A decisão de recorrer à doação de óvulos é muito pessoal e complexa, envolvendo fatores médicos, éticos e emocionais. Se estivesse na situação de infertilidade, procuraria informar-me bem sobre as opções disponíveis e os seus riscos/benefícios, refletir cuidadosamente sobre os meus valores e necessidades, e tomar a decisão que considerasse mais adequada ao meu caso específico em conjunto com a minha mulher. A saúde e o bem-estar do casal deveriam ser a principal prioridade.
2. Incapacidade de conceber uma criança
após um ano de actividade sexual regular.
Incapacidade de levar uma gravidez até ao
seu fim natural.
3. Masculinas Femininas
•Ausência de produção de
•Ausência de produção de oócitos II.
espermatozóides.
•Obstrução ou alteração das
• Produção de espermatozóides trompas.
em número insuficiente.
•Problemas ao nível do
•Percentagem elevada de endométrio.
espermatozóides anormais.
•Infecções das vias genitais.
•Anomalias na libertação de
espermatozóides. •Muco cervical desfavorável aos
espermatozóides.
•Exposição a tóxicos, como
tabaco, álcool e drogas. •Exposição a tóxicos, como
tabaco, álcool e drogas.
4. O que é Reprodução
Medicamente Assistida?
• A RMA consiste num conjunto de
métodos de auxílio aos casais que sofrem
problemas de infertilidade, para que
assim ocorra uma gravidez.
São processos longos, dispendiosos a
nível monetário, mas são, sobretudo,
desgastantes física e psicologicamente
para o casal.
5. Técnicas de reprodução medicamente
assistida
Microinjecção Transferência Transferência
Fecundação Doação
Citoplasmática intratubárica de intratubárica de
in Vitro de óvulos
(ICSI) gâmetas (GIFT) zigotos (ZIFT)
?
6.
7. 1. Em que consiste a Doação de
Óvulos?
A doação de óvulos, técnica da fertilização in vitro, é o processo através do qual
os gâmetas femininos são doados a uma receptora para serem fertilizados.
9. Dadora
• Os ovócitos são doados de uma forma voluntária e altruísta por
mulheres jovens, sujeitas a uma série de exames prévios, de modo a
assegurar a máxima segurança no processo.
I. Ser dadora de II. Perceber o processo III. Compensação
óvulos de doação de óvulos monetária à dadora
10. I. Ser dadora de óvulos
Para poder doar os seus ovócitos existe um conjunto de pré-requisitos que
deverá cumprir:
• Ter entre 20 e 34 anos;
• Ter a possibilidade de comparecer na clínica com regularidade no período
de duração do tratamento;
• Ser saudável, sem história de doenças de transmissão sexual, doenças
genéticas ou outras.
11. II. Perceber o processo de doação de óvulos
Na primeira consulta é A candidata a dadora
Logo que se conheçam os resultados
feita uma entrevista às recolherá sangue para
das análises, a dadora será chamada
dadoras relativamente fazer um conjunto de
para uma consulta de ginecologia.
ao seu historial clínico. análises.
Efectuar-se-á uma consulta Ao 3º dia do ciclo menstrual,
Durante esta fase, a dadora
de aconselhamento e dá-se inicio à injecção de
terá de ir algumas vezes à
avaliação psicológica. hormonas (FSH e LH)
clínica fazer consultas,
Programa-se o inicio do necessárias ao processo de
ecografias e análises clínicas.
tratamento. estimulação ovárica.
Após efectuados
exames de controlo,
procede-se à recolha
dos óvulos sob
sedação.
12. III. Compensação monetária à dadora
A lei portuguesa determina que a doação de óvulos seja um processo
voluntário, de carácter benévolo, em que as dadoras recebem uma
compensação económica destinada ao reembolso das despesas efectuadas
ou dos prejuízos directos e imediatamente resultantes da dádiva.
• De um modo geral, o valor é fixado em 628,83€.
13. Receptora
A mulher verifica que não consegue engravidar e passadas várias tentativas procura
um ginecologista.
Esta é submetida a análises, sendo posteriormente encaminhada para clínicas
especializadas em infertilidade onde lhe serão efectuados tratamentos específicos para
o problema detectado.
Se, em último caso, for necessária a recorrência ao processo de doação de óvulos,
então a receptora iniciará o tratamento ao mesmo tempo que a dadora.
Serão administradas à receptora hormonas, essencialmente progesterona, com vista à
preparação do endométrio para a recepção do embrião – nidação.
14. 2. Que motivos levarão uma mulher a
recorrer à Doação de Óvulos?
Há um conjunto de circunstâncias em que, por razões médicas, não é possível o
tratamento da mulher infértil com os seus próprios ovócitos. As causas mais
comuns são:
• Falência ovárica primária ou após tratamentos de quimioterapia ou radioterapia;
• Remoção cirúrgica dos ovários;
• Disgenesia das gónadas;
• Falha repetida de tratamentos de FIV/ICSI com ovócitos próprios;
• Doenças hereditárias.
15. 3. Poderá um casal infértil recorrer
imediatamente a esta técnica?
• Não. Numa primeira instância são efectuadas análises que permitem verificar
qual o problema em questão e, tendo em conta o problema detectado,
determinar as alternativas de tratamento possíveis.
• Recorre-se à doação de óvulos apenas quando todas as outras opções de RMA
foram excluídas. Por outro lado, os problemas éticos associados a este processo
funcionam frequentemente como uma barreira à sua utilização imediata.
16. 4. Será a doação de óvulos um
processo 100% eficaz?
• Como em qualquer outro processo, na doação de óvulos há também risco
de insucesso.
• No entanto, tendo em conta que a probabilidade de ocorrência de
gravidez natural é cerca de 1%, a taxa de eficácia do processo referido será
superior, rondando os 40%.
O facto dos ovócitos doados serem retirados sempre a dadoras jovens, contribui em
grande medida para o sucesso deste processo.
17. 5. Que riscos estarão associados a
esta técnica?
Excluindo o risco de insucesso, é rara a ocorrência de
complicações ao longo do tratamento.
• Em situações raras, a estimulação dos ovários pode desencadear uma
resposta excessiva, dando origem à designada “síndrome de
Dadora
hiperestimulação ovárica”.
• Contrariamente ao que se pode especular, os riscos de
Receptora incompatibilidade do óvulo recolhido com a receptora são nulos.
18. 6. A utilização desta técnica poderá
afectar o desenvolvimento do novo ser/
causar-lhe malformações?
• Não. Podem ocorrer malformações ao nível do novo ser, no entanto estas não
estão associadas ao tratamento em si, mas sim ao decurso natural da gravidez.
• A probabilidade de ocorrência de malformações no embrião doado é a mesma
do embrião que se iria formar pelo processo natural de fecundação caso a
mulher não fosse infértil.
19. 7. Qual a sua opinião?
Recorria a este processo caso fosse
infértil (ou a sua mulher o fosse)?