TECHDAYS 2013 : SharePoint 2013 en situation de mobilité
Gfi Expressions - N°1 - Mars 2012
1. MARÇO 2012
#
01
QUAL A VISÃO
PARA UMA CÂMARA
COMO APROVEITAR O DO SÉCULO XXI?
OUTSOURCING PARA ALCANÇAR
A ENTREVISTA COM MIGUEL LUZ
UMA MELHORIA RÁPIDA,
VICE PRESIDENTE DA CÂMARA
SUSTENTÁVEL E GRADUAL NO
O QUE AINDA NÃO FOI DITO SOBRE A MUNICIPAL DE CASCAIS
DESEMPENHO DAS ORGANIZAÇÕES
SOLUÇÃO QUE ESTÁ A MUDAR A FORMA DE
LIDAR COM A INFORMAÇÃO
expressions.gfi.pt
2. Há sempre um melhor caminho
para cada empresa.
Saber onde se quer chegar é fácil. Difícil é saber como: qual a melhor forma, a mais económica,
a mais rápida, a mais eficaz, a que mais se adequa ao momento de cada empresa. A nossa
missão é levar o seu negócio pelo melhor caminho, através de um know-how e do recurso às
Tecnologias da Informação.
E com uma relação baseada na confiança mútua, torna-se mais fácil escolher o rumo certo
para a sua empresa.
GFI.PT
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3. EDITORIAL 01
Reduzir Custos de TI
ÍNDICE ou Reduzir Custos Através das TI?
02 “Investir em TI é extremamente Nuno Santos
importante a nível de Diretor Geral Gfi Portugal
racionalização de meios, nuno.santos@gfi.pt
custos e providers.”
O
Entrevista A Miguel Luz, momento atual é de desafio e, porque Simultaneamente, processos de decisão
Vice presidente da c. m. cascais
não dizê-lo, de dificuldades. Todos relevantes nesta área, como o caso da cloud,
procuramos repensar investimentos ou por exemplo, não podem ser ignorados,
04 As Cidades do Futuro já pelo menos priorizá-los e, neste contexto, sob pena de perda de competitividade e de
existem investimentos avultados têm tendência a esforço de manutenção desajustado para a
João Prudente – IT Manager, C.M. ser avaliados cautelosamente ou mesmo organização.
Matosinhos
adiados.
Na revista semestral EXPRESSIONS, da Gfi,
06 O futuro está na Cloud: No entanto, este repensar não pode pretendemos mostrar as melhores práticas,
Obtenha vantagens acrescidas para
significar o simples abandono de uma as tendências, as mais recentes novidades,
a sua organização, salvaguardando
a segurança dos seus dados. estratégia que inclua tecnologia. Na verdade, sempre subordinadas a um tema comum,
os investimentos em tecnologias devem ser uma ligação à atualidade. É isso que damos
Francisco Gaspar
pensados numa lógica a médio e a longo a conhecer neste primeiro número, em que
prazo, mas sobretudo – e muitas vezes não apresentamos dimensões muito relevantes
09 clouds privadas e se verifica – devem saber-se aproveitar do que pode ser a nova estratégia para as
clouds públicas: todas as potencialidades dos investimentos TIC nas organizações. Em primeiro lugar,
qual a mais indicada?
já feitos. a mudança para o paradigma da cloud, a
Gonçalo Sousa opção central na gestão da informação e
As políticas públicas atuais, como o otimização de infraestrutura. Destaque
10 Compreender o Business Value recentemente apresentado “Plano ainda para duas soluções com resultados
dos Sistemas e Tecnologias de Global Estratégico de Redução de Custos diretos na otimização e gestão de sistemas
Informação das TIC na Administração Pública”, são de informação das organizações: printing
uma perspetiva financeira testemunha do compromisso público consolidation e unified communications.
João Girardi numa estratégia de aproveitamento de Mas porque as melhores práticas devem
investimentos, reduzindo custos. É hoje estar enraízadas na própria estrutura de
11 Investir em ÉPOCAS de claro que os investimentos fortes feitos gestão da organização, mostramos também
contenção: no setor, nos últimos anos, não podem a importância do IT Governance na obtenção
TCO COMO um fator de inovação continuar ao mesmo ritmo, mas é sobretudo de resultados claros e mensuráveis.
Pedro Viana necessário saber otimizar e potenciar os Caracterizamos também as vantagens do
investimentos. Simultaneamente, esta modelo de outsourcing aplicacional. Na
mudança estratégica abre caminho para EXPRESSIONS, damos ainda destaque
13 IT Governance
repensar o papel que as TIC podem ter na às melhores práticas e, neste número,
Rui Soares
organização do Estado, nomeadamente apresentamos a visão de Cascais sobre
no que respeita à oferta de serviços. uma autarquia de nova geração, ou ainda a
15 Serviços de Gestão de Por exemplo, a aposta em iniciativas de opinião da Câmara de Matosinhos sobre as
Impressão e Imagem Pay-Per-Use: empreendorismo pode ser incentivada cidades do futuro.
+ RACIONALIZAÇÃO, - DESPERDÍCIO num modelo de open government, através
Nuno Martins da disponibilização de dados públicos que São, no conjunto, diferentes formas de
podem ser transformados por privados apresentar caminhos para a materialização
17 Comunicações Unificadas em informação útil e contextualizada para de uma redução de custos e otimização de
UM NOVO PARADIGMA COLABORATIVO cidadãos e empresas. As várias experiências processos, através da tecnologia.
Nuno Martins e boas práticas internacionais são a prova do Na Gfi compreendemos os desafios atuais
sucesso neste novo modelo de governação e assumimos o compromisso de pensar
19 Os Desafios das Organizações aberta que estimula a economia. de forma diferente, procurando provar
e o Contributo do constantemente a nossa capacidade de
Outsourcing Aplicacional Mas também no setor privado, a definição compreender as questões emergentes e de
Carlos Teixeira estratégica das organizações para o futuro fornecer soluções inovadoras, otimizadas e
próximo não pode passar ao lado da eficazes. Estamos seguros em demonstrar
Revista EXPRESSIONS - Gfi Portugal tecnologia. A otimização das infraestruturas que a tecnologia tem de ser sempre parte
Periodicidade semestral existentes, ou a disseminação das melhores integrante da estratégia de racionalização e
Avenida 5 de Outubro, nº 35, 6º Piso, práticas, deverão estar partilhadas e otimização nas organizações, e sobretudo de
1050-047 Lisboa – Portugal
gfi.pt claramente alinhadas em toda a organização. crescimento.
4. 02 ENTREVISTA
Investir em TI
é extremamente importante
a nível de racionalização de meios,
custos e providers.
Entrevista a Miguel Luz,
Vice Presidente da C.M. Cascais
Construir uma estratégia coerente para transformar Cascais num “Município
Inteligente” é o desafio atualmente em curso no concelho. Miguel Luz, Vice
Presidente da Câmara Municipal fala-nos da estratégia do Município e dos
objetivos de aproximação do Município aos seus habitantes, empresários e
visitantes e de dotar Cascais com serviços públicos mais céleres, ágeis, simples,
adequados, disponíveis e acessíveis.
5. 03
Quais os princípios básicos de alguma forma os drivers que podem ser o Dada a semelhança de necessidades entre
transformação do município que acredita motor da mudança e o facto de aderirmos Municípios, como encara o cenário de
poderem ser mais facilmente conseguidos motivou a organização para investir, fazer partilha de recursos e a adoção de soluções
com o apoio das TI - Tecnologias de algo diferente. Para além do Simplex em economia de escala em áreas como
Informação? Autárquico, queremos ir mais além e, nesse telecomunicações, acesso à internet,
sentido, já temos o caminho muito bem equipamentos, redes etc?
Penso que há dois males nacionais que definido. No 1º semestre de 2012 vamos
Portugal tem vindo a enfrentar: um é a proceder à desmaterialização completa Investir em TI é extremamente importante
inveja e o outro a suspeição. Relativamente da área do urbanismo, a área com mais a nível de racionalização de meios, custos
à inveja, não podemos fazer nada contra ela, interação do Munícipio com o Cidadão. A e providers. Hoje em dia temos banda
mas em relação à suspeição podemos ser estratégia é simples: envolver os técnicos, larga nas escolas e em dezenas de edifícios
mais transparentes, mais eficientes e tornar funcionários e o Cidadão e posteriormente municipais. Temos os nossos serviços,
mais eficazes os processos de decisão. E aí as empresas de Tecnologias de Informação. temos parceiros, temos as juntas de
as TI podem ter um papel preponderante As empresas que queiram trabalhar numa freguesia e empresas municipais. Portanto,
porque permitem redesenhar modelos, autarquia, como a de Cascais (5ª maior do a contratação e a consolidação deste tipo
dar acesso ao processo de decisão ao país), têm de ser muito competentes e ter de sistemas, integrando tudo numa mesma
utilizador final. Assim, os munícipes e os em conta o desafio em questão, pela escala, plataforma, permite ganhar economias de
cidadãos podem ter acesso à forma como pelo volume de trabalho, pela quantidade escala que podem ser muito interessantes
tomamos essa decisão: se foi um não, um de agentes, funcionários e máquinas e, no cenário económico que o país vive,
sim, um deferido, um indeferido. Ou seja, envolvidos, que obriga a outro esforço e este tipo de consolidações pode gerar mais-
as TI podem trazer transparência. Numa outra responsabilidade. É esse o desafio valias. A negociação coletiva e a negociação
segunda linha, podem tornar mais eficiente que temos feito às empresas que querem em rede, pode criar sinergias que são
o processo, redesenhá-lo, tirar componentes trabalhar connosco nesta área. Portanto, necessárias às autarquias como ao País neste
que sejam anacrónicas, que sejam gorduras a estratégia é esta: envolver, envolver, momento.
que o processo tem. E numa terceira linha, envolver seja os técnicos, as empresas, os
permitir maior usabilidade para o utilizador. decisores políticos, desde que todos estejam
E é nestas três linhas - o utilizador final, o envolvidos numa coligação forte geradora de
próprio processo em si e o utilizador do mudança.
ponto de vista de prestador de serviços - que
uma autarquia pode ganhar mais recorrendo A situação económica do país pode
às TI. Não recorrendo por recorrer, mas sim condicionar ou potenciar esta estratégia?
com critério e estratégia. Não é comprar,
nem gastar, é investir: investir no futuro, na Pode condicionar, na medida em que pode
perenidade de uma organização. não haver meios financeiros alocados ou
disponíveis para o investimento das TI.
Quais os objetivos de curto e médio prazo e Temos que ter sempre em conta que o Utilize o código QR
qual a estratégia para os atingir? investimento em TI pode ter retorno a médio e veja o vídeo completo
prazo, nomeadamente a nível da redução de da entrevista
Fomos das primeiras autarquias que, em custos. Por outro lado, as TI também podem
conjunto com o governo, aderiram ao ser máquinas para encontrar novas fontes de
Simplex Autárquico. Penso que esse tipo receita para a autarquia.
de iniciativas de caráter nacional são de
6. As Cidades do Futuro
já existem
João Prudente
IT Manager, C. M. Matosinhos
responder a objetivos de sustentabilidade, O modelo Smart City é um modelo global
habitabilidade, igualdade social e de de desenvolvimento urbano sustentável
oportunidades, através da inovação amplamente aceite. Todavia, as políticas
A combinação de sucessivos pequenos
passos pode-nos levar a criar as
cidades do futuro, de uma forma natural
tecnológica e de design. Neste contexto,
as novas Smart Cities deverão conseguir
assegurar uma melhor resposta na relação
para a concretização destes objetivos
diferem e permitem perceber que se torna
necessária uma análise ponderada sobre
e inteligente. Aliar competitividade com com os Cidadãos e empresas, com soluções qual a melhor forma de endereçar cada
desenvolvimento urbano sustentável será suportadas por modelos mais eficientes e um dos vários desafios, da conetividade à
o desafio central para a construção destas com melhor utilização das Tecnologias da mobilidade.
cidades. Informação.
Apesar de Matosinhos
Sendo as Smart Cities “sistemas de O MODELO SMART CITY É UM MODELO GLOBAL DE não se encontrar ainda
sistemas”, torna-se necessário trabalhar DESENVOLVIMENTO URBANO SUSTENTÁVEL AMPLAMENTE listada no ranking anual
na integração dos mesmos e racionalizá- ACEITE. TODAVIA, AS POLÍTICAS PARA A CONCRETIZAÇÃO DESTES europeu de Smart Cities
los, começando ao nível de equipamentos OBJETIVOS DIFEREM E PERMITEM PERCEBER QUE SE TORNA (www.smart-cities.
pessoais, depois de edifícios e, finalmente, NECESSÁRIA UMA ANÁLISE PONDERADA SOBRE QUAL A MELHOR eu), temos prosseguido
de cidades completas e regiões urbanas. FORMA DE ENDEREÇAR CADA UM DOS VÁRIOS DESAFIOS, DA um trabalho de fundo
No fundo, trata-se de trazer o velho CONETIVIDADE À MOBILIDADE. na concretização de
chavão das Tecnologias de Informação, a boas práticas, inspirado
“integração”, para o mundo do planeamento nestes conceitos. Os resultados são visíveis
e desenvolvimento urbano. Nos últimos anos, este modelo de Smart nomeadamente no reconhecimento com
Cities tem sido desenvolvido e aperfeiçoado o “Prémio Boas Práticas no Setor Público
Num modelo também partilhado pelo MIT e várias cidades têm apostado em responder 2010”, na categoria de “Prémio de Serviço ao
- Massachussets Institute of Technology, a um conjunto de métricas comuns que Cidadão”.
espera-se que a comunicação entre os vários incluem indicadores económicos, educação,
sistemas e a sua interligação - por exemplo, governo e serviços públicos locais, Foi para debater as diferentes estratégias
de mobilidade com sistemas de energia mobilidade, ambiente e outras métricas de de desenvolvimento sustentável que
- torne possível coordenar toda a operação nível mais genérico, no que se apelida por participámos, em Abril de 2011, numa
para alcançar eficiências e benefícios “qualidade de vida”. conferência na cidade de Hangzhou, China,
significativos. Procuram-se, deste modo,
7. OPINIÃO 05
Bicicletas e o seu bloqueio eletrónico
sobre Smart Cities, apadrinhada pelas caminha a passos largos para do milhar de milhão de
autoridades locais e nacionais e realizada ser mais “verde”, criando soluções habitantes, o que origina números
pela ABI Forums, uma organização de origem efetivas para que a população dispense de identificação com 12 dígitos por
anglo-saxónica. Esta visita permitiu-nos ter meios de transporte a combustão interna cada Cidadão! É uma experiência que tenta
acesso a um modelo de cidades e à visão de – em oposição a “plantar” tomadas para ser pragmática e, que se tiver sucesso, vai
algumas empresas, com o objetivo comum carros elétricos por toda a cidade. moldar muitas outras experiências em países
de criar cidades do futuro, mas com medidas em que as estruturas de registo estão menos
de concretização diferentes. A mobilidade é mesmo um dos temas consolidadas.
centrais numa Smart City. Um exemplo
Neste artigo, irei apresentar sumariamente simples que recordo, é a existência de Em oposição, países onde estas questões
as dimensões mais importantes para as sistemas de bicicletas comunitárias que têm estão já claramente implementadas,
cidades do futuro e, de alguma forma, sido desenvolvidos em sistemas urbanos, estudam-se formas de evoluir para o
apresentar a minha visão pessoal sobre com maior ou menor complexidade. patamar seguinte. Experiências como a
como no Oriente se estão a endereçar as Na China, um país em que uma parte identificação pelo equipamento móvel
respostas para estes desafios. significativa da população se desloca de podem ser soluções mais eficazes e com
bicicleta em pequenos trajetos, mas que otimização de custos.
A cidade de Hangzhou – nome pouco simultaneamente regista um aumento
conhecido em Portugal – assenta claramente exponencial de automóveis (e poluição Na conferência, outro dos pontos de
no modelo de economia planificada que associada), estas soluções são centrais na interesse ponderados pela China centrou-se
a China tem apostado para o crescimento estratégia de mobilidade urbana. na possibilidade dos meios de identificação
do país. É uma metrópole com uma serem simultaneamente meios de
área urbana de mais de oito milhões de Outro ponto importante a considerar nas pagamento, permitindo queimar etapas,
habitantes, sendo um importante centro cidades do futuro passa por melhorar com uma disseminação de cartões de
de produção têxtil, e um pólo dos mais a interação entre Governo e Cidadãos. débito, combinados com um documento
importantes na indústria de software chinesa A identificação e a autenticação dos eletrónico que suporta comunicações,
(não esqueçamos que de facto da existência utilizadores são pontos relevantes numa pagamentos e identificação.
do Mandarim cria uma industria por si) e estratégia de modernização Central e Local.
possui ainda vários bancos de investimento Em Portugal, a disponibilização generalizada Como conclusão, esta troca de experiências
sedeados na cidade, formando o segundo de um cartão com identificação presencial multicultural e que parte de realidades
centro urbano mais rico em PIB/Per Capita e não presencial, o Cartão de Cidadão, distintas, permitiu compreender pontos
do país. É a “Cidade da Tranquilidade”, onde permitiu a disponibilização de um conjunto claramente comuns, que passam pela
Governo Local (e Central) estão a apostar no alargados de serviços ao nível central e convergência (de sistemas, de soluções), de
conceito de Smart. também em diversos municípios, nos quais estratégias de mobilidade e, finalmente, de
se incluem Matosinhos. Internacionalmente, forma a disponibilizar serviços e melhorar a
O primeiro ponto comum registado nas este ainda é um tema de discussão, já que relação Estado-Cidadão/Munícipe.
várias intervenções foi a concordância para em vários países não existem identificações
um modelo de evolução natural, gradual, centralizadas, sendo levantadas questões Sem dúvida que, em cidades como
certamente com algumas ruturas, mas relacionadas com os limites éticos da Hangzhou, na China, já se estão dar
obedecendo a necessidades orgânicas. identificação. passos significativos no modelo de cidades
Políticas como a desenvolvida, por exemplo, inteligentes. Faltam ainda soluções eficazes
no Dubai, com a criação de infraestruturas, Neste contexto, no continente Asiático, que permitam a identificação do Cidadão
nem sempre utilizadas de forma inteligente, as experiências são diferentes. Enquanto perante o Estado, as Utilities e os Serviços.
contradizem este conceito de Smart Cities. na China as iniciativas estão a ser
implementadas a um nível regional, na
Na linha da “evolução gradual” inclui-se, Índia encontra-se atualmente em curso um
por exemplo, a Cidade de Amesterdão que processo muito complexo de identificação
8. 06
O FUTURO
ESTÁ NA CLOUD:
OBTENHA VANTAGENS
ACRESCIDAS
PARA A SUA ORGANIZAÇÃO,
SALVAGUARDANDO A
SEGURANÇA
DOS SEUS DADOS.
9. TEMA 07
Francisco Gaspar
francisco.gaspar@gfi.pt
O Cloud Computing tem sido comparado
à proliferação precoce da eletricidade.
Empresas e cidades não queriam produzir
O que é o Cloud Computing?
A designação Cloud Computing teve a sua
de dados e o processamento dos mesmos
são efetuados de forma remota nos
grandes servidores. A rede da Amazon,
ou confiar na sua própria fonte de energia origem a partir dos diagramas de rede, por exemplo, já oferece este serviço onde
e, deste modo, ligaram-se a uma rede em que se usava uma nuvem (cloud) para o utilizador pode, mediante pagamento
energética maior, apoiada e controlada por representar a Internet na gestão e oferta de uma determinada taxa, requisitar
empresas de eletricidade. Com esta ligação de aplicações, dados e na informação armazenamento de dados e até mesmo, a
a outros fornecedores de eletricidade disponibilizada como um serviço. utilização de máquinas virtuais completas,
obtiveram uma redução de custos, para de forma totalmente remota.
além de melhor acesso e de confiança no Este serviço possibilita a utilização de
fornecimento do serviço. memória de armazenamento e de cálculo A vantagem principal deste modelo passa
através de computadores e servidores assim pela disponibilidade e flexibilidade,
Segundo um estudo, com 895 inquiridos, partilhados e interligados pela rede, de já que elimina a necessidade de grandes e
realizado pelo Centro de Pesquisa Pew & forma a ser acedido em qualquer lugar, dispendiosos datacenters próprios, que, em
American Life Project e Elon University, a qualquer altura, sem necessidade de muitos casos, têm picos de consumo muito
71% afirmam que, em 2020, a maioria hardware específico ou de armazenamento. esporádicos.
das pessoas não vai realizar um trabalho
localmente no seu PC. Em vez disso,
vão trabalhar em aplicações baseadas A Segurança em Cloud
Benefícios do Cloud
na Internet (como o Google Docs), e
em aplicações executadas a partir de Computing Computing
smartphones, fazendo do Cloud Computing
a forma de trabalho mais dominante na O Cloud Computing oferece uma flexibilidade Com a adoção de Cloud Computing é
próxima década. mais alargada do que em anteriores modelos necessário repensar muitos dos processos
de computação, já que permite obter de segurança atualmente adotados.
Para muitos utlilizadores, a mudança benefícios, não só na redução de custos, mas Em primeiro lugar, é necessário
necessária para trabalhar na cloud já igualmente na portabilidade e mobilidade no separar clouds públicas de clouds
ocorreu, especialmente através do uso de acesso às aplicações, permitindo às equipas privadas. Adicionalmente, as políticas e
browsers e de aplicações de redes sociais, o trabalho a partir de qualquer lugar. O consequentemente os métodos e processos
com acesso multidispositivo a servidores Cloud Computing vem ainda libertar os de segurança adotados, diferem entre
remotos, para realizar tarefas como profissionais de Tecnologias da Informação organizações, já que a tolerância ao risco é
trabalhar em documentos, seguir feeds RSS (TI), até aqui ocupados a realizar tarefas diferente em cada organização e também
(Really Simple Syndication), fazer upload de de baixa produtividade, como atualizações, nos vários setores de atividade.
fotos, vídeos, operações bancárias, comprar, instalação de patches, ou de suporte a Em clouds privadas, as políticas de segurança
vender e classificar, socializar ou atualizar aplicações. são semelhantes às adotadas pela empresa,
blogs. apenas sendo atualizadas para o novo
Relativamente a hardware, é possível a modelo. Já numa cloud pública, a política de
uma organização fazer um upgrade à sua segurança fica subordinada aos métodos e
capacidade, apenas com o custo acrescido processos adotados pelo provedor da cloud.
pelo serviço, visto que o armazenamento
10. 08
Modelos de Pontos a considerar na migração dos dados
de uma organização para um fornecedor de
Cloud Computing : serviços Cloud:
No modelo de cloud computing, é possível distinguir três tipos de “nuvens”: públicas, 1 Avalie profundamente cada aplicação.
privadas e híbridas. Nestas “nuvens” podemos incluir os serviços em três tipos: Algumas delas estão enraízadas no sistema
Information as a Service (Iaas), Platform as a Service (PaaS) e Software as a da empresa e nunca atingirão o grau
Service. (SaaS)*. necessário de conformidade e segurança.
* Aceda a expressions.gfi.pt para conhecer mais informação sobre diferentes modelos
2 Classifique os dados e determine tudo o
de cloud e as diferenças sobre os serviços disponibilizados. que são dados e processos sensíveis.
Esta etapa constitui-se como um passo
CLOUD PÚBLICA essencial para se evitarem erros na definição
do tipo de cloud escolhida.
Em clouds públicas, os serviços oferecidos estão em servidores localizados longe do
utilizador e o acesso a aplicações pode ser gratuito ou mediante pagamento, o que
3 Determine o tipo de cloud que melhor se
permite processamento e capacidade de armazenamento sem que exista instalação de
enquadra na organização.
máquinas locais.
As opções variam de “software como
serviço”, “plataforma como serviço” ou
VANTAGENS DESVANTAGENS “infraestrutura como serviço”.
Não existe investimento inicial ou custos Acesso de terceiros à informação;
de manutenção. Vantagens operacionais e dependência de serviços on-line (via 4 Escolha o modelo de oferta.
de segurança de dados (acesso de backup, Internet). Integração com sistemas Pode ser cloud privada, cloud pública ou
etc.), já que os serviços se encontram proprietários. cloud híbrida (ver caixa).
sobre a responsabilidade do fornecedor.
Como resultado, o risco de adotar uma 5 Especifique uma arquitetura para a
nova tecnologia é bastante baixo e o plataforma.
retorno de investimento é mais rápido. Esta especificação deve incluir requisitos
para computação, armazenamento, backup,
roteamento de rede, virtualização e
CLOUDS PRIVADAS hardware dedicado.
Em clouds privadas, a plataforma encontra-se no interior das instalações do cliente
que, habitualmente, não presta serviços a terceiros. Em geral, uma cloud privada é uma 6 Especifique cuidadosamente todos os
plataforma com hardware único, ou seja, com recurso a máquinas de armazenamento e serviços de segurança.
infraestrutura de rede (IaaS). Pode também permitir a implantação de plataformas (PaaS) Todos os requisitos devem estar bem
e até mesmo de software (SaaS). descritos, incluindo firewalls, deteção de
intrusões, controlo de identidade, prevenção
VANTAGENS DESVANTAGENS para a perda de dados, criptografia, buscas
Localização dos dados dentro da Maior investimento inicial em por vulnerabilidades, entre outros.
empresa, possibilitando maior segurança. infraestrutura física, sistemas de
Integração de serviços. virtualização, largura de banda e de 7 Confira, cuidadosamente, todas as
segurança, e mais custos de manutenção, políticas do fornecedor de Cloud Computing
com um retorno de investimento para verificar se tudo está enquadrado nos
mais lento. requisitos da empresa.
Este fator varia consideralvelmente entre os
diferentes fornecedores.
CLOUDS HÍBRIDAS 8 Analise bem o fornecedor de serviços.
O modelo de cloud híbrida passa pela combinação de aplicações locais com uma cloud
A avaliação deve levar em conta se o
pública. Isso permite que uma empresa mantenha o controlo das suas principais
fornecedor se encontra geograficamente
aplicações, alavancando a computação em cloud
disperso, se os datacenters têm os padrões
onde se justificar.
necessários, como serem geologicamente
VANTAGENS DESVANTAGENS estáveis, se os utilizadores podem realizar
Investimento inicial moderado ao Pressupõe sempre a colocação de atribuição de recursos de forma autónoma
disponibilizar serviços on demand. informação em clouds públicas, e se o fornecedor tem capacidade suficiente
Em qualquer momento o cliente pode implicando os riscos deste modelo, se a para atender a um crescimento do
alterar o serviço, sem investimento em segurança não estiver salvaguardada. negócio. Avalie também se o provedor tem
infraestrutura. metodologia documentada para monitorizar
11. 09
o tráfego de todos os seus utilizadores,
evitando os ataques de negação de serviço
(DoS) que ocorrem sem intenção, quais são
clouds privadas e
os acordos de nível de serviço (SLAs) e a
estabilidade financeira da empresa.
clouds públicas:
Em resumo, é hoje claro que os prestadores
qual a mais indicada? De uma forma geral, pode-se afirmar
que a segurança passa sempre por
de serviços de cloud computing estão a saber estabelecer um compromisso
alavancar tecnologias de virtualização, para entre restrições e funcionalidades. Um
Gonçalo Sousa
oferecer baixo custo de acesso a recursos de goncalo.sousa@gfi.pt sistema demasiado seguro pode perder
computação através da Internet. funcionalidades e vice-versa. A cloud
privada, ao ser totalmente administrada e
A disseminação do modelo de cloud controlada pelo utilizador a todos os níveis,
computing vem possibilitar novas formas consegue oferecer os níveis de segurança
de gerir a informação, com novos modelos que se pretender, conforme a necessidade
de negócio, em que o espaço físico dos específica. Trata-se de uma questão de
dispositivos perde a importância sobre investimento próprio nas tecnologias
a conetividade no acesso e gestão da necessárias para o efeito. A cloud pública
informação. As mais recentes inovações pode ou não conseguir oferecer estes
em dispositivos móveis onde a gestão da níveis de segurança, dependendo do
informação, backups, serviços online como service provider e das políticas inerentes ao
música, filmes, se encontram integralmente
disponíveis na cloud, são exemplos claros
deste novo paradigma. O utilizador não
H oje em dia, as palavras de ordem são
flexibilidade e disponibilidade. Todos
queremos serviços flexíveis e adaptados
funcionamento da própria infraestrutura.
Adicionalmente, podem sempre surgir
erros humanos, o fator conhecido que mais
precisa de se preocupar se tem espaço perfeitamente à nossa medida, e queremo- contribui para problemas de segurança.
disponível, ou se tem a cópia física do -los disponíveis a qualquer hora. Tudo isto Nesse sentido, nem todos os aspetos
conteúdo: basta que tenha uma conta ativa e por preços mais reduzidos. Neste sentido, podem estar salvaguardados, de acordo
boa ligação web para visualizar o conteúdo. pode-se dizer que a filosofia da cloud, segue com as exigências específicas de cada um.
exatamente esta tendência. Um exemplo concreto: o utilizador de uma
Nesse sentido, importa salvaguardar uma cloud pública não escolhe as tecnologias
boa política de segurança na organização Os benefícios de adoção de uma cloud são de segurança que o service provider usa na
e que inclui a escolha de fornecedores de evidentes, apontando para uma redução sua infraestrutura. Por isso mesmo, pode
todos estes serviços, para tirar o melhor de custos diretos, nomeadamente a nível ser muito difícil responder a todos os casos
partido de uma realidade que está aí e que de equipamentos, como energéticos. Mas específicos.
pode trazer vantagens competitivas para as também nos custos indiretos existe uma
organizações que se saibam posicionar neste redução, nomeadamente em serviços e no Esta pode ser efetivamente uma das maiores
novo paradigma da computação. esforço dedicado à gestão das respetivas diferenças entre os dois tipos de cloud,
plataformas, com um aumento drástico de que pode condicionar a adoção de uma ou
flexibilidade no que respeita à exploração outra. No entanto, exatamente para não
dos sistemas. Estes benefícios são ainda contrariar a tendência da flexibilidade, com
maiores através de service providers, a criação de standards como o OVF (Open
com uma redução significativa de custos Virtual Machine Format), abrem-se portas
de equipamentos e suporte devido às para modelos híbridos que possibilitam
economias de escala. Outro benefício passa a migração de sistemas entre clouds,
por permitir que a continuidade de negócio permitindo partilhar recursos entre os dois
seja uma realidade cada vez mais acessível a modelos.
todos, sem grande acréscimo de custo e sem
complicar os projetos de IT. Quanto a valores de investimento, à medida
que os serviços de cloud (privada ou pública)
Mas para além de todas as vantagens se tornarem mais comuns, com o aumento
enunciadas, as clouds privadas destacam-se da concorrência e também com o efeito das
das clouds públicas pela flexibilidade que economias de escala, o custo contratual, seja
permitem no que respeita à implementação por gigabyte ou consumo de eletricidade,
e personalização dos sistemas, campo será mais baixo, o que beneficiará ainda
em que quase se pode afirmar que a mais o respetivo utilizador. Face a isto, é
“imaginação é o limite”, e também pela cada vez mais claro que a tendência gradual
maior garantia que oferecem relativamente será para a migração para qualquer uma das
à privacidade da informação. soluções.
12. Compreender
o Business Value dos Sistemas
e Tecnologias de Informação João Girardi
joao.girardi@gfi.pt
uma perspetiva financeira
O s Sistemas e as Tecnologias de
Informação podem ter distintos
conceitos de valor para as organizações.
Não existem dúvidas que uma consistente
e forte infraestrutura de TI pode, a longo
prazo, ter um papel estratégico e decisivo
no ciclo de vida das organizações. De tal
forma é isto verdade que, em alguns casos,
pode simplesmente ditar a sobrevivência
da organização. No entanto, e apesar
desta eminente criticidade, na maioria
das organizações, os investimentos em TI
?
devem estar sujeitos, assim como os demais
investimentos, a um escrutínio e rigoroso
processo de avaliação e aprovação.
Talvez por isso, nas atuais organizações,
ainda é comum observarem-se distintos
conceitos de valor na altura de investir em
TI, de acordo com a perspetiva que lhe
quisermos conferir e, até mesmo, consoante
o interlocutor interno na organização.
Assim, e do ponto de vista tecnológico, os
fatores valorativos normalmente tidos em
conta nas decisões de gestão baseiam-se
em temas como a criticidade do sistema,
a gestão de risco, a utilização e upgrade
de novas funcionalidades, a velocidade
de processamento, a necessidade de
armazenamento e a interação com
os utilizadores finais. Já do ponto de
vista financeiro, o valor dos Sistemas e
Tecnologias da Informação corresponde
ao valor de negócio, e encontra-se única
e exclusivamente dependente da resposta
a uma questão – O investimento num
determinado sistema ou infraestrutura
produz o retorno suficiente para justificar os
custos incorridos?
13. separador 11
Social Networks
Investir em a bolha de investimento em redes sociais
empresariais vai rebentar;
ÉPOCAS de Supply chain
20% das aquisições de TI efetuadas à Ásia
O IMPORTANTE É QUE AS
contenção: pelos EUA virão do continente Americano;
ORGANIZAÇÕES TENHAM
PRESENTE QUE NÃO TCO COMO
CONSEGUEM OTIMIZAR
AQUILO QUE NÃO um fator de Cloud
os serviços de cloud vão canibalizar 15%
CONSEGUEM MEDIR.
inovação das receitas dos principais players de
Outsourcing;
IT and Operational Tech
Aliás, esta pergunta tem assumido cada vez
mais relevância no atual contexto económico
Pedro Viana
pedro.viana@gfi.pt
35% do orçamento para TIC será gerido
fora do departamento de TI;
em que nos encontramos. Diversos setores
(público e privados) têm adotado políticas
rigorosas de contenção e de prioritização
Mobile
o desenvolvimento de aplicações para
dos seus investimentos em TI, ou têm adiado dispositivos móveis será 4 vezes maior que
sucessivamente aqueles que não obedecem
a determinados níveis de retorno para os
acionistas, num prazo, por si, cada vez mais
É normal que, em momentos de crise, as
propostas de investimento apresentadas
aos decisores pelas direções intermédias
para desktops;
curto. sejam olhadas com maior desconfiança
Sustentability
e tenham menores oportunidades de ser 80% dos serviços de cloud começarão a
É por isso que, cada vez mais, tem sido aprovadas. Em momentos de incerteza, os cobrar um extra pelo consumo energético;
utilizada a perspetiva financeira na decisores sentem a pressão de não aprovar
hora de decidir sobre que sistemas e ou não decidir.
infraestruturas investir. Não é de espantar,
assim, que modelos de avaliação, alguns Não precisamos de procurar sinais de
até tipicamente usados em corporate incerteza, eles batem-nos à porta e estão Social SW & Collaboration
finance, sejam incluídos no processo de presentes em todas as dimensões da nossa
decisão e monitorização pela equipa de sociedade. Se analisarmos com cuidado 50% dos utilizadores de e-mail usarão um
gestão de TI das organizações: a análise as principais tendências do setor das browser, um tablet ou um smartphone para
de custo-benefício, que mede o impacto Tecnologias da Informação (TI) identificadas aceder ao e-mail;
dos benefícios tangíveis (como o aumento pela Gartner, podemos comprovar que neste
de produtividade, redução de custos setor, a imprevisibilidade é a única garantia Segurança da Cloud
operacionais, go-to-market mais rápido) e que vamos ter nos próximos anos. 40% das empresas vão exigir testes
intangíveis (como a melhoria no controlo independentes de segurança para usarem
de recursos, informação real-time, melhoria Neste contexto difícil, os decisores tendem serviços na cloud;
do nível de satisfação interno e externo, a desconfiar dos dados que sustentam os
melhoria do goodwill e da imagem cenários calculados a partir de indicadores
Security
corporativa), ou por exemplo, o Net Present de retorno do investimento ou ROI – Return o impacto do cibercrime crescerá 10%
Value, que utiliza o conceito de cash inflows On Investment de um projeto. por ano;
e outflows futuros associados a uma
determinada solução e os compara com um Em alturas de crise, o indicador mais
custo de capital mínimo para os acionistas; adequado para suportar uma decisão de Gestão de Conteúdos
ou até mesmo, o Return on Investment (ROI), investimento passa a ser o custo total de 50% das empresas Top 1000 terão
calculado tendo por base o benefício líquido posse ou TCO – Total Cost of Ownership de armazenado informação sensível para os
(ou seja o total de benefícios deduzido uma solução. Este conceito foi criado no clientes na cloud;
do total de custos e das amortizações e início dos anos 80 como forma de permitir
depreciações) sobre o investimento inicial aos decisores estimarem os custos diretos Fonte: Gartner’s Top Predictions for IT
e indiretos de soluções semelhantes que se Organizations and Users, 2012 and Beyond:
destinam a um mesmo fim, para apoiar a Control Slips Away
tomada de decisão.
14. 12 separador
a realizar, assim como a taxa e o tempo Ou seja, o ROI permite abordar a decisão Apesar do TCO ter já inúmeras utilizações,
mínimo de recuperação desse investimento de investimento num projeto do ponto de na inovação ainda não é, contudo,
(Internal Rate of Return e Payback Period); vista dos benefícios que se espera obter, considerado um indicador que fundamenta
e por fim, o Total Cost of Onwership (TCO), enquanto o TCO aborda a mesma questão oportunidades. Condicionados pela forma
popularizado pelo Gartner Group em 1987, de um ponto de vista das poupanças que se tradicional de ver os negócios, são poucas as
e que determina o total de custos diretos espera obter. ocasiões em que os decisores colocam frente
e indiretos (Capex e Opex) associados à a frente nas suas análises de investimento
aquisição de uma determinada solução e/ou Obviamente, estão associados à aplicação soluções radicalmente diferentes, como
tecnologia. do conceito de TCO as dificuldades em SAAS, Managed Services, Cloud, Mobile,
contabilizar os diversos custos, uns porque Virtualização, etc.
No entanto, se por um lado as vantagens se desconhecem - nem sabemos que
tecnológicas de implementação de soluções existem - outros porque não sabemos como Hoje em dia, o setor das TIC fornece
em TI são cada vez mais dependentes de os mensurar - porque são qualitativos - e inúmeros caminhos que podemos
regras mínimas de retorno providenciados por fim, os restantes nem entram nas contas considerar para atingir os objetivos da
por modelos financeiros, por outro, os porque serão pagos por outros. nossa organização, sejam eles de expansão,
mesmos modelos assumem algumas ou de contenção. Temos apenas de estar
limitações. De facto, estes modelos Não obstante, o conceito de TCO não perde abertos a alternativas que, até ao momento,
pressupõem o conhecimento dos diversos a sua aplicabilidade na hora de tomar desconhecíamos ou colocávamos de parte.
elementos, que ao serem difíceis de estimar, decisões que vão ter impacto no futuro.
têm níveis de incerteza e risco. A própria Porque não levar este tipo de pensamento
tecnologia está em constante mudança e Desde a sua introdução, até ao momento a todas as áreas de negócio, ou mesmo
novas soluções podem ser interessantes hoje atual, a utilização do TCO tornou-se cada porque não nos concentramos em inovação
e ultrapassadas amanhã. vez mais frequente e sofisticada e, hoje em em vez de contenção?
dia, é normal utilizar modelos complexos
É fundamental, por isso, planear. Planear na análise dos custos diretos e indiretos das
passa, obrigatoriamente e numa primeira soluções, não só os custos relacionados com
análise, por conhecer muito bem os sistemas a sua utilização, como os custos de criação
e as tecnologias que uma organização tem de condições para a utilização da solução, de
ao seu dispor. Um assessement aos sistemas suporte e de manutenção, de consumíveis,
e tecnologias de informação de uma energéticos, de formação e valorização dos
organização é, normalmente, o primeiro recursos humanos, fiscais, ambientais e
passo. A partir daqui é possível ver, não só os sociais. Deste modo, podemos considerar os
atuais custos e ineficiências dos sistemas e custos que ocorrem antes e depois da vida
infraestruturas, mas também o gap analysis útil do produto: desde a recolha da matéria
entre o que atualmente existe e o que se prima, passando pelo fabrico, até à entrega
pretende alcançar. Em seguida, é necessário do produto ao consumidor e no fim de vida,
identificar os processos de negócio que ou ainda do acondicionamento, - passando
podem ser melhorados e proceder a pelo desmantelamento - até à reintrodução
uma rápida implementação da solução, num novo ciclo de produção.
garantindo igualmente o seu controlo e
monitorização. O TCO ganhou até uma dimensão social
que extravasa o impacto direto para o
Acima de tudo, o importante é que as consumidor e considera o impacto social
organizações tenham presente que não e ambiental que tem na sociedade,
conseguem otimizar aquilo que não possibilitando a comparação, em igualdade
conseguem medir. É nesta altura que os de condições, de soluções elaboradas com
modelos financeiros usados na decisão normas ambientais e sociais muito díspares,
de investimento, que prometiam um colocando um preço à utilização abusiva de
determinado retorno num determinado recursos naturais ou ao recurso a condições
timing, são confrontados com os ganhos de trabalho socialmente inaceitáveis.
diários adquiridos após as diversas fases
da implementação da solução terem sido
planeadas e posteriormente executadas.
15. OPINIÃO 13
IT Governance
Rui Soares
rui.soares@gfi.pt
A perceção do papel das tecnologias de
informação no suporte e impulso do
negócio é paradoxal:
As Tecnologias da Informação (TI) estão cada
vez mais embebidas em todos os aspetos
da vida das pessoas, com a crescente
facilidade de comunicação, nomeadamente
através de dispositivos móveis que rompem
as barreiras entre o espaço profissional
e privado. A experiência sentida é de tal
forma rica, que estabelece uma expetativa
quanto ao funcionamento e qualidade, em
relação aos serviços recebidos em contexto
empresarial. No entanto, as organizações
têm requisitos e audiência específicos e por
isso, procuram assegurar a correspondência
entre as capacidades e recursos de
Tecnologias da Informação com os seus
objetivos de negócio.
Há ainda que endereçar respostas a
desafios, como a tendência de virtualização
do posto de trabalho e do datacenter,
a ubiquidade de acesso a informação e
aplicações, os modelos de externalização e
parcerias disponíveis.
16. 14
Governo de Tecnologias da Abordagem ao Em síntese, na procura de um governo de
Informação “Governo de TI” TI efetivo, deverão ser salvaguardadas as
seguintes dimensões:
Importa avaliar e promover mecanismos Atendendo a que projetos nesta área Em primeiro lugar, a Gestão de serviço e a
robustos de controlo e responsabilização das carecem sempre de gestão de mudança Gestão de projeto, em que se deve procurar
atividades de Tecnologias da Informação, relativamente a hábitos e métodos uma visão holística de todas as atividades
adaptados às pessoas que constituem a de trabalho, o seu sucesso depende de TI – Unified demand management, como
organização para, de forma equilibrada, do envolvimento ativo de todos os meio de organizar e gerir o esforço de TI.
sustentar investimentos adequados em intervenientes, da visão comum dos
tecnologias. objetivos e resultados, de uma linguagem Em segundo, a transformação de custos de
comum a todos e patrocínio explícito da operação em custos de capital, através de
Neste contexto, existem claras diferenças gestão de topo. A abordagem selecionada processos “preventivos”, como a Gestão de
naquilo que se pode denominar por “gestão deverá, deste modo, endereçar uma Problemas e a Gestão de Alterações.
de Tecnologias da Informação” relativamente gestão de mudança assente num plano de
a “governo de Tecnologias da Informação”. comunicação, liderado por representantes Atente-se ainda ao cumprimento da norma
Em primeiro lugar, enquanto a primeira se com autoridade na organização. ISO 20000:2011, para a certificação da
preocupa com as decisões que são tomadas, qualidade do sistema de gestão de serviço
já no segundo modelo, as preocupações Assim, a abordagem comprovada para o de TI como referência e benchmark para
estão centradas em quem toma as decisões “governo de TI” consiste nos seguintes iniciativas na área.
e como estas serão monitorizadas. passos:
É ainda de salvaguardar o alinhamento com
as últimas práticas para suportar serviços TI
Importa avaliar e promover mecanismos robustos de controlo e racionais e próximos dos utilizadores, com a
responsabilização das atividades de TI, adaptados às pessoas abordagem ITIL 2011 edition.
que constituem a organização para, de forma equilibrada, sustentar
investimentos adequados em tecnologias. E, finalmente, na questão ligada à
tecnologia, já que modelos de suporte às TI,
assentes em soluções externas à organização
Em segundo lugar, a “gestão de TI” pode ser 1 Aferição do ponto de situação, onde (outsourcing e cloud computing), são
atribuída a um fornecedor externo enquanto são identificadas as práticas em vigor atraentes por permitirem custos de
o “governo de TI” é intrínseco à organização. para a gestão de serviço, a segurança da operação previsíveis e proporcionais à
Uma vez que o “governo de TI” orienta e informação, a evolução do portefólio de utilização.
controla as atividades relacionadas com aplicações ou a avaliação do modelo de
as tecnologias, esta competência estará prestação de serviços.
forçosamente a cargo da gestão de topo.
2 Definição do caminho, onde as ações
A conjugação de estruturas funcionais e respetivas prioridades deverão
de decisão (conselhos e comités de TI), ser identificadas e justificadas para
processos (monitorização, balanced consideração e alinhamento com a
scorecards e SLAs) e mecanismos de estratégia da organização.
relacionamento (parcerias, grupos de
trabalho), contribuem para a efetivação do 3 Escolha do modelo de implementação,
“governo de TI”. onde é selecionado o modelo de
implementação para consequente
planeamento e implementação do
programa de projetos.
17. TENDÊNCIAS 15
Nuno Martins
nuno.martins@gfi.pt
O contexto atual torna central a
necessidade de reequacionar os gastos
a todos os níveis, nomeadamente aqueles
o armazenamento de inúmeras paletes de
consumíveis, e até o tempo de espera pelo
técnico de suporte quando algo corre pior
que decorrem da operação quotidiana e dos na impressão, constituem factores decisivos
sistemas de suporte ao negócio existentes na escolha de soluções que priveligiem a
em qualquer organização. eficiência e a redução de custos.
Porém, esta otimização de custos poderá ser
Quando sabemos que parte fundamental apenas o ponto de partida que possibilita
desses sistemas e consequentemente uma análise aprofundada sobre os processos
gastos, se encontra relacionada com a de gestão de fluxos de documentação. Esta
impressão e o manuseamento de suportes reavaliação inclui a forma como esses fluxos
físicos de informação - como seja o papel, - podem ser racionalizados e redesenhados,
instintivamente refletimos na forma avulsa, visando um contexto organizacional menos
e pouco ecológica que, na maioria das vezes, dependente da cópia física, com melhoradas
produzimos informação em papel. formas de gestão, partilha e arquivo, tanto
O investimento e a gestão onerosa de um na sua performance, como na flexibilidade
vasto leque de equipamentos, a gestão e de utilização.
18. 16
O QUE É
A grande evolução será a A gestão de impressão e imagem pay-per- capacidade das organizações e dos seus
crescente integração dos use é um serviço proporcionado por um fornecedores para conseguirem fazer
sistemas de impressão nas fornecedor externo especialista, que cobra coabitar, de forma eficiente, os serviços
funcionalidades virtualizadas consoante a utilização dada a esses serviços. em cloud com serviços em datacenter
em cloud. Ou seja, simplificando, o cliente paga apenas convencionais, será determinante para o
o valor do que foi realmente consumido. sucesso de ambos.
Esse preço inclui, tradicionalmente, o valor Estes novos modelos de serviço permitirão
dos equipamentos, dos consumíveis, do virtualizar grande parte dos sistemas
suporte e da manutenção pró-ativa, sendo que suportam os serviços de impressão.
os contratos estabelecidos por períodos Contudo, a grande evolução será a crescente
iguais ou superiores a 3 anos. integração dos sistemas de impressão nas
Alguns decisores podem ser tentados a funcionalidades virtualizadas em cloud.
usar a própria estrutura de TI como forma Uma aproximação a isto é, por exemplo,
de reduzir os custos resultantes dos seus a solução e-Print da HP, que proporciona
sistemas de impressão e imagem, em uma comunicação direta da impressora
detrimento de uma solução proposta por com a cloud, possibilitando impressões de
um contrato de gestão PPU – Pay per Use. múltiplos dispositivos, dispensando drivers
A resposta, baseada na experiência que e o PC.
possuímos, aponta para ganhos e poupanças Uma outra vertente de evolução das
francamente mais favoráveis ao modelo soluções de impressão passa pela segurança
externalizado de gestão PPU. Um custo e monitorização. Existe software que
menos óbvio, mas igualmente importante, permite a validação e o controlo no acesso
resulta da subutilização de impressoras e uso de funcionalidades de impressão,
quando se encontram fora de um contrato assim como soluções que fornecem
de gestão. relatórios detalhados da utilização e do
estado dos sistemas de impressão, com
A atual visão sobre a evolução da impressão dados históricos, estatísticas e análises de
no contexto empresarial, está fortemente tendência – fundamentais para garantir
associada a novas soluções de suporte, ganhos adicionais futuros.
à informação e o seu respetivo acesso:
virtualização crescente dos sistemas Em síntese, com equipamentos cada vez
e das infraestruturas, com formas de mais amigos do ambiente, económicos,
pagamento por funcionalidade ou por integrados em ambientes virtualizados e
subscrição; proliferação de serviços em com um parque de equipamentos altamente
cloud providenciados por entidades multifuncional (impressão, cópia, scan, fax,
externas; convergência da informação em e-mail), racionalizado, atualizado, suportado
múltiplos dispositivos com disponibilidade em níveis de serviço orientados ao negócio,
em tempo real e permanentemente online; com uma utilização monitorizável, flexível
independência total do local onde está e de custos controlados, estão reunidas as
alojada, e em que hardware é computada premissas para que os serviços geridos de
a informação; e, por fim, a garantia de impressão e imagem pay-per-use se tornem,
usabilidade de serviço desde o primeiro a curto prazo, quase commodities.
minuto de contratação. Os serviços PPU são, deste modo, uma
É evidente que o caminho até à opção incontornável para qualquer empresa
concretização desta visão, que já está a ser na hora de equacionar de que forma vai
trilhado, inclui a coexistência de diversos disponibilizar um sistema de impressão mais
contextos, denominados híbridos, onde a adequado e eficiente ao seu negócio.
19. TENDÊNCIAS 17
O conceito de
comunicações
unificadas emergiu, na
última década, como
uma das mais importantes
formas de otimizar a circulação
de informação e extrair o máximo da
potencialidade presente nas redes de
dados empresariais, suportadas em Internet
Protocol (IP).
um novo paradigma Fazendo convergir dados, imagem e voz
na mesma infraestrutura tecnológica e
colaborativo disponibilizando essas funcionalidades aos
utilizadores de uma forma transparente,
self-service e tão ubíqua quanto se
pretenda, as comunicações unificadas têm
Nuno Martins
possibilitado uma mudança de paradigma
nuno.martins@gfi.pt
na interação das empresas, tanto entre
os seus colaboradores, como com os
restantes stakeholders no mercado (clientes,
parceiros e fornecedores) e, a partir daí,
têm progressivamente possibilitado o
redesenho dos processos de colaboração
corporativa para modelos bem mais céleres
e produtivos.
20. 18
As comunicações unificadas têm possibilitado uma mudança
de paradigma na interação das empresas, tanto entre os
seus colaboradores, como com os restantes stakeholders
Podemos situar em 1995, com a primeira no mercado (clientes, parceiros e fornecedores) e, a partir
proposta de voz sobre IP (VoIP) da Vocaltec, daí, têm progressivamente possibilitado o redesenho dos
o arranque do desenvolvimento de um processos de colaboração corporativa para modelos bem
conjunto de tecnologias que visavam mais céleres e produtivos.
integrar o que até então eram sistemas de
comunicação perfeitamente independentes,
tanto na tecnologia como no conceito, e que Noutro plano, a convergência das Finalmente, destaque ainda para uma das
pretendiam dar resposta às necessidades comunicações faz-se em perfeita integração mais importantes e decisivas contribuições
que a dinâmica do negócio em mercados com as ferramentas de produtividade que a implementação de uma solução de
competitivos vinha requerendo: voz, fax, habituais, adicionando-lhes funcionalidade comunicações unificadas traz consigo: a clara
videoconferência, correio eletrónico, uso da e valor, mas mantendo uma experiência e mensurável racionalização dos custos de
internet, mensagens instantâneas, acesso de utilização próxima da habitual e que operação.
remoto. facilita uma rápida adoção. Deste ponto de
partida, o acréscimo de potencialidades de Esta otimização tem diferentes dimensões:
Com os avanços tecnológicos verificados soluções, como as mensagens instantâneas, a possibilidade de explorar ao máximo
nos últimos anos, estas tecnologias a visualização de presença, a chamada a capacidade da rede IP interna de uma
possibilitaram uma verdadeira unificação de vídeo com um simples click ou a organização; a capacidade de interconexão
das comunicações e atingiram um estado de transferência automática da extensão para com soluções de produtividade e de negócio
maturidade que as tornam uma verdadeira o dispositivo móvel ou outra localização fixa, da maior parte dos fabricantes; por se tratar
referência para a disponibilização de serviços possibilitarão, per si, evoluir e inculcar nos de mais uma componente da infraestrutura
de comunicação a todas as áreas e níveis de processos de negócio, comportamentos que tecnológica gerida pelas equipas de IT e não
uma empresa. otimizarão a produtividade. de uma componente estranha (em muitas
empresas a central telefónica ainda funciona
E em que se consubstancia a capacidade Outra importante vantagem da adoção como o quadro da eletricidade: “está lá
das soluções de comunicações unificadas de comunicações unificadas está na mas nele não se pode tocar”). Esta solução
de endereçarem toda a carga de trabalho capacidade de gerir comunicação síncronas é ainda facilmente escalável e permite a
associada às comunicações empresariais de (voz, vídeo), com comunicação assíncrona aceleração dos modelos de colaboração
forma mais eficiente? (mails, posts, wikis), alertando um utilizador, anytime/anywhere. Finalmente, as
nos diversos interfaces a que tem acesso, comunicações unificadas estão preparadas,
Em primeiro lugar, a possibilidade de boa das tentativas de contatos de que foi de base, para os novos desafios da Cloud
parte das soluções existentes no mercado alvo. Aliás, a possibilidade de a partir de e têm uma experiencia de utilização mais
poderem assumir toda a componente de uma credencial única no repositório de gratificante, permitindo, assim, gerar escala.
voz, prescindindo da central e mesmo da identidade da empresa (por exemplo, o
ligação tradicional aos primários de voz SIP id) a utilizar como identificador para Todos estes fatores contribuem para
podendo, inclusive, interligar-se por IP todas as formas de comunicação dentro da uma racionalização dos custos diretos
ao mundo, por exemplo através de SIP organização, vem simplificar e potenciar a de operação e, talvez ainda mais
trunking (veja-se o caso do Microsoft Lync). forma de relacionamento com os sistemas importante, são motor para o acréscimo da
A inexistência de central telefónica permite, de informação da empresa, para lá das produtividade e por conseguinte, geradores
por si, uma significativa poupança de custo, comunicações, contribuindo também para o de maior valor para a organização.
tanto no contrato, como nas qualificações reforço da eficácia da segurança.
técnicas que esses sistemas, com as suas
tecnologias proprietárias, requerem.
21. 19
Os Desafios
das Organizações
e o Contributo do
Outsourcing Aplicacional
Carlos Teixeira
carlos.teixeira@gfi.pt
Há alguns anos, contava-se a seguinte
anedota para exemplificar a dificuldade na
relação entre as consultoras e as empresas:
“Uma vez, um pastor tomava conta das suas
ovelhas, à beira da estrada.
A dada altura, chegou um homem bem
vestido e perguntou ao pastor:
- Se eu adivinhar quantas ovelhas tem, dá-
me uma?
O pastor olhou para o homem, olhou para
aquele grande rebanho ao sol e disse:
- Está certo, se o senhor adivinhar quantas
ovelhas tenho no meu rebanho, eu dou-lhe
uma.
O homem foi até ao carro, ligou o seu
computador, entrou num site da NASA, criou
uma base de dados, uns cinquenta gráficos
cheios de matrizes, mais um plano de 150
páginas, virou-se para o pastor e disse:
- O senhor tem 1.343 ovelhas aí a pastar.
O pastor respondeu:
- O senhor acertou em cheio, pode ficar com
a ovelha.
O homem segurou numa ovelha e colocou-a
no porta-bagagem do seu carro.
Então o pastor disse:
- Se eu adivinhar a sua profissão, o senhor
devolve-me a ovelha?
O homem respondeu:
- Claro que devolvo.
O pastor perguntou prontamente:
- O senhor é consultor, não é?
- Como é que adivinhou? – perguntou o
homem.
É fácil – explicou o pastor – Primeiro, porque
o senhor veio aqui sem eu o ter chamado;
segundo, porque me cobrou uma ovelha
para me dizer o que eu já sabia; e, terceiro,
porque não entende nada do meu negócio,
pois acabou por levar o meu cão, em vez de
uma ovelha.”
22. 20
UM PROJETO DE OUTSOURCING TOTAL, PODE REPRESENTAR A INICIATIVA TRANSFORMADORA,
CAPAZ DE AUMENTAR SIGNIFICATIVAMENTE OS RESULTADOS DE UMA ORGANIZAÇÃO, COM
IMPACTOS MUITO POSITIVOS NA SUA RENTABILIDADE.
Apesar de referenciar os consultores, para catalisarem a mudança, livrando‑se a entender a mudança, e neste sentido,
esta anedota adapta-se perfeitamente à de processos e operações que já não objetivos pouco claros e subjetivos não
problemática da implementação dos serviços lhes asseguram uma competitividade deverão ter lugar aqui.
de Outsourcing nas organizações. que as torne distintivas. Da mesma
forma, o Outsourcing permitirá o seu Outro aspeto fundamental para o sucesso
Até finais do século XX, a definição mais reposicionamento ou a definição de uma do Outsourcing Aplicacional é a capacidade
abrangente sobre o que era Outsourcing nova trajetória competitiva, mas também do Cliente e do Parceiro de Outsourcing
resumia-se na seguinte definição: “Adquirir para experimentar e adotar novos modelos em gerir a sua relação com simplicidade.
serviços a uma empresa exterior que de negócio. Por fim, o Outsourcing As duas partes devem aproximar-se e
atualmente a própria empresa executa ou promoverá a criação de novas mentalidades trabalhar conjuntamente de forma aberta e
que, normalmente, a maioria das empresas dentro dessas organizações. colaborativa, através da elaboração de um
fornece a si própria.” plano de acção conjunto tendo em vista a
No entanto, a implementação do resolução do problema.
No entanto, este modelo de Outsourcing Outsourcing Aplicacional por parte das
baseado exclusivamente na externalização organizações ainda não atingiu o grau Porém, uma excelente relação entre o
de funções ou áreas já existentes na de maturidade existente no Outsourcing Cliente e o Parceiro de Outsourcing é
organização, com o objetivo de reduzir de Infraestruturas. Apesar dos exemplos importante mas não é suficiente. A melhor
custos operacionais, rapidamente presentes um pouco por todo o mundo, as forma de promover um compromisso
se esgotou, deixando de ser fator de experiências e resultados demonstrados passa pela responsabilização de todos. É
diferenciação entre as empresas. por diferentes organizações, estão longe de necessário evidenciar a importância do
representar um padrão de desenvolvimento contributo de cada um para o projeto,
Na última década, o conceito de Outsourcing e sustentabilidade, tanto no âmbito técnico, permitir que tenham a oportunidade
tem evoluído no sentido da criação de como no modelo financeiro. de colocarem a si próprios objetivos
valor para as organizações, funcionando desafiadores e, acima de tudo, reconhecer
como alavanca para a sua transformação O Outsourcing Aplicacional deve basear-se o trabalho quando se superam as
e consequente adaptação às constantes num modelo de negócio que se ajuste ao expetativas. Todos devem ser incentivados a
alterações dos mercados e das sociedades. processo dinâmico de criar valor ao longo preocuparem-se mais com a sua integração
do tempo para o cliente e o fornecedor. no esforço conjunto, do que em atingir
Para conseguir um grande impacto ao Ninguém é capaz de antever todas as objetivos individuais.
nível do desempenho, uma organização mudanças que devem ser efetuadas, mas
deve concentrar-se na mudança daquilo um bom modelo deve incluir estruturas e Implementar o Outsourcing Aplicacional é
que realmente importa. As empresas processos que permitam tirar vantagem uma aposta que a Organização faz no seu
e as instituições públicas promovem da mudança. A conceção deste modelo de futuro. Esta iniciativa permitirá o avanço
pequenas mudanças todos os dias, como negócio não é tarefa fácil. Porém, o sucesso para novos mercados, enfrentar novos
procurar melhorar a capacidade dos seus de um modelo de negócio concebido concorrentes e trabalhar de uma forma
quadros através de formação; ajustar as para o Outsourcing Aplicacional de uma totalmente nova. Por esta razão, o Cliente
remunerações para as alinhar com os organização assenta na capacidade de e o seu Parceiro devem, em conjunto,
objetivos da organização; concentrar os pensar o negócio da organização como um rever periodicamente o seu planeamento
seus recursos nos mercados de maior todo. estratégico de forma a adaptar o modelo
crescimento. Todas estas atividades são de Outsourcing estabelecido às novas
úteis, mas não transformadoras. O seu Tão importante quanto a criação de um realidades dos mercados. Da mesma
impacto é praticamente impercetível nos modelo de negócio gerador de valor e a forma, é fundamental promover junto dos
resultados exceto se se prolongarem por elaboração de um contrato que formalize colaboradores tanto do Cliente, como do
muito tempo. Já um projeto de Outsourcing e garanta a execução deste modelo, é a Parceiro de Outsourcing, o aparecimento de
total, pode representar a iniciativa transformação do serviço para o modelo ideias inovadoras que possam ter impacto
transformadora, capaz de aumentar de Outsourcing. A organização deve utilizar no desenvolvimento do serviço.
significativamente os resultados de uma este processo para conseguir introduzir
organização, com impactos muito positivos novas atitudes e novos comportamentos. A A transformação de uma empresa ou
na sua rentabilidade. Por esta razão, o transição deve ajudar todos a entender que entidade pública é, seguramente, um dos
alvo de uma iniciativa de Outsourcing a organização está definitivamente a seguir maiores desafios no percurso de qualquer
deve ser uma operação integral dentro da numa nova direção, com novos modelos e gestor. A boa notícia é que o Outsourcing
organização. com mais resultados. Aplicacional é uma ferramenta que está ao
seu alcance para promover a mudança de
As empresas e instituições públicas deverão No Outsourcing Aplicacional as equipas uma forma mais rápida e mais eficaz.
utilizar o Outsourcing como ferramenta de liderança do Cliente e do Parceiro de
de reestruturação das suas organizações Outsourcing devem ajudar os colaboradores
23.
24. TCO
UNIFIED COMMUNICATIONS
CLOUD
IT STRATEGY
Ir mais alto, com a estratégia e os recursos certos,
de quem tem os pés bem assentes na terra.
Chegar a determinado objetivo aplicando muitos recursos não é difícil. Agora, cumprir esse
objetivo com uma estratégia e know how, que utiliza os recursos adequados e soluções que
permitam disponibilizar a informação certa para o desenvolvimento do seu negócio, só com a Gfi.
Porque temos profissionais especialistas na melhor estratégia para a informação da sua empresa,
com soluções integradas, desde o outsourcing, ao desenvolvimento de projetos, ou ainda em
soluções avançadas de pagamentos.
Sabemos responder aos desafios com novas ideias e fazer mais com os recursos certos.
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