Conhecimento e Inovação em Gestão Pública CBTIM 2009
Gorete empreendedorismo na universidade
1. 1ª SEMANA DE RELAÇÕES
PÚBLICAS DA PARAÍBA
Empreendedorismo e Mercado de Trabalho
EMPREENDEDORISMO NA UNIVERSIDADE:
formando gestores de negócios ou da inovação?
Mª Gorete de Figueiredo
UFPB-PRPG / IBICT
João Pessoa, 20 de setembro de 2006
2. Economias de industrialização recente (EIRs)
Coréia do Sul, Taiwan, Cingapura e Hong Kong
Passaram de economias pobres e tecnologicamente
atrasadas para economias afluentes e relativamente
modernas.
(Kim et al, 2005)
A Coréia foi o único milagre econômico do
pós-guerra.
3. Por trás do desenvolvimento das EIRs
• Alguns economistas consideram o
desenvolvimento das EIRs como resultado de
elevados investimentos em capital físico e humano
• Outros, reconhecem a importância desses
fatores, mas consideram também:
O espírito empreendedor com assunção de
riscos, o aprendizado eficaz e a inovação.
4. Teorias da Assimilação
O aprendizado e o domínio das novas tecnologias,
concentrando-se no que envolvia essa relação.
A aquisição e assimilação das tecnologias dos
países avançados exigiram altos investimentos de
capital físico e humano.
Mas, exigiram também espírito empreendedor com
assunção de riscos, um aprendizado eficaz e a
inovação em si.
Pack & Westphal, 1986; Amsden, 1989; Kim, 1997; apud Lim et al, 2005
5. Avanço Tecnológico
É a principal força motora dos países
industrializados.
Responsável por grande parte do aumento da
produtividade.
(Smith, 1776; Marx, 1867;. Schumpeter, 1911; Kim et al, 2005)
6. Quem é o Empreendedor?
Antes de falar sobre o empreendedor, é necessário
entender o que é empreendedorismo.
No passado, os três fatores de produção: terra,
capital, trabalho.
Esses, não significam mais o que nós pensávamos.
O quarto fator de produção é o empreendedorismo.
7. Empreendedorismo
“Assistimos a uma virada profunda de uma
economia de 'gestão' de empresas e instituições
para uma nova economia 'empreendedora‘”
Peter Drucker, 1973.
8. Empreendedorismo
" É um movimento educacional que visa
desenvolver pessoas dotadas de atitudes
empreendedoras e mentes planejadoras".
Eder Luiz Bolson, “Tchau, Patrão!”
9. Empreendedorismo
O empreendedorismo transforma-se, assim, na
inusitada revolução social que deverá ocorrer no
século XXI, comparável aos efeitos da revolução
industrial ocorrida no século passado.
Branca Terra & Ricardo Drumonnd, “O empreendedorismo e a inovação tecnológica”
10. Empreendedorismo
Traços essenciais e habilidades para o empreendedor
de sucesso.
Insight
Perceber a oportunidade que os outros não conseguiram.
Visão
Fazer conexões entre coisas que os outros não fizeram.
Criatividade
Criar com sucesso algo que não existia antes, usando os três
fatores de produção.
Sensibilidade para negócios
Introduzir com sucesso no mercado um produto à sociedade.
12. Empreendedor
O empreendedor é alguém capaz de identificar,
agarrar e aproveitar oportunidade, buscando e
gerenciando recursos para transformar a
oportunidade em negócio de sucesso.
Jeffry Timmons
13. Empreendedor
Ele não é a personagem mítica que muitos
fantasiam, fruto de uma “personalidade
empreendedora”, inacessível ao comum dos
mortais.
Empreendedores de sucesso não revelam uma
personalidade especial, mas um empenho pessoal
numa prática sistemática de inovação.
A inovação é a função específica do
empreendedorismo, surja num negócio clássico,
numa instituição pública, ou numa nova empresa
criada numa garagem ou num quarto, ou na
cozinha.
Peter Drucker, 1973
14. Perfil dos Empreendedores
Empreendedores não nascem feitos.
Embora nasçam com uma certa inteligência,
vontade de criar e energia, sua competência e
formação dependem da acumulação de
habilidades relevantes, experiência, contatos.
Nem sempre ela(e) é a pessoa que cria um novo
bem ou serviço. Propriamente, ela(e) é aquele(a)
que tem a visão de como essa idéia pode virar
realidade para o benefício de todos.
15. Então, empreendedores não são criativos?
Tsc. Tsc. Tsc.
Ao contrário, a sua criatividade é de um tipo
diferente.
16. Empreendedores
Frequentemente um inventor, um artista, um
compositor, um escritor conhece sua área de
interesse, mas não saberá fazer outros cientes
de suas criações.
Em sua criatividade, o empreendedor encontra
canais para que as idéias entrem no mercado e
beneficiem a toda a sociedade.
Consequentemente, recompensam também
aqueles que primeiro se aproximam das idéias
novas, que os incentiva a fazer mais e melhores
criações.
17. Empreendedores
As pessoas são mais propensas a serem criativas e
produtivas quando a elas se promete uma
recompensa, do que quando estão ameaçadas com
a punição, se não criarem.
Esta promessa é chamada incentivo, e é possível
somente quando há um lucro.
O empreendedor certifica-se que esta situação
aconteça, porque quando o outros lucram, ele
também lucra.
18. Empreendedores
Ela(e) não é diferente de outros membros da
sociedade: quer uma vida confortável, e entende
que a melhor maneira fazer isto é obtendo a
cooperação de outros.
Apela para a motivação do outro, porque as
pessoas tendem a fazer o que é de seu maior
interesse. Num mercado livre, ninguém pode ser
forçado a agir contra o seu interesse, assim o
empreendedor deve motivar e organizar para o
benefício de todos.
Glaser, 2001
19. Educação ultrapassa limites dos pedagogos
Nas últimas décadas, educação vem sendo foco
de interesse também de
• empresários,
• sindicalistas e
• profissionais de diferentes áreas.
O surgimento da produção flexível veio requerer
profissionais que substituíssem o antigo
profissional tarefeiro por outro de atuação mais
complexa, com maior autonomia e escolaridade
mais consistente.
20. Educação - modelo de países industrializados
A educação formal, baseada num modelo criado
por países industrializados, visava principalmente a
socialização do indivíduo e sua vida em sociedade.
Em países de industrialização recente, a educação
propôs-se a adaptar o homem rural ao trabalho
industrial.
21. Dois caminhos
A legislação educacional no país promoveu a
distinção entre:
Ensino Profissionalizante – predominantemente
taylorista-fordista, privilegiando o ensino de tarefas
manuais e repetitivas;
Educação para a Cidadania - geral e acadêmica
voltada para o trabalho intelectual concretizado pelo
ensino superior.
22. Dois caminhos
Ensino profissionalizante (1971)
• Destinado a estudantes pobres que supostamente
deixariam de estudar e precisariam de uma
ocupação para não caírem no ócio.
• Ensino voltado às profissões subalternas.
Os bem nascidos poderiam ter um ensino orientado para o
ensino superior.
23. A educação para o trabalho foi se configurando
como um conjunto de atividades de importância
secundária, por duas razões:
• Os educadores consideravam que este ensino
tinha mais de adestramento do que educação;
• A educação profissional era de maior interesse
das empresas.
Azuete Fogaça, A Educação e a Reestruturação Produtiva no Brasil
24. A automação flexível exige um indivíduo que
pensa e não um que execute.
Criaram-se novas expectativas profissionais,
baseadas em que a atual tecnologia habilita o
trabalhador a participar das inovações, criando
também novas exigências profissionais.
25. De 70 ao final dos anos 80:
Articulação desigual entre educação e qualificação
profissional.
Ampliou-se significativamente a rede de educação
geral, mas oferecendo arremedos de ensino de 1º
grau, com drástica redução da carga horária.
26. Atualmente, inúmeros estudos e pesquisas têm se
preocupado com os riscos sociais e econômicos
decorrentes do baixo nível educacional da população
brasileira.
• Antes, esses riscos estavam mais voltados à
questão da cidadania.
• Agora, além de não se ter alcançado a cidadania,
também não se consolidou o processo de
reestruturação produtiva.
Azuete Fogaça, A Educação e a Reestruturação Produtiva no Brasil
27. A atual proposta de reforma do ensino técnico
baseia-se em diagnósticos do desempenho da rede
federal de escolas técnicas.
Argumenta-se que os alunos egressos dos cursos
técnicos são os melhores dos cursos de
engenharia, evidenciando-se que os cursos
técnicos viraram um preparo ao futuro ensino
superior.
28. Na reforma mais recente do ensino técnico:
• Tem-se valorizado a redução dos gastos;
• Retomou-se a prioridade à sua função;
• Tem-se buscado maior articulação com a rede de
escolas profissionalizantes e o setor produtivo.
29. A produção flexível e a microeletrônica
Vem alterando substancialmente o mercado de trabalho.
Exige-se do trabalhador um espírito empreendedor, ou
seja:
• A superação do perfil que domina o trabalhador rural
de preguiçoso e indolente, para um indivíduo
• autônomo,
• talentoso,
• criativo e
• que busca maior autonomia.
30. “O discurso do espírito empreendedor parece uma
forma de dizer aos indivíduos que procurem por si
só uma forma de inclusão.
O difícil será dizer para quem nunca fora dado um
espaço para decisão, que daqui para a frente este
deverá ser capaz de decidir e de transformar,
sozinho, suas condições de vida e de trabalho”.
Azuete Fogaça, A Educação e a Reestruturação Produtiva no Brasil
31. Novas expectativas profissionais
A tecnologia habilita o trabalhador a participar das
inovações, cria novas exigências profissionais,
como competências e habilidades para:
• Leitura e compreensão de textos;
• Redigir comunicados;
• Falar e se comunicar com superiores e subordinados;
• Entender valores quantitativos e raciocínio lógico;
• Desenvolver auto-estima, motivação e empreendedorismo;
• Identificar problemas;
• Negociar e contra-argumentar.
32. “Sem educação não há
empreendedorismo, nem
inovação”
Marília Rocca (Endeavor Brasil”
33. OBSTÁCULOS ORIUNDOS DO SISTEMA EDUCACIONAL AO
DESENVOLVIMENTO DO EMPREENDEDORISMO
Currículos e programas obsoletos na
educação superior,
profissionalização prematura e excessiva
em um mundo onde a aceleração constante do
conhecimento dilui as fronteiras entre disciplinas.
Luiz Davidovich, Educação e Inclusão Social no Brasil
34. Papel da Universidade
Não se limita seu papel à formação de
mão-de-obra qualificada, mas
Vislumbra, concomitantemente,
Implicações sociais e ambientais daí
decorrentes e conseqüentes.
35. A Universidade que investe no Empreendedorismo
Aberta às diferenças entre alunos
Aprendizagem flexível, mudanças
organizacionais
Aberta às inovações
Evolvendo teorias de aprendizagem, tecnologia
acrescentada à aprendizagem
Aberta à sociedade
Relevante aprendizagem da sociedade;
dimensões regionais, locais; mundo do
trabalho.
36. Universidade que investe no Empreendedorismo
Ao pensar e intervir na realidade, valoriza as
aptidões cognitivas e atitudinais amplas para a
convivência em sociedade.
Fatores cognitivos e culturais evidenciam que
pobreza e exclusão estão associadas à identidade e
‘aprendizagem’.
Alguns pensadores falam sobre “pobreza crônica e
herdada” e “exclusão herdada..., passada sobre as
gerações”..., através da educação!”
Fortalecimento da pesquisa em educação & Inovação
37. Universidade que investe no Empreendedorismo
O foco principal de seu processo educativo é a
busca e a construção de sentido para o mundo.
Assume o ensino e a aprendizagem como um
desafio, no sentido de que o aluno não venha a
ser considerado um depósito de conteúdos.
Por isso, não bastam ao professor a competência
técnica, o domínio dos conteúdos, mas também
se faz necessária a sua competência pedagógica.
38. A universidade deve investir na capacitação de
gestores da inovação em vez de gestores de negócios
Ênfase na aprendizagem transformadora em vez de
aprendizagem como processo de reprodução.
Currículo multi e transdisciplinar que forme
gestores de inovação.
Capacitação em um amplo espectro que vai do
estabelecimento de estratégias de inovação à
estratégia dos negócios.
O bom empreendedor não é necessariamente um
bom gestor de negócios. A gestão da inovação é
bem complexa do que a de negócios.
39. Gestão de negócios e gestão da inovação
A gestão de negócios está relacionada com
qualificação e treinamento nos processos
corporativos.
A gestão da inovação exige uma
associação do gene da inovação com o dos
negócios.
É essa conjunção que caracteriza o DNA do
empreendedor.
Jonas Gomes & Victor Taveira
40. A inovação é o uso de novas idéias para melhorar
os processos ou para diferenciar os produtos ou
serviços.
Não basta ter novas idéias, elas devem refletir nos
negócios da empresa, e a cadeia de valores que
leva do universo das idéias ao dos negócios.
Jonas Gomes & Victor Taveira
41. Gestão da Inovação
É a gestão desse "pipeline" que envolve idéias,
modelos de negócio e mercado.
É uma área multidisciplinar e multifuncional que
abrange pesquisa e desenvolvimento, produção,
operações, marketing e desenvolvimento
organizacional.
Jonas Gomes & Victor Taveira
42. Questões para o ensino de empreendedorismo
A maioria dos cursos e currículos de
empreendedorismo ainda se concentra na
gestão de negócios. O que é um grande
equívoco.
A gestão da inovação transcende os currículos
de administração de empresas, vai além dos
MBA´s de negócios, bem como dos cursos de
empreendedorismo.
Jonas Gomes & Victor Taveira
Para o empreendedor, a gestão da inovação faz
parte do seu aprendizado ao longo de toda a
vida.
43. Questões para o ensino de empreendedorismo
As universidades procuram mostrar ótimas
perspectivas no ensino de empreendedorismo,
mas ainda presas a um modelo tradicional de
ensino, que privilegia o professor e o
conhecimento.
44. Questões para o ensino de empreendedorismo
Um ambiente de ensino de empreendedorismo,
não pode prescindir de dos exemplos e
depoimentos de pessoas que digam o que fizeram
e como fizeram, falem sobre os problemas que
enfrentou.
No ensino de empreendedorismo o aluno precisa
entender o que é a competição, o modelo de
negócios, o que é fluxo de caixa, como se estima o
preço de um produto ou serviço, como se faz um
plano de negócios.
45. Muito além do simples conteúdo, o ensino do
empreendedorismo deve enfatizar o comportamento, a
formação do caráter, a capacidade de se expressar, o processo
de negociação, a tolerância. São coisas que não se aprende
ouvindo, mas fazendo e vivendo as experiências.
Marcos Hashimoto, “Veja dez lições que o ensino fundamental pode ensinar para os
empreendedores”.
46. Questões para o ensino de empreendedorismo
A criação de infra-estruturas, programas de conteúdos e de
práticas do tipo Hands-On (mão na massa/mãos à obra)
Intensificação das atividades de prática, não só nas
graduações das engenharias, mas de filosofia, relações
públicas, letras, educação física, farmácia, música...
Realização de eventos, mostras, workshops.
Estímulo intensivo e concretamente à criação de
incubadoras de empresas.
Aproximação dos empreendedores com o setor produtivo,
inclusive na capacitação, e com o capital de risco.
Constituição de acervo de informações - bibliotecas
virtuais, portais, publicações, padrões, normas, materiais
didáticos, etc.
Criação de ambientes de aprendizagem, acesso às TIC’s,
chats, elaboração de weblogs
47. Obrigada pela Atenção
Maria Gorete de Figueiredo
UFPB-PRPG / IBICT
mgorete@zaz.com.br
Visitem a nossa página:
http://inovativa.blogspot.com/
Notas do Editor
Economistas estudam como as empresas, particularmente as de setores eletrônico e automobilístico, foram acumulando dinamicamente aptidões tecnológicas (em termos micro) e como as políticas públicas têm moldado o processo de progresso tecnológico em âmbito nacional (nível macro), e quais os problemas que alguns desses países enfrentam hoje em ambos os níveis.
Os teóricos da assimilação consideram enganosa a proposição de que a notável expansão das aptidões dessas economias tenha acontecido mais ou menos automaticamente, como resultado das altas taxas de investimento desses países em capital físico e humano.
Antes de falar sobre quem é um empreendedor, primeiro é necessário entender o que é empreendedorismo. Os livros textos mais antigos falam sobre os três fatores de produção: terra, capital, trabalho. Agora esses nem sempre significam o que nós pensamos. Terra é mais do que apenas o local sobre o qual o negocio (ou a empresa) constrói ou instala sua fabrica ou escritório. Em termos econômicos, terra são todos os recursos naturais utilizados numa empresa. Assim, inclui os minérios existentes no solo, as plantas nativas e os animais. Isto não inclui os recursos artificiais ou organizados tais como um pomar ou um rebanho do gado. Esses são exemplos do segundo fator de produção: capital. Mesmo que a maioria das pessoas pensem no dinheiro como capital, é realmente a última forma importante do capital. Em termos econômicos, capital é a criacão humana que produz riqueza, como um carro usado como um taxi, um forno usado para aquecer comida para vender, uma fornalha usada pra criar aço, assim como o interesse que o dinheiro pode obter . O terceiro fator é o trabalho. Refere-se a todos os esforços do ser humano para produzir riqueza. Algumas pessoas acreditam que isto é a única fonte da riqueza, que o trabalho sozinho cria valor. Outros acreditam que terra é o único fator que gera riqueza. Ainda outros acreditam que o capital é a chave para a riqueza. Porém, terra, trabalho e capital sempre estiveram próximos, ainda que nem tão amplamente usado ou desperdiçado. O que, então, faz esses três fatores de produção trabalhar juntos para criar riqueza e melhorar a vida das pessoas?
A reforma educacional de 1971 buscava uma articulação com o PND Plano Nacional de Desenvolvimento em função das futuras demandas de pessoal qualificado.