O documento discute:
1) Como institutos de pesquisa da Secretaria da Agricultura e Abastecimento impulsionam o agronegócio paulista por meio de novas tecnologias;
2) O programa Cultura é Currículo, que leva alunos da rede pública a visitarem locais culturais fora da escola;
3) A atuação do Instituto de Pesos e Medidas na fiscalização de transporte de cargas perigosas.
1. SP
notícias
ANO 1 l NÚMERO 10
Programa Cultura
É Currículo inova
com aulas fora das
escolas estaduais
Região da Alta
Paulista recebe
440 milhões de reais
para obras
de infraestrutura
Atuação do Ipem
garante qualidade
de serviços para
a população
Dose Certa
faz distribuição
Tecnologia
gratuita de 67
tipos de remédios
na agricultura
Institutos de pesquisa ajudam o agronegócio
paulista a ficar cada vez mais rentável e produtivo
2. editorial
A tecnologia entra em campo
Em 2008, o Estado de São Paulo e a iniciativa privada investiram quase
30 milhões de reais em pesquisas coordenadas pela Agência Paulista
de Tecnologia dos Agronegócios (Apta), órgão vinculado à Secretaria
da Agricultura e Abastecimento. A Apta comanda o trabalho de seis
institutos de pesquisas, que utilizam o que há de mais moderno em tecnologia
para desenvolver novas variedades de alimentos, mais resistentes às mudanças
climáticas e às pragas das plantações.
Nesta edição da SPnotícias mostramos como é a atuação desses institutos
a serviço do agronegócio. São verdadeiras referências na busca pela qualidade
dos produtos que chegam à mesa do consumidor paulista e brasileiro. Ou até
mesmo de outro país. Afinal, 50% do café da Colômbia, por exemplo, é uma
variedade criada pelo Instituto Agronômico (IAC), localizado na cidade de Cam-
pinas. A Secretaria da Agricultura também divulgou, em abril, os resultados
do Levantamento Censitário das Unidades de Produção Agropecuária (Lupa),
um mapeamento completo da produção agropecuária no Estado com dados
colhidos em 2007 e 2008.
Se as pesquisas estão alavancando o agronegócio paulista, na área da edu-
cação um amplo programa está permitindo que alunos e professores tenham
acesso à cultura e a uma série de atividades curriculares fora das salas de aula,
como revela outra reportagem da edição. Trata-se do Cultura É Currículo, que
possibilita a estudantes da rede pública de ensino da capital e do interior visitar
cem museus e outras instituições culturais de todo o Estado.
O programa é composto por três partes: Lugares de Aprender: a Escola Sai
da Escola, Escola em Cena e o Cinema Vai à Escola. Mais de 1 milhão de alunos
deverão participar das atividades externas e também terão noções da lingua-
gem empregada no teatro e no cinema.
Na seção Bastidores, SPnotícias acompanhou uma missão do Instituto de
Pesos e Medidas (Ipem) na Operação Olho de Lince. A equipe passou o dia na
Rodovia dos Bandeirantes, na altura do município de Jundiaí, para fiscalizar
os caminhões-tanque que transportavam cargas líquidas perigosas, como ga-
solina, álcool e amônia. Como vimos de perto, um dos fatores para uma ação
bem-sucedida é o efeito surpresa no momento de abordagem.
A equipe verificou 400 itens dos veículos, e o resultado da operação foi a
emissão de 36 autos de infração e a apreensão de 20 certificados de inspeção,
documento obrigatório para o transporte de produtos perigosos. Nessa repor-
tagem você também conhecerá as outras áreas de atuação do Ipem, que visam
sempre garantir a qualidade de tudo o que o instituto fiscaliza.
Boa leitura e até a próxima edição.
SPnotícias 3
3. renato stockler
SPsumário
Ano 1 | Nº 10 | 2009
11.000 exemplares
Distribuição estadual
Foto de capa: Renato Stockler
Governo do estado de sÃo Paulo
Governador José Serra
vice-governador Alberto Goldman
secretaria estadual da administração Penitenciária
Lourival Gomes
secretaria estadual da agricultura e abastecimento
João de A. Sampaio Filho
secretaria estadual da assistência
e desenvolvimento social
Rogério Pinto Coelho Amato
secretaria estadual da Casa Civil
Aloysio Nunes Ferreira Filho
secretaria estadual da Casa Militar
Coronel PM Luiz Massao Kita
secretaria estadual de Comunicação
6 ENTREVISTA
Bruno Caetano
secretaria estadual da Cultura
João Sayad
O secretário dos Transportes, secretaria estadual de desenvolvimento
Mauro Arce, afirma que Geraldo Alckmin
22 EDUCAÇÃO
secretaria estadual de economia e Planejamento
o trecho Sul do Rodoanel Francisco Vidal Luna
já está 75% concluído secretaria estadual da educação
Cultura É Currículo Paulo Renato Souza
renato stockler
20 DOSE CERTA
secretaria estadual do emprego e
incentiva a relações do trabalho
Governo amplia distribuição educação fora da Guilherme Afif Domingos
secretaria estadual de ensino superior
gratuita de remédios sala de aula nas Carlos Alberto Vogt
para pacientes do Sistema escolas da rede secretaria estadual de esporte,
lazer e turismo
Único de Saúde pública estadual Claury Santos Alves da Silva
secretaria estadual da Fazenda
Mauro Ricardo Machado Costa
30 ALTA PAULISTA secretaria estadual da Gestão Pública
Sidney Beraldo
Governo do Estado secretaria estadual da Habitação
investe 440 milhões de reais
44
Lair Alberto Soares Krähenbühl
em 33 municípios do PERSONAGEM secretaria estadual da Justiça e
defesa da Cidadania
oeste de São Paulo DO MÊS Luiz Antônio Marrey
secretaria estadual do Meio ambiente
Francisco Graziano Neto
38 BASTIDORES O desafio do
coordenador da
secretaria estadual dos direitos da
Pessoa com deficiência
Por dentro do trabalho de Linamara Rizzo Battistella
Secretaria dos
fiscalização do Instituto de secretaria estadual de relações Institucionais
Direitos da Pessoa José Henrique Reis Lobo
Pesos e Medidas (Ipem) secretaria estadual de saneamento e energia
com Deficiência Dilma Seli Pena
46 O ESTADO EM para tornar a
cultura acessível
secretaria estadual da saúde
Luís Roberto Barradas Barata
NÚMEROS secretaria estadual da segurança Pública
Antônio Ferreira Pinto
secretaria estadual dos transportes
48 AGENDA Mauro Arce
secretaria estadual dos transportes
Metropolitanos
José Luiz Portella
Procuradoria Geral do estado de são Paulo
Marcos Fábio de Oliveira Nusdeo
10
a revista SPnotícias é uma publicação
mensal do Governo do estado de são Paulo,
CAPA distribuída gratuitamente. seu conteúdo
é informativo e sua venda é proibida.
Institutos de pesquisa da www.saopaulo.sp.gov.br
bruno miranda
Sugestões para a revista pelo e-mail:
Secretaria da Agricultura e revistaspnoticias@sp.gov.br
Abastecimento impulsionam CtP, impressão e acabamento:
edição concluída em abril
o agronegócio paulista
SPnotícias 5
4. SPentrevista
SPnotícias: O trecho Sul do Rodoa
nel tem sido o principal desafio da “Queremos começar as
atual administração na área dos obras do trecho Leste do
transportes? Rodoanel este ano para
Mauro Arce: Do ponto de vista da
região metropolitana de São Paulo,
terminá-lo em 2012”
onde moram 20 milhões de pessoas,
sem dúvida. Até porque a visibili-
dade dele é maior que a de outras ríamos até 2011 para inaugurá-la. No
obras. O trecho Sul era um desafio entanto, temos 75% do trecho já con-
enorme, porque seu orçamento para cluído, e a entrega está prevista para
2007 não passava de 250 milhões de março de 2010. Se conseguirmos
reais. Se esse valor fosse o mesmo uma antecipação, tanto melhor.
nos anos seguintes, levaríamos 15
anos para concluí-lo. Essa obra custa- SP: A construção do Rodoanel está se
rá pouco mais de 4 bilhões de reais, guindo o orçamento previsto?
considerando não só a construção, Arce: O contrato foi assinado com va-
O secretário mas também as desapropriações, os lores de dezembro de 2005, que são,
dos Transportes, assentamentos e o acerto das exigên- evidentemente, corrigidos. Mas a obra
Mauro Arce
cias ambientais. Houve, portanto, está sendo executada de acordo com o
um grande esforço do governo do planejado. É uma obra complexa que
fotos: rogério casimiro
Estado para buscar recursos. não pode ser comparada a qualquer
outra estrada. Um terço dela é com-
Rodoanel em
SP: Qual foi a maior dificuldade para posta por grandes viadutos e pontes.
a construção do trecho Sul? Para se ter ideia, há uma ponte com
Arce: A questão mais complicada foi 1,8 quilômetro de extensão.
contagem regressiva
a obtenção de recursos. Alteramos o
contrato original – que previa paga- SP: O trecho Leste também poderá ser
mento por medição – e mudamos feito nesse ritmo acelerado?
para preço global, atitude que gerou Arce: Estamos analisando a melhor
uma redução de custos de mais de possibilidade, se faremos como no
Trecho Sul está 75% pronto e pode entrar 100 milhões de reais. Além disso, a trecho Sul ou se haverá concessão
em operação ainda neste ano região do trecho Sul tem implica- para a construção. A nossa ideia é
ções com o meio ambiente porque começar o trecho Leste ainda este
A inauguração dos 61,4 quilômetros do trecho Sul do passa por dois mananciais, Billings ano, com o traçado definido e a par-
Rodoanel, que interligará o trecho Oeste ao Sistema e Guarapiranga, fundamentais para te ambiental aprovada. A conclusão
Anchieta-Imigrantes, está em contagem regressiva. o abastecimento da região metropo- ficará para o final de 2012.
Na entrada do prédio da Secretaria dos Transportes, um litana de São Paulo.
enorme painel marca quantos dias faltam para a entrega da SP: Como está o andamento do proje
obra, que consumirá mais de 4 bilhões de reais. Ele leva em SP: O cronograma para a entrega do to do trecho Norte?
conta, porém, a data prevista inicialmente: março de 2010. trecho Sul está em dia? Arce: Estamos contratando o estudo
Como 75% do trecho está pronto, é possível que a abertura Arce: O contrato, assinado em 2005, do impacto ambiental, que definirá
seja antecipada, conforme conta o secretário Mauro Arce, determinava a construção em quatro o traçado e atenderá às exigências
que também fala de outros detalhes do Rodoanel e do Pro- anos. Começamos a obra efetivamen- ambientais. Há um trecho que vai da
grama de Concessões Rodoviárias na entrevista a seguir. te em 28 de maio de 2007, ou seja, te- Dutra até a Fernão Dias e outro que
6 SPnotícias SPnotícias 7
5. entrevista
assinamos quatro contratos e todo
o processo deve estar concluído em
junho. Muita gente apostava que
não apareceria nenhum interes-
sado. O programa é vital, porque
serão pagos 3,5 bilhões de reais
de outorga, com 20% de entrada e
o restante dividido em 18 meses.
Cerca de 8 bilhões de reais serão in-
vestidos nas estradas. As empresas
cuidarão das vicinais e dos acessos
que chegam a elas, e isso faz a dife-
rença em relação às concessões an-
teriores. Quando se faz a concessão,
sobram recursos financeiros e hu-
manos para tratar das outras estra-
das que não interessam à iniciativa
renato stockler
privada por causa do baixo volume
diário médio de veículos. Mas elas
faz ligação com a Serra da Cantarei- nisso, por causa do pedágio, lembro são igualmente importantes e pre-
Obras do trecho ra. Metade dele deverá ser em forma que no trecho Oeste muita gente fu- cisam ser mantidas.
“A ponte entre Santos
Sul do Rodoanel:
de túnel e a outra metade em via- giu do pedágio na primeira semana. e Guarujá custará 500
investimento de
4 bilhões de reais duto, semelhante ao que ocorre na Na segunda semana, isso mudou por- SP: Essas melhorias devem ser feitas milhões de reais, bem
Nova Imigrantes. O objetivo é causar que o usuário percebeu que é mais em que prazo? menos que um túnel”
o menor impacto possível ao meio caro ficar parado no engarrafamento Arce: Os 12 mil quilômetros de recu-
ambiente e também minimizar a ne- do que pagar 1,20 real. peração das vicinais ficarão prontos
cessidade de desapropriações e reas- até 2010. Há ainda a construção de
sentamentos. SP: Quando o Rodoanel estará total mais 3 mil quilômetros de vicinais e samos no início –, mas sim um esca-
mente concluído? os acessos para as cidades. Estamos vado. O custo sairia três ou quatro
SP: O trecho Oeste, em operação des Arce: Se a próxima administração recuperando as estradas que não es- vezes maior. A ligação Santos-Guaru-
de 2002, alcançou o objetivo de desa apresentar a mesma disposição da tão sob concessão, e isso não signifi- já está orçada em torno de 500 mi-
fogar o trânsito de São Paulo? atual, é possível terminar em junho ca apenas refazer o pavimento, mas lhões de reais e levará 30 meses para
Arce: Sem dúvida, e o exemplo mais de 2014. também implantar a terceira faixa ser feita. Será uma ponte estaiada,
marcante é o da Avenida Professor e asfaltar os acostamentos para dar com 70 metros de altura e 500 me-
Francisco Morato, na zona sul da ci- SP: Que balanço o senhor faz do Pro mais segurança aos usuários. Para tros de vão.
dade, cujo trânsito melhorou muito. grama de Concessões Rodoviárias, deixar todas as estradas em ótimas
lançado em outubro passado? condições, vamos buscar o dinheiro SP: Há outros projetos previstos para
SP: Qual é a redução de tráfego de veí Arce: Antes de tudo, o sucesso co- arrecadado pela outorga das estra- a Baixada Santista?
culos pesados na cidade prevista com meçou com a concessão do trecho das concedidas. Arce: Assinamos com São Vicente
a inauguração do trecho Sul? Oeste do Rodoanel, que garantiu convênio de transferência de recur-
Arce: O grande impacto se dará na outorga de 2 bilhões de reais, apli- SP: O que pesou para o governo de sos para resolver um gargalo na Imi-
Marginal do Rio Pinheiros e na Ave- cados para tocar a obra do trecho cidir construir uma ponte e não um grantes na chegada da cidade. A obra
nida dos Bandeirantes, onde haverá Sul. Depois, tivemos a licitação de túnel na ligação SantosGuarujá? – viadutos e passagens subterrâneas
uma diminuição de 40% no fluxo dos cinco lotes em outubro. Houve per- Arce: Não há possibilidade de fazer – será feita pela prefeitura com a par-
caminhões. Para quem não acredita calços por conta da crise, mas já um túnel pré-moldado – como pen- ticipação financeira do Estado. o
8 SPnotícias SPnotícias 9
6. fotos: renato stockler
SPcapa
Pesquisa aliada O feijão-carioca é um item indispensável no prato de qualquer cida-
dão paulista. Todo mundo sabe que, antes de chegar à mesa, o pro-
do agronegócio
duto passa por diversas etapas como plantio, colheita, embalagem,
armazenamento e transporte. O que poucos sabem é que, para todo esse
processo acontecer da maneira mais rentável e produtiva possível, há um
exército de pesquisadores por trás dele. Esses pesquisadores pertencem à
Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta), órgão vinculado
à Secretaria da Agricultura e Abastecimento e que coordena seis institutos
Tecnologia de ponta dos institutos mantidos de pesquisa. São eles: Instituto Agronômico (IAC), de Zootecnia (IZ), Bioló-
pela Secretaria da Agricultura e Abastecimento gico (IB), de Economia Agrícola (IEA), de Tecnologia de Alimentos (Ital) e
garante a qualidade dos produtos paulistas de Pesca (IP).
Para se ter ideia do trabalho desses laboratórios, em 2008 o mercado
brasileiro recebeu quatro novas variedades de feijão – três do tipo carioca e
uma do feijão-preto. Por serem mais produtivas e resistentes às principais
doenças e pragas, podem derrubar o custo de produção em até 30%. Para o
secretário da Agricultura e Abastecimento, João de Almeida Sampaio Filho,
os institutos exercem papel fundamental sob o ponto de vista da informa-
ção tecnológica. “São Paulo tem um agronegócio muito importante, pois é
o Estado mais diversificado do país”, afirma. “Ele produz quase de tudo, e
isso é resultado do trabalho dos institutos.”
Funcionário
do IAC trabalha
em terreiro de
café na fazenda
do instituto em
Campinas
10 SPnotícias SPnotícias 11
7. fotos: renato stockler
capa
Segundo Sampaio, o desenvolvimen- investir 20 milhões de reais e repetir a
to de novas tecnologias para a agri- dose em 2010.” O reconhecimento do
cultura é o foco de sua pasta na atual trabalho da agência é tão grande que já
administração. Não à toa, a verba desti- existem convênios de integração com
nada à Apta foi de 13 milhões de reais países como México, China e Japão. “É
em 2008. “Se somarmos o que veio da uma via de mão dupla: nós buscamos
Fundação de Amparo à Pesquisa do Es- tecnologia lá e eles, aqui”, afirma.
tado de São Paulo (Fapesp) e da inicia-
tiva privada, foram quase 30 milhões Bons resultados
de reais investidos no ano passado”, Para o coordenador da Apta, Orlando
explica. “Em 2009, o governo pretende Melo de Castro, a principal missão dos
institutos é desenvolver tecnologia
e qualificar os produtores como um
todo. Isso inclui tecnologia de produ-
Em 2008, a Apta ção e processamento, mais as áreas
recebeu 30 milhões de de métodos, sanidade e gestão e eco-
reais em investimentos nomia. Essa preocupação com a quali-
para pesquisas dade da agricultura paulista tem uma
razão: São Paulo responde por 27% da
produção agrícola do país, seguido pe-
los Estados do Paraná e Rio Grande do
Sul, ambos com 14%. “Toda essa estru-
tura só pôde ser construída em cima
de tecnologia”, diz Castro.
Ele revela que, em determinados
produtos, toda a tecnologia disponível
foi elaborada pelo Instituto Agronômi-
co. “Cerca de 90% do café plantado no
país é uma variedade criada no IAC.
Tem mais: 50% do café da Colômbia
é fruto do trabalho do IAC”, diz. Tais
números, segundo Castro, garantem
um reconhecimento dos produtos cul-
tivados em solo paulista. “Posso dizer
categoricamente que, a cada dez co-
pos de suco de laranja consumidos no
mundo, sete saíram dos pomares de
São Paulo”, afirma.
Às vezes, a curiosidade e a neces-
sidade ajudam a definir as linhas de
Preparo do café.
pesquisa dos institutos. Por exemplo: IAC pesquisa
há alguns anos, chegou ao mercado novas vari edades
nacional um novo tipo de arroz, o pre- resistentes ao
to, muito utilizado em receitas sofisti- clima e mais
saborosas
cadas. “Temos o clima e as ferramen-
12 SPnotícias SPnotícias 13
8. capa
Institutos também atuam
na pós-produção, como
embalagens adequadas
e armazenamento
tas para tornar possível que ele seja
produzido aqui. Por que importar?”,
indaga Castro. “Assim, começamos a
desenvolver pesquisas para fazer fren-
te aos importados e gerar renda no
nosso mercado.”
Outro fator que motiva as pesquisas
é a possibilidade de ter um produto o
ano inteiro. Originalmente, produtos
como o abacaxi, o morango e a uva só
podem ser cultivados em um determi-
nado período devido às características
climáticas. “O IAC criou variedades de
uvas mais resistentes ao calor e ao frio.
Hoje, podemos cultivar a fruta pratica-
mente o ano inteiro”, diz o coordena-
dor. “As uvas produzidas no Nordeste A localização privilegiada do Estado Na pós-produção, um dos institu-
são criações do IAC. São sementes mais também foi essencial para o desenvol- tos mais atuantes é de Tecnologia de Pesquisa de
resistentes a altas temperaturas e à es- vimento dessas pesquisas. Segundo Alimentos, que desenvolve formas de campo. Depois
do cultivo,
cassez de água.” Orlando Castro, o fato de São Paulo ser armazenamento e embalagens para agentes
cortado pelo Trópico de Capricórnio carne, frutas, bebidas e cereais. Para acompanham o
contribui para as grandes diferenças Castro, é um absurdo ainda existir a comportamento
ComPArAção enTre oS CenSoS climáticas de região para região. “Essa situação de frutas sendo desperdiçadas das novas
variedades
diversidade é excelente para o desen- no transporte por causa de uma emba-
o que mudou na agricultura 248 mil
nos últimos 10 anos volvimento das pesquisas”, diz. lagem ineficiente.
As pesquisas da Apta não se resu-
1997/1998 mem à criação de novas culturas. Elas Censo agropecuário
2007/2008 também se dedicam à elaboração de Em abril, a Secretaria da Agricultura
122 mil tecnologias de produção e pós-produ- e Abastecimento apresentou outra
62 mil ção. Recentemente, os estudos do Ins- pesquisa importante: o Levantamento
52 mil Censitário das Unidades de Produção
44% tituto Biológico se concentraram em
34%
criar alternativas para a utilização de Agropecuária (Lupa). Com dados colhi-
10% 12%
agroquímicos (veja no quadro). Dessa for- dos no biênio 2007/2008, o documento
ma, os produtores são capazes de gerar faz uma radiografia da produção agro-
ilustrações: seri
Lavouras Vegetação natural Propriedades com Produtores com curso produtos mais saudáveis, com menos pecuária do Estado. As informações po-
(% da área utilizada (% da área total energia elétrica superior completo resíduos. “A sociedade moderna tem dem ser consultadas no site do projeto
para o plantio) do Estado)
clamado por isso”, afirma Castro. (www.cati.sp.gov.br/projetolupa).
14 SPnotícias SPnotícias 15
9. capa
Por denTro doS InSTITuToS
Agronômico
É o mais antigo de todos. Seu foco está na área de melhorias para
culturas e tem atuação forte na pesquisa sobre cana-de-açúcar
por conta da grande demanda de etanol do Estado. Também pes-
quisa sementes resistentes a doenças e mudanças climáticas. Na
área do café, desenvolve experimentos que analisam a qualidade
do sabor da bebida. Foi o responsável por criar o feijão-carioca,
indispensável na alimentação dos paulistas.
Zootecnia
Completou cem anos de atividade em 2005. Suas principais pes-
quisas genéticas são direcionadas para a melhoria do gado de
corte, visando ganho de peso e precocidade no abate. Também
desenvolve um programa de incentivo à criação de ovinos.
Biológico
O foco do instituto tem sido a área de sanidade animal e vegetal,
(UPAs). A área de cobertura totaliza Para os organizadores do censo, os principalmente no controle de pragas e doenças. Recentemente,
Pesquisadora Uma área de 20 mais de 20 milhões de hectares em dados do Lupa permitem o desenvol- seus pesquisadores criaram um nematoide (tipo de parasita) capaz
do Instituto de
Tecnologia de
milhões de hectares todos os 645 municípios do Estado de vimento de pesquisas e projetos para de se alimentar de outras larvas que completam seu ciclo de vida
no solo e poderiam se constituir em pragas para as plantações.
Alimentos testa foi pesquisada para São Paulo. Comparando os resultados qualquer parte do Estado. É possível
comportamento dos dois últimos censos (o anterior foi saber se determinada região está pro-
de produtos
a realização do Lupa realizado entre os anos de 1997 e 1998), duzindo mais tomate enquanto outra
economia Agrícola
no calor Trabalha com estatísticas e análise de dados. Faz um levantamen-
verifica-se que, agora, dois terços das tem grande participação na criação to periódico de preços praticados com o intuito de orientar o pro-
propriedades rurais do Estado têm até de animais e quais foram os motivos dutor sobre o que ele está comercializando.
No endereço eletrônico, é possível 500 hectares, ou seja, encaixam-se na que levaram a isso. Ou ainda detectar
conhecer o material região por região, faixa dos médios produtores e figuram o grau de informatização de cada agri- Tecnologia de Alimentos
com a ajuda de um mapa, ou até mes- como maioria no Estado. Também é cultor. “Para os lugares pouco informa- Trabalha na área de pós-colheita, principalmente de frutas e hor-
mo por município. Em cada modali- possível constatar que, atualmente, tizados, vamos prover equipamentos”, taliças – e até mesmo com cereais e chocolates. Responsável por
dade, estão consolidadas informações existe uma maior divisão das terras, afirma o secretário João Sampaio. “Se muitas técnicas de embalagens, procedimentos de secagem de
frutas e práticas de conservação.
sobre estrutura fundiária, ocupação uma vez que a área média das proprie- uma região tem um nível muito baixo
do solo, culturas, maquinário e benfei- dades caiu de 72 para 63 hectares de de tratores, direcionaremos o progra- Pesca
torias, com inúmeras possibilidades de extensão. ma Pró-Trator para lá.” Para Sampaio, Atua nas áreas do pescado marinho e pescado continental. Ge-
cruzamento de dados. O Lupa concluiu que a principal cul- o principal objetivo do censo é desco- rou tecnologia para produção de ostras, mexilhões e mariscos e
Para realizar esse levantamento tura de São Paulo é a cana-de-açúcar. O brir qual é a real situação da estrutura vem trabalhando no desenvolvimento da criação do robalo em
completo, agentes da secretaria entre- produto ocupa 31% das UPAs e substi- fundiária do Estado. “Em cima disso, cativeiro – tipo de produção que pode gerar uma renda conside-
vistaram produtores rurais de 324.720 tuiu o milho, que ocupava 30% do total adotaremos nossas políticas públicas”, rável para o criador.
unidades de produção agropecuárias no levantamento anterior. explica o secretário. o
16 SPnotícias SPnotícias 17
10. SP certa
dose
Mais de 3 bilhões de remédios
distribuídos na atual adminis-
tração, o que representa 72 vezes
o tamanho da população do Estado de
São Paulo. Esse é o saldo do Dose Cer-
ta, programa do governo estadual que
oferece gratuitamente à população de
todo o Estado 67 tipos de medicamen-
tos como antitérmicos, analgésicos,
antibióticos, anti-inflamatórios, con-
traceptivos e remédios para controle de
hipertensão arterial, diabetes e trans-
tornos mentais.
O Dose Certa faz a distribuição dos
medicamentos no Estado de duas for-
mas. Em 619 municípios com popula-
ção até 250 mil habitantes, os remédios
estão disponíveis nas Unidades Básicas
de Saúde (UBSs), abastecidas periodica-
mente pela Secretaria da Saúde. Além
do estoque das UBSs, o programa man-
tém ainda 22 unidades das Farmácias
Dose Certa localizadas na capital, em
lugares de fácil acesso, como estações
do Metrô, da Companhia Paulista de
Trens Metropolitanos (CPTM), terminal
de ônibus, hospitais e ambulatórios.
Criadas em setembro de 2004, as far-
mácias ajudaram a ampliar o acesso da
eduardo anezeli
população da capital e da Grande São
Paulo aos medicamentos. Para Ricardo
Oliva, superintendente da Fundação
para o Remédio Popular (Furp), que ge-
Remédios ao
rencia o programa, o Dose Certa é uma
das ações de maior sucesso do governo
Nas cidades com até do Estado. “Nossos produtos atendem às
250 mil habitantes, necessidades da população dependente
alcance de todos
os remédios estão do Sistema Único de Saúde. Prova disso
é a quantidade de remédios distribuída
disponíveis nas UBSs pelo programa”, afirma.
Programa distribui para a população 67 tipos de medicamentos nas Aprovação em pesquisa
Uma pesquisa realizada pelo Ibope
Unidades Básicas de Saúde do interior e em 22 pontos da capital no início de 2009 conferiu às Farmá-
cias Dose Certa o índice de aprovação
18 SPnotícias SPnotícias 19
11. dose certa
dos melhores laboratórios do segmen-
to no mundo.
Para que sejam validados e comer-
cializados os primeiros lotes de medi-
camentos sólidos e os de injetáveis, a
expectativa é que no ano que vem a
unidade já esteja produzindo comer-
cialmente. Até 2010, o governo preten-
de investir mais 50 milhões de reais
na fábrica.
A indústria ocupará uma área de
268 mil metros quadrados e, quando
todas as linhas de produção estiverem
em operação, poderá produzir 21,6
milhões de ampolas e 1,2 bilhão de
comprimidos por ano. Atualmente,
fotos: divulgação
a produção média da Furp é de mais
de 1,8 bilhão de unidades farmacêuti-
cas por ano. o
mento é padrão: depois de prescrito,
Onde encOntrar as Farmácias dOse certa
Dos 67 medicamentos o remédio é entregue ao paciente. Nas
distribuídos, 39 são farmácias, que contam sempre com além das 22 unidades da Farmácia dose certa na capital, os
medicamentos também estão disponíveis nas UBss do interior
um farmacêutico e uma equipe de
produzidos pela Fundação
atendentes para orientar os usuários, estações do metrô tipos de remédios disponíveis
para o Remédio Popular o beneficiado só precisa apresentar a Antes das catracas, Após as catracas, para
para quem vai embarcar quem vai embarcar
n Analgésicos/ antitérmicos
receita médica emitida pelo Sistema n Hipertensão
Único de Saúde (SUS). n Barra Funda n Ana Rosa
n Clínicas n Brás n Medicamentos de saúde mental:
e recomendação de 98% da popula- ansiolíticos, antidepressivos,
n Saúde n Itaquera
ção. Além disso, 95% acham o atendi- Fábrica nova n Santana n Carrão anticonvulsivantes, antiparkinso
mento nas unidades ótimo ou bom. Dos 67 medicamentos distribuídos pe- n Tucuruvi n Sé nianos, antipsicóticos
O reconhecimento é um reflexo do lo Dose Certa, 39 são produzidos pela n Vila Mariana n Contraceptivos, incluindo a
crescimento de 43% na distribuição de Furp. Além da fábrica instalada em pílula de emergência
remédios em 2008 em comparação a Guarulhos, o governo paulista já inves- mercado municipal Hospitais n Antibióticos que tratam infecções
Cotia – Rua Marinha, 184, e ambulatórios de vias respiratórias, ouvido,
2007. “É cada vez maior o número de tiu quase 200 milhões de reais na cons- n
box 10, Vila São Francisco Hospital Geral Santa garganta, vias urinárias
pessoas que procuram e recebem os trução de uma segunda unidade em n
Marcelina do Itaim Paulista n Antiulceroso
remédios nas Farmácias Dose Certa”, Américo Brasiliense, na região central estações da cPtm n Antiinflamatório
afirma Oliva. “Os pontos de distribui- do Estado. n Hospital Estadual de
n Guaianases n Medicamento para verminoses
ção da capital, sempre de fácil acesso, A escolha dessa cidade foi estratégi- Sapopemba
n Perus n Polivitamínicos
n Hospital Geral de Pedreira
também representam um importante ca: a localização do município facilita n Piqueri n Antianêmico
n Hospital Mandaqui
acerto do programa. ” a distribuição de medicamentos para n Santo Amaro n Broncodilatadores
n Ambulatório Médico Hipoglicemiantes
Ter direito ao medicamento do pro- todo o Estado. Com inauguração pre- estação da emtU n
de Especialidades Dr.
grama Dose Certa é bem simples. Nas vista ainda para este ano, a unidade n Terminal São Mateus Geraldo Bourroul mais informações pelo site www.furp.sp.gov.br
Unidades Básicas de Saúde, o atendi- terá nível tecnológico semelhante ao
20 SPnotícias SPnotícias 21
12. renato stockler
SPeducação
Aprendizado
fora da
sala de aula
Programa Cultura É Currículo leva alunos da rede
pública estadual a visitar cem instituições do Estado
Uma das principais prioridades do governo do Estado
na área da educação tem sido oferecer a alunos e pro-
fessores da rede pública oportunidades de aprendiza-
do e acesso à cultura fora da sala de aula. Um passo impor-
tante nessa direção foi dado em maio do ano passado, com
o lançamento do programa Cultura É Currículo, em que as
escolas visitam museus e várias outras instituições culturais
como parte de suas atividades curriculares.
Antes visitados por excursões escolares, famílias e inicia-
tivas isoladas, os equipamentos do Estado de São Paulo não
eram tão aproveitados. Com a implantação do Cultura É Cur-
rículo, porém, os estudantes agora ocupam os corredores,
grudam os olhos em painéis e peças dos acervos e se divertem
ao interagir com as ferramentas que cada instalação propicia. Recém-inaugurado,
Museus como os da Língua Portuguesa, do Futebol e o recém- o Espaço
inaugurado Catavento, aliás, estão cada vez mais preparados Catavento é
para estimular o aprendizado das crianças por meio da inte- um exemplo de
instituição bem
ratividade e já figuram entre os mais visitados do país. preparada para
a interatividade
com os alunos
22 SPnotícias SPnotícias 23
13. educação
númEros do programa
Em 2008, foram visitadas
26 instituições culturais.
Em 2009, serão visitadas
Os museus 100 instituições
da Língua
portuguesa No ano passado,15
e do Futebol: diretorias de ensino
aprendizado adotaram o programa.
aliado à diversão Neste ano, serão 61
diretorias de ensino
72 mil é o número de
vagas previstas para as
unidades do Sesc
o BaLanÇo das TrÊs ETapas
2008 2009
Lugares de Aprender 160 mil alunos 424 mil alunos
fotos: divulgação
ilustrações: seri
Escola em Cena 18 mil alunos 82 mil alunos
O Cinema Vai à Escola 91 diretorias 1,2 milhão
de ensino de alunos
gógicas da Coordenadoria de Estudos e
O projeto Escola em Normas Pedagógicas (Cenp).
Cena permite o acesso Os professores também receberam
a produções de material de apoio pedagógico para se
preparar antes das aulas fora da escola.
teatro e dança Outro instrumento bastante utilizado
no programa são as videoconferências
entre escolas e institutos, que mostram
O Cultura É Currículo apoia-se em previamente as instalações que serão
três importantes pilares: Lugares de visitadas. Além disso, foi produzido um
Aprender: a Escola Sai da Escola, Esco- vídeo em parceria com a TV Cultura.
la em Cena e O Cinema Vai à Escola. Nele, dois personagens saem de um
Segundo Claudia Rosenberg Aratangy, quadro para explicar o acervo do Palá-
diretora de Projetos Especiais da Fun- cio dos Bandeirantes. “Tirar os alunos
dação para o Desenvolvimento da Edu- da sala de aula em determinados dias e
cação (FDE), um dos primeiros desafios trazê-los às instalações foi o nosso pulo
foi fazer um levantamento das instala- do gato”, afirma Claudia Aratangy.
ções adequadas da capital e organizar “Queremos que eles se sintam donos
o conteúdo curricular para os alunos, do lugar e que as escolas, com o tempo,
seguindo sempre as orientações peda- cuidem de seus próprios projetos.”
24 SPnotícias SPnotícias 25
14. educação
lalo de almeida/folha imagem
Em 2008, 160 mil estudantes visi- programa todo, o que significa uma Outro importante eixo do progra-
As instituições taram as 26 instalações da capital que autêntica descentralização da cultura. ma Cultura É Currículo é o projeto Es-
o CinEma Vai à EsCoLa
culturais do
Estado estão
aderiram ao projeto. Para 2009, o pro- “Antes do lançamento do programa, cola em Cena, feito em parceria com a os 20 filmes que fazem parte do kit
s
bem aparelhadas grama foi estendido para escolas e equi- não havia uma política definida para Secretaria da Cultura. Ele oferece ações
n Diários de Motocicleta
para receber o pamentos do interior e, atualmente, o aproveitamento desses espaços”, lem- para o acesso a produções de teatro e
programa n Final Fantasy
são nada menos que cem instituições bra Claudia. dança. “Como a linguagem das duas n O Pagador de Promessas
disponíveis – 60 delas em municípios O orçamento do programa Cultu- expressões artísticas faz parte do currí- n A Cor do Paraíso
distantes da Grande São Paulo. No ano ra É Currículo para 2009 é de cerca de culo das escolas estaduais na disciplina n Cinema, Aspirinas e Urubus
passado, com o programa restrito à ca- 12 milhões de reais, valor que inclui Arte, é fundamental oferecer aos alu- n Vida de Menina
pital, 15 diretorias de ensino (DEs) da lanche para os alunos, transporte, im- nos a possibilidade de assistir a exibi- n Putz, a Coisa Tá Feia
Coordenadoria de Ensino da Rede Me- pressão de materiais, compra de DVDs ções nessas áreas”, explica Claudia. n A Rosa Púrpura do Cairo
tropolitana da Grande São Paulo enga- e produção de programas de vídeo. Se- Os professores recebem material n Crash, no Limite
jaram-se no Cultura É Currículo. Neste gundo Claudia Aratangy, o transporte de apoio pedagógico com sugestões de n Terra de Ninguém
ano, são 61 DEs. A Secretaria da Cultura consome a maior parte desse valor, projetos didáticos a serem desenvolvi- n O Planeta Branco
também firmou 32 convênios. As uni- uma vez que o aluguel de cada ônibus dos. O Escola em Cena também abre n Língua, Vidas em Português
dades do Serviço Social do Comércio sai por cerca de 700 reais. “Como as vi- possibilidades para o desenvolvimento n Crianças Invisíveis
n Bendito Fruto
(Sesc), por exemplo, ficaram responsá- sitas ocorrem durante o turno letivo, de atividades como a apresentação de
n Billy Elliot
veis por 72 mil vagas no programa. as viagens devem durar, no máximo, jogos teatrais, improvisações, peças,
n Frankestein
Segundo estimativa da Secretaria uma hora na ida e uma na volta para coreografias e a produção e divulgação n Arquitetura da Destruição
da Cultura, 424 mil alunos deverão não haver perda de tempo”, afirma. “A de textos dramáticos. n Narradores de Javé
participar este ano somente no pro- logística disso tudo é complicada, até Já O Cinema Vai à Escola é dedica- n O Fim e o Princípio
jeto Lugares de Aprender, e mais de 1 porque envolve escola, diretorias de en- do ao ensino médio. A Secretaria da n Luzes da Cidade
milhão de alunos serão atendidos pelo sino e instituições.” Educação forneceu a 3 mil escolas da
26 SPnotícias SPnotícias 27
15. educação
“o aCEsso à CuLTura ajuda
a Formar o Cidadão”
O secretário da Educação,
paulo renato souza,
ciete silvério
falou sobre o programa
Cultura É Currículo
spnotícias: Qual a importância do programa Cultura
É Currículo para a rede estadual de ensino?
Paulo Renato Souza: O Cultura É Currículo é um programa
pioneiro na rede de ensino de São Paulo, pois possibilita
renato stockler
que os 5 milhões de alunos tenham acesso a instituições
culturais, amplia os conhecimentos, desperta interesse
e agrega valores à vida de crianças e jovens de todas as
regiões do Estado. E acesso à cultura é primordial para a
formação de cidadão.
temas como ética e cidadania, sexua- os alunos que tiveram dificuldades de spnotícias: as instituições culturais estão bem pre
O Catavento já lidade, violência, drogas, conflitos de aprendizado no primeiro bimestre.” paradas e aparelhadas para receber as escolas, ou
figura como uma adolescência e reflexões sobre a realida- Ela conta que, depois das visitas, algumas precisaram ser reformadas?
das instalações mais de. “Os filmes não podem ter censura percebeu o entusiasmo dos alunos: Paulo Renato: Antes de firmar convênios, a Secretaria da
acima de 14 anos, devem ter uma temá- “Eles voltaram muito empolgados, co- Educação, em conjunto com a Fundação para o Desenvol
visitadas do país tica atual, contemporânea e polêmica mentando em detalhes as atividades vimento da Educação, realiza visitas técnicas às instituições
e não podem passar de duas horas de que tinham feito”, afirma. “Só o fato de para analisar as condições físicas e estruturais de atendi
duração”, explica Claudia. entrar em um ônibus e representar a mento. Se não houver condições, não há convênio. Nós não
rede pública um conjunto de 20 DVDs Uma das escolas estaduais que já escola numa situação como essa já sig- realizamos reformas.
com filmes de diferentes categorias e passaram pelo programa é a Loureiro nificou muito para as crianças.
gêneros, acompanhados de materiais Júnior, do bairro do Tatuapé. Em maio Não é à toa que, cada vez mais, elas spnotícias: Quais foram os investimentos necessá
rios para o programa? Ele passará por alguma mu
de apoio à prática pedagógica. passado, uma parte de seus quase mil pedem para repetir a visita. Portanto,
dança no ano que vem?
Com esse acervo, o objetivo é facili- alunos visitou o Paço das Artes, na se um dia você estiver visitando um
Paulo Renato: Em 2008, foram investidos cerca de 6 mi
tar o acesso dos alunos a produções ci- Universidade de São Paulo (USP), e o museu ou outra instituição cultural lhões de reais no programa Cultura É Currículo. Para 2009,
nematográficas, enriquecer seu reper- Teatro Itália. “A proposta pedagógica de São Paulo e se deparar com um ani- a previsão de investimentos é de 12 milhões de reais. Esses
tório cultural, aprender a linguagem do programa é muito interessante, um mado grupo de alunos reunidos com o recursos são gastos com transporte, lanches, material de
do cinema e ter subsídios para discutir complemento do que fazemos na sala professor, redobre o silêncio. Provavel- apoio pedagógico, aquisição de filmes em DVD etc. Para
as questões socioculturais mais amplas. de aula”, afirma a diretora da escola, mente, eles não estão lá fazendo uma 2010, pretendemos ampliar o programa – e já estamos fa
As consultas feitas com alunos do ensi- Alice do Ceo Miguel Pereira. “Funciona simples excursão. Estão em plena aula zendo o estudo para viabilizar essa ideia.
no médio revelaram preferência por como uma recuperação paralela para fora da escola. o
28 SPnotícias SPnotícias 29