O documento discute a evolução da tecnologia ao longo da história da humanidade e argumenta que as pessoas não devem se sentir superiores ou escravas das novas tecnologias. Apresenta exemplos de tecnologias antigas sofisticadas e como cada geração cria ferramentas adaptadas ao seu tempo.
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O planeta movido a internet é escravo da tecnologia?
Hoje, vivenciamos um mundo em expansão tecnológica, não vamos aqui tratar como
um mundo em expansão tecnológica de altíssimo grau de sofisticação, pois estaríamos
subestimando a nossa capacitada histórica de invenção, relevando as nossas criações
tecnológicas de um passado que nos remete há milhões de anos. Como se só passamos a
existir tecnologicamente a partir de nosso tempo, esquecendo o primórdio de nossa
gênese, de nossa árvore genealógica. Mas, por um vício de linguagem, convivemos com
um preconceito que para muitos é tido como normal, de acharmos que apenas nossa era
pós-moderna somos as pessoas mais eficientementes tecnológicas de toda a história da
humanidade, constituindo-se num conceito relativo e subjetivo, pois cada geração cria
as ferramentas adaptáveis ao seu próprio tempo, observando que essas novas
tecnologias não passam de uma evolução cada vez mais sofisticada de uma técnica e
capacidade inventiva do homem. Logo, as ferramentas criadas pelo homem foram
sempre uma extensão da mão, a ferramenta nasceu com o homem, ou seja, a tecnologia
nasceu com o mesmo, uma terceira mão. Como considerou Louise Poissant, “muitos
passos conceituais e descobertas tecnológicas contribuíram para a reconfiguração do
mundo da arte”, podemos ilustrar o pensamento acrescentando – reconfiguração de
uma nova sociedade.
No parágrafo acima destacamos em negrito três palavras: técnica, tecnologia e
reconfiguração, para desenhar este artigo de opinião. A palavra técnica tem sua origem
no grego, TEKHNE, relativa à arte e ao artesanato. Logo, para cada instrumento e
procedimento utilizado existe uma forma, uma maneira de fazer, o fazer, para dar
aperfeiçoamento a matéria bruta, a construção de um novo instrumento a serviço de uma
nova técnica, melhorando ainda mais a própria condição de vida do homem e de
adaptação do mesmo ao meio ambiente. Foi através dessa evolução de procedimentos
técnicos que sobrevivemos ao longo dos milhões de anos. Na concepção de Burnham,
em seu livro “Beyond Modern Sculpture” explicitando a teleologia com relação a Arte,
Ciência e Tecnologia (1968, p.374), ele temia que a obsessão cultural e a fé na Ciência e
tecnologia levaria à falência da civilização humana e que a guerra termonuclear não
seria o fim, mais os ciborgs inteligentes. Porém, de forma pragmática, quando queremos
abusar de nossos avanços tecnológicos, quando não nos satisfaz de imediato os nossos
anseios, a exemplo de uma pane no sistema, “ta fora de sistema” – tecnologia passível
de obstrução – os caixas eletrônicos dos bancos não funcionam, a internet ficou fora do
ar ou fora do sistema, nada funciona, como se uma cidade ficasse no escuro. Tudo que
era “online”, pára, causando enorme desconforto ao homem pós-moderno. Nesse
momento, sentimos falta da velha tecnologia, o balcão do banco, nosso mais sofisticado
cartão magnético era a carteira de identidade e a conferência da assinatura, uma
máquina “dedógrafo” para digitalizar o valor e a conta do cliente, também instrumento
de poucos. Por hoje a tecnologia ser um bem razoavelmente acessível,
inconscientemente rejeitamos esse passado e só lembramos quando a nova tecnologia
do mundo atual nos causa desconforto, essa observação vale para quem nasceu no
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século passado e compartilha essa maravilhosa tecnologia do século XXI, até porque
toda tecnologia vai se aperfeiçoando e se adaptando a demanda. Mas estamos nos
tornando tão exigentes e eficientes que quando o novo entra em pane é comum
detratarmos a nossa realidade como algo atrasado e relegarmos ao passado distante
como a era da “Pedra Lascada”, inconscientemente caímos no preconceito de
inferiorizarmos o nosso legado histórico.
Hoje parece comum o código de barra, mas recentemente, mas precisamente no século
passado ele foi taxado de o “código da Besta-Fera”, um preconceito equivocado com
tendência religiosa para negar o novo, a possibilidade de uma vida mais rápida e uma
comodidade de uma nova era, a subjetividade das relações dos objetos. Porém, o código
de barra não é uma invenção do homem pós-moderno e sim uma recriação que remonta
a Pré-História – As Placas de Sixto: sistema de código apurado, encontradas na Granja
de Céspedes (Badajoz), que serviram de estudo para a Drª. Katina Lillios, em 2002. As
placas serviam para Identificar o defunto de cada clã (tribo), registrar direitos
hereditários ou definir regras aplicáveis aos casamentos intra-tribais e inter-tribais -
uma espécie de etiqueta de identidade – linhagem, descendência e normas de sua
comunidade. Esse registro pode ser encontrado no site WWW.slideshare.net/gilsonunes
Título do slide: Arte Pré-histórica: o sentido da existência.
Outro preconceito que temos em relação as cavernas como submundo do atraso e da
escuridão está relacionado ao nosso mundo sombrio de nossa subjetividade que
tentamos sepultar no passado, as nossas qualidades positivas e negativas que herdamos,
melhoramos, mas não reconhecemos. Para uma melhor compreensão do tema aqui
tratado, recomendamos o livro de Deepak Chopra: O efeito sombra, pela qual afirma
que: “se estamos dispostos a permitir nosso lado sombrio seja parte da plenitude de
quem somos, descobriremos que ele vem com todo o poder, habilidade, inteligência e
força para realizar grandes ações no mundo”(2010, p.176). Logo, não podemos tratar o
nosso passado como algo imprestável, que não acrescentou nada ao nosso homem pós-
moderno, pois as cavernas eram para o homem primitivo o que a Capela Sistina é para o
Vaticano e para a humanidade. Lá está o segredo de nossa existência, o nosso lado
sombrio e nossas habilidades, é preciso repensar o mito da caverna. Em face as novas
tecnologias, não nos podemos dá o direito de nos sentirmos superiores ao nosso
passado, mais melhorados ou talvez piores em alguns aspectos de convivência. Pois a
palavra superior para certas religiões espalhadas pelo mundo globalizado pode
transparecer algo restritamente reservado ao divino. Sejamos mais complacentes e
tolerantes.
A descoberta do fogo há 500 mil anos revolucionou o modo de como o homem percebia
a natureza, as novas tecnologias tem nos proporcionado na primeira década do século
XXI algo extraordinário, tem nos assombrado com as diversas possibilidades de
comodidade e comunicação. E em momento algum o homem da pré-história tornou-se
escravo de sua criatura, o fogo, como exemplo comparativo, não nos sentimos escravos
de nossas novas tecnologias. Para Bureaud, em seu livro: “Pour une typologie des
interface artistiques”, (2003, p.32) assegura que: “uma das contribuições essenciais das
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tecnologias contemporâneas foi – numa primeira fase – nos tornar conscientes de nosso
corpo, para nos fazer refletir sobre nossos modos de percepção, nos questionar sobre a
natureza do espaço pelo qual estamos inseridos”. Não podemos ser céticos e acharmos
que essas novas tecnologias estão ao alcance de todos, num mundo globalizado
virtualmente e economicamente, ainda convivemos com os guetos tecnológicos, uma
espécie de religião a serviço de poucos, principalmente quando o novo capitalismo é
sensivelmente adaptável as novas circunstancias sociais. Neste sentido o capital
tecnológico se torna uma ilha de poder, com capacidade de criar novas tecnologias cada
vez mais eficientes para atender a demanda de um mercado exigente e exclusivo.
Nosso computador é uma tábua de códigos, uma ferramenta adaptável aos diversos
idiomas, um produto de alcance fácil para alguns e ainda um objetivo de luxo para
outros, isso pode ser observado no cotidiano da prática dos nossos professores,
principalmente aqueles da rede pública municipal ou estadual. Quantos se utilizam
dessa ferramenta em sala de aula? Fruto de um salário de miséria que recebem, são
raros os professores que sequer podem constituir em casa uma biblioteca com no
mínimo 100 livros para suas leituras e pesquisas. São raros os que têm acesso a um
curso de pós-graduação, pois pelo acúmulo de atividades que impõe a profissão, o
tempo disponível para essa qualificação é sonhar acordado. Os hieroglíficos também
eram sofisticados computadores em pedra, mas será que todos tinham acesso as
codificações de seus símbolos? Hoje o símbolo “@” (arroba) pode parecer comum a
todos nós, mais tem muita gente que usa e não sabe que o mesmo quer dizer “em”,
informa que o usuário está conectado ao servidor – um computador central. WWW que
muitos de forma pejorativa a pronunciam como diabo, diabo, diabo. O que quer dizer
(World Wider Web) – rede de alcance mundial - um sistema de documentos dispostos
na Internet que permitem o acesso às informações apresentadas no formato de
hipertexto e multimídia. Para ter acesso as informações pode-se usar um programa de
computador chamado navegador. Os navegadores mais famosos são: Internet Explorer,
Mozilla Firefox, Google Chrome e Safari. A idéia de World Wide Web surgiu em 1980,
na Suíça. O precursor da idéia foi o britânico Tim Berners-Lee. Um computador
NeXTcube foi usado por Berners-Lee como primeiro servidor web e também para
escrever o primeiro navegador, o WorldWideWeb, em 1990. Leia mais em:
http://www.tecmundo.com.br/web/759-o-que-e-world-wide-we.htm#ixzz2OxjL2FKW .
Como vivemos em outra era, o da velocidade, o tempo parece conspirar a nosso favor, e
tudo tentamos codificar à nossa necessidade imediata, principalmente os adolescentes,
para conversas na internet eles abreviam diversas palavras, o retorno ao hieróglifo
egípcio, que para outra pessoa, não usuária do sistema, não conseguiria entender o que
ele quis dizer, por exemplo “tb” para também, “vc” para você. Consequentemente, esse
hábito é levado para sala de aula, causando transtorno aos professores, principalmente
os da Disciplina de Língua Portuguesa. Neste caso, a internet é vista como um problema
para muitos educadores, para outros é uma ferramenta alucinante, recheada de
possibilidades.
A descoberta da perspectiva no século XV, da impressão em papel e do primeiro disco
de cobre para decodificar e codificar códigos matemáticos foram artifícios superficiais
de alta tecnologia que proporcionaram ao homem observar o universo pelo fio
científico, a ciência e a arte caminhavam juntas na concepção de uma nova mentalidade,
colocando o homem como centro de toda a criação, uma negação ao teocentrismo – que
tinha Deus como criador de todas as coisas. A Idade Média ficou para trás com sua
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ciência teocêntrica, registradas em suas iluminuras, que devemos reconhecer a sua
contribuição para o progresso da humanidade, e que muitas vezes esse período é tratado
como a Idade das Trevas, como se não existisse uma produção técnica e de
conhecimento. A perspectiva é o método que permite a representação de objetos
tridimensionais em superfícies bidimensionais, através de determinadas regras
geométricas de projeção. As imagens possibilitam a percepção de uma realidade
tridimensional se para tal se obedecer ao conjunto de prescrições que da Vinci expôs
em Tratado da Pintura (pelo que são frequentemente conhecidas por "regras de
Leonardo") [Aumont, 1993, p.63]. Para maior aprofundamento acesse:
www1.ci.uc.pt/iej/alunos/1998-99/cbs/entrada1/conteúdo.htm
Na primeira década do século XXI, mergulhamos em um mundo sofisticadamente
tecnológico, e não temos a noção de que, para sermos o que somos hoje, foi necessário
percorrer uma lenta jornada de um legado de conhecimento acumulado ao longo de
milhares de anos, só somos o que somos hoje, fruto desse invisível progresso do
passado. Parece assustador o que a internet hoje nos possibilita, há até quem considere
que passamos a ser escravos da mesma, pré-conceitos estabelecidos por pura opinião
pessoal. Mas como a internet pode tornar uma pessoa escrava de si mesma? Alguns têm
uma concepção equivocada que tecnologia está relacionada a criação do computador,
como se a criação da máquina de pedra Pré-Histórica – uma roda de pedra para triturar
grãos também não fosse uma tecnologia sofisticada de altíssimo valor utilitário,
possibilitando ao homem melhor conforto e habilidade para realização de uma atividade
“doméstica” (mesmo assim ele não tornou-se escravo de sua ferramenta), a exemplo de
nosso liquidificador.
As iluminuras ou pinturas em miniaturas, eram ilustrações altamente sofisticadas que
serviam para decorar livros em pergaminho na Idade Média, era um ofício reservado
aos monges. Uma arte requintada, que utilizava óxido de chumbo e ouro para ilustrar
“letras ricamente ornamentadas com vários motivos, que iam da inspiração floral à
inspiração mítico-religiosa; das flores e estrelas aos pássaros, monstros e outras
criaturas”. Acesse: (historiarn.blogs.sapo.pt). O pergaminho é o nome dado a uma pele
de animal, geralmente de cabra, carneiro, cordeiro ou ovelha, preparada para nela se
escrever. Citamos a iluminura, para situarmos a análise comparativa no tempo, para
introduzirmos a criação de Gutemberg, foi o primeiro no mundo a usar a impressão por
“tipos móveis”, uma prancha em madeira com várias letras soprepostas em alto-relevo,
uma espécie de carimbo, que permitiu a produção em massa de livros, e principalmente
de partes da bíblia, que era vendida no mercado livre, foi o princípio da globalização,
isso por volta de 1439. O primeiro livro impresso por Gutembergue foi a Biblia, que
levou cincos anos para ser concluído. Essas tecnologias eram de altíssimo efeito
intelectual, permaneceram a serviço de poucos, reis, principes, monges, imperadores e
comerciantes burgueses, em relação ao altíssimo grau de pessoas analfabetas, a única
leitura possível era as das imagens pintadas nos tetos das igrejas, em
tridimensionalidade, a perspectiva a serviço da alfabetização visual, era preciso
catequisar as pessoas pelo visual das imagens sagradas, a imposição de uma ideologia
religiosa. Ferramentas de altíssima precisão, que contribuiram para aumentar o poder da
Igreja Católica e posteriormente as contradições, a Contra-reforma.
Passeando por fragmentos tecnológicos dos séculos, gostariamos de ressaltar uma
invenção tecnológica descoberta no século XIX, ela é tão comum ao nosso dia-a-dia que
não damos tanta atenção, pois faz parte de nossa vida, como beber um copo com água
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dodos os dias, ela é uma companheira inseparável dos professores, estamos falando da
caneta esfereográfica, inventada em 1865 e posteriormente aperfeiçoada na Argentina
pelo húngaro José Ladislav Biro, e o primeiro modelo foi vendido na Reynolds, em
Nova York, em outubro de 1945. Saímos da escrita à pena e do bastão à bambú para
algo sofisticado – a caneta esfereográfica, que provocou forte mudança social,
instrumento de propulsão econômica, pois não era recarregável e possibilitou a
oportunidade de comprar quantas quisesse e de cores variadas – os primeiros objetos
descartáveis da história do homem pós-moderno. Difundiu-se rapitamente, tornou-se
globalizada e adaptou-se a todos os alfabetos, a exemplo hoje dos celulares com as
diversas configurações, tablest e notebooks, produzidos em massa, e a cada ano uma
verssão mais sofisticada adaptável ao mundo globalizado, algumas marcas, o preço
acessível ao consumidor de classe média e baixa, para não se tornar um objeto de luxo.
No futuro próximo teremos os computadores a serviço de todos? Ou isso já é uma
realidade comum, a exemplo da caneta esfereográfica? Será que nossa caneta
esfereográfica será uma relíquia de museu e passaremos a fazer tudo via as novas
tecnologias? Pelo contrário, com todo o avanço das novas tecnologias, a caneta ainda
faz parte de nossa vida diária, é uma companheira inseparável, não que nos tornamos
escravos dela, mas que a mesma passou a ser uma extensão de nossas necessidades
imediatas. Muitos shoppings exibem canetas esfereográficas em vitrives de luxo, que o
valor das mesmas podem ser equivalente ao valor de um computador de altissima
resolução.
Enquanto a caneta esfereográfica era um sucesso de venda em 1945, em 1930 estava
nascendo o computador, que foi o mote para tese de seu criador Alan Turing,
matemático inglês. A palavra computador pode parece usual para os dias de hoje, no
passado tinha um significado diferente, estava assossiada a uma pessoa que fazia
cálculos e que trabalahva com algoritimos auxiliado por ferramentas como ábaco ou
uma máquina de somar. Pode parecer assustador, mas o primeiro cumputador media
mais de dois metros de altura por dois metros de comprimento e 17 quilometros de fios
e dava choques eletricos em seus operadores, além de vazar óleo e frequentemente
emperrava. Se hoje usufruímos dessa moderna máquina, o computador; para termos ao
nosso alcance, alguém passou anos estudando e reelaborando pesquisas, e até mesmo
passando constrangimento e privacidade para deixar um legado fantástico para a
humanidade. Por fim, o inventor do computador foi perseguido e socialmente torturado,
chegando ao suicídio, morreu envenenado com uma maçã. Para saber mais sobre esse
gênio do início do século XX, recomendamos a leitura do Livro de David Leavitt: O
homem que sabia demais, da Editora Novo Conceito.
Toda a análise aqui construída serviu de suporte para justificar que em momento algum
não nos tornamos escravos de objetos, mas os objetos têm sido nossos escravos, e
muitas vezes descartamos por outros escravos mais sofisticados de última geração. Ser
pós-contemporâneo hoje é está conectado as redes sociais, comprar livros pela internet e
qualquer outro objeto de luxo, até mesmo um carro de altíssima tecnologia, o carro
produzido hoje é um nicho de altíssima sofisticação tecnológica. Nos tratar como
escravos das novas tecnomoligias e das nova mídias é ser preconceituoso consigo
mesmo, não se dá ao luxo de usufruir desse patrimônio que foi construído ao longo da
história do homem, estamos vivendo o melhor momento histórico de toda a nossa
humanidade, somos privilegiados de estarmos compartilhando uns com os outros essas
ferramentas, que no passado não passavam de experimentos complexos e de difícil
acesso, reservados apenas aos cientistas. Talvez a expressão escravo tenha uma relação
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com o nosso passado colonial, incorporada em nosso inconsciente coletivo. Mediante
fácil acesso a internet, a forma mais democrática de nos expressar, seja tratado por
alguns como escravos da mesma, somatizando o preconceito acima elucidado, que
escravo é pessoa sem formação, sem legado cultural, algo reaproveitável de uma cultura
inferior.
Pelo contrário, o escravo foi um produtor, um trabalhador que fez a economia desse
país, foi tecnologia humana de luxo, máquina de prazer sexual, moeda de ouro de troca,
para isso era preciso mantê-lo em perfeito estado de saúde, alimentado e com uma pele
bonita. Foi a terceira mão da economia de nososo país, depois do ouro e do açúcar.
Viviam ao lado da nobreza, muitos sabiam até latim e ofícios artísticos reservados ao
capricho da nobreza. Tivemos várias personalidades negras que constituiram a nossa
história cultural, mas pelo processo de embranquecimento de nosso país no início do
século XX, esquecemos de nosso sague negro, de nossas raízes, e todo tipo de
subjetividade é alçada ao mesmo. A libertação não foi apenas um ação de caridade e
humildade por parte da elite que os mantinham como objeto de primeira necessidade,
mas porque aquela mão de obra não era mais rentável, mantê-los nos sistema escravista
era prejuízo econômico frente uma nova realidade. Para estatus de alguns libertaram os
escravos, e sua maioria ficou jogada ao relento, não exisitiam escolas e nem trabalho
para eles, ficaram perambulandos pelas cidades, passou a ser um problema social, e hoje
sentimos na pele esse despreso. Mas, a internet não é apenas um objejto de luxo de
acesso reservado aos brancos, mas aos negros, pardos, índios, mestiços e prostitutas,
instrumento que pode gerar emprego às pessoas, independente da cor da pele, da
sexualidade e da religiosidade. Hoje qualquer um pode abrir uma conta de e-mail,
facebook ou um site na Web. Mas para chegarmos a esse acesso, foi uma longa jornada
de muitos que contribuiram com esse sucesso assombroso e extraordinário. Viva o
presente das novas tecnologias, que suprimamos todo tipo de preconceito.
Referências:
Aumont, J. (1993). A imagem. São Paulo: Papirus.
Bureaud, A. (2003). Pour une typologie dês interfaces artistiques. Interfaces e
sensorialité. Ste-Foy: Presses de l’Université Du Québec. In: Domingues, Diana(org.)
(2009) Arte, ciência e tecnologia: passado, presente e desafios. São Paulo: UNESP.
Poissant, Louise. A passagem do material para a interface. p. 85
Burnham, J. (1968). Beyond Modern Sculpture: The effects of Science and technology
on the sculpture of this century. Nova York: Braziller. In: DOMINGOS, Diana(org.).
(2009) Arte, ciência e tecnologia: passado, presente e desafios. São Paulo: UNESP. p.
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Chopra, D., & Ford, D., Williamson, M. (2010). O efeito sombra; encontre o poder
escondido na sua verdade. São Paulo: Lua de Papel.
Leavitt, D. (2011). O homem que sabia demais: Alan Turing e a invenção do
computador. São Paulo: Novo Conceito Editora.
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(2009) Arte, ciência e tecnologia: passado, presente e desafios. São Paulo: UNESP.
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Tocqueville, A. (1994). A emancipação dos escravos. São Paulo: Papirus.
WWW.slideshare.net/gilsonunes Slide: Arte Pré-Histórica: o sentido da existência.
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historiarn.blogs.sapato.pt
http://www.tecmundo.com.br/web/759-o-que-e-world-wide-we.htm#ixzz2OxjL2FKW