Este documento resume uma defesa de mestrado sobre como o conceito de amanualidade de Álvaro Vieira Pinto pode contribuir para a compreensão das relações entre pessoas e artefatos no Design de Interação. O trabalho apresenta os fundamentos teóricos, objetivos, justificativa e estrutura, incluindo referências a Heidegger, Husserl e Vieira Pinto. O conceito de amanualidade é analisado em relação ao trabalho, projetos, atividade e historicidade.
Design de Interação e a Amanualidade em Álvaro Vieira Pinto
1. Design de Interação e a
Amanualidade em Álvaro Vieira Pinto
Candidato
Rodrigo Freese Gonzatto
Banca de defesa de mestrado – 19/02/2014
Orientador:
Luiz Ernesto Merkle
2. Banca de defesa – Rodrigo Freese Gonzatto
Design de Interação e a Amanualidade em Álvaro Vieira Pinto
Recorte temático
● Fundamentos teóricos em Design de Interação.
– Relação entre pessoas e artefatos.
Problema de pesquisa
● “Como o conceito de amanualidade de Álvaro Vieira Pinto
pode contribuir na compreensão das relações entre pessoas
e artefatos em Design de Interação?”
3. Banca de defesa – Rodrigo Freese Gonzatto
Design de Interação e a Amanualidade em Álvaro Vieira Pinto
Objetivos de pesquisa
● Geral: Aproximar o conceito de amanualidade de Álvaro
Vieira Pinto aos fundamentos em Design de Interação.
● Específicos:
– Compreender como a amanualidade é conceitualizada por
Álvaro Vieira Pinto;
– Resgatar historicamente alguns dos debates sobre fundamentos
teóricos da relação entre pessoas e artefatos que, nas últimas
décadas, marcaram os campos da IHC e do Design de
Interação;
– Contrapor o conceito de amanualidade de Vieira Pinto e o
conceito de readiness-to-hand de Winograd e Flores;
4. Banca de defesa – Rodrigo Freese Gonzatto
Design de Interação e a Amanualidade em Álvaro Vieira Pinto
Motivação e Justificativa
● Contribuir com a compreensão crítica e reflexiva da transformação
social e tecnológica a partir do manuseio de artefatos
● A tradição teórica em Design de Interação não problematiza a
contento algumas questões da relação entre pessoas e objetos,
como as dimensões existenciais da produção dos artefatos.
● Álvaro Vieira Pinto elaborou extensa reflexão sobre tecnologia,
existência e a relação entre pessoas e artefatos, oferecendo ênfase
à transformação social pela elaboração da realidade
● O conceito de amanualidade deste filósofo permite diálogo com
algumas tradições de fundamentos em Design de Interação, como a
fenomenologia e o existencialismo
5. Banca de defesa – Rodrigo Freese Gonzatto
Design de Interação e a Amanualidade em Álvaro Vieira Pinto
Apresentação da estrutura do trabalho e
principais aportes teóricos
1. Introdução
2. Tecnologia e Sociedade na perspectiva
de Álvaro Vieira Pinto
3. Conceito de amanualidade
no Design de Interação
4. Contribuições para o Design de
Interação a partir da amanualidade
de Álvaro Vieira Pinto
5. Considerações finais
e direções para estudos futuros
5. Referências
➢ Ribeiro Junior
➢ Heidegger, Husserl,Vieira Pinto
➢ Cortês, Freitas, Kleba,
Azevedo, Bicudo, Ferraz, Schröder,
Struchiner, Silva, Zilles, Harman
6. Banca de defesa – Rodrigo Freese Gonzatto
Design de Interação e a Amanualidade em Álvaro Vieira Pinto
Apresentação da estrutura do trabalho e
principais aportes teóricos
➢ Winograd & Flores
➢ Harisson, Tatar & Sengers, Bødker
Rogers
➢ Dourish, Svanaes, Löwgren & Ehn
➢ Capurro, Karlström
1. Introdução
2. Tecnologia e Sociedade na perspectiva
de Álvaro Vieira Pinto
3. Conceito de amanualidade
no Design de Interação
4. Contribuições para o Design de
Interação a partir da amanualidade
de Álvaro Vieira Pinto
5. Considerações finais
e direções para estudos futuros
5. Referências
7. Banca de defesa – Rodrigo Freese Gonzatto
Design de Interação e a Amanualidade em Álvaro Vieira Pinto
Considerações metodológicas
● Nosso trabalho segue pontos em comum com metodologia
recorrente em estudos críticos/reflexivos (Svanaes, 2000),
tais como os de: Winograd e Flores (1987), Paul Dourish
(2005) e Lucy Suchman (2007) e outros, especialmente nos
que discutem abordagens a partir da fenomenologia e da
filosofia da existência (como os dois primeiros)
● Busca se aproximar do contexto de estudos CTS ao abordar as
relações entre tecnologia e sociedade no Design de Interação
pelo um viés crítico de Álvaro Vieira Pinto
8. Banca de defesa – Rodrigo Freese Gonzatto
Design de Interação e a Amanualidade em Álvaro Vieira Pinto
Considerações metodológicas
1) Resgate histórico do conceito de amanualidade, do
pensamento de Vieira Pinto e da discussão de fundamentos em
Design de Interação.
● Seguimos as recomendações de Vieira Pinto:
– “Conceitos” como dialética entre concreto e abstrato;
– Investigação científica de um conceito realizada pela
exposição do desenvolvimento da história da ideia,
“considerando as manifestações precedentes que a
esboçaram e a levaram até sua formulação atual”. (Vieira
Pinto, 1969, p.90-91)
9. Banca de defesa – Rodrigo Freese Gonzatto
Design de Interação e a Amanualidade em Álvaro Vieira Pinto
Considerações metodológicas
2) Aproximação e contraposição especificamente entre conceito
de amanualidade em Winograd e Flores e Vieira Pinto.
3) Propostas de contribuições aos fundamentos em Design de
Interação a partir da amanualidade, considerando a problemática
de “Implicações para o Design” (DOURISH, 2006):
– Consideramos nosso trabalho de pesquisa como parte dos
processo de Design de Interação.
– Discussões realizadas como contribuições, não apenas as
contribuições finais.
10. Banca de defesa – Rodrigo Freese Gonzatto
Design de Interação e a Amanualidade em Álvaro Vieira Pinto
Álvaro Borges Vieira Pinto (1909-1987):
Breve Histórico
● Formado em medicina, foi professor de filosofia
e de lógica, além de pesquisador, colunista e tradutor
– Traduziu para o português obras de Lukács, Chomsky,
Levi-Straus, Jaspers, Berger e Luckmann
● Diretor do Departamento de Filosofia do
Instituto Superior de Estudos Brasileiros (ISEB)
● Exílio com o golpe militar de 1964. Retorno nos anos 70
12. Banca de defesa – Rodrigo Freese Gonzatto
Design de Interação e a Amanualidade em Álvaro Vieira Pinto
Amanualidade
● Conceito que trata da relação entre ser humano e
objetos ao seu redor (realidade envolvente).
– E das questões existenciais desta relações:
os modos de ser.
● O ser humano manifesta sua existência por meio da ação
de manuseio do mundo
● Conceito proveniente das filosofias fenomenológico-
existenciais, discutido principalmente por Heidegger,
inspirado em questões propostas por Husserl.
13. A compreensão husserliana de mundo guarda ecos da
noção de “mundo da vida” tal como concebida pelo
historicismo de Dilthey. […] Esta concepção conheceu
vários desdobramentos teóricos nos mais diversos
pensadores [...] É o caso, por exemplo, do conceito de
ser-no-mundo de Heidegger, da noção de envolvente
em Jaspers, ou do conceito de situação de Ortega y
Gasset.”
(CÔRTES, 2003, p.254)
“
14. Banca de defesa – Rodrigo Freese Gonzatto
Design de Interação e a Amanualidade em Álvaro Vieira Pinto
Amanualidade em Heidegger
● Ser-no-mundo
● Primazia da prática: somos/vivemos em ação
Modos de ser: Zuhandenheit (amanualidade),
Vorhandenheit (ao-alcance-da-mão)
– Modos de ser do Dasein em relação aos entes
15. Banca de defesa – Rodrigo Freese Gonzatto
Design de Interação e a Amanualidade em Álvaro Vieira Pinto
Ser-no-mundo em Heidegger e relação
com mundo da vida de Husserl
● Em Heidegger: Zuhandenheit (atitude prática)
precede o Vorhandenheit (atitude teórica)
● Em Husserl: o mundo da vida (Lebenswelt)
sempre precede o mundo científico
● Mundo da vida como o mundo da experiência,
relacionamento com o 'mundo dado', 'já-dado'
● Contexto: Guerras e cientificismo X Filosofia
16. Banca de defesa – Rodrigo Freese Gonzatto
Design de Interação e a Amanualidade em Álvaro Vieira Pinto
Releitura da filosofia fenomenológico-
existencial Álvaro Vieira Pinto
Releitura do ser-no-mundo:
● é necessário discriminar o duplo aspecto,
de ser no mundo e de estar no mundo
Releitura do mundo da vida como 'mundo dado':
● o mundo deve ser considerado como 'feito' pelo ser humano, pelo
que já foi trabalhado e pelo potencial de transformação constante
Releitura da concepção de Ciência:
● A prática é primordial, mas não se opõe à Ciência (conforme
conceituada por Vieira Pinto). A situação na realidade desenvolvida
é diferente daquela da realidade subdesenvolvida
17. Banca de defesa – Rodrigo Freese Gonzatto
Design de Interação e a Amanualidade em Álvaro Vieira Pinto
Em seu conceito de amanualidade notam-se referências como:
● Ortega y Gasset: situação, “eu sou eu e minha circunstância”
o corpo e seu entorno são históricos e inseparáveis:
● Heidegger: ser-no-mundo e questão do ser/existência
● Husserl: fenomenologia, caráter intencional da consciência
● Marx: trabalho, dialética e divisão do trabalho:
praxis e transformação da realidade
● Sartre: projeto, liberdade e liberdade
Releitura da amanualidade
por Álvaro Vieira Pinto
18. Banca de defesa – Rodrigo Freese Gonzatto
Design de Interação e a Amanualidade em Álvaro Vieira Pinto
Amanualidade em Vieira Pinto
● O ser humano manifesta sua existência por meio da ação de
manuseio do mundo, assim como em Heidegger.
● A ideia de 'mão' em 'amanualidade': 'agarrar com a mão', 'preensão'.
Alcance da mão e ao alcance da percepção sensível, passível de
apreensão, ou seja, mais do que a própria mão:
– “a mão não é somente o órgão do trabalho, é também o produto do
trabalho” (ENGELS, 1952 apud VIEIRA PINTO, 2005 [I], p.189)
19. Banca de defesa – Rodrigo Freese Gonzatto
Design de Interação e a Amanualidade em Álvaro Vieira Pinto
Amanualidade em Vieira Pinto
Aspectos da relação entre o ser humano e os objetos ao redor:
– Trabalho
– Projetos possíveis
– Atividade
– Acumulação do trabalho
– Graus de amanualidade
20. Banca de defesa – Rodrigo Freese Gonzatto
Design de Interação e a Amanualidade em Álvaro Vieira Pinto
Amanualidade em Vieira Pinto
Trabalho:
● O mundo se apresenta ao existente humano como espaço de ações
possíveis mediante objetos dispostos ao seu redor, a serem tomados
como utensílios.
● Trabalho como modo de amanualidade caracterizada pela
fabricação de objetos. Os artefatos (entes circunstantes
preexistentes à ação) foram feitos. Feitos pelo trabalho e utilizados
para o trabalho (mediação)
● Epistemologia: Trabalho como via de acesso à realidade: conhece-
se o mundo ao transformá-lo (praxis do conhecer e agir): “não há
outro modo de captar o real senão introduzir-se na sua mobilidade
(…) o meio único de realizar a união do homem com o mundo é a
ação” (VIEIRA PINTO, 1960, p.61)
21. Esboço de representação visual da dialética entre conhecer e agir
no conceito de 'estar no mundo' de Álvaro Vieira Pinto (1960)
22. Banca de defesa – Rodrigo Freese Gonzatto
Design de Interação e a Amanualidade em Álvaro Vieira Pinto
Amanualidade em Vieira Pinto
Projetos possíveis:
● O mundo circundante não é apenas espaço para
ações possíveis, mas de projetos possíveis
● Projeto como projeto de existência: elaboração de
outras condições de existência e novos modos de ser
Atividade:
● A ação humana não deve ser entendida apenas em um
viés mecanicista ou isolada da atividade
● Assim como a realidade é móvel, a ação (projetos e operações)
se dá em atividade. Dialética entre pensar e agir
23. Banca de defesa – Rodrigo Freese Gonzatto
Design de Interação e a Amanualidade em Álvaro Vieira Pinto
Amanualidade em Vieira Pinto
Acumulação do trabalho:
● Os artefatos carregam o trabalho coletivo que as gerou
● Os artefatos são criados de forma interdependente, inclusive
para atuar uns nos outros
Graus de amanualidade:
● Concepção democrática: horizontalização das técnicas
● Existem diferentes gradações de manuseio dos objetos
(inclusive Grau zero) cada grau, um modo de ser
24. Banca de defesa – Rodrigo Freese Gonzatto
Design de Interação e a Amanualidade em Álvaro Vieira Pinto
Amanualidade em Vieira Pinto
Historicidade e desenvolvimento:
● O mundo é já-feito (e não já-dado) e está sempre em-
construção. A amanualidade se dá em um processo histórico.
● O desenvolvimento efetivo é pelo trabalho a partir de um projeto
social coletivo (e não apenas individual)
Dialética:
● Criação do novo a partir do velho (modo estabilizado de
trabalho, repetição que leva ao mesmos resultados)
● Técnica como “mediação na obtenção de uma finalidade
humana consciente” e como “memória social do fazer novo”
(VIEIRA PINTO, 2005)
25. Banca de defesa – Rodrigo Freese Gonzatto
Design de Interação e a Amanualidade em Álvaro Vieira Pinto
Interrelação entre amanualidade,
ação, trabalho, técnica e tecnologia
● Tecnologia como: 1) estudo da técnica, 2) sinônimo de
técnica, 3) conjunto de técnicas e 4) ideologia da técnica
● A técnica como aspecto constituinte do ser humano
● Dimensão existencial da técnica
● Consciência crítica e consciência ingênua
● Contradições
● Liberdade como libertação e alienação do trabalho
● Técnica e desenvolvimento: divisão do trabalho e trabalho
para si
26. Banca de defesa – Rodrigo Freese Gonzatto
Design de Interação e a Amanualidade em Álvaro Vieira Pinto
Design de Interação
● Termo recente, que indica uma área de práticas e
debates acerca da questão da interação em e com
artefatos digitais
● Sua formação se dá a partir de contribuições de diversas
disciplinas, como Computação, Sistemas de Informação,
Design, Psicologia, Ciências Sociais, entre outras
● Possui uma diversidade (crescente) de fundamentos e
abordagens teóricas
27. Banca de defesa – Rodrigo Freese Gonzatto
Design de Interação e a Amanualidade em Álvaro Vieira Pinto
Concepções históricas dos fundamentos
e teoria em Design de Interação
28. Banca de defesa – Rodrigo Freese Gonzatto
Design de Interação e a Amanualidade em Álvaro Vieira Pinto
Fundamentos em Design de Interação a
partir da fenomenologia e do existencialismo
1) Affordances
– James Gibson, em sua leitura por Donald Norman, inserido
na abordagem de cognição do autor
2) Amanualidade
– Heidegger, em sua leitura por Winograd & Flores, que
propõe outra concepção de cognição
3) Interação corporificada
– Filosofia da Existência, em leitura por Paul Dourish
31. Banca de defesa – Rodrigo Freese Gonzatto
Design de Interação e a Amanualidade em Álvaro Vieira Pinto
A amanualidade no Design de Interação
via Winograd e Flores
● Leitura de Winograd e Flores a partir da leitura
de Dreyfus sobre a amanualidade de Heidegger
● Understanding Computers and Cognition' →
crítica à tradição racionalista em Inteligência
Artificial
– Questionamento às abordagens da época
baseadas nas Ciências e Psicologia Cognitiva
32. Banca de defesa – Rodrigo Freese Gonzatto
Design de Interação e a Amanualidade em Álvaro Vieira Pinto
A amanualidade no Design de Interação
via Winograd e Flores
● Conceitos relacionados à readiness-to-hand
– Ready-to-hand e Present-to-hand
– Unready-to-hand e quebra (breakdown)
– Background
– Transparência
– Ponto cego
33. Banca de defesa – Rodrigo Freese Gonzatto
Design de Interação e a Amanualidade em Álvaro Vieira Pinto
Contraponto entre o conceito de amanualidade em
Winograd e Flores e Álvaro Vieira Pinto
● Ações possíveis X Projetos possíveis
● Caracterizações da amanualidade e mudança (modos de ser)
– Present e Ready-to-hand (atitude teórica/prática) X
Graus de amanualidade (consciência ingênua/crítica) e grau zero
● Situação: ser-lançado e background X em-construção e
historicidade
● Transparência e ponto cego X graus de amanualidade e ideologia
● Aspecto existencial da amanualidade: a questão do ser
– Mundo como existencial X Tecnologia como existencial
34. Banca de defesa – Rodrigo Freese Gonzatto
Design de Interação e a Amanualidade em Álvaro Vieira Pinto
Contribuições ao Design de Interação
Exemplos:
1) 'Interação' como 'manuseio': existência, ontologia e modos de
ser
● Ontologia no termo Interação, pelo antropomorfismo (amigável) e
substancialização (fácil de usar) → Termo 'manuseio', sem
substancializá-lo: atividade situada, em curso, em amanualidade
● 'Se fazer com os artefatos'. Manusear computadores → ser quem
manusear computacionalmente a realidade para um fim
● Do uso neutro → Para como computadores são manuseados pelas
pessoas que, por exemplo, se fazem escritoras, pesquisadoras,
educadoras, designers, mulheres ou mães?
35. Banca de defesa – Rodrigo Freese Gonzatto
Design de Interação e a Amanualidade em Álvaro Vieira Pinto
Contribuições ao Design de Interação
Exemplos:
2) Interrelação entre uso e produção
● Exemplo de apropriação do Twitter:
– #hastag, @usuario e RT
– borra limites 'entre usuário e usuário' (quem usa) e 'a designer
ou o designer' (quem projeta)
● A praxis de agir e conhecer pelo manuseio: reconecta dois
momentos estudados como opostos, pela divisão do trabalho
36. Banca de defesa – Rodrigo Freese Gonzatto
Design de Interação e a Amanualidade em Álvaro Vieira Pinto
Contribuições ao Design de Interação
Exemplos:
3) Manuseio como fenômeno de múltiplas dimensões
● Um clique: compreensão material, situada, sócio-cultural, econômica,
política, histórica, existencial, etc.
● quem manuseia, onde manuseia, quando manuseia, como manuseia,
porque manuseia, para que manuseia e para quem manuseia?
4)O amanual é histórico: dialética entre novo e velho, passado e futuro
● De Design de Interação como projeto de interfaces que se mudam
temporalmente → para projeto de artefatos que mudam temporalmente e
historicamente
● Camisetas interativas (computação vestível) na realidade desenvolvida e
subdesenvolvida
37. Banca de defesa – Rodrigo Freese Gonzatto
Design de Interação e a Amanualidade em Álvaro Vieira Pinto
Contribuições ao Design de Interação
Exemplos:
5) A existência está sempre em construção, sendo feita
constantemente pela elaboração dos artefatos
● Da necessidade de se projetar artefatos interativos em virtude da
humanidade estar em uma 'Sociedade da Informação' na 'Era da
Informática' causada pela 'Revolução Tecnológica' (determinismo)
→ indivíduos que historicamente lidam com potenciais
(possibilidades de projetos) de mudar quem são (sua existência)
pela transformação do seu mundo (elaboração de artefatos).
● Busca por 'satisfação do usuário', 'facilidade de uso', ou causar
'experiência do usuário' como desvio de questões éticas, políticas,
sociais, culturais, existenciais, etc.
38. Banca de defesa – Rodrigo Freese Gonzatto
Design de Interação e a Amanualidade em Álvaro Vieira Pinto
Contribuições ao Design de Interação
Exemplos:
6) Equidade entre diferentes modos de manuseio
● Manuseio de referências em um texto impresso e digital
– Diferentes graus de manuseio, que atingem suas finalidades
– O digital não é necessariamente melhor, eficaz ou prático.
Depende das circunstâncias e da realidade de quem manuseia.
39. Banca de defesa – Rodrigo Freese Gonzatto
Design de Interação e a Amanualidade em Álvaro Vieira Pinto
Contribuições ao Design de Interação
Exemplos:
7) O caráter situado da amanualidade e a consciência da situação
como amanual
● Exemplo periódicos de acesso pago. Contradição e Acesso Livre
8) A elaboração da amanualidade é realizada em virtude de
contradições: o trabalho para si e para o outro como libertação de
determinações
● De solução de problemas para consciência das contradições
● Como é um Design de Interação para a libertação?
● Designer como trabalhar e trabalhadora, trabalha para quem?
9) Design de Interação como design para projetos possíveis
40. Banca de defesa – Rodrigo Freese Gonzatto
Design de Interação e a Amanualidade em Álvaro Vieira Pinto
Considerações finais e direções para
estudos futuros
● Dificuldades enfrentadas durante a pesquisa:
– Dificuldade de acesso às obras de Vieira Pinto
– Bibliografia em Design de Interação e IHC em inglês.
– Escassos estudos sobre amanualidade e filosofia da
existência em Design de Interação, no Brasil
● Limitações desta pesquisa
– Trabalhar a especificidade dos artefatos digitais
– Exemplos pouco aprofundados
41. Banca de defesa – Rodrigo Freese Gonzatto
Design de Interação e a Amanualidade em Álvaro Vieira Pinto
Considerações finais e
direções para estudos futuros
● Estudos futuros: considerar limites e propor contribuições
ao próprio conceito de Vieira Pinto
– “O conceito de amanualidade pode obscurecer-nos uma face
significativa da realidade das coisas, omitindo o fato de
serem muitas delas produtos de arte, uniformizando
falsamente a objetividade.” (VIEIRA PINTO, 1960 [I], p.69)
– Dificuldade em trabalhar aspectos de linguagem e
comunicação (ex.: o simbólico)
42. Banca de defesa – Rodrigo Freese Gonzatto
Design de Interação e a Amanualidade em Álvaro Vieira Pinto
Considerações finais e
direções para estudos futuros
Outros potenciais do conceito de amanualidade de Vieira Pinto
ao Design de Interação:
– Conectar dimensões do indivíduo e da sociedade
– Explorar mais a fundo a dimensão existencial em uso e
fabricação dos objetos, pelos modos de ser
– Trazer aproximações e considerações da amanualidade
perante a Teoria da Atividade, o Design Participativo e o
Design Crítico
– Explorar em profundidade outros conceitos e temas em Vieira
Pinto, como sua crítica à cibernética e a teoria da informação
43. Obrigado a tod@s!
Autor: Eduardo Chillida
Título: Esku XXI (Mano XXII), Ano: 1979, Técnica: Punta seca
Fonte: sítio eletrônico de La Aurora (Galeria de Arte Contemporânea)