Levantamento do SPC Brasil e da CNDL mostra que apenas três em cada dez pequenos empresários pretendem investir em suas empresas pelos próximos 90 dias
TCC - O Mercado de Cartão de Crédito no Brasil e sua Influência na Baixa Renda
Intenção dos micro e pequenos empresários em tomar crédito tem leve melhora, mas segue em baixa
1. Intenção dos micro e pequenos empresários em
tomar crédito tem leve melhora, mas segue em
baixa, aponta indicador
Levantamento do SPC Brasil e da CNDL mostra que apenas três em cada dez
pequenos empresários pretendem investir em suas empresas pelos próximos 90 dias
A atividade econômica enfraquecida e o cenário de juros e inflação em alta têm
refletido na baixa disposição dos micro e pequenos empresários (MPEs) em tomar
crédito. Dados do indicador mensal calculado pelo Serviço de Proteção ao Crédito
(SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) mostram
que a intenção desses empresários em procurar crédito pelos próximos três meses
registrou apenas 13,85 pontos no mês de agosto. Embora o índice seja levemente
superior ao observado em julho (10,75 pontos), o resultado é considerado baixo,
visto que a escala do indicador varia de zero a 100. Quanto mais próximo de 100,
maior é a probabilidade de os empresários procurarem crédito e, quanto mais
próximo de zero, menos propensos eles estão para tomar recursos emprestados para
os seus negócios.
Evolução do Indicador de Demanda por Crédito
Na avaliação do presidente da CNDL, Honório Pinheiro, o baixo apetite ao crédito é
justificado, em parte, pelas dificuldades econômicas que o país atravessa. “Sem boas
perspectivas com os rumos da economia, os empresários estão reticentes para
assumir compromissos financeiros de longo prazo. Muitos empreendedores recorrem
aos recursos do próprio bolso como alternativa aos empréstimos e financiamentos
em bancos, já que os juros estão elevados e a demanda do consumidor segue
baixa”, explica o presidente.
16,36
11,46 10,75
13,85
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
mai/15 jun/15 jul/15 ago/15
2. Segundo a pesquisa, quatro em cada dez (39,4%) empresários consultados
consideram que nos dias de hoje está “difícil” ou “muito difícil” conseguir credito no
Brasil – em julho eram 36,1%. Dentre o universo de empresários pessimistas,
40,3% apontam a burocracia como a razão principal do impedimento e outros 30,5%
culpam as altas taxas de juros praticadas no mercado. Há ainda os empresários que
reclamam do critério aplicado pelos bancos ao exigir um faturamento mínimo para a
concessão de crédito (9,8%).
De acordo com o levantamento, apenas um em cada dez empresários (10,3%) tem a
intenção de buscar crédito no intervalo de 90 dias. Entre as principais finalidades, a
formação de capital giro surge em primeiro lugar (58,5%), seguido pela compra de
equipamentos e maquinário (30,5%), compra de insumos e formação de estoque
(23,2%), reforma da empresa (18,3%) e o pagamento de dívidas (17,1%). “O fato
de a tomada de crédito para o pagamento de dívidas figurar novamente entre as
opções mais citadas é um sinal de que os micro e pequenos empresários estão
sentindo dificuldades para honrar seus compromissos”, diz a economista-chefe do
SPC Brasil, Marcela Kawauti.
Cresce a intenção de investimentos
O indicador de investimentos calculado pelo SPC Brasil e pela CNDL registrou 29,60
pontos em agosto, sendo que quanto mais próximo de 100, maior é a propensão ao
investimento. O resultado mostra uma melhora do cenário na comparação com os
últimos dois meses, quando o índice ficou em 25,98 pontos em junho e 22,54 pontos
em julho. Ao todo, somente três em cada dez (28,9%) dos micro e pequenos
empresários consultados pretendem realizar algum tipo de investimento nos
próximos três meses.
Evolução do indicador de demanda por crédito
32,06
25,98
22,54
29,60
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
30,00
35,00
mai/15 jun/15 jul/15 ago/15
3. Dentre o universo de empresários que pretendem investir, o capital próprio aparece
como o principal recurso. Sete em cada dez empresários (76,2%) usarão o dinheiro
do próprio bolso e 22,1% irão recorrer a empréstimos em bancos e financeiras – em
julho o percentual era de 25,1%. Outras opções ainda mencionadas são a venda de
algum bem (4,8%) e o empréstimo com algum familiar (2,2%).
Os investimentos mais citados por esses empresários são a reforma de empresa
(36,8%), a compra de equipamentos (34,2%), investimento em propaganda e
comunicação (32%) e ampliação do estoque (28,6%). Em julho, a compra de
equipamentos figurava em primeiro lugar, mas acabou sendo ultrapassado pela
reforma neste mês de agosto.
Metodologia
Os Indicadores de Demanda por Crédito e de Propensão para investimentos do Micro
e Pequeno Empresário (IDCI-MPE) calculados pelo Serviço de Proteção ao Crédito
(SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) levam em
consideração 800 empreendimentos com até 49 funcionários, nas 27 unidades da
federação, incluindo capitais e interior. As micro e pequenas empresas representam
39% e 35% do universo de empresas brasileiras nos segmentos de comércio e
serviços, respectivamente.
Acesse a íntegra do indicador e detalhes da metodologia clicando em “baixar
arquivos” no link https://www.spcbrasil.org.br/imprensa/indices-economicos
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