SlideShare una empresa de Scribd logo
1 de 5
Descargar para leer sin conexión
A UA U L A
     L A

    25
25
              Comportamento sexual


    Atenção                                   S    eu José adora ver os filmes sobre a natureza
              que passam na televisão. São filmes que mostram os animais em seus ambientes:
              nas florestas, nos lagos, nos rios, nos mares, nos manguezais...
                  Nesses programas, ele aprende muito sobre os bichos: como vivem, onde
              moram, como constrõem suas casas, o que comem, como caçam e como guardam
              os seus alimentos.
                  Alguns animais têm comportamentos surpreendentes. Sempre que vê seus
              filmes favoritos, seu José se admira: “Os animais são tão inteligentes! E nós,
              aqui, pensando que só nós temos inteligência. Tá certo que nós lemos e escreve-
              mos e eles, não. Mas, de resto... esses bichos parecem humanos!”
                  Mas, outro dia, um desses filmes surpreendeu negativamente o nosso herói.
              Depois de vê-lo, seu José confessou que não imaginava que pudesse existir uma
              coisa assim tão cruel na natureza. O filme mostrava o comportamento das
              jaçanãs - pássaros que vivem sobre plantas flutuantes de lagoas.
                  O que um pássaro tão pequeno e gracioso poderia fazer de tão cruel?


                  O comportamento das jaçanãs

                  Entre as jaçanãs, os machos fazem o ninho, chocam os ovos e cuidam dos
              filhotes. As fêmeas se acasalam com três ou quatro machos diferentes. Ou
              seja, as fêmeas de jaçanãs são poligâmicas (poligamia quer dizer ter mais de
              um parceiro sexual). Mas não foi isso o que impressionou seu José.
                  Em uma cena do filme sobre jaçanãs, uma fêmea aparecia andando por
              entre as folhas flutuantes do lago. Nesse passeio, encontrou um ninho com
              ovos, porém sem adultos por perto. Sorrateiramente, a jaçanã fêmea se
              escondeu entre a folhagem e esperou que os pais daqueles ovos chegassem.
              Para sua alegria, quem chegou foi somente o macho.
                  Dentre as jaçanãs, as fêmeas são bem maiores que os machos. Por isso, um
              macho sozinho não é páreo para uma fêmea. No filme, o que aconteceu? A
              jaçanã fêmea que estava escondida foi diretamente até o ninho com ovos,
              ignorando os gritos e pulos que o macho assustado produzia. Sem relutar, a
              jaçanã começou a bicar as cascas de todos os ovos. Quebrava-os e retirava de
              dentro deles os pequenos pássaros que já estavam prestes a nascer. Também
              sem hesitar, a jaçanã devorou-os um a um, aumentando o desespero do
              macho que deles cuidava.
O mais espantoso é que, depois de destruir todo o ninho, a fêmea se                                                                  A U L A
ofereceu para acasalar com o macho, pai daqueles filhotes que ela tinha
acabado de comer. O macho subiu nela, e os dois se acasalaram. Depois de
algum tempo, a fêmea botaria ovos que dariam origem a filhotes seus com                                                                  25
aquele macho.
    Resultado: o macho, dali em diante, não teria mais de cuidar dos ovos
destruídos, que eram de outra fêmea. Agora ele cuidaria somente dos ovos da
nova fêmea.
    Aquilo, para o seu José, realmente era muito cruel. Destruir os filhotes de
uma outra fêmea para se acasalar com o macho que deles cuidava. Como
podia existir algo assim na natureza?


    Você já aprendeu coisas interessantes sobre o comportamento de animais                                                               Mãos à obra
assistindo a filmes sobre a natureza? Escreva sobre isso no espaço abaixo.
     .................................................................................................................................
     .................................................................................................................................
     .................................................................................................................................
    E quanto à história do seu José? Você também achou cruel o comporta-
mento da jaçanã fêmea?
     .................................................................................................................................


      O comportamento sexual dos animais                                                                                                   A voz do
    Além de comportamentos cruéis como o das jaçanãs, na natureza encon-                                                                   professor
tramos enorme diversidade de hábitos de reprodução. Existem seres que tem
os dois sexos, masculino e feminino; seres que se exibem e cortejam o sexo
oposto, tentando convencê-lo a se acasalar; machos com “haréns” de fêmeas,
e também casais que se mantêm fiéis por toda a vida. Nesta aula, veremos
exemplos de cada um desses comportamentos.


      Os dois sexos no mesmo indivíduo
    Você se lembra das cracas, que estudamos na aula sobre litorais? Se você
está lembrado, a craca fica sobre as rochas e, quando coberta de água, põe
para fora de sua concha uma rede coletora de partículas. Essas partículas são
o alimento da craca.
    O que você ainda não sabe é que a craca tem os dois sexos: masculino e
feminino. E que o órgão (ou membro) de reprodução masculino da craca é,
proporcionalmente, o maior de todo o reino animal.
    Quando uma craca desenvolve a sua parte feminina, isto é, produz os
chamados óvulos, ela “solta” algumas substâncias. Essas substâncias “avi-
sam” às cracas vizinhas que aquela determinada craca produziu óvulos e,
portanto, está pronta para a reprodução. Os órgãos masculinos das cracas
vizinhas são estimulados por esse “aviso”, projetam-se na direção da primei-
ra craca e vários deles penetram, ao mesmo tempo, na abertura de sua parte
feminina.
    As cracas são animais que vivem fixos às rochas. Mas, como possuem
órgãos sexuais grandes, elas conseguem se acasalar com as cracas vizinhas
que estão presas à mesma rocha. Com isso, a craca realiza o objetivo funda-
mental de todos os seres vivos: dar origem a filhos.
A U L A       O exibicionismo


25            Sempre que você encontrar uma ave
          muito colorida e enfeitada, como o pavão
          da foto ao lado, é quase certo que está
          diante de um macho. Isso porque, dentre
          as aves, é muito comum o macho ser colo-
          rido e vistoso. O objetivo é chamar a aten-
          ção da fêmea.
              O exemplo clássico é o do pavão. Só o
          pavão macho possui essa plumagem
          enfeitadíssima. Quando uma fêmea se
          aproxima do macho, essa plumagem é ex-
          posta e ele dança em volta da fêmea. Caso
          a fêmea goste do espetáculo, acasala-se
          com esse macho e tem filhos com ele.
              Mas isso não acontece entre todas as aves. Em alguns casos, não é a
          ornamentação do corpo do macho que atrai a atenção das fêmeas. O macho
          da espécie cetim, por exemplo, não é muito enfeitado. Mas costuma exibir às
          fêmeas a sua casa e os seus “bens”. Ele faz construções com fibras e galhos da
          mata e, além de deixar sua habitação disponível para a apreciação das fêmeas,
          expõe seus pertences: penas coloridas de outras aves, pedaços de flores e tudo
          o mais que essas aves julguem bonito e atraente. Diante dos “mostruários”
          montados pelos machos, cabe à fêmea escolher um e, com ele, se acasalar.
              Ninguém sabe ao certo o que as fêmeas vêem nesses machos mais
          vistosos ou abastados. Costumamos dizer que, além do irresistível atrativo
          sexual, eles podem ser para a fêmea um sinal de boa saúde e, portanto, a
          garantia de produzir filhos saudáveis. Além disso, podem representar boa
          habitação e alimentação para os seus filhos. Sem dúvida, esses são pontos
          importantes e devem pesar na hora da escolha de um parceiro sexual. Tudo
          isso, no fim das contas, representa mais garantias de originar filhos saudáveis
          e que terão um bom desenvolvimento.


              Os haréns

             De certo modo, coisa semelhante acontece entre os leões-marinhos. As
          fêmeas é que escolhem os machos com quem irão se casar.5 Na foto ao lado,
          você pode comparar um leão-marinho macho com uma fêmea. Veja que, ao
                                     contrário das jaçanãs, dentre os leões-marinhos
                                                    o macho é muito maior e mais
                                                      forte que a fêmea. A procria-
                                                        ção dos leões-marinhos se dá
                                                        sempre em certas praias e
                                                       épocas bem definidas. Todos
                                                         os anos, os machos e as fê-
                                                          meas voltam à mesma
                                                           praia, para que nasçam os
                                                                filhotes gerados no
                                                                   ano anterior e para
                                                                   se acasalar nova-
                                                                    mente.
Os primeiros a chegar são os grandes machos, que já vão brigando e        A U L A
demarcando seus territórios. As fêmeas grávidas chegam logo depois e
escolhem um dos grandes machos.
    Assim, certos machos ganham haréns, com uma dúzia de fêmeas ao seu        25
redor. Essas fêmeas dão à luz os filhotes gerados no ano anterior e, alguns
dias depois, já se acasalam com os machos escolhidos.
    A todo o momento, machos jovens e menores tentam roubar fêmeas e com
elas se acasalar. Conseqüentemente, os grandes machos ficam permanente-
mente atentos. Muitas vezes, precisam brigar com outros machos para
confirmar qual é o seu território e quais são as suas fêmeas.
    Nesses momentos, grandes conflitos se estabelecem. Às vezes, a confu-
são é tanta que outros machos tentam roubar as fêmeas do território de
machos que já estão ocupados com brigas. Uma briga entre dois leões-
marinhos é mostrada na foto abaixo. Por essa foto, dá para imaginar a
violência desses conflitos.




    Assim como as aves, parece que entre os leões-marinhos as fêmeas
preferem os machos maiores e mais fortes. Eles parecem representar a
garantia de uma prole saudável e, ao mesmo tempo, serão bons guardiães dos
filhos recém-nascidos.


   A monogamia

    Monogamia é a palavra que indica que um determinado ser vivo tem
apenas um parceiro sexual. No caso dos leões-marinhos, o que existe não é
monogamia e sim poligamia: afinal, um leão-marinho macho se acasala com
várias fêmeas.
    A monogamia é pouco freqüente na natureza: dois exemplos bem conhe-
cidos são a própria espécie humana e os albatrozes.
    Os albatrozes são grandes aves que vivem parte da vida em regiões
costeiras e parte da vida voando sobre o mar, a longas distâncias, atrás de
alimentos. Na fase juvenil, albatrozes machos e fêmeas participam de danças
conjuntas e, nessas “festas”, casais começam a se formar. Após alguns anos
de “namoro”, os dois podem se acasalar e ter filhos.
A U L A           Esse casal, uma vez formado, será sempre o mesmo durante a longa vida
             dos albatrozes, que podem viver dezenas de anos. Essa fidelidade tão

25           grande chega a ser uma das “armas” que garantem o sucesso de sua
             reprodução.
                  Os membros do casal se alternam nos cuidados com os filhotes no ninho
             e nas longas viagens de exploração em busca de alimento, que podem durar
             meses. Motivado por essa fidelidade, aquele que foi procurar alimento volta
             e traz comida a seus familiares. Estes, por sua vez, também incrivelmente
             fiéis, aguardam o viajante por meses, com certeza de que ele voltará.
                  Assim, na natureza encontramos comportamentos que admiramos e que
             repudiamos. A fidelidade bonita e fraterna dos albatrozes convive com a cena
             das jaçanãs que seu José viu pela televisão.
                  E, apesar de tão diferentes aos nossos olhos, a finalidade desses compor-
             tamentos parece ser sempre o mesma: garantir o sucesso da reprodução, um
             processo pelo qual os seres vivos originam filhos e que será estudado mais em
             detalhe na próxima aula.


Resumo       ·   Os seres vivos possuem diferentes estratégias de reprodução.

             ·   Existem seres vivos monogâmicos e poligâmicos.

             ·   Existem seres que possuem os dois sexos, masculino e feminino, ao
                 mesmo tempo.

             ·   Entre as aves, é muito comum a existência de plumagens chamativas
                 entre os machos.

             ·   Diferentes estratégias de reprodução são “artifícios” engenhosos da
                 natureza que garantem que diferentes seres vivos dêm origem a filhos
                 saudáveis.


             Exercício 1
                Segundo o texto, qual é o objetivo de todos os seres vivos?
Exercícios
             Exercício 2
                “Com isso (...), realiza o objetivo fundamental de todos os seres vivos: dar
                origem a filhos”. O que você acha dessa idéia contida no texto? Você
                concorda que esse seja o “objetivo” dos seres vivos?

             Exercício 3
                Quais são as diferenças entre monogamia e poligamia? Dê um exemplo
                de cada caso.

Más contenido relacionado

Destacado

Apostila calcario 02
Apostila   calcario 02Apostila   calcario 02
Apostila calcario 02homertc
 
Red sociales
Red socialesRed sociales
Red sociales276thony
 
Fsm planodeprojetos.docx
Fsm planodeprojetos.docxFsm planodeprojetos.docx
Fsm planodeprojetos.docxsporfirios
 
Presentacion gobierno y narcotrafico
Presentacion gobierno y narcotraficoPresentacion gobierno y narcotrafico
Presentacion gobierno y narcotraficocarlosjuarezdj
 
Lara iglesias
Lara iglesiasLara iglesias
Lara iglesiasbpradad
 
Robert cameron unit1 ip
Robert cameron unit1 ipRobert cameron unit1 ip
Robert cameron unit1 ipwolverat
 
Le livre noir des Communes
Le livre noir des CommunesLe livre noir des Communes
Le livre noir des CommunesThomas Bernard
 
Mapa marco teórico sergio andrés gómez valencia 9°e 2012.jpg
Mapa marco teórico sergio andrés gómez valencia 9°e 2012.jpgMapa marco teórico sergio andrés gómez valencia 9°e 2012.jpg
Mapa marco teórico sergio andrés gómez valencia 9°e 2012.jpgsergiodrees
 
Afecto y aprendizaje
Afecto y aprendizajeAfecto y aprendizaje
Afecto y aprendizajeange192837
 
Las redes sociales
Las redes socialesLas redes sociales
Las redes socialesEmy96
 
E portafolio Luz Mery Fonseca Grupo 173
E portafolio Luz Mery Fonseca Grupo 173 E portafolio Luz Mery Fonseca Grupo 173
E portafolio Luz Mery Fonseca Grupo 173 mery2014
 
El graznido de las chachalacas 521
El graznido de las chachalacas 521El graznido de las chachalacas 521
El graznido de las chachalacas 521Martin Triana
 

Destacado (20)

Apostila calcario 02
Apostila   calcario 02Apostila   calcario 02
Apostila calcario 02
 
Red sociales
Red socialesRed sociales
Red sociales
 
Fsm planodeprojetos.docx
Fsm planodeprojetos.docxFsm planodeprojetos.docx
Fsm planodeprojetos.docx
 
Stcd texto2 s5_cap3
Stcd texto2 s5_cap3Stcd texto2 s5_cap3
Stcd texto2 s5_cap3
 
Presentacion gobierno y narcotrafico
Presentacion gobierno y narcotraficoPresentacion gobierno y narcotrafico
Presentacion gobierno y narcotrafico
 
Dia del Planeta Tierra
Dia del Planeta TierraDia del Planeta Tierra
Dia del Planeta Tierra
 
Redes sociales
Redes sociales Redes sociales
Redes sociales
 
Lara iglesias
Lara iglesiasLara iglesias
Lara iglesias
 
Gislaine Cresmashi Lima Padovan
Gislaine Cresmashi Lima PadovanGislaine Cresmashi Lima Padovan
Gislaine Cresmashi Lima Padovan
 
Robert cameron unit1 ip
Robert cameron unit1 ipRobert cameron unit1 ip
Robert cameron unit1 ip
 
Le livre noir des Communes
Le livre noir des CommunesLe livre noir des Communes
Le livre noir des Communes
 
Seminário Movimento Zeitgeist UFABC
Seminário Movimento Zeitgeist UFABCSeminário Movimento Zeitgeist UFABC
Seminário Movimento Zeitgeist UFABC
 
Mapa marco teórico sergio andrés gómez valencia 9°e 2012.jpg
Mapa marco teórico sergio andrés gómez valencia 9°e 2012.jpgMapa marco teórico sergio andrés gómez valencia 9°e 2012.jpg
Mapa marco teórico sergio andrés gómez valencia 9°e 2012.jpg
 
Afecto y aprendizaje
Afecto y aprendizajeAfecto y aprendizaje
Afecto y aprendizaje
 
Las redes sociales
Las redes socialesLas redes sociales
Las redes sociales
 
nxt
nxtnxt
nxt
 
E portafolio Luz Mery Fonseca Grupo 173
E portafolio Luz Mery Fonseca Grupo 173 E portafolio Luz Mery Fonseca Grupo 173
E portafolio Luz Mery Fonseca Grupo 173
 
Eleccións 1985
Eleccións 1985Eleccións 1985
Eleccións 1985
 
El graznido de las chachalacas 521
El graznido de las chachalacas 521El graznido de las chachalacas 521
El graznido de las chachalacas 521
 
Clase online # 2
Clase online # 2Clase online # 2
Clase online # 2
 

Similar a 25cie

Ludmila
LudmilaLudmila
Ludmilace263
 
Reprodução dos animais (alterada)
Reprodução dos animais (alterada)Reprodução dos animais (alterada)
Reprodução dos animais (alterada)Isabel Ribeiro
 
Gabriel pozato
Gabriel pozatoGabriel pozato
Gabriel pozatoce263
 
Trabalho julho e júnior ciências
Trabalho julho e júnior ciênciasTrabalho julho e júnior ciências
Trabalho julho e júnior ciênciasce263
 
Telecurso 2000 aula 45 perpetuando a espécie
Telecurso 2000 aula 45   perpetuando a espécieTelecurso 2000 aula 45   perpetuando a espécie
Telecurso 2000 aula 45 perpetuando a espécienetoalvirubro
 
Ficha Informativa - Partenogénese
Ficha Informativa - PartenogéneseFicha Informativa - Partenogénese
Ficha Informativa - PartenogéneseIsaura Mourão
 
Atividadecomplementarmodulo5clirley blog2
Atividadecomplementarmodulo5clirley blog2Atividadecomplementarmodulo5clirley blog2
Atividadecomplementarmodulo5clirley blog2clirleygloria
 
FichaAvaliação6_CN.docx
FichaAvaliação6_CN.docxFichaAvaliação6_CN.docx
FichaAvaliação6_CN.docxssuser82436b1
 
Sequência didática com base no texto de mário
Sequência didática com base no texto de márioSequência didática com base no texto de mário
Sequência didática com base no texto de márioMocinha05
 
Sequência didática com base no texto de mário
Sequência didática com base no texto de márioSequência didática com base no texto de mário
Sequência didática com base no texto de márioMocinha05
 
Sequência didática com base no texto de mário
Sequência didática com base no texto de márioSequência didática com base no texto de mário
Sequência didática com base no texto de márioMocinha05
 
Douglas e ketly
Douglas e ketlyDouglas e ketly
Douglas e ketlyce263
 

Similar a 25cie (20)

Ludmila
LudmilaLudmila
Ludmila
 
Reprodução dos animais (alterada)
Reprodução dos animais (alterada)Reprodução dos animais (alterada)
Reprodução dos animais (alterada)
 
Gabriel pozato
Gabriel pozatoGabriel pozato
Gabriel pozato
 
Reprodução nos Animais
 Reprodução nos Animais Reprodução nos Animais
Reprodução nos Animais
 
Trabalho julho e júnior ciências
Trabalho julho e júnior ciênciasTrabalho julho e júnior ciências
Trabalho julho e júnior ciências
 
Cegonhas
CegonhasCegonhas
Cegonhas
 
Avestruz
AvestruzAvestruz
Avestruz
 
24cie
24cie24cie
24cie
 
Telecurso 2000 aula 45 perpetuando a espécie
Telecurso 2000 aula 45   perpetuando a espécieTelecurso 2000 aula 45   perpetuando a espécie
Telecurso 2000 aula 45 perpetuando a espécie
 
Ciencias avaliaçao
Ciencias avaliaçaoCiencias avaliaçao
Ciencias avaliaçao
 
Ficha Informativa - Partenogénese
Ficha Informativa - PartenogéneseFicha Informativa - Partenogénese
Ficha Informativa - Partenogénese
 
Libélula 2 D
Libélula 2 DLibélula 2 D
Libélula 2 D
 
Mamiferos
MamiferosMamiferos
Mamiferos
 
Atividadecomplementarmodulo5clirley blog2
Atividadecomplementarmodulo5clirley blog2Atividadecomplementarmodulo5clirley blog2
Atividadecomplementarmodulo5clirley blog2
 
FichaAvaliação6_CN.docx
FichaAvaliação6_CN.docxFichaAvaliação6_CN.docx
FichaAvaliação6_CN.docx
 
Corn snake brazil
Corn snake brazil Corn snake brazil
Corn snake brazil
 
Sequência didática com base no texto de mário
Sequência didática com base no texto de márioSequência didática com base no texto de mário
Sequência didática com base no texto de mário
 
Sequência didática com base no texto de mário
Sequência didática com base no texto de márioSequência didática com base no texto de mário
Sequência didática com base no texto de mário
 
Sequência didática com base no texto de mário
Sequência didática com base no texto de márioSequência didática com base no texto de mário
Sequência didática com base no texto de mário
 
Douglas e ketly
Douglas e ketlyDouglas e ketly
Douglas e ketly
 

Más de Gilvander Dias Queiroz (20)

Guia Prático Sobre Drogas
Guia Prático Sobre DrogasGuia Prático Sobre Drogas
Guia Prático Sobre Drogas
 
Constituição Federal 1988 - Atualizada
Constituição Federal 1988 - AtualizadaConstituição Federal 1988 - Atualizada
Constituição Federal 1988 - Atualizada
 
Apresentação1
Apresentação1Apresentação1
Apresentação1
 
Calendário de atividades 2012
Calendário de atividades 2012Calendário de atividades 2012
Calendário de atividades 2012
 
Lista Classificados Tucurui IFPA-2010
Lista Classificados Tucurui IFPA-2010Lista Classificados Tucurui IFPA-2010
Lista Classificados Tucurui IFPA-2010
 
Lei Organica Do Municipio De Tucurui
Lei Organica Do Municipio De TucuruiLei Organica Do Municipio De Tucurui
Lei Organica Do Municipio De Tucurui
 
Gaba
GabaGaba
Gaba
 
Gaba3
Gaba3Gaba3
Gaba3
 
Ciegab1
Ciegab1Ciegab1
Ciegab1
 
Cie70b
Cie70bCie70b
Cie70b
 
Cie68b
Cie68bCie68b
Cie68b
 
Cie69b
Cie69bCie69b
Cie69b
 
Cie67b
Cie67bCie67b
Cie67b
 
Cie66b
Cie66bCie66b
Cie66b
 
Cie60b
Cie60bCie60b
Cie60b
 
Cie65b
Cie65bCie65b
Cie65b
 
Cie64b
Cie64bCie64b
Cie64b
 
Cie63b
Cie63bCie63b
Cie63b
 
Cie62b
Cie62bCie62b
Cie62b
 
Cie61b
Cie61bCie61b
Cie61b
 

Último

Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalGerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalJacqueline Cerqueira
 
ELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VER
ELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VERELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VER
ELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VERDeiciane Chaves
 
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024Jeanoliveira597523
 
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Centro Jacques Delors
 
Cultura e Literatura indígenas: uma análise do poema “O silêncio”, de Kent Ne...
Cultura e Literatura indígenas: uma análise do poema “O silêncio”, de Kent Ne...Cultura e Literatura indígenas: uma análise do poema “O silêncio”, de Kent Ne...
Cultura e Literatura indígenas: uma análise do poema “O silêncio”, de Kent Ne...ArianeLima50
 
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfWilliam J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfAdrianaCunha84
 
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Época Realista y la obra de Madame Bovary.
Época Realista y la obra de Madame Bovary.Época Realista y la obra de Madame Bovary.
Época Realista y la obra de Madame Bovary.keislayyovera123
 
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADOactivIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADOcarolinacespedes23
 
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasHabilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasCassio Meira Jr.
 
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptxATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptxOsnilReis1
 
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃOLEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃOColégio Santa Teresinha
 
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxSlides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasCenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasRosalina Simão Nunes
 
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)Mary Alvarenga
 
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -Aline Santana
 
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxleandropereira983288
 

Último (20)

Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalGerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
 
ELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VER
ELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VERELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VER
ELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VER
 
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
 
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
 
Cultura e Literatura indígenas: uma análise do poema “O silêncio”, de Kent Ne...
Cultura e Literatura indígenas: uma análise do poema “O silêncio”, de Kent Ne...Cultura e Literatura indígenas: uma análise do poema “O silêncio”, de Kent Ne...
Cultura e Literatura indígenas: uma análise do poema “O silêncio”, de Kent Ne...
 
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfWilliam J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
 
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
 
Bullying, sai pra lá
Bullying,  sai pra láBullying,  sai pra lá
Bullying, sai pra lá
 
Época Realista y la obra de Madame Bovary.
Época Realista y la obra de Madame Bovary.Época Realista y la obra de Madame Bovary.
Época Realista y la obra de Madame Bovary.
 
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULACINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
 
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADOactivIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
 
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasHabilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
 
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptxATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
 
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃOLEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
 
Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024
Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024
Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024
 
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxSlides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
 
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasCenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
 
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
 
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
 
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
 

25cie

  • 1. A UA U L A L A 25 25 Comportamento sexual Atenção S eu José adora ver os filmes sobre a natureza que passam na televisão. São filmes que mostram os animais em seus ambientes: nas florestas, nos lagos, nos rios, nos mares, nos manguezais... Nesses programas, ele aprende muito sobre os bichos: como vivem, onde moram, como constrõem suas casas, o que comem, como caçam e como guardam os seus alimentos. Alguns animais têm comportamentos surpreendentes. Sempre que vê seus filmes favoritos, seu José se admira: “Os animais são tão inteligentes! E nós, aqui, pensando que só nós temos inteligência. Tá certo que nós lemos e escreve- mos e eles, não. Mas, de resto... esses bichos parecem humanos!” Mas, outro dia, um desses filmes surpreendeu negativamente o nosso herói. Depois de vê-lo, seu José confessou que não imaginava que pudesse existir uma coisa assim tão cruel na natureza. O filme mostrava o comportamento das jaçanãs - pássaros que vivem sobre plantas flutuantes de lagoas. O que um pássaro tão pequeno e gracioso poderia fazer de tão cruel? O comportamento das jaçanãs Entre as jaçanãs, os machos fazem o ninho, chocam os ovos e cuidam dos filhotes. As fêmeas se acasalam com três ou quatro machos diferentes. Ou seja, as fêmeas de jaçanãs são poligâmicas (poligamia quer dizer ter mais de um parceiro sexual). Mas não foi isso o que impressionou seu José. Em uma cena do filme sobre jaçanãs, uma fêmea aparecia andando por entre as folhas flutuantes do lago. Nesse passeio, encontrou um ninho com ovos, porém sem adultos por perto. Sorrateiramente, a jaçanã fêmea se escondeu entre a folhagem e esperou que os pais daqueles ovos chegassem. Para sua alegria, quem chegou foi somente o macho. Dentre as jaçanãs, as fêmeas são bem maiores que os machos. Por isso, um macho sozinho não é páreo para uma fêmea. No filme, o que aconteceu? A jaçanã fêmea que estava escondida foi diretamente até o ninho com ovos, ignorando os gritos e pulos que o macho assustado produzia. Sem relutar, a jaçanã começou a bicar as cascas de todos os ovos. Quebrava-os e retirava de dentro deles os pequenos pássaros que já estavam prestes a nascer. Também sem hesitar, a jaçanã devorou-os um a um, aumentando o desespero do macho que deles cuidava.
  • 2. O mais espantoso é que, depois de destruir todo o ninho, a fêmea se A U L A ofereceu para acasalar com o macho, pai daqueles filhotes que ela tinha acabado de comer. O macho subiu nela, e os dois se acasalaram. Depois de algum tempo, a fêmea botaria ovos que dariam origem a filhotes seus com 25 aquele macho. Resultado: o macho, dali em diante, não teria mais de cuidar dos ovos destruídos, que eram de outra fêmea. Agora ele cuidaria somente dos ovos da nova fêmea. Aquilo, para o seu José, realmente era muito cruel. Destruir os filhotes de uma outra fêmea para se acasalar com o macho que deles cuidava. Como podia existir algo assim na natureza? Você já aprendeu coisas interessantes sobre o comportamento de animais Mãos à obra assistindo a filmes sobre a natureza? Escreva sobre isso no espaço abaixo. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. E quanto à história do seu José? Você também achou cruel o comporta- mento da jaçanã fêmea? ................................................................................................................................. O comportamento sexual dos animais A voz do Além de comportamentos cruéis como o das jaçanãs, na natureza encon- professor tramos enorme diversidade de hábitos de reprodução. Existem seres que tem os dois sexos, masculino e feminino; seres que se exibem e cortejam o sexo oposto, tentando convencê-lo a se acasalar; machos com “haréns” de fêmeas, e também casais que se mantêm fiéis por toda a vida. Nesta aula, veremos exemplos de cada um desses comportamentos. Os dois sexos no mesmo indivíduo Você se lembra das cracas, que estudamos na aula sobre litorais? Se você está lembrado, a craca fica sobre as rochas e, quando coberta de água, põe para fora de sua concha uma rede coletora de partículas. Essas partículas são o alimento da craca. O que você ainda não sabe é que a craca tem os dois sexos: masculino e feminino. E que o órgão (ou membro) de reprodução masculino da craca é, proporcionalmente, o maior de todo o reino animal. Quando uma craca desenvolve a sua parte feminina, isto é, produz os chamados óvulos, ela “solta” algumas substâncias. Essas substâncias “avi- sam” às cracas vizinhas que aquela determinada craca produziu óvulos e, portanto, está pronta para a reprodução. Os órgãos masculinos das cracas vizinhas são estimulados por esse “aviso”, projetam-se na direção da primei- ra craca e vários deles penetram, ao mesmo tempo, na abertura de sua parte feminina. As cracas são animais que vivem fixos às rochas. Mas, como possuem órgãos sexuais grandes, elas conseguem se acasalar com as cracas vizinhas que estão presas à mesma rocha. Com isso, a craca realiza o objetivo funda- mental de todos os seres vivos: dar origem a filhos.
  • 3. A U L A O exibicionismo 25 Sempre que você encontrar uma ave muito colorida e enfeitada, como o pavão da foto ao lado, é quase certo que está diante de um macho. Isso porque, dentre as aves, é muito comum o macho ser colo- rido e vistoso. O objetivo é chamar a aten- ção da fêmea. O exemplo clássico é o do pavão. Só o pavão macho possui essa plumagem enfeitadíssima. Quando uma fêmea se aproxima do macho, essa plumagem é ex- posta e ele dança em volta da fêmea. Caso a fêmea goste do espetáculo, acasala-se com esse macho e tem filhos com ele. Mas isso não acontece entre todas as aves. Em alguns casos, não é a ornamentação do corpo do macho que atrai a atenção das fêmeas. O macho da espécie cetim, por exemplo, não é muito enfeitado. Mas costuma exibir às fêmeas a sua casa e os seus “bens”. Ele faz construções com fibras e galhos da mata e, além de deixar sua habitação disponível para a apreciação das fêmeas, expõe seus pertences: penas coloridas de outras aves, pedaços de flores e tudo o mais que essas aves julguem bonito e atraente. Diante dos “mostruários” montados pelos machos, cabe à fêmea escolher um e, com ele, se acasalar. Ninguém sabe ao certo o que as fêmeas vêem nesses machos mais vistosos ou abastados. Costumamos dizer que, além do irresistível atrativo sexual, eles podem ser para a fêmea um sinal de boa saúde e, portanto, a garantia de produzir filhos saudáveis. Além disso, podem representar boa habitação e alimentação para os seus filhos. Sem dúvida, esses são pontos importantes e devem pesar na hora da escolha de um parceiro sexual. Tudo isso, no fim das contas, representa mais garantias de originar filhos saudáveis e que terão um bom desenvolvimento. Os haréns De certo modo, coisa semelhante acontece entre os leões-marinhos. As fêmeas é que escolhem os machos com quem irão se casar.5 Na foto ao lado, você pode comparar um leão-marinho macho com uma fêmea. Veja que, ao contrário das jaçanãs, dentre os leões-marinhos o macho é muito maior e mais forte que a fêmea. A procria- ção dos leões-marinhos se dá sempre em certas praias e épocas bem definidas. Todos os anos, os machos e as fê- meas voltam à mesma praia, para que nasçam os filhotes gerados no ano anterior e para se acasalar nova- mente.
  • 4. Os primeiros a chegar são os grandes machos, que já vão brigando e A U L A demarcando seus territórios. As fêmeas grávidas chegam logo depois e escolhem um dos grandes machos. Assim, certos machos ganham haréns, com uma dúzia de fêmeas ao seu 25 redor. Essas fêmeas dão à luz os filhotes gerados no ano anterior e, alguns dias depois, já se acasalam com os machos escolhidos. A todo o momento, machos jovens e menores tentam roubar fêmeas e com elas se acasalar. Conseqüentemente, os grandes machos ficam permanente- mente atentos. Muitas vezes, precisam brigar com outros machos para confirmar qual é o seu território e quais são as suas fêmeas. Nesses momentos, grandes conflitos se estabelecem. Às vezes, a confu- são é tanta que outros machos tentam roubar as fêmeas do território de machos que já estão ocupados com brigas. Uma briga entre dois leões- marinhos é mostrada na foto abaixo. Por essa foto, dá para imaginar a violência desses conflitos. Assim como as aves, parece que entre os leões-marinhos as fêmeas preferem os machos maiores e mais fortes. Eles parecem representar a garantia de uma prole saudável e, ao mesmo tempo, serão bons guardiães dos filhos recém-nascidos. A monogamia Monogamia é a palavra que indica que um determinado ser vivo tem apenas um parceiro sexual. No caso dos leões-marinhos, o que existe não é monogamia e sim poligamia: afinal, um leão-marinho macho se acasala com várias fêmeas. A monogamia é pouco freqüente na natureza: dois exemplos bem conhe- cidos são a própria espécie humana e os albatrozes. Os albatrozes são grandes aves que vivem parte da vida em regiões costeiras e parte da vida voando sobre o mar, a longas distâncias, atrás de alimentos. Na fase juvenil, albatrozes machos e fêmeas participam de danças conjuntas e, nessas “festas”, casais começam a se formar. Após alguns anos de “namoro”, os dois podem se acasalar e ter filhos.
  • 5. A U L A Esse casal, uma vez formado, será sempre o mesmo durante a longa vida dos albatrozes, que podem viver dezenas de anos. Essa fidelidade tão 25 grande chega a ser uma das “armas” que garantem o sucesso de sua reprodução. Os membros do casal se alternam nos cuidados com os filhotes no ninho e nas longas viagens de exploração em busca de alimento, que podem durar meses. Motivado por essa fidelidade, aquele que foi procurar alimento volta e traz comida a seus familiares. Estes, por sua vez, também incrivelmente fiéis, aguardam o viajante por meses, com certeza de que ele voltará. Assim, na natureza encontramos comportamentos que admiramos e que repudiamos. A fidelidade bonita e fraterna dos albatrozes convive com a cena das jaçanãs que seu José viu pela televisão. E, apesar de tão diferentes aos nossos olhos, a finalidade desses compor- tamentos parece ser sempre o mesma: garantir o sucesso da reprodução, um processo pelo qual os seres vivos originam filhos e que será estudado mais em detalhe na próxima aula. Resumo · Os seres vivos possuem diferentes estratégias de reprodução. · Existem seres vivos monogâmicos e poligâmicos. · Existem seres que possuem os dois sexos, masculino e feminino, ao mesmo tempo. · Entre as aves, é muito comum a existência de plumagens chamativas entre os machos. · Diferentes estratégias de reprodução são “artifícios” engenhosos da natureza que garantem que diferentes seres vivos dêm origem a filhos saudáveis. Exercício 1 Segundo o texto, qual é o objetivo de todos os seres vivos? Exercícios Exercício 2 “Com isso (...), realiza o objetivo fundamental de todos os seres vivos: dar origem a filhos”. O que você acha dessa idéia contida no texto? Você concorda que esse seja o “objetivo” dos seres vivos? Exercício 3 Quais são as diferenças entre monogamia e poligamia? Dê um exemplo de cada caso.