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Lição 9 – O Princípio Bíblico da Generosidade
             E o Dízimo na Bíblia
                                   PROFESSOR: EDUARDO SALES, AD-MARINGA/PR
                                     BLOG: TEOLOGIASALESIANA.BLOGSPOT.COM

Paz do Senhor,

   O RECURSO DIDÁTICO PARA ESSA AULA SEGUE A SEGUINTE ESTRUTURA:
              Apresentação do Assunto Geral; Análise do Texto Bíblico;
                    Extração de Lições para a Vida e Ministério

Temas para Abordagem: Generosidade, Oferta, Dízimo, Avareza, Infidelidade

APRESENTAÇÃO DO ASSUNTO:
       Qual o real significado da Oferta e do Dízimo?
atividade de quadro negro: Perguntar o que os educandos entendem sobre o dízimo

QUESTÕES PARA APROFUNDAMENTO:
A questão para aprofundamento é longa, mas compensa!
PS. NÃO LEIA OU USE NA SALA – O OBJETIVO DA QUESTÃO DE APROFUNDAMENTO É
FORNECER RECURSO PARA APROFUNDAMENTO DIDÁTICO-TEOLÓGICO.

Como eram os dízimos e contribuições no Antigo e Novo Testamento?
       Para entender o que Paulo está dizendo sobre oferta, generosidade e participação
é preciso primeiros entender como o dízimo e as ofertas eram compreendidas no Antigo
Testamento.

1. Os dízimos e ofertas não iniciaram na Bíblia
        Os dízimos e ofertas eram comuns a outros tipos de religião. Os Egípcios foram os
principais arrecadadores de dízimo, seguidos dos Reis Cananeus e Reis Hebreus,
estendido pelos Impérios Assírio, Babilônico, Persa, Grego e Romano.
        O Dízimo não era uma contribuição religiosa, mas uma contribuição legal. Era
cobrado pelos impérios dominantes, desde o Rei de Israel até os imperadores de outras
Nações, a confusão provém de dois fatos: a) O Rei se identificava com a divindade para
forçar o povo a contribuir e b) Os tesouros eram guardados geralmente no templo. Assim,
quando os leitores superficiais lêem a Bíblia pensam que o dízimo era uma expressão
religiosa. Veja os seguintes textos:
              Gn 14:18-19 Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; era sacerdote do
             Deus Altíssimo; abençoou ele a Abrão e disse: Bendito seja Abrão pelo Deus
             Altíssimo, que possui os céus e a terra; e bendito seja o Deus Altíssimo, que
             entregou os teus adversários nas tuas mãos. E de tudo lhe deu Abrão o dízimo.
      Abraão não fez uma oferta religiosa, mas política, isso porque, segundo a pesquisa
de (Pixley, 1999), no mundo antigo todas as terras pertenciam às divindades e os reis
eram seus representantes maiores. Assim, Mequisedeque era um rei e sacerdote que fala
em nome do dono dos céus e da terra (certamente o rei não está só, mas com a guarda
real), e Abraão pagou o IPTU e IRPJ da época. O dízimo era um imposto real do usufruto
da terra. Veja esta outra referência também anterior à legalização do Deuteronômio1:
   1Sm 8:11-20 e disse: Este será o direito do rei que houver de reinar sobre vós: ele tomará os
    vossos filhos e os empregará no serviço dos seus carros e como seus cavaleiros, para que
    corram adiante deles; e os porá uns por capitães de mil e capitães de cinqüenta; outros para
    lavrarem os seus campos e ceifarem as suas messes; e outros para fabricarem suas armas
    de guerra e o aparelhamento de seus carros. Tomará as vossas filhas para perfumistas,
    cozinheiras e padeiras. Tomará o melhor das vossas lavouras, e das vossas vinhas, e dos
    vossos olivais e o dará aos seus servidores. As vossas sementeiras e as vossas vinhas
    dizimará, para dar aos seus oficiais e aos seus servidores. Também tomará os vossos servos,
    e as vossas servas, e os vossos melhores jovens, e os vossos jumentos e os empregará no
    seu trabalho. Dizimará o vosso rebanho, e vós lhe sereis por servos. Então, naquele dia,
    clamareis por causa do vosso rei que houverdes escolhido; mas o SENHOR não vos ouvirá
    naquele dia. [...] 20 Para que sejamos também como todas as nações; o nosso rei poderá
    governar-nos, sair adiante de nós e fazer as nossas guerras.

        O Direito do rei sobre o povo é o mesmo que acontecia no Egito. A libertação do
Êxodo, liderada por Moisés, visava à libertação política e social do povo. Livres do Egito o
povo não precisaria servir ao rei com seus filhos e seus dízimos. Samuel entende o
dízimo como uma das formas de opressão imposta pelo Palácio Real. O dízimo no Antigo
Testamento não é uma contribuição religiosa, mas política, uma espécie de Imposto de
Renda usado para manutenção do Castelo, do Templo, do Rei e do Exército.
        O próprio reinado de Saul foi considerado de Deus justamente por libertar os
hebreus da opressão dos Filisteus, assim como Moisés libertou o povo da opressão dos
Egípcios, Ex 3:9 e 1:8-15, (veja que opressão é sinônimo de trabalho forçado e
principalmente cobrança de dízimo/tributo). Israel não viva uma escravidão por raça, mas
uma escravidão financeira, a condição mais pobre os levou ao Egito, e tornaram-se
servos, até ai o Senhor não os ouviu, mas quando houve opressão, escravidão com
Injustiça, Deus vai ao socorro de seu povo. Dessa mesma forma ocorreu quando o povo
Hebreu entrou em Canaã e começou a ser oprimido pelos outros povos, Jz 3:15 (tributo à
Eglon); As guarnições eram acampamentos de coleta (2Sm 8:2) provavelmente o mesmo
se dava com as guarnições dos Filisteus (1Sm 10:5).
        O Reinado de Davi foi considerado um bom rei porque não tomou dízimos de
Israel, mas dos outros povos subjugados (2Sm 8:2-6) Salomão também teve boa política
de cobrança externa (1Rs 4:21), mas Salomão começou o período dos reis opressores e
começou a cobrar do próprio Israel (Davi foi condenado por fazer um senso? O que isso
significa? O senso era feito para saber quantas pessoas existiam no reino e oficializar a
cobrança do Dizimo).
        Para entender o dízimo é preciso entender a despesa de Israel. Na época de Saul
não havia castelo, nem reino, nem exército, era apenas uma milícia sustentada pelas
famílias, (a exemplo está Davi levando marmita para os irmãos). Davi inicia o reino com
todos os aparatos reais, mas o sustento vem da política externa. Salomão segue os
passos do Pai, mas aumenta grandemente o luxo do reino, paredes de mármore branco,
estábulos com cedros do Líbano, comércio de cavalos, o que eleva muito o custo e força
a cobrança de Dízimos do povo de Israel. Dessa mesma maneira aconteceu com outros
reis de Israel, com os impérios invasores (Assíria, Babilônia, Pérsia, Grécia e Roma). A
grande opressão advinda dos tributos, não eram eles em si, mas a corvéia, ou seja, o
trabalho escravo. Se alguém não tivesse com que pagar seu dízimo deveria ser
escravizado, arrendar seus serviços a alguém que pagasse por ele. E depois de preso,

1
 O Deuteronômio e o livro de Números trazem referências sobre o dízimo, mas sua autoridade é muito posterior. Nem
o povo, nem seus líderes seguiam o Pentateuco, apenas com a Reforma de Josias (encontrou o livro perdido da lei de
Moisés 34:14); o Pentateuco começou a ser seguido e respeitado.
nunca mais conseguia quitar sua dívida. Essa era a opressão do dízimo no Antigo
Testamento.
      Dessa perspectiva é mais fácil compreender o dízimo de Mal 3:8-12
Roubará o homem a Deus? Todavia, vós me roubais e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos
e nas ofertas. Com maldição sois amaldiçoados, porque a mim me roubais, vós, a nação toda.
Trazei todos os dízimos à casa do Tesouro, para que haja mantimento na minha casa; e provai-
me nisto, diz o SENHOR dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar
sobre vós bênção sem medida. Por vossa causa, repreenderei o devorador, para que não vos
consuma o fruto da terra; a vossa vide no campo não será estéril, diz o SENHOR dos Exércitos.
Todas as nações vos chamarão felizes, porque vós sereis uma terra deleitosa, diz o SENHOR dos
Exércitos.
       Não levar o dízimo à casa do Tesouro era o mesmo que sonegar o Imposto de
Renda, não uma ação religiosa, mas uma ação política. Era por meio do Dízimo como
Imposto de Renda que o reino era sustentado. Isso porque Religião e Estado estavam
unidos. Na época de Malaquias, não existia rei em Israel, apenas sumo-sacerdote, assim,
desde Josias e com ênfase especial em Neemias, o dízimo é cobrado com o objetivo de
sustentar a maquina administrativa do reino que funciona dentro do Templo, que também
não é tão religioso. O Templo de Israel era a casa da Moeda de Israel. A casa do tesouro
era uma casa forte que ficava no Templo, de onde o Rei poderia tirar quanto quisesse e
quando quisesse. Flavio Josefo faz referência ao templo como casa de Juros, ou seja, o
templo concedia empréstimos, controlava o comércio, guardava o tesouro e os tributos, e
além disso, segundo Jesus (Mt 21:12), e Kypemberg (2005) fazia operações de Câmbio,
troca de moedas de prata (babilônica, grega e romana).
       Outro profeta que questionou o dízimo foi Amós 4:4, em que afirma o dízimo como
um ritualismo vazio de auto-absolvição.

2. O dízimo legal – Deuteronômio e Neemias
    A instituição legal prevê três tipos de dízimo. a) dízimo dos Levitas (Nm 18:24), b)
dízimo em Sacrifício, uma parte pertencia aos Sacerdotes, esse dízimo era anual (Dt
14:22), e o dízimo dos pobres e dos estrangeiros, esse dízimo era trianual (Dt 14:28;
26:12). Na reforma de Neemias os Levitas passa a partilhar seus dízimos com os
Sacerdotes (Ne 10:37), a princípio Neemias segue Moisés e separa: Dízimo da
Manufatura para os Sacerdotes, e o dízimo da lavoura, Imposto da Terra para os Levitas.
Entretanto, Jeremias (1983), acredita que no período interbiblico o dízimo passará quase
totalmente ao Sacerdote.

3. Os dízimos e ofertas no período Interbíblico
       No período Interbíblico o dízimo continuou e teve forte repercussão. A questão de
quem recebia é que mudou, enquanto na Bíblia existem várias ordens a se entregar o
dízimo aos Levitas, o Talmude (livro Judaico de valor equivalente à Bíblia conhecido como
Tora oral) afirma que na prática quem recebia o dízimo eram os sacerdotes, finalmente há
uma referencia que João Hircano 134-100 a.C., do reino Asmodeu de Israel, aboliu o
dízimo. O motivo estava sendo pago aos Levitas.
       Outro fato relevante afirma do por Jeremias (1983) é que muitas pessoas não
pagavam o dízimo, isto porque viviam sobrecarregadas de Impostos e taxas. Dessa
forma, é provável que ao tempo de Jesus só existisse um dízimo em vigor, o do
Sacerdote vinculado ao sacrifício, os Levitas haviam parado de receber e o dízimo dos
pobres não teve aplicabilidade. O dízimo dos pobres era um décimo de todo que colhesse
depois de deduzidas as taxas, entretanto a Mishna (Livro Judaico com autoridade da
Bíblia) lastima informa que muitas vezes não era pago.
       Para concluir esse período está a referência de Tobias 1:6-8 (Leia em uma Bíblia
Católica, pode ser a de Jerusalém), que fala de três dízimos. O Primeiro era do trabalho,
dividido entre o Sacerdote e o Levita, o Segundo era um valor que somente poderia ser
gasto em Jerusalém, e o Terceiro era dado aos órfãos, às viúvas e aos estrangeiros eu
viviam como Israelitas, levava-os de três em três anos., conforme a lei de Moisés. O
segundo dízimo segundo a interpretação da Mishna praticada por Jeremias era para que
nas festas de Jerusalém até o dinheiro fosse sagrado, e fora delas poderia se usar
dinheiro profano.
4. Conclusão
        Como a Igreja Primitiva viu o Dizimo Legal de Israel? O Primeiro Dízimo estava
vinculado ao Sacrifício. O sacrificante levava seu dízimo (in natura, não podia ser
dinheiro, devia ser o produto de seu trabalho) e oferecia ao Senhor, parte do Sacrifício
ficava com o Sacerdote, isso porque dependia dele para subsistência, mas em Cristo o
Sacrifício totalmente satisfeito (Hb 9:12); O dízimo dos Levitas também deixou de ser
praticado, e isso já antes dos evangelhos, devido a não entrega aos levitas. Uma vez que
o cristianismo não estava diretamente ligado com a Lei de Moisés (At 15:13-21) não havia
a obrigação Legal de entregar aos levitas. Vale lembrar que o motivo de entregar aos
levitas foi porque não tinham parte na herança de Israel e dependiam disso para viver. O
Segundo dízimo (esse era em dinheiro) deveria ser gasto em Jerusalém, nas festas
Sagradas, mas em Cristo essas festas foram consideradas pagãs, e Jerusalém foi vista
como mais uma cidade, libertando os fiéis cristãos da obrigatoriedade da Lei. Apenas o
terceiro dízimo, que não acontecia no judaísmo, foi valorizado pela Igreja Primitiva. O
Dízimo dos pobres (Gl 2:10; Rm 15:26, Tg 1:27), foi encarado e vinculado diretamente
com a vida Cristã, isso por Jesus nos Evangelhos, por Paulo, Tiago, João e os outros
escritores.
        Como entender a idéia atual sobre o Dízimo? O Dízimo foi um termo usado pela
Igreja desde a Idade Moderna, legalizado e oficializado pelo Império Romano que
autorizava o Padre a cobrar legalmente o dízimo sob pena de confisco e prisão. As Igrejas
da Reforma deram sequência à doutrina do dízimo como forma de sustento da Igreja. Por
inferência podemos deduzir alguns princípios do Antigo Testamento para compreensão e
aplicação do Dízimo hoje.

      1)       O Dizimo dos Levitas e dos Sacerdotes era dado porque, como
               trabalhavam no templo, não tinham como trabalhar na terra, assim sua
               renda deveria vir do sustento do Templo. Hoje pode-se aplicar
               tranquilamente o dízimo para sustento dos trabalhos no templo.

      2)       O Segundo Dízimo pode ser adaptado em relação à noção de Sagrado,
               ou seja, quando participo dos trabalhos da Igreja, até o dinheiro deve ser
               santificado.

      3)       O Terceiro Dízimo deve ser aplicado, é provavelmente o mais importante,
               isso porque foi o único que realmente passou do Judaísmo para a Igreja
               Primitiva, as outras aplicações do dízimo não foram consideradas pela
               Igreja Primitiva como válidas.

      4)       Erros teológicos: O Dízimo não possui valor Legal, por isso não é
               Obrigatório. Se o dízimo for obrigatório por seu valor Legal deveremos
               passar para o novo outros elementos de valor Legal. Para o NT nenhum
               elemento de Valor Legal passou, apenas elementos de valor moral e
               cerimonial, a Lei foi encerrada em Cristo.
5)        Grosserias teológicas: Dizer que quem não dá o dízimo rouba o Senhor.
                 Em primeiro Lugar é uma afronta ao próprio texto, que não estava
                 criticando um problema em específico, mais vários outros problemas que
                 nunca são citados. Em segundo Lugar, a Igreja não depende dos valores
                 da Lei, pois sua salvação está em Cristo, ou seja, segundo Paulo, todos
                 estão debaixo do pecado: dizimistas e não dizimistas. Em terceiro Lugar:
                 os destinatários do texto de Malaquias 3:10ss são judeus incrédulos, que
                 estavam abandonando o Senhor em toda a vida, e somente por isso
                 precisam provar o Senhor. Ou Seja, somente crente fraco e problemático
                 prova o Senhor, o fiel não precisa provar, pois tem certeza, já conhece a
                 Deus.

       6)        A Libertação da opressão: Uma das formas de reconhecer a ação de
                 Deus é a libertação da opressão e não a imposição de mais cangas e
                 fardos. As bênçãos atuais, proclamadas na “hora da oferta” são
                 semelhantes aos recentes golpes de estelionato aplicados por celular:
                 afirmam que você ganhou um prêmio imensurável, mas para recebê-lo
                 deve fazer um depósito adiantado. Que prêmio é esse que para receber
                 eu tenho que pagar!


ORIENTAÇÃO DIDÁTICA

O PRINCÍPIO BÍBLICO DA GENEROSIDADE - 2Co 8:1-9:11
O texto é muito Grande assim vou concentrar apenas nos pontos principais.

Tema: Explorar a palavra Generosidade – (de gênero bom)
     Existe crente de gênero ruim?

Texto áureo: 2Co 9:7 Cada um contribua segundo tiver proposto no coração, não com tristeza
ou por necessidade (gg. Anagke - obrigação); porque Deus ama a quem dá com alegria.
       Para Paulo o que deveria guiar os cristãos não era a obrigatoriedade da Lei, mas a alegria,
o desejo do coração. Para Paulo contribuir é algo que parte do Coração.
       Qual o resultado na vida de uma pessoa que não contribui de coração?

1. EXEMPLOS DE AÇÕES GENEROSAS
Macedônios, Cristo e a Igreja de Conrinto. 8:1-6 e 9:1-2

        Também, irmãos, vos fazemos conhecer a graça de Deus concedida às igrejas da
Macedônia;
        porque, no meio de muita prova de tribulação, manifestaram abundância de alegria,
        e a profunda pobreza deles superabundou em grande riqueza da sua generosidade.
Porque eles, testemunho eu, na medida de suas posses e mesmo acima delas, se mostraram
voluntários, pedindo-nos, com muitos rogos, a graça de participarem da assistência aos
santos. E não somente fizeram como nós esperávamos, mas também deram-se a si mesmos
primeiro ao Senhor, depois a nós, pela vontade de Deus; o que nos levou a recomendar a Tito
que, como começou, assim também complete esta graça entre vós.
        A Graça de Participar. Paulo propõe um dos textos mais relevantes sobre a idéia do
sustento ministerial. Não é uma obrigação legal, como o primeiro dízimo, mas o desejo de
participar da Graça de Deus no ministério do apóstolo. Assim a primeira motivação para a Igreja é
a graça de participar e não (como dizem os adeptos da teologia da prosperidade) de receber.
Maior dádiva é dar do que receber. Outro detalhe muito importante. Na dificuldade eles não
deixaram de participar. Muitos crentes hoje se ausentam de participar do ministério de Deus por
dificuldades e tribulações. Quando nos concentramos nelas, perdemos a alegria de Deus e da
salvação. A situação financeira não deve ser o parâmetro que regula meu bolso, mas segundo
Paulo, o parâmetro é a entrega ao Senhor, Deus é o parâmetro maior, eles se entregaram a Paulo
porque primeiro se entregaram ao Senhor.

       Didática: 1) Pedir aos alunos para contarem testemunhos da Graça de Participar
                 2) Falar sobre as crises. Qual o Papel da Crise nos dias de Hoje?
                     2.1) Quem possui a maior parte de nosso tempo: Deus ou as crises?
                     2.2) Como a centralização das crises pode afetar a vida cristã?

   8:7-9 Como, porém, em tudo, manifestais superabundância, tanto na fé e na palavra como no
   saber, e em todo cuidado (gg. Spoude - afobação), e em nosso amor para convosco, assim
   também abundeis nesta graça. Não vos falo na forma de mandamento, mas para provar,
   pela diligência de outros, a sinceridade do vosso amor; pois conheceis a graça de nosso
   Senhor Jesus Cristo, que,
                                    sendo rico, se fez pobre por amor de vós, para que,
                                    pela sua pobreza, vos tornásseis ricos.

        “Assim Também Abundeis”, é uma referência clara a ausência da generosidade. Assim,
Paulo não faz um mandamento como o dizimo da Lei, mas solicita uma prova de amor e
discipulado. O primeiro motivo para eu ofertar deve ser a identificação com Cristo que, sendo rico,
não mediu forças para que eu enriquecesse, mesmo que para isso Ele perdesse tudo. É terrível
como o cristianismo atual tem a tendência de medir tudo. Tempo, dinheiro, palavras, etc... Paulo
fala de entrega em Cristo, e não apenas de palavras de entrega.

       Didática:     Solicite aos alunos situações sobre provas de amor
                     Os cristãos precisam provar seu amor?
                            A vida sob a Cruz faz com que o crente entregue sua vida ao
                            Senhor, e a vida que não se entrega ao Senhor está sob a Cruz?
                            Ou será que está sob o Lucro e o Dinheiro?
                     O que os cristãos sentem diante do Sacrifício de Cristo?
                     Será que o Amor de Cristo ainda nos constrange?

       (9:1-2) Ora, quanto à assistência a favor dos santos, é desnecessário escrever-vos,
porque bem reconheço a vossa presteza, da qual me glorio junto aos macedônios, dizendo que
a Acaia está preparada desde o ano passado; e o vosso zelo tem estimulado a muitíssimos.

       Assistência a favor dos Santos: Refere-se à oferta para sustento missionário e, nesse caso
específico, para os pobres de Jerusalém.

2. EXORTAÇÃO AO ESPÍRITO GENEROSO
Igreja de Corinto, responsabilidade social, reciprocidade.

   2Co 8:10-11 E nisto dou minha opinião; pois a vós outros, que, desde o ano passado,
   principiastes não só a prática, mas também o querer, convém isto. Completai, agora, a obra
   começada, para que, assim como revelastes prontidão no querer, assim a leveis a termo,
   segundo as vossas posses. Porque, se há boa vontade ( protumia - Zelo), será aceita
   conforme o que o homem tem e não segundo o que ele não tem. Porque não é para que
   os outros tenham alívio, e vós, sobrecarga; mas para que haja igualdade,

                             suprindo a vossa abundância, no presente, a falta daqueles,
                             de modo que a abundância daqueles venha a suprir a vossa falta,
                             e, assim, haja igualdade, como está escrito:
                             O que muito colheu não teve demais; e o que pouco, não teve falta.
A segunda motivação narrada por Paulo é a reciprocidade. A compreensão da
necessidade do outro deve motivar à oferta. Somente quando eu me coloco no lugar da outra
pessoa consigo ofertar de coração. Uma das principais motivações de minhas ofertas é a empatia
(colocar-se no lugar do outro), isso porque já passei por grandes dificuldades e sei como é bom,
na hora de dificuldade, receber o auxílio de Deus por meio de um irmão. Esse é o segundo
principal motivo de Paulo,não o desejo de acumular, mas o de partilha.

       Didática:     O que é reciprocidade?
                     Como a reciprocidade pode ajudar na vida da Igreja?

1. OS PRINCÍPIOS DA GENEROSIDADE
Liberdade na contribuição, o socorro no serviço social, graça de contribuir

2Co 9:6-15 E isto afirmo: aquele que semeia pouco, pouco também ceifará; e o que semeia
com fartura com abundância também ceifará.
        Cada um contribua segundo tiver proposto no coração, não com tristeza ou por
necessidade; porque Deus ama a quem dá com alegria. Deus pode fazer-vos abundar em toda
graça, a fim de que, tendo sempre, em tudo, ampla suficiência, superabundeis em toda boa obra,
como está escrito: Distribuiu, deu aos pobres, a sua justiça permanece para sempre. Ora,
aquele que dá semente ao que semeia e pão para alimento também suprirá e aumentará a
vossa sementeira e multiplicará os frutos da vossa justiça, enriquecendo-vos, em tudo,
para toda generosidade, a qual faz que, por nosso intermédio, sejam tributadas graças a Deus.
Porque o serviço desta assistência não só supre a necessidade dos santos, mas também
redunda em muitas graças a Deus, visto como, na prova desta ministração, glorificam a Deus pela
obediência da vossa confissão quanto ao evangelho de Cristo e pela liberalidade com que
contribuís para eles e para todos, enquanto oram eles a vosso favor, com grande afeto, em
virtude da superabundante graça de Deus que há em vós. Graças a Deus pelo seu dom inefável!

        Lei da Semeadura: em primeiro lugar, vamos nos prender ao contexto. Paulo não está
falando de semeadura material, é uma metáfora aplicada ao ministério, sendo assim, quem
semeia pouco no ministério, pouco ceifará no ministério. Paulo não está dizendo que se você
investir no ministério vai receber no comércio. O segundo termo se refere à ação de Deus, (pouco
ceifará por que Deus assim desejou). Outro fator importante, a semeadura e a ceifa são
separados por longos períodos em que a fé do agricultor faz com que aguarde o fruto. Não há
semeadura sem um bom trabalho, e não há colheita se o semeador não cuidar da terra, e da
planta até a colheita. Quando Paulo fala, enriquecendo em tudo, para toda generosidade, está
falando de dinheiro, que aqueles que são generosos Deus os faz prosperar para que continuem
sendo generosos.
        Generosidade versus egoísmo: quando a pessoa oferta pensando no exemplo de Cristo
e na necessidade de seu irmão é generosidade, mas quando oferta pensando no retorno de seu
investimento é egoísmo.
        Didática
               O que diz a lei da Semeadura? E como está sendo aplicada nas Igrejas?
               Faça um quadro com a oposição entre Generosidade e Egoísmo ( na lousa)
               Como a Igreja pode usar sua generosidade?
               Qual a diferença entre ação social e generosidade?

                                                                           Que Deus te abençoe!
                                                                                 Eduardo Sales
Bibliografia
JEREMIAS, Joachim. Jerusalém nos Tempos de Jesus. São Paulo: Paulinas, 1983.
KEEPENBERG, Hans G. Religião e Formação de Classes na Antiga Judéia. São Paulo: Paulinas, 1988.
PIXLEY, Jorge. A História de Israel a partir dos Pobres. Rio de Janeiro: Vozes, 1999.
SCHWANTES, Breve História de Israel, Rio Grande do Sul: Oikos, 2008.
VAUX, R. Instituições de Israel. São Paulo: Teológica, 2003.

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  • 1. Lição 9 – O Princípio Bíblico da Generosidade E o Dízimo na Bíblia PROFESSOR: EDUARDO SALES, AD-MARINGA/PR BLOG: TEOLOGIASALESIANA.BLOGSPOT.COM Paz do Senhor, O RECURSO DIDÁTICO PARA ESSA AULA SEGUE A SEGUINTE ESTRUTURA: Apresentação do Assunto Geral; Análise do Texto Bíblico; Extração de Lições para a Vida e Ministério Temas para Abordagem: Generosidade, Oferta, Dízimo, Avareza, Infidelidade APRESENTAÇÃO DO ASSUNTO: Qual o real significado da Oferta e do Dízimo? atividade de quadro negro: Perguntar o que os educandos entendem sobre o dízimo QUESTÕES PARA APROFUNDAMENTO: A questão para aprofundamento é longa, mas compensa! PS. NÃO LEIA OU USE NA SALA – O OBJETIVO DA QUESTÃO DE APROFUNDAMENTO É FORNECER RECURSO PARA APROFUNDAMENTO DIDÁTICO-TEOLÓGICO. Como eram os dízimos e contribuições no Antigo e Novo Testamento? Para entender o que Paulo está dizendo sobre oferta, generosidade e participação é preciso primeiros entender como o dízimo e as ofertas eram compreendidas no Antigo Testamento. 1. Os dízimos e ofertas não iniciaram na Bíblia Os dízimos e ofertas eram comuns a outros tipos de religião. Os Egípcios foram os principais arrecadadores de dízimo, seguidos dos Reis Cananeus e Reis Hebreus, estendido pelos Impérios Assírio, Babilônico, Persa, Grego e Romano. O Dízimo não era uma contribuição religiosa, mas uma contribuição legal. Era cobrado pelos impérios dominantes, desde o Rei de Israel até os imperadores de outras Nações, a confusão provém de dois fatos: a) O Rei se identificava com a divindade para forçar o povo a contribuir e b) Os tesouros eram guardados geralmente no templo. Assim, quando os leitores superficiais lêem a Bíblia pensam que o dízimo era uma expressão religiosa. Veja os seguintes textos: Gn 14:18-19 Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; era sacerdote do Deus Altíssimo; abençoou ele a Abrão e disse: Bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo, que possui os céus e a terra; e bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus adversários nas tuas mãos. E de tudo lhe deu Abrão o dízimo. Abraão não fez uma oferta religiosa, mas política, isso porque, segundo a pesquisa de (Pixley, 1999), no mundo antigo todas as terras pertenciam às divindades e os reis eram seus representantes maiores. Assim, Mequisedeque era um rei e sacerdote que fala em nome do dono dos céus e da terra (certamente o rei não está só, mas com a guarda
  • 2. real), e Abraão pagou o IPTU e IRPJ da época. O dízimo era um imposto real do usufruto da terra. Veja esta outra referência também anterior à legalização do Deuteronômio1: 1Sm 8:11-20 e disse: Este será o direito do rei que houver de reinar sobre vós: ele tomará os vossos filhos e os empregará no serviço dos seus carros e como seus cavaleiros, para que corram adiante deles; e os porá uns por capitães de mil e capitães de cinqüenta; outros para lavrarem os seus campos e ceifarem as suas messes; e outros para fabricarem suas armas de guerra e o aparelhamento de seus carros. Tomará as vossas filhas para perfumistas, cozinheiras e padeiras. Tomará o melhor das vossas lavouras, e das vossas vinhas, e dos vossos olivais e o dará aos seus servidores. As vossas sementeiras e as vossas vinhas dizimará, para dar aos seus oficiais e aos seus servidores. Também tomará os vossos servos, e as vossas servas, e os vossos melhores jovens, e os vossos jumentos e os empregará no seu trabalho. Dizimará o vosso rebanho, e vós lhe sereis por servos. Então, naquele dia, clamareis por causa do vosso rei que houverdes escolhido; mas o SENHOR não vos ouvirá naquele dia. [...] 20 Para que sejamos também como todas as nações; o nosso rei poderá governar-nos, sair adiante de nós e fazer as nossas guerras. O Direito do rei sobre o povo é o mesmo que acontecia no Egito. A libertação do Êxodo, liderada por Moisés, visava à libertação política e social do povo. Livres do Egito o povo não precisaria servir ao rei com seus filhos e seus dízimos. Samuel entende o dízimo como uma das formas de opressão imposta pelo Palácio Real. O dízimo no Antigo Testamento não é uma contribuição religiosa, mas política, uma espécie de Imposto de Renda usado para manutenção do Castelo, do Templo, do Rei e do Exército. O próprio reinado de Saul foi considerado de Deus justamente por libertar os hebreus da opressão dos Filisteus, assim como Moisés libertou o povo da opressão dos Egípcios, Ex 3:9 e 1:8-15, (veja que opressão é sinônimo de trabalho forçado e principalmente cobrança de dízimo/tributo). Israel não viva uma escravidão por raça, mas uma escravidão financeira, a condição mais pobre os levou ao Egito, e tornaram-se servos, até ai o Senhor não os ouviu, mas quando houve opressão, escravidão com Injustiça, Deus vai ao socorro de seu povo. Dessa mesma forma ocorreu quando o povo Hebreu entrou em Canaã e começou a ser oprimido pelos outros povos, Jz 3:15 (tributo à Eglon); As guarnições eram acampamentos de coleta (2Sm 8:2) provavelmente o mesmo se dava com as guarnições dos Filisteus (1Sm 10:5). O Reinado de Davi foi considerado um bom rei porque não tomou dízimos de Israel, mas dos outros povos subjugados (2Sm 8:2-6) Salomão também teve boa política de cobrança externa (1Rs 4:21), mas Salomão começou o período dos reis opressores e começou a cobrar do próprio Israel (Davi foi condenado por fazer um senso? O que isso significa? O senso era feito para saber quantas pessoas existiam no reino e oficializar a cobrança do Dizimo). Para entender o dízimo é preciso entender a despesa de Israel. Na época de Saul não havia castelo, nem reino, nem exército, era apenas uma milícia sustentada pelas famílias, (a exemplo está Davi levando marmita para os irmãos). Davi inicia o reino com todos os aparatos reais, mas o sustento vem da política externa. Salomão segue os passos do Pai, mas aumenta grandemente o luxo do reino, paredes de mármore branco, estábulos com cedros do Líbano, comércio de cavalos, o que eleva muito o custo e força a cobrança de Dízimos do povo de Israel. Dessa mesma maneira aconteceu com outros reis de Israel, com os impérios invasores (Assíria, Babilônia, Pérsia, Grécia e Roma). A grande opressão advinda dos tributos, não eram eles em si, mas a corvéia, ou seja, o trabalho escravo. Se alguém não tivesse com que pagar seu dízimo deveria ser escravizado, arrendar seus serviços a alguém que pagasse por ele. E depois de preso, 1 O Deuteronômio e o livro de Números trazem referências sobre o dízimo, mas sua autoridade é muito posterior. Nem o povo, nem seus líderes seguiam o Pentateuco, apenas com a Reforma de Josias (encontrou o livro perdido da lei de Moisés 34:14); o Pentateuco começou a ser seguido e respeitado.
  • 3. nunca mais conseguia quitar sua dívida. Essa era a opressão do dízimo no Antigo Testamento. Dessa perspectiva é mais fácil compreender o dízimo de Mal 3:8-12 Roubará o homem a Deus? Todavia, vós me roubais e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas. Com maldição sois amaldiçoados, porque a mim me roubais, vós, a nação toda. Trazei todos os dízimos à casa do Tesouro, para que haja mantimento na minha casa; e provai- me nisto, diz o SENHOR dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós bênção sem medida. Por vossa causa, repreenderei o devorador, para que não vos consuma o fruto da terra; a vossa vide no campo não será estéril, diz o SENHOR dos Exércitos. Todas as nações vos chamarão felizes, porque vós sereis uma terra deleitosa, diz o SENHOR dos Exércitos. Não levar o dízimo à casa do Tesouro era o mesmo que sonegar o Imposto de Renda, não uma ação religiosa, mas uma ação política. Era por meio do Dízimo como Imposto de Renda que o reino era sustentado. Isso porque Religião e Estado estavam unidos. Na época de Malaquias, não existia rei em Israel, apenas sumo-sacerdote, assim, desde Josias e com ênfase especial em Neemias, o dízimo é cobrado com o objetivo de sustentar a maquina administrativa do reino que funciona dentro do Templo, que também não é tão religioso. O Templo de Israel era a casa da Moeda de Israel. A casa do tesouro era uma casa forte que ficava no Templo, de onde o Rei poderia tirar quanto quisesse e quando quisesse. Flavio Josefo faz referência ao templo como casa de Juros, ou seja, o templo concedia empréstimos, controlava o comércio, guardava o tesouro e os tributos, e além disso, segundo Jesus (Mt 21:12), e Kypemberg (2005) fazia operações de Câmbio, troca de moedas de prata (babilônica, grega e romana). Outro profeta que questionou o dízimo foi Amós 4:4, em que afirma o dízimo como um ritualismo vazio de auto-absolvição. 2. O dízimo legal – Deuteronômio e Neemias A instituição legal prevê três tipos de dízimo. a) dízimo dos Levitas (Nm 18:24), b) dízimo em Sacrifício, uma parte pertencia aos Sacerdotes, esse dízimo era anual (Dt 14:22), e o dízimo dos pobres e dos estrangeiros, esse dízimo era trianual (Dt 14:28; 26:12). Na reforma de Neemias os Levitas passa a partilhar seus dízimos com os Sacerdotes (Ne 10:37), a princípio Neemias segue Moisés e separa: Dízimo da Manufatura para os Sacerdotes, e o dízimo da lavoura, Imposto da Terra para os Levitas. Entretanto, Jeremias (1983), acredita que no período interbiblico o dízimo passará quase totalmente ao Sacerdote. 3. Os dízimos e ofertas no período Interbíblico No período Interbíblico o dízimo continuou e teve forte repercussão. A questão de quem recebia é que mudou, enquanto na Bíblia existem várias ordens a se entregar o dízimo aos Levitas, o Talmude (livro Judaico de valor equivalente à Bíblia conhecido como Tora oral) afirma que na prática quem recebia o dízimo eram os sacerdotes, finalmente há uma referencia que João Hircano 134-100 a.C., do reino Asmodeu de Israel, aboliu o dízimo. O motivo estava sendo pago aos Levitas. Outro fato relevante afirma do por Jeremias (1983) é que muitas pessoas não pagavam o dízimo, isto porque viviam sobrecarregadas de Impostos e taxas. Dessa forma, é provável que ao tempo de Jesus só existisse um dízimo em vigor, o do Sacerdote vinculado ao sacrifício, os Levitas haviam parado de receber e o dízimo dos pobres não teve aplicabilidade. O dízimo dos pobres era um décimo de todo que colhesse depois de deduzidas as taxas, entretanto a Mishna (Livro Judaico com autoridade da Bíblia) lastima informa que muitas vezes não era pago. Para concluir esse período está a referência de Tobias 1:6-8 (Leia em uma Bíblia Católica, pode ser a de Jerusalém), que fala de três dízimos. O Primeiro era do trabalho,
  • 4. dividido entre o Sacerdote e o Levita, o Segundo era um valor que somente poderia ser gasto em Jerusalém, e o Terceiro era dado aos órfãos, às viúvas e aos estrangeiros eu viviam como Israelitas, levava-os de três em três anos., conforme a lei de Moisés. O segundo dízimo segundo a interpretação da Mishna praticada por Jeremias era para que nas festas de Jerusalém até o dinheiro fosse sagrado, e fora delas poderia se usar dinheiro profano. 4. Conclusão Como a Igreja Primitiva viu o Dizimo Legal de Israel? O Primeiro Dízimo estava vinculado ao Sacrifício. O sacrificante levava seu dízimo (in natura, não podia ser dinheiro, devia ser o produto de seu trabalho) e oferecia ao Senhor, parte do Sacrifício ficava com o Sacerdote, isso porque dependia dele para subsistência, mas em Cristo o Sacrifício totalmente satisfeito (Hb 9:12); O dízimo dos Levitas também deixou de ser praticado, e isso já antes dos evangelhos, devido a não entrega aos levitas. Uma vez que o cristianismo não estava diretamente ligado com a Lei de Moisés (At 15:13-21) não havia a obrigação Legal de entregar aos levitas. Vale lembrar que o motivo de entregar aos levitas foi porque não tinham parte na herança de Israel e dependiam disso para viver. O Segundo dízimo (esse era em dinheiro) deveria ser gasto em Jerusalém, nas festas Sagradas, mas em Cristo essas festas foram consideradas pagãs, e Jerusalém foi vista como mais uma cidade, libertando os fiéis cristãos da obrigatoriedade da Lei. Apenas o terceiro dízimo, que não acontecia no judaísmo, foi valorizado pela Igreja Primitiva. O Dízimo dos pobres (Gl 2:10; Rm 15:26, Tg 1:27), foi encarado e vinculado diretamente com a vida Cristã, isso por Jesus nos Evangelhos, por Paulo, Tiago, João e os outros escritores. Como entender a idéia atual sobre o Dízimo? O Dízimo foi um termo usado pela Igreja desde a Idade Moderna, legalizado e oficializado pelo Império Romano que autorizava o Padre a cobrar legalmente o dízimo sob pena de confisco e prisão. As Igrejas da Reforma deram sequência à doutrina do dízimo como forma de sustento da Igreja. Por inferência podemos deduzir alguns princípios do Antigo Testamento para compreensão e aplicação do Dízimo hoje. 1) O Dizimo dos Levitas e dos Sacerdotes era dado porque, como trabalhavam no templo, não tinham como trabalhar na terra, assim sua renda deveria vir do sustento do Templo. Hoje pode-se aplicar tranquilamente o dízimo para sustento dos trabalhos no templo. 2) O Segundo Dízimo pode ser adaptado em relação à noção de Sagrado, ou seja, quando participo dos trabalhos da Igreja, até o dinheiro deve ser santificado. 3) O Terceiro Dízimo deve ser aplicado, é provavelmente o mais importante, isso porque foi o único que realmente passou do Judaísmo para a Igreja Primitiva, as outras aplicações do dízimo não foram consideradas pela Igreja Primitiva como válidas. 4) Erros teológicos: O Dízimo não possui valor Legal, por isso não é Obrigatório. Se o dízimo for obrigatório por seu valor Legal deveremos passar para o novo outros elementos de valor Legal. Para o NT nenhum elemento de Valor Legal passou, apenas elementos de valor moral e cerimonial, a Lei foi encerrada em Cristo.
  • 5. 5) Grosserias teológicas: Dizer que quem não dá o dízimo rouba o Senhor. Em primeiro Lugar é uma afronta ao próprio texto, que não estava criticando um problema em específico, mais vários outros problemas que nunca são citados. Em segundo Lugar, a Igreja não depende dos valores da Lei, pois sua salvação está em Cristo, ou seja, segundo Paulo, todos estão debaixo do pecado: dizimistas e não dizimistas. Em terceiro Lugar: os destinatários do texto de Malaquias 3:10ss são judeus incrédulos, que estavam abandonando o Senhor em toda a vida, e somente por isso precisam provar o Senhor. Ou Seja, somente crente fraco e problemático prova o Senhor, o fiel não precisa provar, pois tem certeza, já conhece a Deus. 6) A Libertação da opressão: Uma das formas de reconhecer a ação de Deus é a libertação da opressão e não a imposição de mais cangas e fardos. As bênçãos atuais, proclamadas na “hora da oferta” são semelhantes aos recentes golpes de estelionato aplicados por celular: afirmam que você ganhou um prêmio imensurável, mas para recebê-lo deve fazer um depósito adiantado. Que prêmio é esse que para receber eu tenho que pagar! ORIENTAÇÃO DIDÁTICA O PRINCÍPIO BÍBLICO DA GENEROSIDADE - 2Co 8:1-9:11 O texto é muito Grande assim vou concentrar apenas nos pontos principais. Tema: Explorar a palavra Generosidade – (de gênero bom) Existe crente de gênero ruim? Texto áureo: 2Co 9:7 Cada um contribua segundo tiver proposto no coração, não com tristeza ou por necessidade (gg. Anagke - obrigação); porque Deus ama a quem dá com alegria. Para Paulo o que deveria guiar os cristãos não era a obrigatoriedade da Lei, mas a alegria, o desejo do coração. Para Paulo contribuir é algo que parte do Coração. Qual o resultado na vida de uma pessoa que não contribui de coração? 1. EXEMPLOS DE AÇÕES GENEROSAS Macedônios, Cristo e a Igreja de Conrinto. 8:1-6 e 9:1-2 Também, irmãos, vos fazemos conhecer a graça de Deus concedida às igrejas da Macedônia; porque, no meio de muita prova de tribulação, manifestaram abundância de alegria, e a profunda pobreza deles superabundou em grande riqueza da sua generosidade. Porque eles, testemunho eu, na medida de suas posses e mesmo acima delas, se mostraram voluntários, pedindo-nos, com muitos rogos, a graça de participarem da assistência aos santos. E não somente fizeram como nós esperávamos, mas também deram-se a si mesmos primeiro ao Senhor, depois a nós, pela vontade de Deus; o que nos levou a recomendar a Tito que, como começou, assim também complete esta graça entre vós. A Graça de Participar. Paulo propõe um dos textos mais relevantes sobre a idéia do sustento ministerial. Não é uma obrigação legal, como o primeiro dízimo, mas o desejo de participar da Graça de Deus no ministério do apóstolo. Assim a primeira motivação para a Igreja é a graça de participar e não (como dizem os adeptos da teologia da prosperidade) de receber. Maior dádiva é dar do que receber. Outro detalhe muito importante. Na dificuldade eles não deixaram de participar. Muitos crentes hoje se ausentam de participar do ministério de Deus por
  • 6. dificuldades e tribulações. Quando nos concentramos nelas, perdemos a alegria de Deus e da salvação. A situação financeira não deve ser o parâmetro que regula meu bolso, mas segundo Paulo, o parâmetro é a entrega ao Senhor, Deus é o parâmetro maior, eles se entregaram a Paulo porque primeiro se entregaram ao Senhor. Didática: 1) Pedir aos alunos para contarem testemunhos da Graça de Participar 2) Falar sobre as crises. Qual o Papel da Crise nos dias de Hoje? 2.1) Quem possui a maior parte de nosso tempo: Deus ou as crises? 2.2) Como a centralização das crises pode afetar a vida cristã? 8:7-9 Como, porém, em tudo, manifestais superabundância, tanto na fé e na palavra como no saber, e em todo cuidado (gg. Spoude - afobação), e em nosso amor para convosco, assim também abundeis nesta graça. Não vos falo na forma de mandamento, mas para provar, pela diligência de outros, a sinceridade do vosso amor; pois conheceis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, se fez pobre por amor de vós, para que, pela sua pobreza, vos tornásseis ricos. “Assim Também Abundeis”, é uma referência clara a ausência da generosidade. Assim, Paulo não faz um mandamento como o dizimo da Lei, mas solicita uma prova de amor e discipulado. O primeiro motivo para eu ofertar deve ser a identificação com Cristo que, sendo rico, não mediu forças para que eu enriquecesse, mesmo que para isso Ele perdesse tudo. É terrível como o cristianismo atual tem a tendência de medir tudo. Tempo, dinheiro, palavras, etc... Paulo fala de entrega em Cristo, e não apenas de palavras de entrega. Didática: Solicite aos alunos situações sobre provas de amor Os cristãos precisam provar seu amor? A vida sob a Cruz faz com que o crente entregue sua vida ao Senhor, e a vida que não se entrega ao Senhor está sob a Cruz? Ou será que está sob o Lucro e o Dinheiro? O que os cristãos sentem diante do Sacrifício de Cristo? Será que o Amor de Cristo ainda nos constrange? (9:1-2) Ora, quanto à assistência a favor dos santos, é desnecessário escrever-vos, porque bem reconheço a vossa presteza, da qual me glorio junto aos macedônios, dizendo que a Acaia está preparada desde o ano passado; e o vosso zelo tem estimulado a muitíssimos. Assistência a favor dos Santos: Refere-se à oferta para sustento missionário e, nesse caso específico, para os pobres de Jerusalém. 2. EXORTAÇÃO AO ESPÍRITO GENEROSO Igreja de Corinto, responsabilidade social, reciprocidade. 2Co 8:10-11 E nisto dou minha opinião; pois a vós outros, que, desde o ano passado, principiastes não só a prática, mas também o querer, convém isto. Completai, agora, a obra começada, para que, assim como revelastes prontidão no querer, assim a leveis a termo, segundo as vossas posses. Porque, se há boa vontade ( protumia - Zelo), será aceita conforme o que o homem tem e não segundo o que ele não tem. Porque não é para que os outros tenham alívio, e vós, sobrecarga; mas para que haja igualdade, suprindo a vossa abundância, no presente, a falta daqueles, de modo que a abundância daqueles venha a suprir a vossa falta, e, assim, haja igualdade, como está escrito: O que muito colheu não teve demais; e o que pouco, não teve falta.
  • 7. A segunda motivação narrada por Paulo é a reciprocidade. A compreensão da necessidade do outro deve motivar à oferta. Somente quando eu me coloco no lugar da outra pessoa consigo ofertar de coração. Uma das principais motivações de minhas ofertas é a empatia (colocar-se no lugar do outro), isso porque já passei por grandes dificuldades e sei como é bom, na hora de dificuldade, receber o auxílio de Deus por meio de um irmão. Esse é o segundo principal motivo de Paulo,não o desejo de acumular, mas o de partilha. Didática: O que é reciprocidade? Como a reciprocidade pode ajudar na vida da Igreja? 1. OS PRINCÍPIOS DA GENEROSIDADE Liberdade na contribuição, o socorro no serviço social, graça de contribuir 2Co 9:6-15 E isto afirmo: aquele que semeia pouco, pouco também ceifará; e o que semeia com fartura com abundância também ceifará. Cada um contribua segundo tiver proposto no coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama a quem dá com alegria. Deus pode fazer-vos abundar em toda graça, a fim de que, tendo sempre, em tudo, ampla suficiência, superabundeis em toda boa obra, como está escrito: Distribuiu, deu aos pobres, a sua justiça permanece para sempre. Ora, aquele que dá semente ao que semeia e pão para alimento também suprirá e aumentará a vossa sementeira e multiplicará os frutos da vossa justiça, enriquecendo-vos, em tudo, para toda generosidade, a qual faz que, por nosso intermédio, sejam tributadas graças a Deus. Porque o serviço desta assistência não só supre a necessidade dos santos, mas também redunda em muitas graças a Deus, visto como, na prova desta ministração, glorificam a Deus pela obediência da vossa confissão quanto ao evangelho de Cristo e pela liberalidade com que contribuís para eles e para todos, enquanto oram eles a vosso favor, com grande afeto, em virtude da superabundante graça de Deus que há em vós. Graças a Deus pelo seu dom inefável! Lei da Semeadura: em primeiro lugar, vamos nos prender ao contexto. Paulo não está falando de semeadura material, é uma metáfora aplicada ao ministério, sendo assim, quem semeia pouco no ministério, pouco ceifará no ministério. Paulo não está dizendo que se você investir no ministério vai receber no comércio. O segundo termo se refere à ação de Deus, (pouco ceifará por que Deus assim desejou). Outro fator importante, a semeadura e a ceifa são separados por longos períodos em que a fé do agricultor faz com que aguarde o fruto. Não há semeadura sem um bom trabalho, e não há colheita se o semeador não cuidar da terra, e da planta até a colheita. Quando Paulo fala, enriquecendo em tudo, para toda generosidade, está falando de dinheiro, que aqueles que são generosos Deus os faz prosperar para que continuem sendo generosos. Generosidade versus egoísmo: quando a pessoa oferta pensando no exemplo de Cristo e na necessidade de seu irmão é generosidade, mas quando oferta pensando no retorno de seu investimento é egoísmo. Didática O que diz a lei da Semeadura? E como está sendo aplicada nas Igrejas? Faça um quadro com a oposição entre Generosidade e Egoísmo ( na lousa) Como a Igreja pode usar sua generosidade? Qual a diferença entre ação social e generosidade? Que Deus te abençoe! Eduardo Sales Bibliografia JEREMIAS, Joachim. Jerusalém nos Tempos de Jesus. São Paulo: Paulinas, 1983. KEEPENBERG, Hans G. Religião e Formação de Classes na Antiga Judéia. São Paulo: Paulinas, 1988. PIXLEY, Jorge. A História de Israel a partir dos Pobres. Rio de Janeiro: Vozes, 1999. SCHWANTES, Breve História de Israel, Rio Grande do Sul: Oikos, 2008. VAUX, R. Instituições de Israel. São Paulo: Teológica, 2003.