten-
cial máximo de rendimento que é geneti-
camente determinado. Esse potencial de
rendimento genético somente é obtido
quando as condições ambientais são per-
feitas, sendo que estas não existem natu-
ralmente. Em condições de campo, a natu-
reza proporciona a maior parte das influên-
cias ambientais sobre o desenvolvimento e
rendimento da soja. Entretanto, os produ-
tores, através de práticas de manejo já com-
provadas, podem manipular o ambiente de
produção.
Logo, é tarefa do produtor provi-
denciar o melhor ambiente possível para o
crescimento da soja, usando práticas de ma-
nejo tais como cultivo e adubação criteriosa
do solo, seleção dos cultivares e densidade
de plantas mais adequada, controle das
plantas daninhas e das pragas, além de mui-
tas outras.
As combinações dessas práticas va-
riam em diferentes situações de produção e
níveis de manejo. Entretanto, independen-
te de uma situação específica, o produtor
precisa saber como a soja cresce e se de-
senvolve. O produtor que conhece a planta
de soja pode usar de maneira mais eficien-
te as práticas de manejo para obter maio-
res rendimentos e lucros.
Como a Planta de Soja se Desenvolve
4
1
Nota do tradutor: As principais características da planta com hábito de crescimento indeterminado são: a) não apresenta o rácemo terminal na haste principal;
b) a gema terminal continua sua atividade vegetativa simultaneamente à fase reprodutiva da planta; c) o florescimento inicia-se no 4º ou 5º nó da haste principal
e progride para baixo e para cima; d) no início do florescimento apresenta apenas 50% a 60% da sua altura final; e) para as condições brasileiras, esse tipo é mais
adaptado a solos de baixa a média fertilidade em virtude de apresentar maiores tempo de vegetação, crescimento radicular e altura da planta, não sendo
recomendável o seu uso em solos de alta fertilidade devido a maior tendência ao acamamento.
2
Nota do tradutor: As principais características da planta com hábito de crescimento determinado são: a) a haste principal termina com rácemo terminal; b) a
gema apical termina a sua atividade vegetativa com o início do florescimento; c) o florescimento inicia-se no 4º ou 5º nó da haste principal e progride em direção
ao seu ápice; d) na floração a planta já atingiu cerca de 87% a 90% de sua altura e matéria seca finais; e) para as condições brasileiras, esse tipo é mais adaptado
a solos de melhor fertilidade.
3
Nota do tradutor: No Brasil, ainda não existe uma classificação quanto à duração do ciclo de maturação fundamentada na adaptabilidade dos cultivares às
diferentes latitudes das regiões produtoras de soja, como a existente nos EUA.
Os cultivares de soja são classifica-
dos quanto ao seu hábito de crescimento
(forma e estrutura morfológica) e pelos seus
requerimentos em comprimento de dia e
temperatura, necessários para iniciar o de-
senvolvimento floral ou reprodutivo. O
hábito de crescimento indeterminado1
é tí-
pico na maioria dos cultivares de soja uti-
lizados no Cinturão do Milho nos EUA,
sendo caracterizado pela continuação do
crescimento vegetativo após o início do
florescimento. O hábito de crescimento
determinado2
caracteriza-se pela finaliza-
ção do crescimento vegetativo a partir do
início do florescimento, sendo típico das
variedades cultivadas no Sul dos EUA.
A classificação quanto à maturida-
de ou ciclo de maturação é baseada na adap-
tabilidade de um cultivar de soja em utili-
zar efetivamente a estação de crescimento
de uma determinada região. Nos EUA, as
regiões de adaptação dos diferentes culti-
vares são delimitadas por longos cinturões
(faixas) no sentido Leste-Oeste, porém, re-
lativamente curtos no sentido Norte-Sul
(160 a 240 quilômetros de distância). Os
cultivares de soja norte-americanos são
classificados em diferentes grupos de
maturação, os quais recebem como identi-
ficação a numeração de 00 a VIII, confor-
me a sua região de adaptação. Assim, os
cultivares de soja mais adaptados às re-
giões mais ao Norte dos EUA (Norte dos
Estados de Minnesota e Dakota do Norte)
pertencem ao grupo de maturação 00, en-
quanto os cultivares mais adaptados às re-
giões mais ao Sul (incluindo a Flórida e os
Estados da Costa do Golfo) pertencem ao
grupo de maturação VIII. A maioria dos
cultivares pertencentes aos grupos de ma-
turação 00 a IV possui hábito de crescimen-
to indeterminado, enquanto a maioria per-
tencente aos grupos de maturação V a VIII
apresenta, principalmente, hábito de cres-
cimento determinado3
.
As figuras, tabelas, gráficos e dis-
cussões apresentados neste artigo represen-
tam um cultivar de soja com hábito de cres-
cimento indeterminado pertencente ao gru-
po II de adaptação, cultivado na região cen-
tral do Estado de Iowa. Plantas típicas de
soja cultivadas no Cinturão do Milho se-
guiram o mesmo padrão geral de desen-
volvimento mostrado e descrito nesta pu-
blicação. Porém, o tempo específico de du-
ração entre os estádios de desenvolvimen-
to, o número de folhas formadas e a altura
da planta podem variar de acordo com os
diferentes cultivares, estações de crescimen-
to (clima), regiões de cultivo, datas (épo-
cas) e padrões de semeadura. Por exemplo:
1. Um cultivar de maturação precoce pode
formar menos folhas ou evoluir através
das diferentes fases de desenvolvimento
a uma taxa mais rápida que a indicada
aqui, principalmente quando semeado
em época tardia. Um cultivar de matura-
ção tardia pode formar mais folhas ou
desenvolver-se mais lentamente que o in-
dicado aqui.
2. Para qualquer cultivar, a taxa de desen-
volvimento da planta está diretamente re-
lacionada à temperatura. Assim, a dura-
ção de tempo entre os diferentes está-
dios será variável conforme as variações
de temperatura entre e dentro da estação
de crescimento.
3. Deficiências de nutrientes, de umidade
e outras condições estressantes à planta
podem prolongar o tempo de duração en-
tre os estádios vegetativos, porém, encur-
tam o tempo entre as fases reprodutivas.
4. A soja cultivada em altas densidades ten-
de a crescer mais em altura, ramificar
menos e produzir menores quantidades
de vagens e sementes por planta que
aquela cultivada em baixas densidades.
Em altas densidades a soja também terá
maior altura de inserção das primeiras
vagens e maior tendência a acamar.
As figuras a seguir mostram plan-
tas e partes da planta em diferentes está-
dios de desenvolvimento morfológico. To-
das as plantas cresceram no campo, com
exceção dos estádios relativos à germina-
ção e emergência das plântulas, que ocor-
reram em condições de casa de vegetação,
porém, foram fotografadas em laboratório.
As partes de uma planta jovem de soja e
respectivos nomes científicos são apresen-
tados na Figura 1.
Ilustrando o Desenvolvimento de uma Planta de Soja
5
O sistema de representação empre-
gado aqui divide o desenvolvimento da
planta em duas fases4
: vegetativa (V) e
reprodutiva (R) (Tabela 1). Subdivisões da
fase vegetativa são designadas numerica-
mente como V1, V2, V3, até Vn, menos os
dois primeiros estádios que são designados
como VE (emergência) e VC (estádio de
cotilédone). O último estádio vegetativo é
designado como Vn, onde “n” representa o
número do último nó vegetativo formado
por um cultivar específico. O valor de “n”
varia em função das diferenças varietais e
ambientais. A fase reprodutiva apresenta
oito subdivisões ou estádios, cujas repre-
sentações numéricas e respectivos nomes
são apresentados na Tabela 1.
A partir do estádio VC, os estádios
vegetativos (V) são definidos e numerados
à medida que as folhas dos nós superiores
se apresentam completamente desenvolvi-
das. Um nó vegetativo com folha comple-
tamente desenvolvida é identificado quan-
Identificando os Estádios de Desenvolvimento
4
Nota do tradutor: A descrição apresentada neste artigo fundamenta-se na Escala Fenológica de Fehr & Caviness (1977), elaborada para a identificação dos
sucessivos estádios de desenvolvimento da planta de soja.
Figura 2. Folha do topo da haste com margens
dos folíolos se tocando.
do no nó vegetativo acima os folíolos não
estão enrolados e nem dobrados. Em ou-
tras palavras, quando as extremidades dos
folíolos não mais se tocam, em oposição ao
ilustrado na Figura 2. O estádio V3, por
exemplo, é definido quando os folíolos do
1º nó vegetativo (unifoliolado) ao 4º nó
foliar estão desenrolados. Semelhantemen-
te, o estádio VC ocorre quando as folhas
unifolioladas desenrolaram-se.
O nó da folha unifoliolada é o pri-
meiro nó ou ponto de referência a partir do
qual começa-se a contagem para identifi-
car o número de nós foliares superiores.
Nesse único nó, as folhas unifolioladas
(simples) são produzidas em lados opostos
da haste e com pecíolos pequenos. Todas
as outras folhas verdadeiras formadas pela
planta são trifolioladas (compostas), com
pecíolos longos, e são produzidas unica-
mente (em nós diferentes) e alternadamente
(de lado a lado) no caule.
Tabela 1. Estádios vegetativos e reprodutivos da soja1
.
Estádios vegetativos Estádios reprodutivos
VE - Emergência R1
- Início do florescimento
VC - Cotilédone R2
- Pleno florescimento
V1
- Primeiro nó R3
- Início da formação das vagens
V2
- Segundo nó R4
- Plena formação das vagens
V3
- Terceiro nó R5
- Início do enchimento das sementes
* R6
- Pleno enchimento das vagens
* R7
- Início da maturação
V(n) - enésimo nó R8
- Maturação plena
1
Este sistema identifica exatamente os estádios da planta de soja. Porém, nem
todas as plantas em um dado campo estarão no mesmo estádio ao mesmo tempo.
Quando se divide em estádios um campo de soja, cada estádio específico V ou R
é definido somente quando 50% ou mais das plantas no campo estão nele ou
entre aquele estádio.
Os cotilédones, que são considera-
dos como órgãos de armazenamento na for-
ma de folhas modificadas, também surgem
de maneira oposta na haste, abaixo do nó
unifoliolado. Quando as folhas unifolio-
ladas são perdidas por dano ou envelheci-
mento natural, a posição do nó unifoliolado
ainda pode ser determinada, localizando-
se as duas cicatrizes dessas folhas na re-
gião mais baixa do caule, que permanente-
mente marcam o local onde as folhas unifo-
lioladas cresceram. Essas cicatrizes das fo-
lhas unifolioladas estão localizadas exata-
mente sobre as duas cicatrizes opostas que
marcam a posição do nó cotiledonar. Qual-
quer cicatriz de folha acima das cicatrizes
das folhas unifolioladas opostas aparece de
maneira única e alternada na haste princi-
pal, e marca as posições dos nós onde as
folhas trifolioladas cresceram.
6
Germinação e Emergência
A semente de soja inicia a germi-
nação por meio da absorção de água em
quantidades equivalentes a 50% de seu pe-
so. Uma vez embebida a semente, eviden-
cia-se a sua germinação com o crescimen-
to da radícula, ou raiz primária, que se pro-
longa para baixo, fixando-se sozinha no
solo (Figura 3)5
. Logo após o crescimento
inicial da raiz primária, o hipocótilo, isto
é, a pequena seção do caule situada entre o
nó cotiledonar e a raiz primária (Figura 1),
inicia a elongação para a superfície do solo,
levando consigo os cotilédones6
. A fixação
da raiz primária no solo junto com a elon-
gação do hipocótilo estabelecem uma ala-
vanca que ergue os cotilédones à superfí-
cie do solo, caracterizando-se o estádio de
emergência, ou VE (Figura 3). O estádio
VE ocorre uma a duas semanas após a se-
meadura, dependendo das condições de
umidade e temperatura do solo e da pro-
fundidade de semeadura7
. As raízes late-
rais iniciam o seu crescimento a partir da
raiz primária antes da emergência.
Logo após a emergência (VE), o hi-
pocótilo em forma de gancho endireita-se
e cessa seu crescimento, enquanto os coti-
lédones dobram-se para baixo. O desdobra-
mento dos cotilédones expõe o epicótilo em
crescimento (folhas jovens, haste e gema
apical de crescimento localizada acima do
nó cotiledonar). A posterior expansão e
desdobramento das folhas unifolioladas
marcam o início do estádio de abertura dos
cotilédones (VC), que é seguido pelos de-
mais estádios vegetativos numerados (V).
As reservas nutritivas armazenadas
nos cotilédones suprem as necessidades da
planta jovem durante os primeiros 7 a 10
dias depois de VE, ou até próximo ao está-
dio V1. Durante esse período, os cotilédones
perdem 70% do seu peso seco. A perda de
um cotilédone tem pequeno efeito na taxa
de crescimento da planta jovem, mas a per-
da de ambos os cotilédones no estádio VE,
ou próximo dele, reduzirá os rendimentos
em 8% a 9%. A partir de V1, a fotossíntese
das folhas em desenvolvimento é suficien-
te para a planta se sustentar. Entre a aber-
tura dos cotilédones (VC) e o quinto nó
vegetativo formado (V5) uma nova folha
se forma a cada 5 dias, e a partir do estádio
V5, a cada 3 dias até logo após o início da
granação das vagens (R5), quando o núme-
ro máximo de nós vegetativos é atingido.
Guias de Manejo parGuias de Manejo parGuias de Manejo parGuias de Manejo parGuias de Manejo paraaaaaV EV EV EV EV E
Na maioria dos casos, a soja deve-
ria ser semeada a uma profundidade de 2,5
a 4,0 cm e nunca em profundidade acima
de 5,0 cm8
. A habilidade da plântula de soja
em romper a crosta do solo durante a emer-
gência diminui com semeaduras mais pro-
fundas9
. Alguns cultivares são especial-
mente sensíveis a semeaduras profundas.
Além disso, as temperaturas mais amenas
do solo, em maiores profundidades, cau-
sam crescimento mais lento e diminuição
na disponibilidade de nutrientes.
Estádios Vegetativos e Desenvolvimento
5
Nota do tradutor: O processo de germinação da semente de soja sob o solo inicia-se pela saída da radícula através da micrópila da semente e constitui-se em
fenômeno irreversível, isto é, uma vez disparado não é possível revertê-lo. Nos dois a três primeiros dias após a semeadura é esperado o crescimento da radícula.
Caso o solo não apresente umidade suficiente para garantir a elongação do hipocótilo, haverá falhas de emergência, comprometendo o estande inicial e o
rendimento da cultura.
6
Nota do tradutor: Isto caracteriza a emergência do tipo epígea.
7
Nota do tradutor: Para as condições brasileiras de clima, solo e manejo espera-se a emergência da cultura de soja entre 5 a 8 dias após a semeadura.
8
Nota do tradutor: Nas condições brasileiras, a soja é semeada desde 3 cm de profundidade (solos mais argilosos) a até 7 cm (solos mais arenosos).
9
Nota do tradutor: O problema de formação de crosta superficial nos solos brasileiros é comum nas áreas preparadas convencionalmente (uso abusivo de
grades), levando o produtor a gastar mais sementes para tentar contornar as falhas de estande que ocorrerão e resultarão em perdas de rendimento. Neste caso,
a semeadura mais superficial (apenas a 2 cm) não resolve, pois as temperaturas mais elevadas na superfície do solo podem deteriorar as sementes, além de matar
as bactérias fixadoras de N2
. Já em áreas de soja cultivada no sistema de plantio direto, não é comum a ocorrência de formação de crosta superficial, com
deterioração das sementes e morte das bactérias, devido às altas temperaturas. Porém, falhas de estande podem ocorrer, se a semeadura for profunda.
10
Nota do tradutor: Mesmo em solos com histórico de cultivo de soja é recomendável a inoculação anual das sementes pelos seguintes motivos: a) ocorre
competição entre as espécies de bactérias fixadoras de N2
com outros microrganismos (bactérias e fungos) pelos fatores de crescimento (energia + nutrientes)
presentes no solo da área de produção, entre safras sucessivas de soja; b) entre os períodos de cultivo da soja (maio a outubro de cada ano) o solo agrícola passa
por diferentes regimes térmicos e hídricos, aos quais os microrganismos nativos estão muito mais adaptados que as bactérias fixadoras de N2
, fazendo com que
a população destas diminua face à competição descrita no item anterior; c) o custo de inoculação perante os benefícios da mesma é insignificante, correspondendo
a menos de 0,5% do custo de produção da cultura, que é totalmente compensado por acréscimos no rendimento advindos dessa prática.
Doses pequenas de fertilizantes, co-
locadas em uma faixa de 2,5 a 5,0 cm de
profundidade ao lado e ligeiramente abai-
xo da semente, podem estimular o cresci-
mento inicial da planta, caso as tempera-
turas do solo ainda estejam baixas. As
raízes não são atraídas para essa faixa de
colocação dos fertilizantes. Assim, o adu-
bo de semeadura deve ser colocado onde as
raízes estarão. A colocação do fertilizante
muito próximo ou junto à semente pode
causar injúrias na planta jovem.
As plantas daninhas competem com
a soja por luz, água e nutrientes. Opera-
ções de cultivo, uso de herbicidas, obten-
ção de estandes uniformes e rotação de cul-
turas são métodos úteis para controlar as
plantas daninhas. O cultivador rotativo é
uma ferramenta excelente para o controle
inicial da planta daninha antes e logo após
a emergência da soja.
A inoculação das sementes com a
bactéria Bradyrhizobium japonicum geral-
mente não é recomendada nos EUA, a me-
nos que o solo nunca tenha sido cultivado
com soja ou quando o último cultivo de soja
tenha ocorrido há 5 anos ou mais10
.
Figura 3. Germinação e emergência.
7
ESTÁDIO V2 (segundo nó)
No estádio V2 as plantas estão com
15 a 20 cm de altura e três nós apresentan-
do folhas com folíolos desdobrados, isto é,
o nó unifoliolado e os dois primeiros nós
trifoliolados (Figura 4).
As raízes de soja são naturalmente
infectadas com bactérias de Bradyrhizo-
bium japonicum que desenvolvem estrutu-
ras nas raízes com formas circulares ou
ovais, chamadas nódulos (Figuras 1 e 5).
Milhões dessas bactérias localizam-se den-
tro de cada nódulo e fornecem boa parte do
nitrogênio requerido pela planta de soja,
por meio de um processo natural conheci-
do como fixação de nitrogênio. Através da
fixação do nitrogênio as bactérias transfor-
mam o N2
gasoso presente na atmosfera do
solo e indisponível à planta em produtos
nitrogenados que a planta de soja pode usar.
Em troca, a planta fornece o suprimento
de carboidratos para as bactérias. Uma re-
lação como essa, onde as bactérias e a planta
lucram uma com a outra, é denominada
relação simbiótica. Os nódulos que fixam
nitrogênio ativamente para a planta mos-
tram-se internamente com coloração rosa
ou vermelha, porém, são brancos, marrons
ou verdes se a fixação de N2
não estiver
ocorrendo (Figura 6).
Em condições de campo, a forma-
ção de nódulos pode ser vista logo após a
emergência (VE), porém, a fixação de ni-
trogênio de maneira mais ativa começa pró-
ximo aos estádios V2 a V3. Depois disso, o
número de nódulos formados e a quantida-
de de nitrogênio fixada aumenta até apro-
ximadamente R5.5 (no meio de R5 e R6),
quando diminui bruscamente.
Guias de Manejo para V2
A adubação nitrogenada da soja não
é recomendada porque geralmente não au-
menta o rendimento de grãos. O número
total de nódulos radiculares que se forma
diminui proporcionalmente com as quan-
tidades crescentes de N aplicado. Além dis-
so, o adubo nitrogenado aplicado a uma
planta de soja com nódulos ativos os tor-
nará inativos ou ineficientes, proporcional-
mente à quantidade de N aplicada. Assim,
a planta de soja pode utilizar tanto o N fi-
xado pelas bactérias quanto o N existente
no solo (mineralizado e N do fertilizante),
porém, o N do solo é mais utilizado que o
N fixado, se disponível em grandes quan-
tidades.
Figura 4. Planta de soja no estádio V2.
Figura 6. Nódulos radiculares em uma planta
de soja no estádio V2; no detalhe,
um nódulo ativo fatiado, com colo-
ração vermelha típica.
Figura 5. Raízes com nódulos de uma planta de soja no estádio V2.
No estádio V2 as raízes laterais
proliferam-se rapidamente nos primeiros
15 cm de solo entre as linhas de plantas.
No estádio V5 já ocupam completamente o
solo situado entre as linhas. Em razão des-
sas raízes estarem crescendo perto da su-
perfície do solo, o cultivo para controlar
plantas daninhas deve ser raso.
8
ESTÁDIOS V3 E V5 (terceiro e
quinto nós)
As plantas em V3 possuem 18 a
23 cm de altura e quatro nós, cujas folhas
apresentam folíolos desdobrados (Figura 7).
As plantas em V5 apresentam-se
com aproximadamente 25 a 30 cm de altu-
ra e possuem seis nós, nos quais as folhas
estão com folíolos desdobrados (Figura 8).
O ângulo de inserção formado en-
tre a haste principal e um pecíolo foliar é
chamado axila. Em cada axila foliar existe
uma gema axilar (Figura 1) que é seme-
lhante ao ponto de crescimento (gema api-
cal) da haste principal. Porém, essa gema
pode se transformar em um ramo vegeta-
tivo, permanecer dormente (inativa) ou de-
senvolver um agrupamento de flores e, pos-
teriormente, vagens.
O número de ramos que se desen-
volve a partir da haste principal aumenta
com os espaçamentos mais largos entre as
linhas da cultura e com densidades mais
baixas de plantas na linha, dependendo
também do cultivar em crescimento. Em
condições de campo, a planta de soja pode
desenvolver nenhum ou até seis ramos.
Geralmente, o ramo maior é o de inserção
mais baixa na haste principal e, progressi-
vamente, os ramos menores se desenvol-
vem mais acima. Cada ramo desenvolve
folhas trifolioladas, nós, axilas, gemas axi-
lares, flores e vagens, da mesma forma que
a haste principal. A Figura 7 mostra o pri-
meiro ramo começando a se desenvolver
na axila do primeiro nó da folha trifolio-
lada.
Cerca de uma semana antes do iní-
cio do florescimento (estádio V5 no pre-
sente artigo), as gemas axilares na parte
superior da haste aparecem fechadas e co-
meçam a desenvolver agrupamentos de flo-
res chamados rácemos. Um rácemo é uma
estrutura pequena semelhante à haste, que
produz flores e finalmente vagens ao lon-
go de sua extensão (Figura 21).
O número total de nós que a planta
pode produzir é definido em V5. Em uma
planta de soja com hábito de crescimento
indeterminado, o potencial de formação de
nós sobre a haste principal é sempre maior
que o número total de nós observado no
fim do seu ciclo.
Guias de Manejo para V3-V5
As gemas axilares das folhas unifo-
lioladas e trifolioladas e dos cotilédones
permite à planta de soja uma grande capa-
cidade para se recuperar de danos, tais como
Figura 7. Planta de soja no estádio V3.
11
Nota do tradutor: Nas últimas safras brasileiras de soja, esse tipo de problema tem ocorrido em estádios vegetativos mais precoces. Os produtores têm se
deparado com o problema do ataque de pombas durante ou logo após a emergência das plântulas. Ao se alimentar, essa ave corta a haste abaixo do ponto de
inserção dos cotilédones, causando a morte das plântulas e resultando em significativas falhas de estande.
12
Nota do tradutor: Devido às caraterísticas da planta com hábito de crescimento indeterminado, e por tradição trazida pela cultura do milho, nos EUA os
produtores trabalham com maiores espaçamentos. No Brasil, os espaçamentos entre linhas variam de 40 a 60 cm.
os causados pelo granizo. O ápice da haste
principal, ou gema apical de crescimento,
normalmente exibe dominância sobre as ge-
mas axilares laterais durante o crescimen-
to vegetativo da planta. Se o ápice da haste
é cortado ou quebrado, as gemas axilares
restantes ficam livres dessa dominância
apical e os ramos crescem profusamente.
Portanto, a planta possui a habilidade de
produzir novos ramos e folhas após a des-
truição pelo granizo, recuperando pratica-
mente toda folhagem. Cortando-se a plan-
ta abaixo do nó cotiledonar ela morrerá,
isto porque não há nenhum broto axilar
abaixo desse nó11
.
ESTÁDIO V6 (sexto nó)
Plantas no estádio V6 têm 30 a
35 cm de altura (Figura 9). Nesse estádio,
sete nós têm folhas com folíolos desdobra-
dos e as folhas unifolioladas e os cotilédones
já podem ter senescido e caído. Novos es-
tádios de V aparecem agora a cada 3 dias.
As raízes laterais estão completa-
mente presentes no solo entre as linhas de
plantas espaçadas a 75 cm12
.
Se 50% de folhas forem perdidas no
estádio V6, o rendimento será reduzido em
aproximadamente 3%.
Figura 9. Planta de soja no estádio V6 apre-
sentando ramificação.
Figura 8. Planta de soja no estádio V5.
9
Os oito estádios R (reprodutivos) são
divididos em quatro partes: R1 e R2 des-
crevem o florescimento; R3 e R4 o desen-
volvimento da vagem; R5 e R6 o desenvol-
vimento da semente e R7 e R8 a maturação
da planta. O crescimento vegetativo e a
produção de novos nós continuam durante
alguns estádios reprodutivos, de modo que,
nestes, os estádios de R1 a R6 descrevem
melhor o desenvolvimento da planta. Nes-
te artigo, a descrição para cada estádio R
refere-se apenas ao início do respectivo es-
tádio.
O desenvolvimento geral e a dura-
ção dos períodos de crescimento vegetativo,
florescimento, desenvolvimento da vagem
e enchimento da semente, durante os está-
dios reprodutivos, estão esquematizados na
Figura 10.
ESTÁDIO R1 (início do floresci-
mento)
R1 - uma flor aberta em qualquer nó so-
bre a haste principal (Figura 11)
As plantas em R1 estão com 38 a
46 cm de altura e apresentam-se nos está-
dios vegetativo V7 a V10 (7 a 10 nós com-
pletamente desenvolvidos)13
. O floresci-
mento começa entre o terceiro e o sexto nó
da haste principal, dependendo do estádio
V no momento do florescimento, progre-
dindo para cima e para baixo. Os ramos
começam a florescer alguns dias depois da
haste principal. O florescimento em um
rácemo ocorre da base para o topo (Figura
12). Dessa forma, as vagens da base do
rácemo são sempre mais maduras que as
vagens do ápice (Figura 21). O floresci-
mento e a frutificação ocorrem principal-
mente em rácemos primários, mas os ráce-
mos secundários podem se desenvolver ao
lado do rácemo primário na mesma axila.
O florescimento atinge o auge entre os es-
tádios R2.5 e R3, completando-se ao redor
do estádio R5.
Em R1, as taxas de crescimento ver-
tical da raiz aumentam incisivamente e
permanecem relativamente altas nos está-
dios R4 a R5. A proliferação de raízes se-
cundárias e pêlos radiculares até a profun-
didade de 23 cm no solo também é grande
durante esse período, porém, as raízes nes-
sa zona geralmente começam a se degene-
rar depois disso.
Estádios Reprodutivos e Desenvolvimento
Figura 10. Desenvolvimento e duração dos períodos de crescimento vegetativo, florescimento,
desenvolvimento da vagem e enchimento da semente.
* Desenvolvimento da altura da planta e dos nós.
Figura 12. Início do florescimento nos rácemos.Figura 11. Planta de soja no estádio R1.
13
Nota do tradutor: Nas condições brasileiras, a cultura da soja é manejada para que no início do florescimento as plantas apresentem, pelo menos, 60 cm de
altura, considerada como mínima para viabilizar a colheita mecânica com o mínimo possível de perdas. O número de nós vegetativos formados até esse estádio
é variável em função do cultivar, do ambiente e das práticas culturais adotadas.
Est. R R1 R2 R3 R4 R5 R6 R7 R8
Dias 0 10 20 30 40 50 60 70
10
ESTÁDIO R2 (pleno florescimen-
to)
R2 - flores abertas em um dos dois nós
superiores da haste principal com folha
completamente desenvolvida (Figura 13)
As plantas em R2 têm 43 a 56 cm
de altura e estão nos estádios V8 a V12.
Nessa fase, a planta acumulou somente cer-
ca de 25% de sua matéria seca final e nu-
trientes, atingiu aproximadamente 50% de
sua altura final e desenvolveu cerca de me-
tade do número total de nós14
. Esse estádio
marca o início de um período de rápido e
constante acúmulo diário das taxas de ma-
téria seca e de nutrientes pela planta, que
continuará até logo após o estádio R6 (Fi-
guras 38 a 41). Essa rápida acumulação de
matéria seca e nutrientes pela planta intei-
ra inicia-se nas partes vegetativas (folhas,
hastes, pecíolos e raízes), deslocando-se
gradualmente para as vagens e sementes
em formação, enquanto as partes vege-
tativas finalizam o seu desenvolvimento.
Além disso, a taxa de fixação de nitrogê-
nio pelos nódulos radiculares também au-
menta rapidamente no estádio R2. A Figu-
ra 14 mostra que um grande número de
nódulos radiculares pode se desenvolver em
uma única planta.
Nesse estádio, o sistema radicular
apresenta-se completamente desenvolvido
no espaço entre linhas de 102 cm (40 pole-
gadas), com várias raízes laterais direcio-
nando o seu crescimento para baixo. Essas
raízes, junto com a principal, continuam
se aprofundando no perfil do solo até logo
após o estádio R6.5.
Se 50% de folhas forem perdidas no
estádio R2, o rendimento será reduzido em
aproximadamente 6%.
Figura 13. Planta de soja no estádio R2.
Figura 14. Elevado número de nódulos radi-
culares formados numa única plan-
ta de soja.
14
Nota do tradutor: O comportamento descrito pelos autores é válido somente para os cultivares com hábito de crescimento indeterminado, tais como IAC
Foscarim 31, IAC-16 e Ocepar 3, cuja altura de planta e número de nós vegetativos no estádio R2 podem ser maiores que os apresentados neste artigo. No Brasil,
predominam os cultivares com hábito de crescimento determinado, que no estádio R2 acumulam cerca de 87% a 90% de sua altura e matéria seca finais.
11
ESTÁDIO R3 (início da formação
da vagem)
R3 – vagem com 5 mm de tamanho em
um dos quatro nós superiores da haste
principal com folha completamente de-
senvolvida (Figuras 15 e 16)15
As plantas em R3 apresentam-se
com 58 a 81 cm de altura e estão no estádio
V11 a V17. Nesse período é comum en-
contrar vagens em desenvolvimento, flo-
res murchas, flores abertas e botões florais
na mesma planta16
. As vagens em desen-
volvimento localizam-se nos nós mais bai-
xos da haste principal, onde o florescimento
se iniciou primeiro.
Se as densidades de plantas forem
adequadas, o rendimento (peso total de se-
mentes) pode ser dividido em três compo-
nentes: o número total de vagens produzi-
das por planta, o número de sementes pro-
duzidas por vagem e o peso por semente
(tamanho da semente). Aumentos ou de-
créscimos de rendimento podem ser justi-
ficados pelo aumento ou diminuição de um
ou mais desses três componentes.
Geralmente, a maioria dos ganhos
na produção resulta de aumentos no número
total de vagens por planta, principalmente
quando se obtêm maiores rendimentos. Os
limites superiores para o número de semen-
tes por vagem e tamanho da semente são
definidos geneticamente, porém, esses dois
componentes ainda podem variar o sufi-
ciente para produzir aumentos considerá-
veis de rendimento.
Condições estressantes, como tem-
peratura alta ou deficiência de umidade,
reduzem o rendimento devido à redução em
um ou mais dos componentes. As reduções
em um dos componentes de produção da
planta, porém, podem ser compensadas por
outro componente. Assim, as produções não
são alteradas significativamente. O com-
ponente do rendimento da planta que será
reduzido ou aumentado depende do está-
dio reprodutivo em que a soja se encontra
quando ocorre o estresse. Conforme a plan-
ta de soja se desenvolve do estádio R1 ao
R5.5 diminui a sua habilidade para com-
pensar as perdas decorrentes de uma con-
dição de estresse, aumentando assim o po-
tencial de redução da produção causada pelo
estresse.
Guias de Manejo para R1-R3
Nas condições do Cinturão do Mi-
lho, nos EUA, aproximadamente 60% a
75% de todas as flores de soja produzidas
abortam e, portanto, não contribuem para
a produção. Cerca de metade desse aborto
ocorre antes das flores se desenvolverem
em vagens jovens e a outra metade é devi-
do ao aborto da vagem. A produção exce-
dente de flores e vagens e o longo período
de florescimento (de R1 a R5) é desejável,
pois permite um certo grau de escape a pe-
quenos períodos de estresse. As condições
de estresse (que causam altas taxas de abor-
to) de R1 a R3 geralmente não reduzem
muito o rendimento porque, para compen-
Figura 15. Planta de soja no estádio R3 (deta-
lhe do 4º nó superior da haste prin-
cipal com três vagens jovens).
Figura 16. Planta de soja no estádio R3.
15
Nota do tradutor: No Brasil, os produtores de soja identificam esse estádio como a fase de formação de “canivetes” ou “canivetinhos”.
16
Nota do tradutor: Comportamento típico de plantas de soja com hábito de crescimento indeterminado.
sar, algumas flores (e suas respectivas va-
gens) ainda podem ser produzidas até o es-
tádio R5. Além disso, o estresse nesses es-
tádios pode resultar em um aumento no
número de sementes por vagem e no peso
por semente, que também ajuda a compen-
sar o abortamento das flores e das vagens
jovens.
Os pesquisadores e os agricultores
ainda não conseguiram aproveitar todo o
potencial da planta de soja. Práticas como
adubação, espaçamento reduzido, estande
adequado, irrigação e controle das plantas
daninhas são tentativas para reduzir a taxa
de abortamento de flores e de vagens e au-
mentar, assim, a produtividade.
12
ESTÁDIO R4 (vagem formada)
R4 – vagem com 2 cm de comprimento
em um dos quatro nós superiores da has-
te principal com folha completamente de-
senvolvida (Figuras 17 e 18)
As plantas em R4 apresentam-se
com 70 a 100 cm de altura e estão nos está-
dios V13 a V20. Este período é caracteri-
zado pelo rápido crescimento da vagem e
pelo início do desenvolvimento da semen-
te.
O período compreendido entre R4 e
logo após R5.5 é um período de rápida e
constante acumulação de matéria seca pe-
las vagens. Algumas vagens localizadas nos
nós mais inferiores da haste principal já se
encontram com o seu tamanho final ou pró-
ximo dele, porém, a maioria atingirá esse
tamanho no estádio R5 (Figuras 18 e 25)17
.
Normalmente, as vagens atingem o maior
comprimento e largura antes das sementes
começarem a fase de rápido desenvolvi-
mento (Figura 27). Assim, próximo ao fi-
nal desse período, algumas sementes den-
tro das vagens localizadas nos nós inferio-
res iniciam rápido crescimento.
As últimas flores que ocorrem na
planta localizam-se na extremidade da has-
te principal, onde surge um rácemo floral
(Figura 20)18
. Esse rácemo consiste de flo-
res axilares agrupadas na extremidade da
haste. O florescimento nos nós superiores
dos ramos também ocorre por último na
planta.
Guias de Manejo para R4
O estádio R4 marca o início do pe-
ríodo mais crítico de desenvolvimento da
planta quanto à determinação do rendimen-
to em sementes. Estresse (umidade, luz, de-
ficiências nutricionais, geada, acamamen-
to ou desfolha), ocorrendo a qualquer mo-
mento entre os períodos de R4 a logo após
R6 reduzirá mais a produção do que a ocor-
rência do mesmo estresse em qualquer ou-
tro período de desenvolvimento. O período
de R4.5 (formação das últimas vagens) a
aproximadamente R5.5 é muito crítico por-
que o florescimento completa-se e não pode
ser compensado, uma vez que as vagens e
17
Nota do tradutor: Pelo fato de ser uma planta com hábito de crescimento indeterminado, é evidente o desenvolvimento total das primeiras vagens localizadas
no terço inferior da haste principal, onde iniciou-se o florescimento.
18
Nota do tradutor: Provavelmente, o cultivar de soja utilizado pelos autores deste artigo apresenta hábito de crescimento semi-determinado, isto é, característica
de planta intermediária entre os hábitos de crescimento determinado e indeterminado.
Figura 19. Corte longitudinal de uma vagem jovem de soja.
Figura 17. Planta de soja no estádio R4. Figura 18. Haste principal da soja com vagens
no estádio R4.
13
sementes novas são mais propensas a abor-
tar sob estresse que as vagens e sementes
mais velhas19
. As perdas de produção ocor-
ridas nesse período devem-se principalmen-
te à redução no número total de vagens por
planta do que à redução no número de se-
mentes por vagem ou no tamanho da se-
mente. De fato, o tamanho da semente pode
compensar um pouco se as condições de
crescimento forem favoráveis após R5.5.
Porém, a compensação através do tamanho
da semente é limitada geneticamente. As-
sim, a planta possui limitadas habilidades
em compensar o aborto de flores e vagens
causado por estresses ocorridos nos está-
dios de R4.5 a R5.5.
Quando possível, deve-se irrigar a
lavoura nesses períodos cruciais para ga-
rantir umidade adequada.
Figura 20. Rácemo floral de soja na extremidade apical da haste principal.
Figura 21. Rácemo floral com vagens em for-
mação.
Figura 22. Seqüência do desenvolvimento das vagens de soja.
19
Nota do tradutor: A ocorrência de veranicos nessa fase reprodutiva é que tem causado as maiores quebras de safra de soja em muitas regiões brasileiras.
14
ESTÁDIO R5 (início da formação
da semente)
R5 – semente com 3 mm de tamanho em
um dos quatro nós superiores da haste
principal com folha completamente de-
senvolvida (Figuras 23, 24, 25 e 26)
Plantas em R5 têm 75 a 110 cm de
altura e encontram-se nos estádios V15 a
V23. Esse período é caracterizado pelo rá-
pido crescimento ou início do enchimento
das sementes (Figuras 27 e 28) e redistri-
buição da matéria seca e nutrientes das par-
tes vegetativas para as sementes em forma-
ção (Figuras 38, 39 e 40).
No início de R5, o desenvolvimento
reprodutivo apresenta desde flores quase
abertas até vagens contendo sementes com
11 mm de comprimento (Figura 27). Entre
os estádios R5 e R6, vários eventos aconte-
cem quase ao mesmo tempo. Perto de R5.5
tem-se: (1) a planta atinge seus máximos
em altura, número de nós e área foliar; (2)
as altas taxas de fixação de nitrogênio atin-
gem o seu auge e em seguida começam a
diminuir rapidamente; (3) as sementes ini-
ciam um período de rápido e constante
acúmulo de matéria seca e nutrientes. Logo
após R5.5 ocorre o máximo acúmulo de ma-
téria seca e de nutrientes nas folhas, pecío-
los e ramos, iniciando a seguir a sua redis-
tribuição (translocação) dessas partes da
planta para as sementes em desenvolvimen-
to. O período de rápida e constante acumu-
lação de matéria seca na semente continua
até logo após R6.5, no qual a semente está
com aproximadamente 80% da sua maté-
ria seca total.
O rendimento em grãos depende da
taxa e da duração do tempo de acúmulo de
matéria seca nas sementes. Entre os culti-
vares adaptados existem pequenas diferen-
ças quanto à taxa de acúmulo de matéria
seca, porém, com relação à duração de tem-
po de acúmulo de matéria seca nas semen-
tes as diferenças são maiores20
. Estresses
podem influenciar tanto a taxa como a du-
ração do tempo de acúmulo de matéria seca
nas sementes.
Guias de Manejo para R5
A demanda por água e nutrientes é
alta ao longo do período de enchimento das
sementes. Durante todo esse período, as
Figura 23. Planta de soja no estádio R5. Figura 24. Colmos no estádio R5.
Figura 25. Colmos nos estádios R4 (imagem à
direita) e R5 (imagem à esquerda).
Figura 26. Vagem de soja no estádio R5 retira-
da do 4º nó da haste principal.
20
Nota do tradutor: De todos os nutrientes requeridos pela planta de soja, apenas o N é fixado pelas bactérias nos nódulos radiculares.
15
sementes adquirem aproximadamente me-
tade do seu N, P e K através da redistri-
buição pelas partes vegetativas da planta, e
aproximadamente metade pela absorção do
solo e atividade do nódulo (no caso do N).
Esta redistribuição de nutrientes pelas par-
tes vegetativas da planta ocorre de manei-
ra independente da disponibilidade dos
nutrientes no solo. As deficiências hídricas
podem reduzir a disponibilidade dos nu-
trientes porque as raízes não podem absor-
vê-los e nem crescer nas camadas superfi-
ciais e mais secas do solo. Dessa forma, par-
te do P e do K deve ser colocada mais em
profundidade, onde o solo estará úmido e
os nutrientes disponíveis à planta21
.
Se ocorrer 100% de desfolha (devi-
do a granizo, por exemplo) entre os está-
dios R5 e R5.5, o rendimento pode ser re-
duzido em aproximadamente 75%. Condi-
ções de estresse podem causar grandes re-
duções no rendimento se ocorrerem entre
os estádios R5.5 e R6. Reduções de rendi-
mento nesse período acontecem principal-
mente devido ao menor número de vagens
formadas por planta e ao menor número de
sementes por vagem e, em menor grau, de-
vido ao menor peso por semente.
21
Nota do tradutor: Tais diferenças se devem às variações na duração dos ciclos de maturação dos diferentes cultivares.
Figura 27. Rápido desenvolvimento de vagens e de sementes durante o estádio R5, com grãos
de 3, 5, 7, 8, 10 e 11 mm de tamanho.
Figura 28. Vista lateral de vagens e sementes em desenvolvimento durante R5. Grãos com 5, 7, 8,
10 e 11 mm de tamanho.
16
ESTÁDIO R6 (semente cheia)
R6 – vagem contendo sementes verdes
que preenchem totalmente a cavidade da
vagem localizada em um dos quatro nós
superiores da haste principal com folha
completamente desenvolvida (Figuras 29
e 30)
Plantas em R6 têm 80 a 120 cm de
altura e encontram-se nos estádios V16 a
V25. Devido à altura da planta e ao núme-
ro de nós atingirem os valores máximos em
R5.5, pequenos acréscimos nessas caracte-
rísticas são evidentes entre R5 e R6.
A semente em R6 ou “semente ver-
de” é caracterizada por apresentar largura
igual à da cavidade da vagem, porém, se-
mentes de todos os tamanhos podem ser
observadas na planta, nesse momento (Fi-
guras 27, 28 e 31). Nesse estádio o peso
total das vagens da planta é máximo22
.
A taxa de crescimento dos grãos e
da planta nessa fase ainda é muito rápida.
Na planta, a rápida taxa de acúmulo de
matéria seca e de nutrientes começa a di-
minuir logo após o estádio R6, e nas se-
mentes, logo após R6.5. O acúmulo de ma-
téria seca e de nutrientes na planta é máxi-
mo logo após R6.5, e nas sementes, próxi-
mo a R7 (Figuras 38, 39 e 40).
O rápido amarelecimento das folhas
(senescência visual) começa logo após R6
e continua acentuadamente até R8, ou até
que todas as folhas caiam. A senescência e
queda foliar inicia-se nos nós inferiores da
planta (região mais velha) e subseqüente-
mente estende-se para cima até as folhas
mais jovens. Três a seis folhas trifolioladas
podem ter caído dos nós mais inferiores
antes do início do rápido amarelecimento
foliar.
O crescimento da raiz completa-se
logo após R6.5.
Figura 29. Planta de soja no estádio R6. Figura 30. Colmos da soja com vagens no es-
tádio R6.
Figura 31. Vagem de soja no estádio R6 retirada do 4º nó superior da haste principal.
22
Nota do tradutor: No Brasil predomina o uso de cultivares precoces e semi-precoces com hábito de crescimento determinado, que são mais exigentes em
ambiente. Para esses tipos de cultivares, quando ocorre veranico e/ou deficiência nutricional entre os estádios R5 e R6, as reduções no rendimento serão devidas
ao abortamento das vagens em início de granação ou ao abortamento das sementes, caracterizando a formação de vagens chochas. Quando esses estresses
ocorrem entre R6 e R7, também ocorrerão quedas de produção, devido às menores taxas de acúmulo de matéria seca nas sementes, determinando a formação de
sementes mais leves.
17
ESTÁDIO R7 (início da maturi-
dade)
R7 – uma vagem normal na haste prin-
cipal que tenha atingido a cor de vagem
madura, normalmente marrom ou palha,
dependendo do cultivar (Figuras 32 e 33)
A maturidade fisiológica de uma
semente de soja acontece quando cessa o
acúmulo de matéria seca. Isso ocorre quan-
do a semente (e geralmente a vagem) tor-
na-se amarela ou tenha perdido completa-
mente a cor verde. Embora nem todas as
vagens numa planta em R7 tenham perdi-
do a sua cor verde, a planta essencialmente
se encontra na maturidade fisiológica por-
que muito pouca matéria seca adicional será
acumulada (Figuras 32 e 33). A semente
de soja na maturidade fisiológica possui
aproximadamente 60% de umidade e con-
tém todas as partes da planta necessárias
para começar sua próxima geração.
A Figura 34 mostra uma vagem e
grãos verdes no estádio R6, uma vagem e
grãos completamente amarelos na maturi-
dade fisiológica e uma vagem e grãos com
cor característica para a colheita.
Guias de Manejo para R6-R7
À medida que vagens e sementes
amadurecem, elas ficam menos propensas
a abortar. Assim, o número total de vagens
por planta e o número de grãos por vagem
são fixados gradualmente com a maturida-
de da planta. Embora uma semente mais
velha não possa abortar (cair da planta) sob
condições de forte estresse, a duração do
período de rápido acúmulo de matéria seca
na semente pode ser encurtada, resultando
na formação de sementes menores e na re-
dução do rendimento.
Como após R6 a planta de soja já
amadurece, o potencial de redução de ren-
dimento por estresse declina gradualmen-
te. De R6 a R6.5 o estresse pode causar
grandes reduções de rendimento, a maio-
ria das vezes pela redução no tamanho da
semente, mas também pela redução de va-
gens formadas por planta e de grãos por
vagem. Reduções de rendimento motiva-
das por estresse ocorrido entre R6.5 e R7
são menores pelo fato das sementes já te-
rem acumulado quantidades consideráveis
de matéria seca. Estresse a partir de R7 não
afeta o rendimento.
A Figura 35 mostra o redireciona-
mento do crescimento das folhas em dire-
ção ao sol de uma planta de soja parcial-
mente acamada. A tendência para acama-
mento aumenta com o crescimento em al-
tura das plantas. Altas populações de plan-
tas, irrigação e ocorrência de chuvas tor-
renciais aumentam a altura da planta e o
acamamento. O acamamento reduz o ren-
dimento devido a um aumento nas perdas
de colheita a ao uso ineficiente da luz solar
pela planta23
.
Figura 35. Planta de soja acamada no estádio R6.Figura 34. Vagens de soja nos estádios R6 (ver-
de), R7 (amarela) e R8 (marrom).
Figura 32. Planta de soja no estádio R7.
Figura 33. Colmos da soja com vagens no es-
tádio R7.
23
Nota do tradutor: O acamamento é uma característica genética com expressão variável conforme o cultivar, que pode ser modificada por práticas de manejo
adotadas e/ou fatores do ambiente, tais como: densidade de plantas na linha da cultura, espaçamento entre as linhas, fertilidade do solo e/ou adubações, umidade
e temperatura, entre outras. Lavouras acamadas tendem a apresentar maiores índices de perdas na colheita.
18
ESTÁDIO R8 (maturidade com-
pleta)
R8 – 95% das vagens apresentam-se ma-
duras (Figura 36). São necessários de 5 a
10 dias de clima seco após R8 para que a
soja atinja menos de 15% de umidade
A Figura 37 ilustra as mudanças de
cor e de tamanho das vagens e grãos de
soja a partir do estádio R6, com vagens e
sementes verdes até grãos maduros pron-
tos para a colheita. Na mesma figura, a se-
gunda vagem e respectivos grãos, a partir
da direita, apresentam cor característica
para colheita, porém não atingiram a for-
ma e o grau de umidade para a realização
desta. Assim, cor de vagem madura nem
sempre indica ponto de colheita para os
grãos em seu interior. Com ambiente seco
favorável a soja perderá umidade rapida-
mente.
Guias de Manejo para R8
Erros de baixas densidades de se-
meadura, com os vazios no campo, tornam-
se visíveis por ocasião da colheita. Já, altas
densidades de plantio causam acamamento
da lavoura, dificultando a colheita, redu-
zindo, assim, o potencial de rendimento no
campo. Menores estandes promovem mais
ramificações, porém com menor altura de
inserção de vagem. Ramificações muito
carregadas de vagens tornam-se pesadas e
podem quebrar facilmente, caindo ao chão.
Da mesma forma, vagens muito próximas
ao solo são difíceis ou, às vezes, impossí-
veis de serem colhidas mecanicamente.
O momento certo de colheita é muito
crucial para a soja. A umidade ideal nos
grãos para colheita e armazenamento é
13%. Embora a colheita possa ser iniciada
com maiores porcentagens de umidade, al-
guns custos com secagem serão necessá-
Figura 36. Planta de soja no estádio R8.
Figura 37. Seqüência de maturação de vagens e grãos de soja. Da esquerda para a direita, evolu-
ção da cor verde (estádio R6) para a cor marrom (ponto de colheita).
rios para um armazenamento seguro. Por
outro lado, o atraso na colheita, com umi-
dade abaixo de 13%, causa aumento nas
perdas durante a colheita e no número de
grãos danificados, e diminui o peso dos
grãos para comercialização.
Para reduzir perdas de colheita de-
ve-se: dirigir em velocidade apropriada,
conferir a abertura do côncavo, a velocida-
de do cilindro, as peneiras e a velocidade
do ar da ventilação. Estar certo de que as
velocidades do molinete e do deslocamen-
to da máquina estejam sincronizadas para
diminuir as perdas por quebra na platafor-
ma de corte. Regular a altura de corte para
minimizar perdas. A 9 cm de altura perde-
se 5% da produção, e a 16,5 cm de altura
perde-se 12%.
19
Como a Planta de Soja Cresce
A taxa de incremento de matéria
seca na planta de soja é pequena no início,
porém aumenta gradativamente durante os
estádios vegetativos de desenvolvimento até
o R1, quando aumentam o desenvolvimen-
to das folhas e a cobertura do solo. Em tor-
no de R2, a taxa diária de acúmulo de ma-
téria seca pela planta é essencialmente
constante até o gradativo decréscimo du-
rante o período de enchimento das semen-
tes (logo após R6), terminando após R6.5
(Figura 38). O acúmulo de matéria seca ini-
cia-se nas partes vegetativas da planta, po-
rém, entre R3 e R5.5 transloca-se gradati-
vamente para as vagens e grãos em forma-
ção (Figuras 10 e 38).
A taxa de crescimento das folhas,
pecíolos e hastes segue o mesmo padrão da
planta como um todo até o início de forma-
ção das vagens e grãos, ou seja, até aproxi-
madamente R4. Logo após R5.5 a matéria
seca é máxima nessas partes vegetativas,
quando então inicia-se rapidamente a sua
translocação para os grãos em formação.
A perda de folhas e pecíolos começa entre
os estádios V4 e V5, nos nós vegetativos e
pecíolos mais baixos, e progride muito len-
tamente para o ápice da planta até logo após
o estádio R6 (Figura 38). A partir desse
momento, a perda de matéria seca torna-se
rápida e contínua até o estádio R8, quando
normalmente todas as folhas e pecíolos
caem (Figura 36).
O crescimento radicular começa
com a emergência da raiz primária a partir
da germinação da semente. Sob condições
favoráveis, a raiz primária e várias raízes
laterais crescem rapidamente e podem al-
cançar profundidades de 0,8 a 1,0 m no
estádio V6. Durante os estádios vegetativos
mais adiantados e próximo ao florescimento
(de V6 a R2) o sistema radicular se expan-
de na sua maior velocidade. A maior parte
desse crescimento ocorre nos primeiros
30 cm de solo, desde que haja umidade ade-
quada. Algumas raízes podem estar nos
2,5 cm superficiais do solo. Em R6, sob con-
dições favoráveis, as raízes de soja podem
atingir profundidades maiores que 1,8 m e
se estender lateralmente de 25 a 50 cm.
Nesse estádio, as raízes crescem muito len-
tamente, porém, algumas continuam o seu
crescimento até a maturidade fisiológica
(R7).
Parte do nitrogênio utilizado pela
planta de soja é proveniente da fixação do
nitrogênio do ar, realizada pela bactéria
Bradyrhizobium japonicum presente nos
nódulos radiculares. Essa bactéria infecta
as raízes causando a produção de nódulos
logo no estádio V1 (Figura 1).
Ao longo dos estádios vegetativos
de desenvolvimento, o número de nódulos
aumenta junto com a taxa de fixação do N2
(Figura 14).
Por volta do estádio R2, a taxa de
fixação do N2
aumenta significativamente,
atingindo o seu pico no estádio R5.5, e cai
rapidamente a seguir.
O florescimento inicia-se no estádio
R1 com a abertura da primeira flor entre o
terceiro e sexto nó vegetativo da haste prin-
cipal, progredindo daí para cima e para bai-
xo. As primeiras flores geralmente apare-
cem na base de um rácemo (Figura 13).
Com o tempo, o rácemo se alonga, enquanto
novas flores aparecem progressivamente em
direção ao seu ápice (Figura 21). No está-
dio R5 a planta completou a maior parte
do seu florescimento, porém, um pouco de
flores ainda pode abrir nos ramos e nos nós
superiores da haste principal. A maioria das
flores de soja se autofecunda no momento
ou um pouco antes da sua abertura.
RESUMO
Figura 38. Acúmulo total de matéria seca em diferentes partes da planta de soja.
Matériaseca(1.000kg/ha)
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
V E 1 3 5 8 11 14 17 20
R 1 2 3 4 5 6 7 8
Dias após a 0 20 40 60 80 100 120
emergência
Data Maio Junho Julho Agosto Setembro
Estádio
20
Três a quatro dias após a abertura
da flor, suas pétalas murcham e a vagem
(fruto) começa a alongar-se. Entre 2 e 2,5
semanas após a abertura de uma flor, a va-
gem formada apresenta-se com o seu com-
primento máximo. O desenvolvimento das
vagens na planta é rápido entre R4 e R5,
pois apenas poucas vagens totalmente for-
madas estão presentes nos nós vegetativos
mais baixos na haste principal durante o
estádio R4 (Figura 18). Muitas vagens atin-
gem o tamanho final em R5 (Figuras 24 e
25) e quase todas estão completamente de-
senvolvidas no estádio R6 (Figura 30).
Os grãos (sementes) no interior de
uma vagem não iniciam o seu rápido de-
senvolvimento enquanto a vagem não te-
nha atingido o seu comprimento final e os
grãos se apresentem com 7 a 8 mm de com-
primento. Numa planta em R5, a partir do
momento em que um grão apresenta-se com
8 mm de comprimento, o mesmo inicia ra-
pidamente o acúmulo de matéria seca (Fi-
gura 27). Em torno de R5.5 a taxa de
acúmulo de matéria seca por todas as va-
gens em uma planta de soja é rápida e cons-
tante. Esse rápido crescimento de todas as
vagens de uma planta começa a diminuir
logo após o estádio R6.5 e não é mais pos-
sível de ser mensurado no estádio R7.
Figura 39. Acúmulo total de nitrogênio em diferentes partes da planta de soja.
Figura 40. Acúmulo total de potássio em diferentes partes da planta de soja.
Grãos Pecíolos
Vagens Folhas
Colmos Folhas e
pecíolos caídos
N(%dototalacumulado)
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
K(%dototalacumulado)
V E 1 3 5 8 11 14 17 20
R 1 2 3 4 5 6 7 8
Dias após a 0 20 40 60 80 100 120
emergência
Data Maio Junho Julho Agosto Setembro
Estádio
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
V E 1 3 5 8 11 14 17 20
R 1 2 3 4 5 6 7 8
Dias após a 0 20 40 60 80 100 120
emergência
Data Maio Junho Julho Agosto Setembro
Estádio
21
O rendimento de soja, ou seja, o peso
total das sementes, pode ser descrito pela
seguinte equação:
Rendimento = número médio de plantas por
hectare x número médio de vagens por
planta x número médio de grãos por va-
gem x peso médio de um grão.
Uma planta de soja crescendo sem
competição com outras plantas irá ramifi-
car intensamente, formando uma planta
com arquitetura mais aberta. Aumentando-
se o número de plantas na área (densidade
de plantas) aumenta-se a altura destas e a
tendência ao acamamento, reduzindo-se a
ramificação e o número de vagens por plan-
ta. Porém, admite-se um valor ótimo para
densidade de plantas visando-se mais va-
gens e grãos por unidade de área. Essa den-
sidade ótima de plantas difere com os cul-
tivares e ambientes de crescimento.
O ambiente no qual um determina-
do cultivar de soja cresce influencia extre-
mamente o desenvolvimento e o rendimen-
to da planta. A ocorrência de estresse am-
biental em qualquer estádio de desenvolvi-
mento da soja irá reduzir o seu rendimen-
to. Estresses tais como: deficiências nutri-
cionais, umidade inadequada, danos por
geada, granizo, pragas ou acamamento,
causam enormes reduções de rendimento
quando ocorrem entre os estádios R4 e logo
após o R6. Dentro dessa faixa fenológica,
o período entre os estádios R4.5 e R5.5 é
especialmente sensível ao estresse. Como
a planta de soja amadurece depois do R6, a
quantidade potencial de redução de produ-
ção causada por estresse diminui gradual-
mente até o estádio R7, quando o rendi-
mento não é mais afetado por este. Altos
rendimentos somente são obtidos quando
as condições ambientais são favoráveis em
todos os estádios de crescimento da soja.
Figura 41. Acúmulo total de cálcio em diferentes partes da planta de soja.
Requerimentos e Absorção de
Nutrientes pela Soja
A planta de soja (bem como a bac-
téria simbiótica associada a ela) requer os
seguintes nutrientes minerais: nitrogênio
(N), fósforo (P), potássio (K), enxofre (S),
cálcio (Ca), magnésio (Mg), ferro (Fe), boro
(B), manganês (Mn), zinco (Zn), cobre (Cu)
e molibdênio (Mo). A maior parte desses
nutrientes é absorvida do solo, porém, par-
te do nitrogênio é obtida por meio da fixa-
ção realizada pelas bactérias no interior dos
nódulos e um pouco do enxofre é absorvi-
do do ar (como SO2
e H2
S). Os nutrientes
são absorvidos junto com a água pelas
raízes da planta e movem-se no interior des-
ta até as folhas e outros órgãos vegetati-
vos.
As quantidades de nutrientes dispo-
níveis variam com o tipo de solo, profun-
didade de amostragem e práticas de culti-
vo, e são influenciadas pelas condições de
temperatura e umidade no solo. As raízes
não crescem em solo seco e a umidade deve
ser adequada para que o sistema radicular
possa absorver os nutrientes. Por outro lado,
o excesso de umidade no solo limita a
aeração das raízes, as quais necessitam de
oxigênio para crescer.
Os padrões de sazonalidade de acú-
mulo dos diferentes nutrientes pelas dife-
rentes partes da planta são apresentados
nas Figuras 39, 40 e 41. As quantidades de
nutrientes absorvidas pelas plantas no iní-
cio da estação de crescimento são peque-
nas porque as plantas são pequenas. Entre-
tanto, a concentração de nutrientes em uma
folha individual de plantas bem nutridas é
alta durante esse período como nas folhas
individuais em períodos mais adiantados.
A absorção e o acúmulo de alguns nutrien-
tes é contínua ao longo da estação de cres-
cimento até a maturidade da planta (Figu-
ra 41), enquanto a absorção de outros é
completada no estádio R6 (Figura 39).
Grãos Pecíolos
Vagens Folhas
Colmos Folhas e
pecíolos caídos
Ca(%dototalacumulado)
V E 1 3 5 8 11 14 17 20
R 1 2 3 4 5 6 7 8
Dias após a 0 20 40 60 80 100 120
emergência
Data Maio Junho Julho Agosto Setembro
Estádio
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
22
A redistribuição dos nutrientes mi-
nerais a partir de partes mais velhas da
planta para as mais novas em crescimento
é a fonte primária de alguns nutrientes.
Alguns nutrientes são muito móveis na
planta e são prontamente translocados de
um órgão velho para um mais novo. A
redistribuição de N (Figura 39), P e S cons-
titui-se na fonte primária desses nutrientes
para os grãos em formação e resulta em sig-
nificativa diminuição desses elementos nas
folhas, pecíolos, hastes e vagens, durante o
período mais avançado de enchimento das
sementes. Entretanto, alguns nutrientes
como o Ca são muito imóveis nas plantas,
existindo pequena redistribuição dos mes-
mos das partes mais velhas para as mais
novas em crescimento. A translocação dos
nutrientes móveis das folhas para as semen-
tes em formação, exceto a do cálcio, faz
com que este nutriente apresente-se com
maior concentração nas folhas ao final do
ciclo de maturação (Figura 41).
A redistribuição de outros nutrien-
tes na planta geralmente segue um padrão
intermediário entre os extremos de alta
mobilidade do N e imobilidade do Ca. P e
S são muito semelhantes ao N. O K é
redistribuído das partes vegetativas para as
sementes em formação, porém, não é
redistribuído a partir das vagens. Zn e Cu
são redistribuídos, mas não na mesma in-
tensidade do N. Mn, Mg, Fe, B e Mo são
relativamente imóveis, mas não tanto quan-
to o Ca. Diferenças marcantes quanto à mo-
bilidade do Fe têm sido verificadas entre
os diferentes cultivares.
Uso de Fertilizantes e Manejo da
Fertilidade
Quando o solo não pode suprir as
necessidades em nutrientes da planta, fer-
tilizantes e/ou esterco podem ser adiciona-
dos para atender a nutrição das plantas. A
absorção de nutrientes adicionados ao solo
nem sempre é um processo eficiente. Em
boas condições, a recuperação do fósforo e
potássio adicionados varia de 5 a 20% e de
30 a 60%, respectivamente, no mesmo ano
de adubação. Entretanto, os nutrientes adi-
cionados são recuperados nos anos poste-
riores.
Nutrientes Normalmente Deficientes
1. Nitrogênio: é fixado e prontamen-
te disponível à soja pelas bactérias presen-
tes no interior dos nódulos radiculares. Em
áreas onde a soja nunca foi cultivada há
necessidade de inoculação das sementes
para suprir a planta com bactérias. A cala-
gem de solos ácidos é benéfica. Em condi-
ções favoráveis à fixação do N2
, a necessi-
dade de adubação mineral nitrogenada é re-
duzida ou eliminada.
2. Fósforo e Potássio: a disponibili-
dade desses nutrientes para altos rendimen-
tos de soja não é adequada em muitos so-
los, de maneira que a adição de fertilizan-
tes contendo esses nutrientes deve ser fei-
ta. Dependendo do pH do solo a calagem
pode ser necessária24
.
3. Em solos onde existam condições
de deficiência nutricional, a aplicação de
outros nutrientes pode ser necessária para
atender os requerimentos da planta. S, Fe,
B, Mn ou Zn são os elementos que ocasio-
nalmente se apresentam deficientes25
.
Considerações para Altos
Rendimentos de Soja
As figuras apresentadas neste arti-
go indicam que o rendimento produzido
pela planta de soja depende da taxa e do
tempo de acúmulo de matéria seca. Entre-
tanto, para se obter altos rendimentos, é
necessário conhecer todas as práticas cul-
turais compatíveis com uma produção eco-
nômica, aplicadas para maximizar a taxa
de acúmulo de matéria seca no grão.
Considerar as seguintes práticas de
manejo:
1. Calagem e adubação fundamen-
tadas em amostragem e análise de solo con-
fiáveis.
2. Não cultivar ou plantar em solos
muito úmidos.
3. Semear em épocas recomendadas
para sua região.
4. Escolher os cultivares melhor
adaptados à sua região.
5. As máximas produtividades são
obtidas em espaçamentos entre linhas me-
nores (20-40 cm) que os ainda utilizados
nos EUA, isto é, 75 a 100 cm.
6. Ajustar o estande em função do
espaçamento de entre-linhas adotado.
7. Não semear muito profundo: 2 a
4 cm de profundidade é o ótimo na maioria
dos solos.
8. Monitorar e controlar plantas da-
ninhas, pragas e doenças sempre que pre-
ciso.
9. Reduzir ao mínimo possível as
perdas de colheita.
24
Nota do tradutor: Com relação aos solos brasileiros, principalmente aqueles localizados no Brasil Central (cerrado), fósforo, potássio e enxofre têm sido os
macronutrientes com maior necessidade de correção via adubação, e cálcio e magnésio, via calagem, e manutenção, visando a busca de altas produtividades.
25
Nota do tradutor: Além das necessidades de correção e manutenção da fertilidade com macronutrientes nos solos brasileiros, ultimamente vem merecendo
destaque a necessidade de aplicação de alguns micronutrientes, tais como B, Co, Cu, Mn, Mo e Zn. Estes podem ser fornecidos à cultura no momento da
semeadura, através de fórmulas fertilizantes completas. No caso de Co e Mo, pode-se fornecê-los via semente, por ocasião do tratamento destas com fungicidas.
Uma vez instalada a cultura, preventivamente os micronutrientes B, Co, Cu, Mn e Mo podem ser adicionamente fornecidos por meio da adubação foliar, quando
a soja se encontra nos estádios V4 a V5.
23
Associação Brasileira para Pesquisa da Potassa e do Fosfato
Rua Alfredo Guedes nº 1949 - Edifício Rácz Center - sala 701 - Fone/Fax: (019) 433-3254
Endereço Postal: Caixa Postal 400 - CEP 13400-970 - Piracicaba-SP - Brasil
Sócios mantenedores:
Potash & Phosphate Institute (USA)
Potash & Phosphate Institute of Canada
DEVOLUÇÃO
GARANTIDA
ISR - 40 - 2216/84
ENTREGUE AOS CORREIOS
NESTA DATA
POTAFOS
A HISTÓRIA DO POTASH & PHOSPHATE INSTITUTE
H
Á MAIS DE 63 ANOS, o Instituto Ame-
ricano de Potassa iniciava uma importan-
te e única experiência de cooperação.
A data era julho de 1935. O local, Washington,
D.C., cerca de três blocos da Casa Branca. A pessoa
falando era Dr. J.W. Turrentine, o primeiro presidente
do novo Instituto e químico de grande reputação. Era
autoridade mundial na produção e uso de potássio.
Na ocasião falava não para grande platéia de
cientistas, mas para grupo de apenas oito pessoas, o
primeiro Conselho de Diretores do Instituto que se for-
mava. Era grupo do alto gerenciamento das maiores
empresas produtoras de potássio da época, homens
de negócios realistas, com o objetivo de vender po-
tássio.
A mensagem do Dr. Turrentine foi curta e direta:
“Cavalheiros, o uso de potássio depende do seu reco-
nhecimento como nutriente de planta, que é fator agro-
nômico, e da possibilidade do agricultor em comprá-
lo, que é fator econômico. Assim, o uso agrícola de
potássio deve ser aumentado apenas quando for re-
querido pela cultura e lucrativo para o agricultor”.
A indústria americana de potássio aceitou esta
filosofia e, através do Instituto, por mais de 63 anos
aplicou o conceito da integridade científica na direção
de seus negócios. Em 1977, com a inclusão de P no
programa, o nome foi mudado para Potash &
Phosphate Institute... mas o enfoque científico para
desenvolvimento de mercado permaneceu o mesmo.
Cooperação tem sido a base fundamental. Coo-
peração de milhares de pesquisadores, professores,
extensionsistas, consultores e autoridades governa-
mentais ligados à agricultura – com vendedores,
dealers e agricultores lá no campo – na dedicada e
sincera busca da verdade.

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  • 1. 3 Figura 1. Plântula de soja. O crescimento e o desenvolvimento da soja são medidos pela quantidade de massa seca (matéria seca) acumulada na planta. Com exceção da água, a massa seca consiste em tudo que se encontra na plan- ta, incluindo carboidratos, proteínas, lipí- deos e nutrientes minerais. A planta de soja produz a maior parte da sua massa seca por meio de um processo único, denominado fotossíntese. Durante a fotossíntese, a ener- gia luminosa gerada pelo sol promove um processo no interior da planta, onde o dióxido de carbono proveniente do ar jun- to com a água proveniente do solo combi- nam-se para produzir açúcares (compostos carbonados longos). Esses açúcares produ- zidos pela fotossíntese, junto com os nu- trientes minerais obtidos do solo, são os in- gredientes básicos necessários para a ela- boração dos carboidratos, proteínas e lipí- deos da matéria seca. Na prática, o crescimento, desenvol- vimento e rendimento da soja resultam da interação entre o potencial genético de um determinado cultivar com o ambiente. Exis- te interação perfeita entre a planta de soja e o ambiente, de maneira que, quando ocor- rem mudanças no ambiente, também ocor- rem no desenvolvimento da planta. Todos os cultivares têm um poten- cial máximo de rendimento que é geneti- camente determinado. Esse potencial de rendimento genético somente é obtido quando as condições ambientais são per- feitas, sendo que estas não existem natu- ralmente. Em condições de campo, a natu- reza proporciona a maior parte das influên- cias ambientais sobre o desenvolvimento e rendimento da soja. Entretanto, os produ- tores, através de práticas de manejo já com- provadas, podem manipular o ambiente de produção. Logo, é tarefa do produtor provi- denciar o melhor ambiente possível para o crescimento da soja, usando práticas de ma- nejo tais como cultivo e adubação criteriosa do solo, seleção dos cultivares e densidade de plantas mais adequada, controle das plantas daninhas e das pragas, além de mui- tas outras. As combinações dessas práticas va- riam em diferentes situações de produção e níveis de manejo. Entretanto, independen- te de uma situação específica, o produtor precisa saber como a soja cresce e se de- senvolve. O produtor que conhece a planta de soja pode usar de maneira mais eficien- te as práticas de manejo para obter maio- res rendimentos e lucros. Como a Planta de Soja se Desenvolve
  • 2. 4 1 Nota do tradutor: As principais características da planta com hábito de crescimento indeterminado são: a) não apresenta o rácemo terminal na haste principal; b) a gema terminal continua sua atividade vegetativa simultaneamente à fase reprodutiva da planta; c) o florescimento inicia-se no 4º ou 5º nó da haste principal e progride para baixo e para cima; d) no início do florescimento apresenta apenas 50% a 60% da sua altura final; e) para as condições brasileiras, esse tipo é mais adaptado a solos de baixa a média fertilidade em virtude de apresentar maiores tempo de vegetação, crescimento radicular e altura da planta, não sendo recomendável o seu uso em solos de alta fertilidade devido a maior tendência ao acamamento. 2 Nota do tradutor: As principais características da planta com hábito de crescimento determinado são: a) a haste principal termina com rácemo terminal; b) a gema apical termina a sua atividade vegetativa com o início do florescimento; c) o florescimento inicia-se no 4º ou 5º nó da haste principal e progride em direção ao seu ápice; d) na floração a planta já atingiu cerca de 87% a 90% de sua altura e matéria seca finais; e) para as condições brasileiras, esse tipo é mais adaptado a solos de melhor fertilidade. 3 Nota do tradutor: No Brasil, ainda não existe uma classificação quanto à duração do ciclo de maturação fundamentada na adaptabilidade dos cultivares às diferentes latitudes das regiões produtoras de soja, como a existente nos EUA. Os cultivares de soja são classifica- dos quanto ao seu hábito de crescimento (forma e estrutura morfológica) e pelos seus requerimentos em comprimento de dia e temperatura, necessários para iniciar o de- senvolvimento floral ou reprodutivo. O hábito de crescimento indeterminado1 é tí- pico na maioria dos cultivares de soja uti- lizados no Cinturão do Milho nos EUA, sendo caracterizado pela continuação do crescimento vegetativo após o início do florescimento. O hábito de crescimento determinado2 caracteriza-se pela finaliza- ção do crescimento vegetativo a partir do início do florescimento, sendo típico das variedades cultivadas no Sul dos EUA. A classificação quanto à maturida- de ou ciclo de maturação é baseada na adap- tabilidade de um cultivar de soja em utili- zar efetivamente a estação de crescimento de uma determinada região. Nos EUA, as regiões de adaptação dos diferentes culti- vares são delimitadas por longos cinturões (faixas) no sentido Leste-Oeste, porém, re- lativamente curtos no sentido Norte-Sul (160 a 240 quilômetros de distância). Os cultivares de soja norte-americanos são classificados em diferentes grupos de maturação, os quais recebem como identi- ficação a numeração de 00 a VIII, confor- me a sua região de adaptação. Assim, os cultivares de soja mais adaptados às re- giões mais ao Norte dos EUA (Norte dos Estados de Minnesota e Dakota do Norte) pertencem ao grupo de maturação 00, en- quanto os cultivares mais adaptados às re- giões mais ao Sul (incluindo a Flórida e os Estados da Costa do Golfo) pertencem ao grupo de maturação VIII. A maioria dos cultivares pertencentes aos grupos de ma- turação 00 a IV possui hábito de crescimen- to indeterminado, enquanto a maioria per- tencente aos grupos de maturação V a VIII apresenta, principalmente, hábito de cres- cimento determinado3 . As figuras, tabelas, gráficos e dis- cussões apresentados neste artigo represen- tam um cultivar de soja com hábito de cres- cimento indeterminado pertencente ao gru- po II de adaptação, cultivado na região cen- tral do Estado de Iowa. Plantas típicas de soja cultivadas no Cinturão do Milho se- guiram o mesmo padrão geral de desen- volvimento mostrado e descrito nesta pu- blicação. Porém, o tempo específico de du- ração entre os estádios de desenvolvimen- to, o número de folhas formadas e a altura da planta podem variar de acordo com os diferentes cultivares, estações de crescimen- to (clima), regiões de cultivo, datas (épo- cas) e padrões de semeadura. Por exemplo: 1. Um cultivar de maturação precoce pode formar menos folhas ou evoluir através das diferentes fases de desenvolvimento a uma taxa mais rápida que a indicada aqui, principalmente quando semeado em época tardia. Um cultivar de matura- ção tardia pode formar mais folhas ou desenvolver-se mais lentamente que o in- dicado aqui. 2. Para qualquer cultivar, a taxa de desen- volvimento da planta está diretamente re- lacionada à temperatura. Assim, a dura- ção de tempo entre os diferentes está- dios será variável conforme as variações de temperatura entre e dentro da estação de crescimento. 3. Deficiências de nutrientes, de umidade e outras condições estressantes à planta podem prolongar o tempo de duração en- tre os estádios vegetativos, porém, encur- tam o tempo entre as fases reprodutivas. 4. A soja cultivada em altas densidades ten- de a crescer mais em altura, ramificar menos e produzir menores quantidades de vagens e sementes por planta que aquela cultivada em baixas densidades. Em altas densidades a soja também terá maior altura de inserção das primeiras vagens e maior tendência a acamar. As figuras a seguir mostram plan- tas e partes da planta em diferentes está- dios de desenvolvimento morfológico. To- das as plantas cresceram no campo, com exceção dos estádios relativos à germina- ção e emergência das plântulas, que ocor- reram em condições de casa de vegetação, porém, foram fotografadas em laboratório. As partes de uma planta jovem de soja e respectivos nomes científicos são apresen- tados na Figura 1. Ilustrando o Desenvolvimento de uma Planta de Soja
  • 3. 5 O sistema de representação empre- gado aqui divide o desenvolvimento da planta em duas fases4 : vegetativa (V) e reprodutiva (R) (Tabela 1). Subdivisões da fase vegetativa são designadas numerica- mente como V1, V2, V3, até Vn, menos os dois primeiros estádios que são designados como VE (emergência) e VC (estádio de cotilédone). O último estádio vegetativo é designado como Vn, onde “n” representa o número do último nó vegetativo formado por um cultivar específico. O valor de “n” varia em função das diferenças varietais e ambientais. A fase reprodutiva apresenta oito subdivisões ou estádios, cujas repre- sentações numéricas e respectivos nomes são apresentados na Tabela 1. A partir do estádio VC, os estádios vegetativos (V) são definidos e numerados à medida que as folhas dos nós superiores se apresentam completamente desenvolvi- das. Um nó vegetativo com folha comple- tamente desenvolvida é identificado quan- Identificando os Estádios de Desenvolvimento 4 Nota do tradutor: A descrição apresentada neste artigo fundamenta-se na Escala Fenológica de Fehr & Caviness (1977), elaborada para a identificação dos sucessivos estádios de desenvolvimento da planta de soja. Figura 2. Folha do topo da haste com margens dos folíolos se tocando. do no nó vegetativo acima os folíolos não estão enrolados e nem dobrados. Em ou- tras palavras, quando as extremidades dos folíolos não mais se tocam, em oposição ao ilustrado na Figura 2. O estádio V3, por exemplo, é definido quando os folíolos do 1º nó vegetativo (unifoliolado) ao 4º nó foliar estão desenrolados. Semelhantemen- te, o estádio VC ocorre quando as folhas unifolioladas desenrolaram-se. O nó da folha unifoliolada é o pri- meiro nó ou ponto de referência a partir do qual começa-se a contagem para identifi- car o número de nós foliares superiores. Nesse único nó, as folhas unifolioladas (simples) são produzidas em lados opostos da haste e com pecíolos pequenos. Todas as outras folhas verdadeiras formadas pela planta são trifolioladas (compostas), com pecíolos longos, e são produzidas unica- mente (em nós diferentes) e alternadamente (de lado a lado) no caule. Tabela 1. Estádios vegetativos e reprodutivos da soja1 . Estádios vegetativos Estádios reprodutivos VE - Emergência R1 - Início do florescimento VC - Cotilédone R2 - Pleno florescimento V1 - Primeiro nó R3 - Início da formação das vagens V2 - Segundo nó R4 - Plena formação das vagens V3 - Terceiro nó R5 - Início do enchimento das sementes * R6 - Pleno enchimento das vagens * R7 - Início da maturação V(n) - enésimo nó R8 - Maturação plena 1 Este sistema identifica exatamente os estádios da planta de soja. Porém, nem todas as plantas em um dado campo estarão no mesmo estádio ao mesmo tempo. Quando se divide em estádios um campo de soja, cada estádio específico V ou R é definido somente quando 50% ou mais das plantas no campo estão nele ou entre aquele estádio. Os cotilédones, que são considera- dos como órgãos de armazenamento na for- ma de folhas modificadas, também surgem de maneira oposta na haste, abaixo do nó unifoliolado. Quando as folhas unifolio- ladas são perdidas por dano ou envelheci- mento natural, a posição do nó unifoliolado ainda pode ser determinada, localizando- se as duas cicatrizes dessas folhas na re- gião mais baixa do caule, que permanente- mente marcam o local onde as folhas unifo- lioladas cresceram. Essas cicatrizes das fo- lhas unifolioladas estão localizadas exata- mente sobre as duas cicatrizes opostas que marcam a posição do nó cotiledonar. Qual- quer cicatriz de folha acima das cicatrizes das folhas unifolioladas opostas aparece de maneira única e alternada na haste princi- pal, e marca as posições dos nós onde as folhas trifolioladas cresceram.
  • 4. 6 Germinação e Emergência A semente de soja inicia a germi- nação por meio da absorção de água em quantidades equivalentes a 50% de seu pe- so. Uma vez embebida a semente, eviden- cia-se a sua germinação com o crescimen- to da radícula, ou raiz primária, que se pro- longa para baixo, fixando-se sozinha no solo (Figura 3)5 . Logo após o crescimento inicial da raiz primária, o hipocótilo, isto é, a pequena seção do caule situada entre o nó cotiledonar e a raiz primária (Figura 1), inicia a elongação para a superfície do solo, levando consigo os cotilédones6 . A fixação da raiz primária no solo junto com a elon- gação do hipocótilo estabelecem uma ala- vanca que ergue os cotilédones à superfí- cie do solo, caracterizando-se o estádio de emergência, ou VE (Figura 3). O estádio VE ocorre uma a duas semanas após a se- meadura, dependendo das condições de umidade e temperatura do solo e da pro- fundidade de semeadura7 . As raízes late- rais iniciam o seu crescimento a partir da raiz primária antes da emergência. Logo após a emergência (VE), o hi- pocótilo em forma de gancho endireita-se e cessa seu crescimento, enquanto os coti- lédones dobram-se para baixo. O desdobra- mento dos cotilédones expõe o epicótilo em crescimento (folhas jovens, haste e gema apical de crescimento localizada acima do nó cotiledonar). A posterior expansão e desdobramento das folhas unifolioladas marcam o início do estádio de abertura dos cotilédones (VC), que é seguido pelos de- mais estádios vegetativos numerados (V). As reservas nutritivas armazenadas nos cotilédones suprem as necessidades da planta jovem durante os primeiros 7 a 10 dias depois de VE, ou até próximo ao está- dio V1. Durante esse período, os cotilédones perdem 70% do seu peso seco. A perda de um cotilédone tem pequeno efeito na taxa de crescimento da planta jovem, mas a per- da de ambos os cotilédones no estádio VE, ou próximo dele, reduzirá os rendimentos em 8% a 9%. A partir de V1, a fotossíntese das folhas em desenvolvimento é suficien- te para a planta se sustentar. Entre a aber- tura dos cotilédones (VC) e o quinto nó vegetativo formado (V5) uma nova folha se forma a cada 5 dias, e a partir do estádio V5, a cada 3 dias até logo após o início da granação das vagens (R5), quando o núme- ro máximo de nós vegetativos é atingido. Guias de Manejo parGuias de Manejo parGuias de Manejo parGuias de Manejo parGuias de Manejo paraaaaaV EV EV EV EV E Na maioria dos casos, a soja deve- ria ser semeada a uma profundidade de 2,5 a 4,0 cm e nunca em profundidade acima de 5,0 cm8 . A habilidade da plântula de soja em romper a crosta do solo durante a emer- gência diminui com semeaduras mais pro- fundas9 . Alguns cultivares são especial- mente sensíveis a semeaduras profundas. Além disso, as temperaturas mais amenas do solo, em maiores profundidades, cau- sam crescimento mais lento e diminuição na disponibilidade de nutrientes. Estádios Vegetativos e Desenvolvimento 5 Nota do tradutor: O processo de germinação da semente de soja sob o solo inicia-se pela saída da radícula através da micrópila da semente e constitui-se em fenômeno irreversível, isto é, uma vez disparado não é possível revertê-lo. Nos dois a três primeiros dias após a semeadura é esperado o crescimento da radícula. Caso o solo não apresente umidade suficiente para garantir a elongação do hipocótilo, haverá falhas de emergência, comprometendo o estande inicial e o rendimento da cultura. 6 Nota do tradutor: Isto caracteriza a emergência do tipo epígea. 7 Nota do tradutor: Para as condições brasileiras de clima, solo e manejo espera-se a emergência da cultura de soja entre 5 a 8 dias após a semeadura. 8 Nota do tradutor: Nas condições brasileiras, a soja é semeada desde 3 cm de profundidade (solos mais argilosos) a até 7 cm (solos mais arenosos). 9 Nota do tradutor: O problema de formação de crosta superficial nos solos brasileiros é comum nas áreas preparadas convencionalmente (uso abusivo de grades), levando o produtor a gastar mais sementes para tentar contornar as falhas de estande que ocorrerão e resultarão em perdas de rendimento. Neste caso, a semeadura mais superficial (apenas a 2 cm) não resolve, pois as temperaturas mais elevadas na superfície do solo podem deteriorar as sementes, além de matar as bactérias fixadoras de N2 . Já em áreas de soja cultivada no sistema de plantio direto, não é comum a ocorrência de formação de crosta superficial, com deterioração das sementes e morte das bactérias, devido às altas temperaturas. Porém, falhas de estande podem ocorrer, se a semeadura for profunda. 10 Nota do tradutor: Mesmo em solos com histórico de cultivo de soja é recomendável a inoculação anual das sementes pelos seguintes motivos: a) ocorre competição entre as espécies de bactérias fixadoras de N2 com outros microrganismos (bactérias e fungos) pelos fatores de crescimento (energia + nutrientes) presentes no solo da área de produção, entre safras sucessivas de soja; b) entre os períodos de cultivo da soja (maio a outubro de cada ano) o solo agrícola passa por diferentes regimes térmicos e hídricos, aos quais os microrganismos nativos estão muito mais adaptados que as bactérias fixadoras de N2 , fazendo com que a população destas diminua face à competição descrita no item anterior; c) o custo de inoculação perante os benefícios da mesma é insignificante, correspondendo a menos de 0,5% do custo de produção da cultura, que é totalmente compensado por acréscimos no rendimento advindos dessa prática. Doses pequenas de fertilizantes, co- locadas em uma faixa de 2,5 a 5,0 cm de profundidade ao lado e ligeiramente abai- xo da semente, podem estimular o cresci- mento inicial da planta, caso as tempera- turas do solo ainda estejam baixas. As raízes não são atraídas para essa faixa de colocação dos fertilizantes. Assim, o adu- bo de semeadura deve ser colocado onde as raízes estarão. A colocação do fertilizante muito próximo ou junto à semente pode causar injúrias na planta jovem. As plantas daninhas competem com a soja por luz, água e nutrientes. Opera- ções de cultivo, uso de herbicidas, obten- ção de estandes uniformes e rotação de cul- turas são métodos úteis para controlar as plantas daninhas. O cultivador rotativo é uma ferramenta excelente para o controle inicial da planta daninha antes e logo após a emergência da soja. A inoculação das sementes com a bactéria Bradyrhizobium japonicum geral- mente não é recomendada nos EUA, a me- nos que o solo nunca tenha sido cultivado com soja ou quando o último cultivo de soja tenha ocorrido há 5 anos ou mais10 . Figura 3. Germinação e emergência.
  • 5. 7 ESTÁDIO V2 (segundo nó) No estádio V2 as plantas estão com 15 a 20 cm de altura e três nós apresentan- do folhas com folíolos desdobrados, isto é, o nó unifoliolado e os dois primeiros nós trifoliolados (Figura 4). As raízes de soja são naturalmente infectadas com bactérias de Bradyrhizo- bium japonicum que desenvolvem estrutu- ras nas raízes com formas circulares ou ovais, chamadas nódulos (Figuras 1 e 5). Milhões dessas bactérias localizam-se den- tro de cada nódulo e fornecem boa parte do nitrogênio requerido pela planta de soja, por meio de um processo natural conheci- do como fixação de nitrogênio. Através da fixação do nitrogênio as bactérias transfor- mam o N2 gasoso presente na atmosfera do solo e indisponível à planta em produtos nitrogenados que a planta de soja pode usar. Em troca, a planta fornece o suprimento de carboidratos para as bactérias. Uma re- lação como essa, onde as bactérias e a planta lucram uma com a outra, é denominada relação simbiótica. Os nódulos que fixam nitrogênio ativamente para a planta mos- tram-se internamente com coloração rosa ou vermelha, porém, são brancos, marrons ou verdes se a fixação de N2 não estiver ocorrendo (Figura 6). Em condições de campo, a forma- ção de nódulos pode ser vista logo após a emergência (VE), porém, a fixação de ni- trogênio de maneira mais ativa começa pró- ximo aos estádios V2 a V3. Depois disso, o número de nódulos formados e a quantida- de de nitrogênio fixada aumenta até apro- ximadamente R5.5 (no meio de R5 e R6), quando diminui bruscamente. Guias de Manejo para V2 A adubação nitrogenada da soja não é recomendada porque geralmente não au- menta o rendimento de grãos. O número total de nódulos radiculares que se forma diminui proporcionalmente com as quan- tidades crescentes de N aplicado. Além dis- so, o adubo nitrogenado aplicado a uma planta de soja com nódulos ativos os tor- nará inativos ou ineficientes, proporcional- mente à quantidade de N aplicada. Assim, a planta de soja pode utilizar tanto o N fi- xado pelas bactérias quanto o N existente no solo (mineralizado e N do fertilizante), porém, o N do solo é mais utilizado que o N fixado, se disponível em grandes quan- tidades. Figura 4. Planta de soja no estádio V2. Figura 6. Nódulos radiculares em uma planta de soja no estádio V2; no detalhe, um nódulo ativo fatiado, com colo- ração vermelha típica. Figura 5. Raízes com nódulos de uma planta de soja no estádio V2. No estádio V2 as raízes laterais proliferam-se rapidamente nos primeiros 15 cm de solo entre as linhas de plantas. No estádio V5 já ocupam completamente o solo situado entre as linhas. Em razão des- sas raízes estarem crescendo perto da su- perfície do solo, o cultivo para controlar plantas daninhas deve ser raso.
  • 6. 8 ESTÁDIOS V3 E V5 (terceiro e quinto nós) As plantas em V3 possuem 18 a 23 cm de altura e quatro nós, cujas folhas apresentam folíolos desdobrados (Figura 7). As plantas em V5 apresentam-se com aproximadamente 25 a 30 cm de altu- ra e possuem seis nós, nos quais as folhas estão com folíolos desdobrados (Figura 8). O ângulo de inserção formado en- tre a haste principal e um pecíolo foliar é chamado axila. Em cada axila foliar existe uma gema axilar (Figura 1) que é seme- lhante ao ponto de crescimento (gema api- cal) da haste principal. Porém, essa gema pode se transformar em um ramo vegeta- tivo, permanecer dormente (inativa) ou de- senvolver um agrupamento de flores e, pos- teriormente, vagens. O número de ramos que se desen- volve a partir da haste principal aumenta com os espaçamentos mais largos entre as linhas da cultura e com densidades mais baixas de plantas na linha, dependendo também do cultivar em crescimento. Em condições de campo, a planta de soja pode desenvolver nenhum ou até seis ramos. Geralmente, o ramo maior é o de inserção mais baixa na haste principal e, progressi- vamente, os ramos menores se desenvol- vem mais acima. Cada ramo desenvolve folhas trifolioladas, nós, axilas, gemas axi- lares, flores e vagens, da mesma forma que a haste principal. A Figura 7 mostra o pri- meiro ramo começando a se desenvolver na axila do primeiro nó da folha trifolio- lada. Cerca de uma semana antes do iní- cio do florescimento (estádio V5 no pre- sente artigo), as gemas axilares na parte superior da haste aparecem fechadas e co- meçam a desenvolver agrupamentos de flo- res chamados rácemos. Um rácemo é uma estrutura pequena semelhante à haste, que produz flores e finalmente vagens ao lon- go de sua extensão (Figura 21). O número total de nós que a planta pode produzir é definido em V5. Em uma planta de soja com hábito de crescimento indeterminado, o potencial de formação de nós sobre a haste principal é sempre maior que o número total de nós observado no fim do seu ciclo. Guias de Manejo para V3-V5 As gemas axilares das folhas unifo- lioladas e trifolioladas e dos cotilédones permite à planta de soja uma grande capa- cidade para se recuperar de danos, tais como Figura 7. Planta de soja no estádio V3. 11 Nota do tradutor: Nas últimas safras brasileiras de soja, esse tipo de problema tem ocorrido em estádios vegetativos mais precoces. Os produtores têm se deparado com o problema do ataque de pombas durante ou logo após a emergência das plântulas. Ao se alimentar, essa ave corta a haste abaixo do ponto de inserção dos cotilédones, causando a morte das plântulas e resultando em significativas falhas de estande. 12 Nota do tradutor: Devido às caraterísticas da planta com hábito de crescimento indeterminado, e por tradição trazida pela cultura do milho, nos EUA os produtores trabalham com maiores espaçamentos. No Brasil, os espaçamentos entre linhas variam de 40 a 60 cm. os causados pelo granizo. O ápice da haste principal, ou gema apical de crescimento, normalmente exibe dominância sobre as ge- mas axilares laterais durante o crescimen- to vegetativo da planta. Se o ápice da haste é cortado ou quebrado, as gemas axilares restantes ficam livres dessa dominância apical e os ramos crescem profusamente. Portanto, a planta possui a habilidade de produzir novos ramos e folhas após a des- truição pelo granizo, recuperando pratica- mente toda folhagem. Cortando-se a plan- ta abaixo do nó cotiledonar ela morrerá, isto porque não há nenhum broto axilar abaixo desse nó11 . ESTÁDIO V6 (sexto nó) Plantas no estádio V6 têm 30 a 35 cm de altura (Figura 9). Nesse estádio, sete nós têm folhas com folíolos desdobra- dos e as folhas unifolioladas e os cotilédones já podem ter senescido e caído. Novos es- tádios de V aparecem agora a cada 3 dias. As raízes laterais estão completa- mente presentes no solo entre as linhas de plantas espaçadas a 75 cm12 . Se 50% de folhas forem perdidas no estádio V6, o rendimento será reduzido em aproximadamente 3%. Figura 9. Planta de soja no estádio V6 apre- sentando ramificação. Figura 8. Planta de soja no estádio V5.
  • 7. 9 Os oito estádios R (reprodutivos) são divididos em quatro partes: R1 e R2 des- crevem o florescimento; R3 e R4 o desen- volvimento da vagem; R5 e R6 o desenvol- vimento da semente e R7 e R8 a maturação da planta. O crescimento vegetativo e a produção de novos nós continuam durante alguns estádios reprodutivos, de modo que, nestes, os estádios de R1 a R6 descrevem melhor o desenvolvimento da planta. Nes- te artigo, a descrição para cada estádio R refere-se apenas ao início do respectivo es- tádio. O desenvolvimento geral e a dura- ção dos períodos de crescimento vegetativo, florescimento, desenvolvimento da vagem e enchimento da semente, durante os está- dios reprodutivos, estão esquematizados na Figura 10. ESTÁDIO R1 (início do floresci- mento) R1 - uma flor aberta em qualquer nó so- bre a haste principal (Figura 11) As plantas em R1 estão com 38 a 46 cm de altura e apresentam-se nos está- dios vegetativo V7 a V10 (7 a 10 nós com- pletamente desenvolvidos)13 . O floresci- mento começa entre o terceiro e o sexto nó da haste principal, dependendo do estádio V no momento do florescimento, progre- dindo para cima e para baixo. Os ramos começam a florescer alguns dias depois da haste principal. O florescimento em um rácemo ocorre da base para o topo (Figura 12). Dessa forma, as vagens da base do rácemo são sempre mais maduras que as vagens do ápice (Figura 21). O floresci- mento e a frutificação ocorrem principal- mente em rácemos primários, mas os ráce- mos secundários podem se desenvolver ao lado do rácemo primário na mesma axila. O florescimento atinge o auge entre os es- tádios R2.5 e R3, completando-se ao redor do estádio R5. Em R1, as taxas de crescimento ver- tical da raiz aumentam incisivamente e permanecem relativamente altas nos está- dios R4 a R5. A proliferação de raízes se- cundárias e pêlos radiculares até a profun- didade de 23 cm no solo também é grande durante esse período, porém, as raízes nes- sa zona geralmente começam a se degene- rar depois disso. Estádios Reprodutivos e Desenvolvimento Figura 10. Desenvolvimento e duração dos períodos de crescimento vegetativo, florescimento, desenvolvimento da vagem e enchimento da semente. * Desenvolvimento da altura da planta e dos nós. Figura 12. Início do florescimento nos rácemos.Figura 11. Planta de soja no estádio R1. 13 Nota do tradutor: Nas condições brasileiras, a cultura da soja é manejada para que no início do florescimento as plantas apresentem, pelo menos, 60 cm de altura, considerada como mínima para viabilizar a colheita mecânica com o mínimo possível de perdas. O número de nós vegetativos formados até esse estádio é variável em função do cultivar, do ambiente e das práticas culturais adotadas. Est. R R1 R2 R3 R4 R5 R6 R7 R8 Dias 0 10 20 30 40 50 60 70
  • 8. 10 ESTÁDIO R2 (pleno florescimen- to) R2 - flores abertas em um dos dois nós superiores da haste principal com folha completamente desenvolvida (Figura 13) As plantas em R2 têm 43 a 56 cm de altura e estão nos estádios V8 a V12. Nessa fase, a planta acumulou somente cer- ca de 25% de sua matéria seca final e nu- trientes, atingiu aproximadamente 50% de sua altura final e desenvolveu cerca de me- tade do número total de nós14 . Esse estádio marca o início de um período de rápido e constante acúmulo diário das taxas de ma- téria seca e de nutrientes pela planta, que continuará até logo após o estádio R6 (Fi- guras 38 a 41). Essa rápida acumulação de matéria seca e nutrientes pela planta intei- ra inicia-se nas partes vegetativas (folhas, hastes, pecíolos e raízes), deslocando-se gradualmente para as vagens e sementes em formação, enquanto as partes vege- tativas finalizam o seu desenvolvimento. Além disso, a taxa de fixação de nitrogê- nio pelos nódulos radiculares também au- menta rapidamente no estádio R2. A Figu- ra 14 mostra que um grande número de nódulos radiculares pode se desenvolver em uma única planta. Nesse estádio, o sistema radicular apresenta-se completamente desenvolvido no espaço entre linhas de 102 cm (40 pole- gadas), com várias raízes laterais direcio- nando o seu crescimento para baixo. Essas raízes, junto com a principal, continuam se aprofundando no perfil do solo até logo após o estádio R6.5. Se 50% de folhas forem perdidas no estádio R2, o rendimento será reduzido em aproximadamente 6%. Figura 13. Planta de soja no estádio R2. Figura 14. Elevado número de nódulos radi- culares formados numa única plan- ta de soja. 14 Nota do tradutor: O comportamento descrito pelos autores é válido somente para os cultivares com hábito de crescimento indeterminado, tais como IAC Foscarim 31, IAC-16 e Ocepar 3, cuja altura de planta e número de nós vegetativos no estádio R2 podem ser maiores que os apresentados neste artigo. No Brasil, predominam os cultivares com hábito de crescimento determinado, que no estádio R2 acumulam cerca de 87% a 90% de sua altura e matéria seca finais.
  • 9. 11 ESTÁDIO R3 (início da formação da vagem) R3 – vagem com 5 mm de tamanho em um dos quatro nós superiores da haste principal com folha completamente de- senvolvida (Figuras 15 e 16)15 As plantas em R3 apresentam-se com 58 a 81 cm de altura e estão no estádio V11 a V17. Nesse período é comum en- contrar vagens em desenvolvimento, flo- res murchas, flores abertas e botões florais na mesma planta16 . As vagens em desen- volvimento localizam-se nos nós mais bai- xos da haste principal, onde o florescimento se iniciou primeiro. Se as densidades de plantas forem adequadas, o rendimento (peso total de se- mentes) pode ser dividido em três compo- nentes: o número total de vagens produzi- das por planta, o número de sementes pro- duzidas por vagem e o peso por semente (tamanho da semente). Aumentos ou de- créscimos de rendimento podem ser justi- ficados pelo aumento ou diminuição de um ou mais desses três componentes. Geralmente, a maioria dos ganhos na produção resulta de aumentos no número total de vagens por planta, principalmente quando se obtêm maiores rendimentos. Os limites superiores para o número de semen- tes por vagem e tamanho da semente são definidos geneticamente, porém, esses dois componentes ainda podem variar o sufi- ciente para produzir aumentos considerá- veis de rendimento. Condições estressantes, como tem- peratura alta ou deficiência de umidade, reduzem o rendimento devido à redução em um ou mais dos componentes. As reduções em um dos componentes de produção da planta, porém, podem ser compensadas por outro componente. Assim, as produções não são alteradas significativamente. O com- ponente do rendimento da planta que será reduzido ou aumentado depende do está- dio reprodutivo em que a soja se encontra quando ocorre o estresse. Conforme a plan- ta de soja se desenvolve do estádio R1 ao R5.5 diminui a sua habilidade para com- pensar as perdas decorrentes de uma con- dição de estresse, aumentando assim o po- tencial de redução da produção causada pelo estresse. Guias de Manejo para R1-R3 Nas condições do Cinturão do Mi- lho, nos EUA, aproximadamente 60% a 75% de todas as flores de soja produzidas abortam e, portanto, não contribuem para a produção. Cerca de metade desse aborto ocorre antes das flores se desenvolverem em vagens jovens e a outra metade é devi- do ao aborto da vagem. A produção exce- dente de flores e vagens e o longo período de florescimento (de R1 a R5) é desejável, pois permite um certo grau de escape a pe- quenos períodos de estresse. As condições de estresse (que causam altas taxas de abor- to) de R1 a R3 geralmente não reduzem muito o rendimento porque, para compen- Figura 15. Planta de soja no estádio R3 (deta- lhe do 4º nó superior da haste prin- cipal com três vagens jovens). Figura 16. Planta de soja no estádio R3. 15 Nota do tradutor: No Brasil, os produtores de soja identificam esse estádio como a fase de formação de “canivetes” ou “canivetinhos”. 16 Nota do tradutor: Comportamento típico de plantas de soja com hábito de crescimento indeterminado. sar, algumas flores (e suas respectivas va- gens) ainda podem ser produzidas até o es- tádio R5. Além disso, o estresse nesses es- tádios pode resultar em um aumento no número de sementes por vagem e no peso por semente, que também ajuda a compen- sar o abortamento das flores e das vagens jovens. Os pesquisadores e os agricultores ainda não conseguiram aproveitar todo o potencial da planta de soja. Práticas como adubação, espaçamento reduzido, estande adequado, irrigação e controle das plantas daninhas são tentativas para reduzir a taxa de abortamento de flores e de vagens e au- mentar, assim, a produtividade.
  • 10. 12 ESTÁDIO R4 (vagem formada) R4 – vagem com 2 cm de comprimento em um dos quatro nós superiores da has- te principal com folha completamente de- senvolvida (Figuras 17 e 18) As plantas em R4 apresentam-se com 70 a 100 cm de altura e estão nos está- dios V13 a V20. Este período é caracteri- zado pelo rápido crescimento da vagem e pelo início do desenvolvimento da semen- te. O período compreendido entre R4 e logo após R5.5 é um período de rápida e constante acumulação de matéria seca pe- las vagens. Algumas vagens localizadas nos nós mais inferiores da haste principal já se encontram com o seu tamanho final ou pró- ximo dele, porém, a maioria atingirá esse tamanho no estádio R5 (Figuras 18 e 25)17 . Normalmente, as vagens atingem o maior comprimento e largura antes das sementes começarem a fase de rápido desenvolvi- mento (Figura 27). Assim, próximo ao fi- nal desse período, algumas sementes den- tro das vagens localizadas nos nós inferio- res iniciam rápido crescimento. As últimas flores que ocorrem na planta localizam-se na extremidade da has- te principal, onde surge um rácemo floral (Figura 20)18 . Esse rácemo consiste de flo- res axilares agrupadas na extremidade da haste. O florescimento nos nós superiores dos ramos também ocorre por último na planta. Guias de Manejo para R4 O estádio R4 marca o início do pe- ríodo mais crítico de desenvolvimento da planta quanto à determinação do rendimen- to em sementes. Estresse (umidade, luz, de- ficiências nutricionais, geada, acamamen- to ou desfolha), ocorrendo a qualquer mo- mento entre os períodos de R4 a logo após R6 reduzirá mais a produção do que a ocor- rência do mesmo estresse em qualquer ou- tro período de desenvolvimento. O período de R4.5 (formação das últimas vagens) a aproximadamente R5.5 é muito crítico por- que o florescimento completa-se e não pode ser compensado, uma vez que as vagens e 17 Nota do tradutor: Pelo fato de ser uma planta com hábito de crescimento indeterminado, é evidente o desenvolvimento total das primeiras vagens localizadas no terço inferior da haste principal, onde iniciou-se o florescimento. 18 Nota do tradutor: Provavelmente, o cultivar de soja utilizado pelos autores deste artigo apresenta hábito de crescimento semi-determinado, isto é, característica de planta intermediária entre os hábitos de crescimento determinado e indeterminado. Figura 19. Corte longitudinal de uma vagem jovem de soja. Figura 17. Planta de soja no estádio R4. Figura 18. Haste principal da soja com vagens no estádio R4.
  • 11. 13 sementes novas são mais propensas a abor- tar sob estresse que as vagens e sementes mais velhas19 . As perdas de produção ocor- ridas nesse período devem-se principalmen- te à redução no número total de vagens por planta do que à redução no número de se- mentes por vagem ou no tamanho da se- mente. De fato, o tamanho da semente pode compensar um pouco se as condições de crescimento forem favoráveis após R5.5. Porém, a compensação através do tamanho da semente é limitada geneticamente. As- sim, a planta possui limitadas habilidades em compensar o aborto de flores e vagens causado por estresses ocorridos nos está- dios de R4.5 a R5.5. Quando possível, deve-se irrigar a lavoura nesses períodos cruciais para ga- rantir umidade adequada. Figura 20. Rácemo floral de soja na extremidade apical da haste principal. Figura 21. Rácemo floral com vagens em for- mação. Figura 22. Seqüência do desenvolvimento das vagens de soja. 19 Nota do tradutor: A ocorrência de veranicos nessa fase reprodutiva é que tem causado as maiores quebras de safra de soja em muitas regiões brasileiras.
  • 12. 14 ESTÁDIO R5 (início da formação da semente) R5 – semente com 3 mm de tamanho em um dos quatro nós superiores da haste principal com folha completamente de- senvolvida (Figuras 23, 24, 25 e 26) Plantas em R5 têm 75 a 110 cm de altura e encontram-se nos estádios V15 a V23. Esse período é caracterizado pelo rá- pido crescimento ou início do enchimento das sementes (Figuras 27 e 28) e redistri- buição da matéria seca e nutrientes das par- tes vegetativas para as sementes em forma- ção (Figuras 38, 39 e 40). No início de R5, o desenvolvimento reprodutivo apresenta desde flores quase abertas até vagens contendo sementes com 11 mm de comprimento (Figura 27). Entre os estádios R5 e R6, vários eventos aconte- cem quase ao mesmo tempo. Perto de R5.5 tem-se: (1) a planta atinge seus máximos em altura, número de nós e área foliar; (2) as altas taxas de fixação de nitrogênio atin- gem o seu auge e em seguida começam a diminuir rapidamente; (3) as sementes ini- ciam um período de rápido e constante acúmulo de matéria seca e nutrientes. Logo após R5.5 ocorre o máximo acúmulo de ma- téria seca e de nutrientes nas folhas, pecío- los e ramos, iniciando a seguir a sua redis- tribuição (translocação) dessas partes da planta para as sementes em desenvolvimen- to. O período de rápida e constante acumu- lação de matéria seca na semente continua até logo após R6.5, no qual a semente está com aproximadamente 80% da sua maté- ria seca total. O rendimento em grãos depende da taxa e da duração do tempo de acúmulo de matéria seca nas sementes. Entre os culti- vares adaptados existem pequenas diferen- ças quanto à taxa de acúmulo de matéria seca, porém, com relação à duração de tem- po de acúmulo de matéria seca nas semen- tes as diferenças são maiores20 . Estresses podem influenciar tanto a taxa como a du- ração do tempo de acúmulo de matéria seca nas sementes. Guias de Manejo para R5 A demanda por água e nutrientes é alta ao longo do período de enchimento das sementes. Durante todo esse período, as Figura 23. Planta de soja no estádio R5. Figura 24. Colmos no estádio R5. Figura 25. Colmos nos estádios R4 (imagem à direita) e R5 (imagem à esquerda). Figura 26. Vagem de soja no estádio R5 retira- da do 4º nó da haste principal. 20 Nota do tradutor: De todos os nutrientes requeridos pela planta de soja, apenas o N é fixado pelas bactérias nos nódulos radiculares.
  • 13. 15 sementes adquirem aproximadamente me- tade do seu N, P e K através da redistri- buição pelas partes vegetativas da planta, e aproximadamente metade pela absorção do solo e atividade do nódulo (no caso do N). Esta redistribuição de nutrientes pelas par- tes vegetativas da planta ocorre de manei- ra independente da disponibilidade dos nutrientes no solo. As deficiências hídricas podem reduzir a disponibilidade dos nu- trientes porque as raízes não podem absor- vê-los e nem crescer nas camadas superfi- ciais e mais secas do solo. Dessa forma, par- te do P e do K deve ser colocada mais em profundidade, onde o solo estará úmido e os nutrientes disponíveis à planta21 . Se ocorrer 100% de desfolha (devi- do a granizo, por exemplo) entre os está- dios R5 e R5.5, o rendimento pode ser re- duzido em aproximadamente 75%. Condi- ções de estresse podem causar grandes re- duções no rendimento se ocorrerem entre os estádios R5.5 e R6. Reduções de rendi- mento nesse período acontecem principal- mente devido ao menor número de vagens formadas por planta e ao menor número de sementes por vagem e, em menor grau, de- vido ao menor peso por semente. 21 Nota do tradutor: Tais diferenças se devem às variações na duração dos ciclos de maturação dos diferentes cultivares. Figura 27. Rápido desenvolvimento de vagens e de sementes durante o estádio R5, com grãos de 3, 5, 7, 8, 10 e 11 mm de tamanho. Figura 28. Vista lateral de vagens e sementes em desenvolvimento durante R5. Grãos com 5, 7, 8, 10 e 11 mm de tamanho.
  • 14. 16 ESTÁDIO R6 (semente cheia) R6 – vagem contendo sementes verdes que preenchem totalmente a cavidade da vagem localizada em um dos quatro nós superiores da haste principal com folha completamente desenvolvida (Figuras 29 e 30) Plantas em R6 têm 80 a 120 cm de altura e encontram-se nos estádios V16 a V25. Devido à altura da planta e ao núme- ro de nós atingirem os valores máximos em R5.5, pequenos acréscimos nessas caracte- rísticas são evidentes entre R5 e R6. A semente em R6 ou “semente ver- de” é caracterizada por apresentar largura igual à da cavidade da vagem, porém, se- mentes de todos os tamanhos podem ser observadas na planta, nesse momento (Fi- guras 27, 28 e 31). Nesse estádio o peso total das vagens da planta é máximo22 . A taxa de crescimento dos grãos e da planta nessa fase ainda é muito rápida. Na planta, a rápida taxa de acúmulo de matéria seca e de nutrientes começa a di- minuir logo após o estádio R6, e nas se- mentes, logo após R6.5. O acúmulo de ma- téria seca e de nutrientes na planta é máxi- mo logo após R6.5, e nas sementes, próxi- mo a R7 (Figuras 38, 39 e 40). O rápido amarelecimento das folhas (senescência visual) começa logo após R6 e continua acentuadamente até R8, ou até que todas as folhas caiam. A senescência e queda foliar inicia-se nos nós inferiores da planta (região mais velha) e subseqüente- mente estende-se para cima até as folhas mais jovens. Três a seis folhas trifolioladas podem ter caído dos nós mais inferiores antes do início do rápido amarelecimento foliar. O crescimento da raiz completa-se logo após R6.5. Figura 29. Planta de soja no estádio R6. Figura 30. Colmos da soja com vagens no es- tádio R6. Figura 31. Vagem de soja no estádio R6 retirada do 4º nó superior da haste principal. 22 Nota do tradutor: No Brasil predomina o uso de cultivares precoces e semi-precoces com hábito de crescimento determinado, que são mais exigentes em ambiente. Para esses tipos de cultivares, quando ocorre veranico e/ou deficiência nutricional entre os estádios R5 e R6, as reduções no rendimento serão devidas ao abortamento das vagens em início de granação ou ao abortamento das sementes, caracterizando a formação de vagens chochas. Quando esses estresses ocorrem entre R6 e R7, também ocorrerão quedas de produção, devido às menores taxas de acúmulo de matéria seca nas sementes, determinando a formação de sementes mais leves.
  • 15. 17 ESTÁDIO R7 (início da maturi- dade) R7 – uma vagem normal na haste prin- cipal que tenha atingido a cor de vagem madura, normalmente marrom ou palha, dependendo do cultivar (Figuras 32 e 33) A maturidade fisiológica de uma semente de soja acontece quando cessa o acúmulo de matéria seca. Isso ocorre quan- do a semente (e geralmente a vagem) tor- na-se amarela ou tenha perdido completa- mente a cor verde. Embora nem todas as vagens numa planta em R7 tenham perdi- do a sua cor verde, a planta essencialmente se encontra na maturidade fisiológica por- que muito pouca matéria seca adicional será acumulada (Figuras 32 e 33). A semente de soja na maturidade fisiológica possui aproximadamente 60% de umidade e con- tém todas as partes da planta necessárias para começar sua próxima geração. A Figura 34 mostra uma vagem e grãos verdes no estádio R6, uma vagem e grãos completamente amarelos na maturi- dade fisiológica e uma vagem e grãos com cor característica para a colheita. Guias de Manejo para R6-R7 À medida que vagens e sementes amadurecem, elas ficam menos propensas a abortar. Assim, o número total de vagens por planta e o número de grãos por vagem são fixados gradualmente com a maturida- de da planta. Embora uma semente mais velha não possa abortar (cair da planta) sob condições de forte estresse, a duração do período de rápido acúmulo de matéria seca na semente pode ser encurtada, resultando na formação de sementes menores e na re- dução do rendimento. Como após R6 a planta de soja já amadurece, o potencial de redução de ren- dimento por estresse declina gradualmen- te. De R6 a R6.5 o estresse pode causar grandes reduções de rendimento, a maio- ria das vezes pela redução no tamanho da semente, mas também pela redução de va- gens formadas por planta e de grãos por vagem. Reduções de rendimento motiva- das por estresse ocorrido entre R6.5 e R7 são menores pelo fato das sementes já te- rem acumulado quantidades consideráveis de matéria seca. Estresse a partir de R7 não afeta o rendimento. A Figura 35 mostra o redireciona- mento do crescimento das folhas em dire- ção ao sol de uma planta de soja parcial- mente acamada. A tendência para acama- mento aumenta com o crescimento em al- tura das plantas. Altas populações de plan- tas, irrigação e ocorrência de chuvas tor- renciais aumentam a altura da planta e o acamamento. O acamamento reduz o ren- dimento devido a um aumento nas perdas de colheita a ao uso ineficiente da luz solar pela planta23 . Figura 35. Planta de soja acamada no estádio R6.Figura 34. Vagens de soja nos estádios R6 (ver- de), R7 (amarela) e R8 (marrom). Figura 32. Planta de soja no estádio R7. Figura 33. Colmos da soja com vagens no es- tádio R7. 23 Nota do tradutor: O acamamento é uma característica genética com expressão variável conforme o cultivar, que pode ser modificada por práticas de manejo adotadas e/ou fatores do ambiente, tais como: densidade de plantas na linha da cultura, espaçamento entre as linhas, fertilidade do solo e/ou adubações, umidade e temperatura, entre outras. Lavouras acamadas tendem a apresentar maiores índices de perdas na colheita.
  • 16. 18 ESTÁDIO R8 (maturidade com- pleta) R8 – 95% das vagens apresentam-se ma- duras (Figura 36). São necessários de 5 a 10 dias de clima seco após R8 para que a soja atinja menos de 15% de umidade A Figura 37 ilustra as mudanças de cor e de tamanho das vagens e grãos de soja a partir do estádio R6, com vagens e sementes verdes até grãos maduros pron- tos para a colheita. Na mesma figura, a se- gunda vagem e respectivos grãos, a partir da direita, apresentam cor característica para colheita, porém não atingiram a for- ma e o grau de umidade para a realização desta. Assim, cor de vagem madura nem sempre indica ponto de colheita para os grãos em seu interior. Com ambiente seco favorável a soja perderá umidade rapida- mente. Guias de Manejo para R8 Erros de baixas densidades de se- meadura, com os vazios no campo, tornam- se visíveis por ocasião da colheita. Já, altas densidades de plantio causam acamamento da lavoura, dificultando a colheita, redu- zindo, assim, o potencial de rendimento no campo. Menores estandes promovem mais ramificações, porém com menor altura de inserção de vagem. Ramificações muito carregadas de vagens tornam-se pesadas e podem quebrar facilmente, caindo ao chão. Da mesma forma, vagens muito próximas ao solo são difíceis ou, às vezes, impossí- veis de serem colhidas mecanicamente. O momento certo de colheita é muito crucial para a soja. A umidade ideal nos grãos para colheita e armazenamento é 13%. Embora a colheita possa ser iniciada com maiores porcentagens de umidade, al- guns custos com secagem serão necessá- Figura 36. Planta de soja no estádio R8. Figura 37. Seqüência de maturação de vagens e grãos de soja. Da esquerda para a direita, evolu- ção da cor verde (estádio R6) para a cor marrom (ponto de colheita). rios para um armazenamento seguro. Por outro lado, o atraso na colheita, com umi- dade abaixo de 13%, causa aumento nas perdas durante a colheita e no número de grãos danificados, e diminui o peso dos grãos para comercialização. Para reduzir perdas de colheita de- ve-se: dirigir em velocidade apropriada, conferir a abertura do côncavo, a velocida- de do cilindro, as peneiras e a velocidade do ar da ventilação. Estar certo de que as velocidades do molinete e do deslocamen- to da máquina estejam sincronizadas para diminuir as perdas por quebra na platafor- ma de corte. Regular a altura de corte para minimizar perdas. A 9 cm de altura perde- se 5% da produção, e a 16,5 cm de altura perde-se 12%.
  • 17. 19 Como a Planta de Soja Cresce A taxa de incremento de matéria seca na planta de soja é pequena no início, porém aumenta gradativamente durante os estádios vegetativos de desenvolvimento até o R1, quando aumentam o desenvolvimen- to das folhas e a cobertura do solo. Em tor- no de R2, a taxa diária de acúmulo de ma- téria seca pela planta é essencialmente constante até o gradativo decréscimo du- rante o período de enchimento das semen- tes (logo após R6), terminando após R6.5 (Figura 38). O acúmulo de matéria seca ini- cia-se nas partes vegetativas da planta, po- rém, entre R3 e R5.5 transloca-se gradati- vamente para as vagens e grãos em forma- ção (Figuras 10 e 38). A taxa de crescimento das folhas, pecíolos e hastes segue o mesmo padrão da planta como um todo até o início de forma- ção das vagens e grãos, ou seja, até aproxi- madamente R4. Logo após R5.5 a matéria seca é máxima nessas partes vegetativas, quando então inicia-se rapidamente a sua translocação para os grãos em formação. A perda de folhas e pecíolos começa entre os estádios V4 e V5, nos nós vegetativos e pecíolos mais baixos, e progride muito len- tamente para o ápice da planta até logo após o estádio R6 (Figura 38). A partir desse momento, a perda de matéria seca torna-se rápida e contínua até o estádio R8, quando normalmente todas as folhas e pecíolos caem (Figura 36). O crescimento radicular começa com a emergência da raiz primária a partir da germinação da semente. Sob condições favoráveis, a raiz primária e várias raízes laterais crescem rapidamente e podem al- cançar profundidades de 0,8 a 1,0 m no estádio V6. Durante os estádios vegetativos mais adiantados e próximo ao florescimento (de V6 a R2) o sistema radicular se expan- de na sua maior velocidade. A maior parte desse crescimento ocorre nos primeiros 30 cm de solo, desde que haja umidade ade- quada. Algumas raízes podem estar nos 2,5 cm superficiais do solo. Em R6, sob con- dições favoráveis, as raízes de soja podem atingir profundidades maiores que 1,8 m e se estender lateralmente de 25 a 50 cm. Nesse estádio, as raízes crescem muito len- tamente, porém, algumas continuam o seu crescimento até a maturidade fisiológica (R7). Parte do nitrogênio utilizado pela planta de soja é proveniente da fixação do nitrogênio do ar, realizada pela bactéria Bradyrhizobium japonicum presente nos nódulos radiculares. Essa bactéria infecta as raízes causando a produção de nódulos logo no estádio V1 (Figura 1). Ao longo dos estádios vegetativos de desenvolvimento, o número de nódulos aumenta junto com a taxa de fixação do N2 (Figura 14). Por volta do estádio R2, a taxa de fixação do N2 aumenta significativamente, atingindo o seu pico no estádio R5.5, e cai rapidamente a seguir. O florescimento inicia-se no estádio R1 com a abertura da primeira flor entre o terceiro e sexto nó vegetativo da haste prin- cipal, progredindo daí para cima e para bai- xo. As primeiras flores geralmente apare- cem na base de um rácemo (Figura 13). Com o tempo, o rácemo se alonga, enquanto novas flores aparecem progressivamente em direção ao seu ápice (Figura 21). No está- dio R5 a planta completou a maior parte do seu florescimento, porém, um pouco de flores ainda pode abrir nos ramos e nos nós superiores da haste principal. A maioria das flores de soja se autofecunda no momento ou um pouco antes da sua abertura. RESUMO Figura 38. Acúmulo total de matéria seca em diferentes partes da planta de soja. Matériaseca(1.000kg/ha) 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 V E 1 3 5 8 11 14 17 20 R 1 2 3 4 5 6 7 8 Dias após a 0 20 40 60 80 100 120 emergência Data Maio Junho Julho Agosto Setembro Estádio
  • 18. 20 Três a quatro dias após a abertura da flor, suas pétalas murcham e a vagem (fruto) começa a alongar-se. Entre 2 e 2,5 semanas após a abertura de uma flor, a va- gem formada apresenta-se com o seu com- primento máximo. O desenvolvimento das vagens na planta é rápido entre R4 e R5, pois apenas poucas vagens totalmente for- madas estão presentes nos nós vegetativos mais baixos na haste principal durante o estádio R4 (Figura 18). Muitas vagens atin- gem o tamanho final em R5 (Figuras 24 e 25) e quase todas estão completamente de- senvolvidas no estádio R6 (Figura 30). Os grãos (sementes) no interior de uma vagem não iniciam o seu rápido de- senvolvimento enquanto a vagem não te- nha atingido o seu comprimento final e os grãos se apresentem com 7 a 8 mm de com- primento. Numa planta em R5, a partir do momento em que um grão apresenta-se com 8 mm de comprimento, o mesmo inicia ra- pidamente o acúmulo de matéria seca (Fi- gura 27). Em torno de R5.5 a taxa de acúmulo de matéria seca por todas as va- gens em uma planta de soja é rápida e cons- tante. Esse rápido crescimento de todas as vagens de uma planta começa a diminuir logo após o estádio R6.5 e não é mais pos- sível de ser mensurado no estádio R7. Figura 39. Acúmulo total de nitrogênio em diferentes partes da planta de soja. Figura 40. Acúmulo total de potássio em diferentes partes da planta de soja. Grãos Pecíolos Vagens Folhas Colmos Folhas e pecíolos caídos N(%dototalacumulado) 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 K(%dototalacumulado) V E 1 3 5 8 11 14 17 20 R 1 2 3 4 5 6 7 8 Dias após a 0 20 40 60 80 100 120 emergência Data Maio Junho Julho Agosto Setembro Estádio 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 V E 1 3 5 8 11 14 17 20 R 1 2 3 4 5 6 7 8 Dias após a 0 20 40 60 80 100 120 emergência Data Maio Junho Julho Agosto Setembro Estádio
  • 19. 21 O rendimento de soja, ou seja, o peso total das sementes, pode ser descrito pela seguinte equação: Rendimento = número médio de plantas por hectare x número médio de vagens por planta x número médio de grãos por va- gem x peso médio de um grão. Uma planta de soja crescendo sem competição com outras plantas irá ramifi- car intensamente, formando uma planta com arquitetura mais aberta. Aumentando- se o número de plantas na área (densidade de plantas) aumenta-se a altura destas e a tendência ao acamamento, reduzindo-se a ramificação e o número de vagens por plan- ta. Porém, admite-se um valor ótimo para densidade de plantas visando-se mais va- gens e grãos por unidade de área. Essa den- sidade ótima de plantas difere com os cul- tivares e ambientes de crescimento. O ambiente no qual um determina- do cultivar de soja cresce influencia extre- mamente o desenvolvimento e o rendimen- to da planta. A ocorrência de estresse am- biental em qualquer estádio de desenvolvi- mento da soja irá reduzir o seu rendimen- to. Estresses tais como: deficiências nutri- cionais, umidade inadequada, danos por geada, granizo, pragas ou acamamento, causam enormes reduções de rendimento quando ocorrem entre os estádios R4 e logo após o R6. Dentro dessa faixa fenológica, o período entre os estádios R4.5 e R5.5 é especialmente sensível ao estresse. Como a planta de soja amadurece depois do R6, a quantidade potencial de redução de produ- ção causada por estresse diminui gradual- mente até o estádio R7, quando o rendi- mento não é mais afetado por este. Altos rendimentos somente são obtidos quando as condições ambientais são favoráveis em todos os estádios de crescimento da soja. Figura 41. Acúmulo total de cálcio em diferentes partes da planta de soja. Requerimentos e Absorção de Nutrientes pela Soja A planta de soja (bem como a bac- téria simbiótica associada a ela) requer os seguintes nutrientes minerais: nitrogênio (N), fósforo (P), potássio (K), enxofre (S), cálcio (Ca), magnésio (Mg), ferro (Fe), boro (B), manganês (Mn), zinco (Zn), cobre (Cu) e molibdênio (Mo). A maior parte desses nutrientes é absorvida do solo, porém, par- te do nitrogênio é obtida por meio da fixa- ção realizada pelas bactérias no interior dos nódulos e um pouco do enxofre é absorvi- do do ar (como SO2 e H2 S). Os nutrientes são absorvidos junto com a água pelas raízes da planta e movem-se no interior des- ta até as folhas e outros órgãos vegetati- vos. As quantidades de nutrientes dispo- níveis variam com o tipo de solo, profun- didade de amostragem e práticas de culti- vo, e são influenciadas pelas condições de temperatura e umidade no solo. As raízes não crescem em solo seco e a umidade deve ser adequada para que o sistema radicular possa absorver os nutrientes. Por outro lado, o excesso de umidade no solo limita a aeração das raízes, as quais necessitam de oxigênio para crescer. Os padrões de sazonalidade de acú- mulo dos diferentes nutrientes pelas dife- rentes partes da planta são apresentados nas Figuras 39, 40 e 41. As quantidades de nutrientes absorvidas pelas plantas no iní- cio da estação de crescimento são peque- nas porque as plantas são pequenas. Entre- tanto, a concentração de nutrientes em uma folha individual de plantas bem nutridas é alta durante esse período como nas folhas individuais em períodos mais adiantados. A absorção e o acúmulo de alguns nutrien- tes é contínua ao longo da estação de cres- cimento até a maturidade da planta (Figu- ra 41), enquanto a absorção de outros é completada no estádio R6 (Figura 39). Grãos Pecíolos Vagens Folhas Colmos Folhas e pecíolos caídos Ca(%dototalacumulado) V E 1 3 5 8 11 14 17 20 R 1 2 3 4 5 6 7 8 Dias após a 0 20 40 60 80 100 120 emergência Data Maio Junho Julho Agosto Setembro Estádio 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10
  • 20. 22 A redistribuição dos nutrientes mi- nerais a partir de partes mais velhas da planta para as mais novas em crescimento é a fonte primária de alguns nutrientes. Alguns nutrientes são muito móveis na planta e são prontamente translocados de um órgão velho para um mais novo. A redistribuição de N (Figura 39), P e S cons- titui-se na fonte primária desses nutrientes para os grãos em formação e resulta em sig- nificativa diminuição desses elementos nas folhas, pecíolos, hastes e vagens, durante o período mais avançado de enchimento das sementes. Entretanto, alguns nutrientes como o Ca são muito imóveis nas plantas, existindo pequena redistribuição dos mes- mos das partes mais velhas para as mais novas em crescimento. A translocação dos nutrientes móveis das folhas para as semen- tes em formação, exceto a do cálcio, faz com que este nutriente apresente-se com maior concentração nas folhas ao final do ciclo de maturação (Figura 41). A redistribuição de outros nutrien- tes na planta geralmente segue um padrão intermediário entre os extremos de alta mobilidade do N e imobilidade do Ca. P e S são muito semelhantes ao N. O K é redistribuído das partes vegetativas para as sementes em formação, porém, não é redistribuído a partir das vagens. Zn e Cu são redistribuídos, mas não na mesma in- tensidade do N. Mn, Mg, Fe, B e Mo são relativamente imóveis, mas não tanto quan- to o Ca. Diferenças marcantes quanto à mo- bilidade do Fe têm sido verificadas entre os diferentes cultivares. Uso de Fertilizantes e Manejo da Fertilidade Quando o solo não pode suprir as necessidades em nutrientes da planta, fer- tilizantes e/ou esterco podem ser adiciona- dos para atender a nutrição das plantas. A absorção de nutrientes adicionados ao solo nem sempre é um processo eficiente. Em boas condições, a recuperação do fósforo e potássio adicionados varia de 5 a 20% e de 30 a 60%, respectivamente, no mesmo ano de adubação. Entretanto, os nutrientes adi- cionados são recuperados nos anos poste- riores. Nutrientes Normalmente Deficientes 1. Nitrogênio: é fixado e prontamen- te disponível à soja pelas bactérias presen- tes no interior dos nódulos radiculares. Em áreas onde a soja nunca foi cultivada há necessidade de inoculação das sementes para suprir a planta com bactérias. A cala- gem de solos ácidos é benéfica. Em condi- ções favoráveis à fixação do N2 , a necessi- dade de adubação mineral nitrogenada é re- duzida ou eliminada. 2. Fósforo e Potássio: a disponibili- dade desses nutrientes para altos rendimen- tos de soja não é adequada em muitos so- los, de maneira que a adição de fertilizan- tes contendo esses nutrientes deve ser fei- ta. Dependendo do pH do solo a calagem pode ser necessária24 . 3. Em solos onde existam condições de deficiência nutricional, a aplicação de outros nutrientes pode ser necessária para atender os requerimentos da planta. S, Fe, B, Mn ou Zn são os elementos que ocasio- nalmente se apresentam deficientes25 . Considerações para Altos Rendimentos de Soja As figuras apresentadas neste arti- go indicam que o rendimento produzido pela planta de soja depende da taxa e do tempo de acúmulo de matéria seca. Entre- tanto, para se obter altos rendimentos, é necessário conhecer todas as práticas cul- turais compatíveis com uma produção eco- nômica, aplicadas para maximizar a taxa de acúmulo de matéria seca no grão. Considerar as seguintes práticas de manejo: 1. Calagem e adubação fundamen- tadas em amostragem e análise de solo con- fiáveis. 2. Não cultivar ou plantar em solos muito úmidos. 3. Semear em épocas recomendadas para sua região. 4. Escolher os cultivares melhor adaptados à sua região. 5. As máximas produtividades são obtidas em espaçamentos entre linhas me- nores (20-40 cm) que os ainda utilizados nos EUA, isto é, 75 a 100 cm. 6. Ajustar o estande em função do espaçamento de entre-linhas adotado. 7. Não semear muito profundo: 2 a 4 cm de profundidade é o ótimo na maioria dos solos. 8. Monitorar e controlar plantas da- ninhas, pragas e doenças sempre que pre- ciso. 9. Reduzir ao mínimo possível as perdas de colheita. 24 Nota do tradutor: Com relação aos solos brasileiros, principalmente aqueles localizados no Brasil Central (cerrado), fósforo, potássio e enxofre têm sido os macronutrientes com maior necessidade de correção via adubação, e cálcio e magnésio, via calagem, e manutenção, visando a busca de altas produtividades. 25 Nota do tradutor: Além das necessidades de correção e manutenção da fertilidade com macronutrientes nos solos brasileiros, ultimamente vem merecendo destaque a necessidade de aplicação de alguns micronutrientes, tais como B, Co, Cu, Mn, Mo e Zn. Estes podem ser fornecidos à cultura no momento da semeadura, através de fórmulas fertilizantes completas. No caso de Co e Mo, pode-se fornecê-los via semente, por ocasião do tratamento destas com fungicidas. Uma vez instalada a cultura, preventivamente os micronutrientes B, Co, Cu, Mn e Mo podem ser adicionamente fornecidos por meio da adubação foliar, quando a soja se encontra nos estádios V4 a V5.
  • 21. 23 Associação Brasileira para Pesquisa da Potassa e do Fosfato Rua Alfredo Guedes nº 1949 - Edifício Rácz Center - sala 701 - Fone/Fax: (019) 433-3254 Endereço Postal: Caixa Postal 400 - CEP 13400-970 - Piracicaba-SP - Brasil Sócios mantenedores: Potash & Phosphate Institute (USA) Potash & Phosphate Institute of Canada DEVOLUÇÃO GARANTIDA ISR - 40 - 2216/84 ENTREGUE AOS CORREIOS NESTA DATA POTAFOS A HISTÓRIA DO POTASH & PHOSPHATE INSTITUTE H Á MAIS DE 63 ANOS, o Instituto Ame- ricano de Potassa iniciava uma importan- te e única experiência de cooperação. A data era julho de 1935. O local, Washington, D.C., cerca de três blocos da Casa Branca. A pessoa falando era Dr. J.W. Turrentine, o primeiro presidente do novo Instituto e químico de grande reputação. Era autoridade mundial na produção e uso de potássio. Na ocasião falava não para grande platéia de cientistas, mas para grupo de apenas oito pessoas, o primeiro Conselho de Diretores do Instituto que se for- mava. Era grupo do alto gerenciamento das maiores empresas produtoras de potássio da época, homens de negócios realistas, com o objetivo de vender po- tássio. A mensagem do Dr. Turrentine foi curta e direta: “Cavalheiros, o uso de potássio depende do seu reco- nhecimento como nutriente de planta, que é fator agro- nômico, e da possibilidade do agricultor em comprá- lo, que é fator econômico. Assim, o uso agrícola de potássio deve ser aumentado apenas quando for re- querido pela cultura e lucrativo para o agricultor”. A indústria americana de potássio aceitou esta filosofia e, através do Instituto, por mais de 63 anos aplicou o conceito da integridade científica na direção de seus negócios. Em 1977, com a inclusão de P no programa, o nome foi mudado para Potash & Phosphate Institute... mas o enfoque científico para desenvolvimento de mercado permaneceu o mesmo. Cooperação tem sido a base fundamental. Coo- peração de milhares de pesquisadores, professores, extensionsistas, consultores e autoridades governa- mentais ligados à agricultura – com vendedores, dealers e agricultores lá no campo – na dedicada e sincera busca da verdade.