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A REVOLUÇÃO DE 1640 E A
GUERRA DA RESTAURAÇÃO
►   Nada disto impediu no entanto que a conspiração se
    começasse a organizar entre a alta nobreza portuguesa.
    Depois de algumas recusas e outras tantas hesitações, D.
    João de Bragança, pressionado por todo o lado ,aceita
    finalmente encabeçar a revolução. A data escolhida foi o
    dia 1º de Dezembro do ano de 1640. O momento certo.
► Pouco antes, Filipe IV tinha sido
  obrigado a deslocar a maior parte do
  seu exército para Espanha para
  combater as revoltas que alastravam
  na Catalunha e noutras regiões. Por
  algum tempo Portugal ficou
  militarmente desprotegido.
► Aproveitando o momento, um grupo
  de aristocratas chefiados por D.
  João, toma de assalto o Paço , onde
  residia a Duquesa de Mântua ,a
  representante do rei, que é de
  imediato presa .A aclamação de D.
  João como novo rei de Portugal, fez-
  se logo a seguir numa atmosfera
  Sebastianista. O rei redentor de que
  falavam a tradição e as professais
  estava encontrado.
►A Revolucão de 1640 estava formalmente
 consumada. Mas não passava ainda de uma
 simples declaração de independência.
► Os tempos que se seguiram
  foram conturbados. Para manter
  a sua independência Portugal
  será obrigado a travar a mais
  longa guerra da sua História.
  Durante 28 longos anos
  portugueses e Espanhóis
  permanecerão em guerra.
► Este período a que se chamou
  Guerra da restauração, terminará
  em 1668 ano em que Espanha
  reconhece a nossa independência
  e os limites das nossas fronteiras.
  De todas as regiões do Império
  só Ceuta permaneceu fiel aos
  castelhanos.
► A acção de D. João IV desenvolveu-
  se em duas grandes frentes :
► a militar, e a diplomática :
► porque era preciso antes de tudo,
  reorganizar e equipar o nosso
  exercito e proteger as nossas
  fronteiras, construindo fortes e
  muralhas ,que erguidos nos locais
  certos travassem os ataques dos
  Castelhanos…
► e porque os apoios teriam de vir do
  exterior Fomos então procurá-los
  junto dos inimigos de Espanha.
  Com a proclamação da
  independência os inimigos que
  herdamos com a união Ibérica
  tinham menos um motivo para nos
  atacar.
► Com todos eles conseguimos celebrar acordos que nos garantiram o
  apoio militar para consolidar a defesa do reino . Ingleses e Alemães
  treinaram as nossas tropas e a crédito, o nosso exercito foi sendo
  equipado .
► Nalguns casos esses acordos foram pouco menos que ruinosos .O
  juro era alto e nalguns caso esse apoio teve como contrapartida a
  entrega de alguns territórios na Africa e na Índia .




                     AS “ ARMAS DE PORTUGAL “
► Na verdade o Pais não estava em
  condições para impor acordos mais
  favoráveis.
► Disso se aproveitou sobretudo a
  Inglaterra que entre promessas de
  apoio e ,com um conveniente
  casamento pelo meio, nos exigiu
  algo em troca.
► A princesa Catarina de Bragança
  casou com Carlos II de Inglaterra.
  Ela tornou-se rainha e nós , sob a
  forma de dote ,perdemos Bombaim
  e Tânger . Um péssimo negócio.
  Serviu contudo para tornar o chá
  das cinco o mais emblemático
  hábito britânico. Obra de Catarina
  de Portugal.
                                       CATARINA DE BRAGANÇA
►   Só os Holandeses que entretanto
    se tinham estabelecido em áreas
    que já tínhamos dominado
    permaneceram irredutíveis e
    hostis. Com a Holanda não houve
    paz mas guerra .uma guerra que
    se estenderá da América à Ásia.
    Em africa conquistam Luanda S.
    Tomé, territórios que
    recuperaremos em 1648.O mesmo
    acontecerá no Brasil de onde serão
    definitivamente expulsos em 1654.
    Para este facto muito contribuiu o
    apoio que recebemos das
    populações locais .Sobretudo as
    brasileiros, que desde o inicio
    guardavam más recordações dos
    Holandeses seus competidores no
    comercio do tabaco e açúcar
    desde sempre vistos ,como os
    responsáveis pela quebra nos
    rendimentos.
► D. João IV morre em 1656,
  sucedendo-lhe como regente a
  rainha Dona Luísa de Gusmão.
  D. Afonso, destinado a ocupar o
  trono, era ainda menor de idade.
  E além do mais, como de resto
  os anos seguintes o
  confirmariam, era física e
  mentalmente incapaz para
  governar o que quer que fosse.
► Assim o período de regência foi
  sendo prolongado, num contexto
  bastante adverso para o reino.
► Em 1657 ,os Holandeses atacam
  o país e cercam mesmo Lisboa
  durante três meses.

                                     A regente Dona Luísa de Gusmão
►   Em 1662 e 1665 é a vez dos
    Castelhanos tentarem invadir
    Portugal.
►    Mais uma vez, perante o
    descontentamento de todos,
    recorreu-se ao aumento de
    impostos para financiar a defesa
    do território.
►    Em 1661 foi criado um novo
    imposto. Uma das mais
    duradouras “instituições”do país :
►   O papel Selado.
►    Em 1662 um golpe palaciano
    destitui a Rainha-Mãe,
    apressando a coroação de D
    .Afonso VI.
► Na sombra manobrava o primeiro
  ministro do governo então criado: O
  conde de Castelo Melhor, Luís de
  Vasconcelos e Sousa .que manipulava
  como queria um rei bizarro e
  demente ,que se fazia rodear de
  pessoas da mais duvidosa reputação.
  Uma corte pessoal feita de vadios
  ,salteadores e assassinos que o
  acompanhavam , noite dentro ,nas suas
  tropelias e crimes.
   Foi no entanto durante o seu reinado ou
  melhor sob o governo do conde que se
  deram as principais batalhas deste
  período entre Portugal e Castela.
   Évora(1659 ) Castelo Rodrigo (1664 ) e
  Montes Claros (1665 ),foram relevantes
  exemplos da resistência portuguesa
   Mas um rei assim por muitas que
  fossem as vitórias sobre o inimigo não
  poderia nunca reinar por muito tempo.
► Ainda por cima era impotente.
►   Não foi por isso capaz de consumar
    o casamento urdido e patrocinado
    pelo conde de Castelo Melhor, com
    Dona Francisca, uma nobre
    francesa. O conde pensava desta
    forma conseguir o apoio de França
    ,no conflito que nos opunha aos
    Espanhóis. Uma aliança a que os
    Franceses nunca deram
    importância. Luís de Vasconcelos
    fez a escolha errada e acabará
    isolado . Serão os partidários do
    Duque do Cadaval e de D. Pedro,
    irmão do rei, quem, garantido o
    apoio de Inglaterra, se instalará
    no poder em1667 após um
    costumeiro golpe de estado .
                                         Luís de Vasconcelos e Sousa
► Aclamado primeiro regente e logo
  de seguida rei, nas cortes para o
  efeito convocadas D. Pedro casa de
  imediato com a cunhada Dona
  Francisca que conseguirá obter do
  papa a nulidade do seu casamento
  com D. Afonso VI invocando os
  motivos já referidos.
► A paz com Castela não tardou. Em
  Portugal havia um novo rei ,que
  contava com o apoio dos Ingleses,
  e em Castela ,morto Filipe IV em
  1665,reinava agora o seu filho
  Carlos II.
► Coroado aos quatro anos ,tinha
  poucas memórias e ressentimentos
  de uma guerra tão longa.
►   Foi pois entre dois reis fartos de
    guerra, que a paz foi assinada. Para
    Portugal e Espanha, países
    devastados por guerras sucessivas a
    paz deixara de ser uma opção.
    Tornou-se um imperativo. E como
    desde há muito, a sorte dos povos
    tinha deixado de ser uma questão
    nacional, para este desfecho foi
    também determinante, a pressão
    exercida pela diplomacia Inglesa junto
    de Castela .Esta apoio não foi contudo
    desprovido de consequências. Lisboa
    tornar – se - à nos próximos anos no
    principal porto de entrada dos
    produtos ingleses . D. Pedro segundo
    tenta resolver a crise financeira do
    reino pondo em prática por
    intermédio do seu ministro, o conde
    da Ericeira ,as novas ideias
    mercantilistas que fervilhavam pela
    Europa fora
► Era preciso reduzir as importações de
  produtos industriais, que escoavam para o
  estrangeiro os nossos rendimentos,
  através da criação de industrias nacionais
  bem equipadas e competitivas .Em vez de
  peixe era preciso importar canas de
  pesca. Esta primeira e tímida tentativa de
  industrialização do país não resiste no
  entanto à morte do seu impulsionador.
  Morto o conde da Ericeira ,novos
  interesses se erguem e a Agricultura
  passa a ser vista novamente como o
  motor do desenvolvimento do reino.
►  Que essa nova orientação coincidisse
  com os interesses ingleses não é de
  estranhar.
► De facto ,esta situação de dependência
  face á Inglaterra, acentuar –se -à a partir
  de 1703 com a assinatura do tratado de
  Methweeen.
► Em troca de uma nova aliança militar, os
  têxteis ingleses passaram a entrar
  livremente no nosso país e colónias.          O CONDE DA ERICEIRA
►   Com este tratado aumentaram também substancialmente as
    exportações dos nossos vinhos para Inglaterra pois passaram a
    beneficiar, de uma menor carga fiscal relativamente aos vinhos
    Franceses .Mas em termos económicos como seria de esperar
    Portugal saiu a perder. ,Os têxteis portugueses de repente
    desprotegidos incapazes de competir com os produtos ingleses,
    perderam o comboio do desenvolvimento e nunca mais apanharam
    outro. Ainda hoje continuam à espera.




                              LISBOA SÉC. XVII
► Por outro lado , quer a exploração
  quer o transporte dos nossos vinhos,
  estavam nas mãos dos
  Ingleses...Saímos da guerra da
  restauração como país independente
  mas mais pobre e endividado Alguns
  territórios na Índia e em Africa foram
  definitivamente perdidos ,para
  Ingleses e Holandeses.
► Os lucros do comércio do açúcar e do
  tabaco tinham diminuído devido à
  concorrência .A mesma concorrência
  que tinha originado a decadência do
  nosso comercio com o oriente.
► E finalmente o conjunto de tratados
  e alianças que fomos obrigados a
  celebrar para garantir a defesa do
  país, revelaram-se desastrosos para
  a nossa economia e para o nosso
  desenvolvimento.

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A Revolução de 1640 e a Guerra da Restauração

  • 1. A REVOLUÇÃO DE 1640 E A GUERRA DA RESTAURAÇÃO
  • 2. Nada disto impediu no entanto que a conspiração se começasse a organizar entre a alta nobreza portuguesa. Depois de algumas recusas e outras tantas hesitações, D. João de Bragança, pressionado por todo o lado ,aceita finalmente encabeçar a revolução. A data escolhida foi o dia 1º de Dezembro do ano de 1640. O momento certo.
  • 3. ► Pouco antes, Filipe IV tinha sido obrigado a deslocar a maior parte do seu exército para Espanha para combater as revoltas que alastravam na Catalunha e noutras regiões. Por algum tempo Portugal ficou militarmente desprotegido. ► Aproveitando o momento, um grupo de aristocratas chefiados por D. João, toma de assalto o Paço , onde residia a Duquesa de Mântua ,a representante do rei, que é de imediato presa .A aclamação de D. João como novo rei de Portugal, fez- se logo a seguir numa atmosfera Sebastianista. O rei redentor de que falavam a tradição e as professais estava encontrado.
  • 4. ►A Revolucão de 1640 estava formalmente consumada. Mas não passava ainda de uma simples declaração de independência.
  • 5. ► Os tempos que se seguiram foram conturbados. Para manter a sua independência Portugal será obrigado a travar a mais longa guerra da sua História. Durante 28 longos anos portugueses e Espanhóis permanecerão em guerra. ► Este período a que se chamou Guerra da restauração, terminará em 1668 ano em que Espanha reconhece a nossa independência e os limites das nossas fronteiras. De todas as regiões do Império só Ceuta permaneceu fiel aos castelhanos.
  • 6. ► A acção de D. João IV desenvolveu- se em duas grandes frentes : ► a militar, e a diplomática : ► porque era preciso antes de tudo, reorganizar e equipar o nosso exercito e proteger as nossas fronteiras, construindo fortes e muralhas ,que erguidos nos locais certos travassem os ataques dos Castelhanos… ► e porque os apoios teriam de vir do exterior Fomos então procurá-los junto dos inimigos de Espanha. Com a proclamação da independência os inimigos que herdamos com a união Ibérica tinham menos um motivo para nos atacar.
  • 7. ► Com todos eles conseguimos celebrar acordos que nos garantiram o apoio militar para consolidar a defesa do reino . Ingleses e Alemães treinaram as nossas tropas e a crédito, o nosso exercito foi sendo equipado . ► Nalguns casos esses acordos foram pouco menos que ruinosos .O juro era alto e nalguns caso esse apoio teve como contrapartida a entrega de alguns territórios na Africa e na Índia . AS “ ARMAS DE PORTUGAL “
  • 8. ► Na verdade o Pais não estava em condições para impor acordos mais favoráveis. ► Disso se aproveitou sobretudo a Inglaterra que entre promessas de apoio e ,com um conveniente casamento pelo meio, nos exigiu algo em troca. ► A princesa Catarina de Bragança casou com Carlos II de Inglaterra. Ela tornou-se rainha e nós , sob a forma de dote ,perdemos Bombaim e Tânger . Um péssimo negócio. Serviu contudo para tornar o chá das cinco o mais emblemático hábito britânico. Obra de Catarina de Portugal. CATARINA DE BRAGANÇA
  • 9. Só os Holandeses que entretanto se tinham estabelecido em áreas que já tínhamos dominado permaneceram irredutíveis e hostis. Com a Holanda não houve paz mas guerra .uma guerra que se estenderá da América à Ásia. Em africa conquistam Luanda S. Tomé, territórios que recuperaremos em 1648.O mesmo acontecerá no Brasil de onde serão definitivamente expulsos em 1654. Para este facto muito contribuiu o apoio que recebemos das populações locais .Sobretudo as brasileiros, que desde o inicio guardavam más recordações dos Holandeses seus competidores no comercio do tabaco e açúcar desde sempre vistos ,como os responsáveis pela quebra nos rendimentos.
  • 10. ► D. João IV morre em 1656, sucedendo-lhe como regente a rainha Dona Luísa de Gusmão. D. Afonso, destinado a ocupar o trono, era ainda menor de idade. E além do mais, como de resto os anos seguintes o confirmariam, era física e mentalmente incapaz para governar o que quer que fosse. ► Assim o período de regência foi sendo prolongado, num contexto bastante adverso para o reino. ► Em 1657 ,os Holandeses atacam o país e cercam mesmo Lisboa durante três meses. A regente Dona Luísa de Gusmão
  • 11. Em 1662 e 1665 é a vez dos Castelhanos tentarem invadir Portugal. ► Mais uma vez, perante o descontentamento de todos, recorreu-se ao aumento de impostos para financiar a defesa do território. ► Em 1661 foi criado um novo imposto. Uma das mais duradouras “instituições”do país : ► O papel Selado. ► Em 1662 um golpe palaciano destitui a Rainha-Mãe, apressando a coroação de D .Afonso VI.
  • 12. ► Na sombra manobrava o primeiro ministro do governo então criado: O conde de Castelo Melhor, Luís de Vasconcelos e Sousa .que manipulava como queria um rei bizarro e demente ,que se fazia rodear de pessoas da mais duvidosa reputação. Uma corte pessoal feita de vadios ,salteadores e assassinos que o acompanhavam , noite dentro ,nas suas tropelias e crimes. Foi no entanto durante o seu reinado ou melhor sob o governo do conde que se deram as principais batalhas deste período entre Portugal e Castela. Évora(1659 ) Castelo Rodrigo (1664 ) e Montes Claros (1665 ),foram relevantes exemplos da resistência portuguesa Mas um rei assim por muitas que fossem as vitórias sobre o inimigo não poderia nunca reinar por muito tempo. ► Ainda por cima era impotente.
  • 13. Não foi por isso capaz de consumar o casamento urdido e patrocinado pelo conde de Castelo Melhor, com Dona Francisca, uma nobre francesa. O conde pensava desta forma conseguir o apoio de França ,no conflito que nos opunha aos Espanhóis. Uma aliança a que os Franceses nunca deram importância. Luís de Vasconcelos fez a escolha errada e acabará isolado . Serão os partidários do Duque do Cadaval e de D. Pedro, irmão do rei, quem, garantido o apoio de Inglaterra, se instalará no poder em1667 após um costumeiro golpe de estado . Luís de Vasconcelos e Sousa
  • 14. ► Aclamado primeiro regente e logo de seguida rei, nas cortes para o efeito convocadas D. Pedro casa de imediato com a cunhada Dona Francisca que conseguirá obter do papa a nulidade do seu casamento com D. Afonso VI invocando os motivos já referidos. ► A paz com Castela não tardou. Em Portugal havia um novo rei ,que contava com o apoio dos Ingleses, e em Castela ,morto Filipe IV em 1665,reinava agora o seu filho Carlos II. ► Coroado aos quatro anos ,tinha poucas memórias e ressentimentos de uma guerra tão longa.
  • 15. Foi pois entre dois reis fartos de guerra, que a paz foi assinada. Para Portugal e Espanha, países devastados por guerras sucessivas a paz deixara de ser uma opção. Tornou-se um imperativo. E como desde há muito, a sorte dos povos tinha deixado de ser uma questão nacional, para este desfecho foi também determinante, a pressão exercida pela diplomacia Inglesa junto de Castela .Esta apoio não foi contudo desprovido de consequências. Lisboa tornar – se - à nos próximos anos no principal porto de entrada dos produtos ingleses . D. Pedro segundo tenta resolver a crise financeira do reino pondo em prática por intermédio do seu ministro, o conde da Ericeira ,as novas ideias mercantilistas que fervilhavam pela Europa fora
  • 16. ► Era preciso reduzir as importações de produtos industriais, que escoavam para o estrangeiro os nossos rendimentos, através da criação de industrias nacionais bem equipadas e competitivas .Em vez de peixe era preciso importar canas de pesca. Esta primeira e tímida tentativa de industrialização do país não resiste no entanto à morte do seu impulsionador. Morto o conde da Ericeira ,novos interesses se erguem e a Agricultura passa a ser vista novamente como o motor do desenvolvimento do reino. ► Que essa nova orientação coincidisse com os interesses ingleses não é de estranhar. ► De facto ,esta situação de dependência face á Inglaterra, acentuar –se -à a partir de 1703 com a assinatura do tratado de Methweeen. ► Em troca de uma nova aliança militar, os têxteis ingleses passaram a entrar livremente no nosso país e colónias. O CONDE DA ERICEIRA
  • 17. Com este tratado aumentaram também substancialmente as exportações dos nossos vinhos para Inglaterra pois passaram a beneficiar, de uma menor carga fiscal relativamente aos vinhos Franceses .Mas em termos económicos como seria de esperar Portugal saiu a perder. ,Os têxteis portugueses de repente desprotegidos incapazes de competir com os produtos ingleses, perderam o comboio do desenvolvimento e nunca mais apanharam outro. Ainda hoje continuam à espera. LISBOA SÉC. XVII
  • 18. ► Por outro lado , quer a exploração quer o transporte dos nossos vinhos, estavam nas mãos dos Ingleses...Saímos da guerra da restauração como país independente mas mais pobre e endividado Alguns territórios na Índia e em Africa foram definitivamente perdidos ,para Ingleses e Holandeses. ► Os lucros do comércio do açúcar e do tabaco tinham diminuído devido à concorrência .A mesma concorrência que tinha originado a decadência do nosso comercio com o oriente. ► E finalmente o conjunto de tratados e alianças que fomos obrigados a celebrar para garantir a defesa do país, revelaram-se desastrosos para a nossa economia e para o nosso desenvolvimento.