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História do Azulejo em Portugal
História do Azulejo em Portugal Desde há cinco anos que a azulejaria ocupa uma posição de relevo entre as artes decorativas  portuguesas é, apesar de ao longo da sua história ter sofrido múltiplas influências, desenvolveu  em Portugal  características específicas entre as quais merecem destaque a riqueza cromática, a monumentalidade , o sentido cenográfico e a integração na arquitectura.
História do Azulejo em Portugal Foi durante a ocupação árabe da Península que os Povos Ibéricos tomaram contacto com a cerâmica mural. O termo “azulejo” deriva aliás, de uma palavra árabe (al zulej ) que significa pedra polida, lisa. Até finais do século XV, os artífices andaluzes produziram grandes placas de barro cobertas de vidro colorido uniforme que, uma vez cozidas cortavam em fragmentos geométricos eram depois recombinados em belos desenhos decorativos.  ATENÇÃO O termo “azulejo” deriva aliás, de uma palavra árabe (al  zulej) que significa  pedra polida, lisa. Até finais do  século XV, os artífices andaluzes produziram grandes  placas  de barro  cobertas de vidro colorido uniforme que,  uma vez cozidas cortavam em fragmentos  geométricos eram depois recombinadas  em belos  desenhos  decorativos.
História do Azulejo em Portugal  Este processo, conhecido pelo nome de “alicatado”, porque envolvia a utilização de um alicate, era moroso e difícil além de exigir que o artífice acompanhasse a encomenda até ao local da sua aplicação. A impossibilidade de exportar o produto já acabado constituía uma limitação importante e, talvez por isso, os exemplares existentes em Portugal sejam escassos.
desenhada. A igreja de São Lourenço, em Almansil, e o Convento dos Loios, em Arraiolos, constituem dois casos brilhantes da azulejaria portuguesa desta época. Mas foi sobretudo nas igrejas e nos conventos que o azulejo barroco adquiriu a monumentalidade que o imortalizou. São muitos os exemplares espalhados por todo o País, representando cenas do Velho e do Novo Testamento e contando episódios da vida dos santos, em séries de painéis que assumem, por vezes, um carácter narrativo que quase lembra a banda
Este processo, conhecido pelo nome de “alicatado”, porque envolvia a utilização de um alicate, era moroso e difícil além de exigir que o artífice acompanhasse a encomenda até ao local da sua aplicação. A impossibilidade de exportar o produto já acabado constituía uma limitação importante e, talvez por isso, os exemplares existentes em Portugal sejam escassos. Os mais célebres são os do Palácio de Sintra (Capela e quarto onde esteve preso D. Afonso VI).
Contudo, a separação das cores na superfície vidrada levantava problemas porque as substâncias utilizadas eram hidro-solúveis e misturavam-se quer na fase de aplicação quer durante a cozedura. Para evitar este contratempo utilizava-se, como separador, uma barreira gordurosa constituída por óleo de linhaça e manganês. Esta técnica, conhecida pelo nome de "corda seca" associava-se quase sempre a uma elevação em "aresta" da superfície do barro, que funcionava como barreira mecânica nas zonas de separação dos vidrados. A "aresta" ou "cuenca" só passou a ser utilizada isoladamente depois da introdução de uma outra inovação: a "fritagem"
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  • 1. História do Azulejo em Portugal
  • 2. História do Azulejo em Portugal Desde há cinco anos que a azulejaria ocupa uma posição de relevo entre as artes decorativas portuguesas é, apesar de ao longo da sua história ter sofrido múltiplas influências, desenvolveu em Portugal características específicas entre as quais merecem destaque a riqueza cromática, a monumentalidade , o sentido cenográfico e a integração na arquitectura.
  • 3. História do Azulejo em Portugal Foi durante a ocupação árabe da Península que os Povos Ibéricos tomaram contacto com a cerâmica mural. O termo “azulejo” deriva aliás, de uma palavra árabe (al zulej ) que significa pedra polida, lisa. Até finais do século XV, os artífices andaluzes produziram grandes placas de barro cobertas de vidro colorido uniforme que, uma vez cozidas cortavam em fragmentos geométricos eram depois recombinados em belos desenhos decorativos. ATENÇÃO O termo “azulejo” deriva aliás, de uma palavra árabe (al zulej) que significa pedra polida, lisa. Até finais do século XV, os artífices andaluzes produziram grandes placas de barro cobertas de vidro colorido uniforme que, uma vez cozidas cortavam em fragmentos geométricos eram depois recombinadas em belos desenhos decorativos.
  • 4. História do Azulejo em Portugal Este processo, conhecido pelo nome de “alicatado”, porque envolvia a utilização de um alicate, era moroso e difícil além de exigir que o artífice acompanhasse a encomenda até ao local da sua aplicação. A impossibilidade de exportar o produto já acabado constituía uma limitação importante e, talvez por isso, os exemplares existentes em Portugal sejam escassos.
  • 5. desenhada. A igreja de São Lourenço, em Almansil, e o Convento dos Loios, em Arraiolos, constituem dois casos brilhantes da azulejaria portuguesa desta época. Mas foi sobretudo nas igrejas e nos conventos que o azulejo barroco adquiriu a monumentalidade que o imortalizou. São muitos os exemplares espalhados por todo o País, representando cenas do Velho e do Novo Testamento e contando episódios da vida dos santos, em séries de painéis que assumem, por vezes, um carácter narrativo que quase lembra a banda
  • 6. Este processo, conhecido pelo nome de “alicatado”, porque envolvia a utilização de um alicate, era moroso e difícil além de exigir que o artífice acompanhasse a encomenda até ao local da sua aplicação. A impossibilidade de exportar o produto já acabado constituía uma limitação importante e, talvez por isso, os exemplares existentes em Portugal sejam escassos. Os mais célebres são os do Palácio de Sintra (Capela e quarto onde esteve preso D. Afonso VI).
  • 7. Contudo, a separação das cores na superfície vidrada levantava problemas porque as substâncias utilizadas eram hidro-solúveis e misturavam-se quer na fase de aplicação quer durante a cozedura. Para evitar este contratempo utilizava-se, como separador, uma barreira gordurosa constituída por óleo de linhaça e manganês. Esta técnica, conhecida pelo nome de "corda seca" associava-se quase sempre a uma elevação em "aresta" da superfície do barro, que funcionava como barreira mecânica nas zonas de separação dos vidrados. A "aresta" ou "cuenca" só passou a ser utilizada isoladamente depois da introdução de uma outra inovação: a "fritagem"