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VIDAS SECAS Retirantes (1936), óleo de Cândido Portinari. Guia de Literatura                                           Professor André Guerra
Guia de Literatura                                           Professor André Guerra
Reflexão:SEGUE O SECOCarlinhos Brown     A boiada seca		                   Ô chuva vem me dizer     Na enxurrada seca	                   Se posso ir lá em cima     A trovoada seca		     pra derramar você     Segue o seco sem secar	  	     Ó chuva preste atenção     que o caminho é seco		     Se o povo lá de cima      sem secar que			     vive na solidão     o espinho é seco		     Se acabar não acostumado     sem secar que			     Se acabar parado, calado     seco é o Ser Sol		     Se acabar baixinho chorando     Sem sacar que			     Se acabar meio abandonado     algum espinho seco secará	     Pode ser lágrima de São Pedro     E a água que secar		     Ou talvez um grande amor chorando     será um tiro seco		     Pode ser desabotoado céu      E secará o seu destino seca. 	     Pode ser coco derramado Guia de Literatura                                           Professor André Guerra
De quem é a culpa? Do clima? Do solo? De Deus? E o homem? Guia de Literatura                                           Professor André Guerra
CarcaráJoão do Vale CarcaráLá no sertãoÉ um bicho que avoa que nem aviãoÉ um pássaro malvadoTem o bico volteado que nem gaviãoCarcaráQuando vê roça queimadaSai voando, cantando,CarcaráVai fazer sua caçadaCarcará come inté cobra queimadaQuando chega o tempo da invernadaO sertão não tem mais roça queimadaCarcará mesmo assim num passa fomeOs burrego que nasce na baixadaCarcaráPega, mata e come CarcaráNum vai morrer de fomeCarcaráMais coragem do que homeCarcaráPega, mata e comeCarcará é malvado, é valentãoÉ a águia de lá do meu sertãoOs burrego novinho num pode andáEle puxa o umbigo inté matáCarcaráPega, mata e comeCarcaráNum vai morrer de fomeCarcaráMais coragem do que homeCarcará Guia de Literatura                                           Professor André Guerra
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ENREDO SINTÉTICO É a história de uma família de retirantes que vive em pleno agreste os sofrimentos da estiagem (...), um homem, uma mulher, seus filhos e uma cachorra tangidos pela seca e pela opressão dos que podem mandar (...). O que havia de unitário nas obras anteriores(do autor), apoiadas no eixo de um protagonista, dispersa-se (...)nos “casulos da vida isolada que são os diversos capítulos”, enfim, na desagregação a que o meio arrasta os destinos inúteis de Fabiano, Sinha Vitória, Baleia... (Alfredo Bosi – História concisa da literatura brasileira) Guia de Literatura                                           Professor André Guerra
LINGUAGEM: As frases curtas, a pontuação precisa e cortante, o uso do futuro do pretérito nas personagens em que o discurso indireto livre permite que sejam expressos os sonhos das personagens, a inexistência de diálogos, a abundância de interjeições, exclamações, sons onomatopaicos, substituindo a fala das personagens e mostrando-lhes a animalidade, constituem alguns dos elementos enriquecedores de Vidas Secas. Guia de Literatura                                           Professor André Guerra
LEMBRE-SE: • No DISCURSO DIRETO o personagem fala. Reprodução das palavras ditas pelo personagem. Normalmente, o discurso direto é encontrado nos diálogos. Ex.:“E aos conhecidos que dormiam no tronco e agüentavam cipó    de boi oferecia consolações.         ─ ‘Tenha paciência, apanhar do governo não é desfeita’” • No DISCURSO INDIRETO o narrador é quem transmite as idéias expressas pelo personagem. É o narrador quem fala, e não o personagem. Ex.:Sinha Vitória botou os filhos para dentro de casa, dizendo-   lhes que estavam sujos como papagaios. Guia de Literatura                                           Professor André Guerra
• No DISCURSO INDIRETO LIVRE não existe pensamento expresso pelo personagem. O personagem apenas pensa. O narrador reproduz a linguagem que está no pensamento do personagem. Em outros termos: a fala interior do personagem se intercala e se funde à linguagem com que o narrador relata os fatos. Ex.:“Suponha que o cevado era dele. Agora se a prefeitura tinha uma parte, estava acabado. Pois ia voltar para casa e comer a carne. Podia comer a carne? Podia ou não podia? O funcionário batera o pé agastado e Fabiano se desculpara.” Guia de Literatura                                           Professor André Guerra
OS MUNDOS   Mundo dos oprimidos Mundo dos opressores ●  FABIANO ●  SINHA VITÓRIA ●  O FILHO MAIS VELHO ●  O FILHO MAIS NOVO ●  BALEIA  E O PAPAGAIO ●  PATRÃO DE FABIANO ●  FISCAL DA PREFEITURA ●  SOLDADO AMARELO Guia de Literatura                                           Professor André Guerra
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O BICHO Vi ontem um bichoNa imundície do pátioCatando comida entre os detritos.Quando achava alguma coisa,Não examinava nem cheirava:Engolia com voracidade.O bicho não era um cão,Não era um gato,Não era um rato.O bicho, meu Deus, era um homem.   Manuel Bandeira -Rio,                      27 de dezembro de 1947 Guia de Literatura                                           Professor André Guerra
Súplica cearenseLuiz Gonzaga Oh! Deus, perdoe este pobre coitadoQue de joelhos rezou um bocadoPedindo pra chuva cair sem pararOh! Deus, será que o senhor se zangouE só por isso o sol se arretirouFazendo cair toda chuva que háSenhor, eu pedi para o sol se esconder um tiquinhoPedir pra chover, mas chover de mansinhoPra ver se nascia uma planta no chão Meu Deus, se eu não rezei direito o Senhor me perdoe,  Eu acho que a culpa foiDesse pobre que nem sabe fazer oraçãoMeu Deus, perdoe eu encher os meus olhos de águaE ter-lhe pedido cheinho de mágoaPro sol inclemente se arretirarDesculpe eu pedir a toda hora pra chegar o invernoDesculpe eu pedir para acabar com o infernoQue sempre queimou o meu Ceará Guia de Literatura                                           Professor André Guerra
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Vidas secas

  • 1. VIDAS SECAS Retirantes (1936), óleo de Cândido Portinari. Guia de Literatura Professor André Guerra
  • 2. Guia de Literatura Professor André Guerra
  • 3. Reflexão:SEGUE O SECOCarlinhos Brown A boiada seca Ô chuva vem me dizer Na enxurrada seca Se posso ir lá em cima A trovoada seca pra derramar você Segue o seco sem secar Ó chuva preste atenção que o caminho é seco Se o povo lá de cima sem secar que vive na solidão o espinho é seco Se acabar não acostumado sem secar que Se acabar parado, calado seco é o Ser Sol Se acabar baixinho chorando Sem sacar que Se acabar meio abandonado algum espinho seco secará Pode ser lágrima de São Pedro E a água que secar Ou talvez um grande amor chorando será um tiro seco Pode ser desabotoado céu E secará o seu destino seca. Pode ser coco derramado Guia de Literatura Professor André Guerra
  • 4. De quem é a culpa? Do clima? Do solo? De Deus? E o homem? Guia de Literatura Professor André Guerra
  • 5. CarcaráJoão do Vale CarcaráLá no sertãoÉ um bicho que avoa que nem aviãoÉ um pássaro malvadoTem o bico volteado que nem gaviãoCarcaráQuando vê roça queimadaSai voando, cantando,CarcaráVai fazer sua caçadaCarcará come inté cobra queimadaQuando chega o tempo da invernadaO sertão não tem mais roça queimadaCarcará mesmo assim num passa fomeOs burrego que nasce na baixadaCarcaráPega, mata e come CarcaráNum vai morrer de fomeCarcaráMais coragem do que homeCarcaráPega, mata e comeCarcará é malvado, é valentãoÉ a águia de lá do meu sertãoOs burrego novinho num pode andáEle puxa o umbigo inté matáCarcaráPega, mata e comeCarcaráNum vai morrer de fomeCarcaráMais coragem do que homeCarcará Guia de Literatura Professor André Guerra
  • 6. Guia de Literatura Professor André Guerra
  • 7. “Criança morta” Cândido Portinari Guia de Literatura Professor André Guerra
  • 8. “A culpa do crime nunca é da faca.” (Eduardo Galeano) Guia de Literatura Professor André Guerra
  • 9. A obra Literária Guia de Literatura Professor André Guerra
  • 10. ENREDO SINTÉTICO É a história de uma família de retirantes que vive em pleno agreste os sofrimentos da estiagem (...), um homem, uma mulher, seus filhos e uma cachorra tangidos pela seca e pela opressão dos que podem mandar (...). O que havia de unitário nas obras anteriores(do autor), apoiadas no eixo de um protagonista, dispersa-se (...)nos “casulos da vida isolada que são os diversos capítulos”, enfim, na desagregação a que o meio arrasta os destinos inúteis de Fabiano, Sinha Vitória, Baleia... (Alfredo Bosi – História concisa da literatura brasileira) Guia de Literatura Professor André Guerra
  • 11. LINGUAGEM: As frases curtas, a pontuação precisa e cortante, o uso do futuro do pretérito nas personagens em que o discurso indireto livre permite que sejam expressos os sonhos das personagens, a inexistência de diálogos, a abundância de interjeições, exclamações, sons onomatopaicos, substituindo a fala das personagens e mostrando-lhes a animalidade, constituem alguns dos elementos enriquecedores de Vidas Secas. Guia de Literatura Professor André Guerra
  • 12. LEMBRE-SE: • No DISCURSO DIRETO o personagem fala. Reprodução das palavras ditas pelo personagem. Normalmente, o discurso direto é encontrado nos diálogos. Ex.:“E aos conhecidos que dormiam no tronco e agüentavam cipó de boi oferecia consolações. ─ ‘Tenha paciência, apanhar do governo não é desfeita’” • No DISCURSO INDIRETO o narrador é quem transmite as idéias expressas pelo personagem. É o narrador quem fala, e não o personagem. Ex.:Sinha Vitória botou os filhos para dentro de casa, dizendo- lhes que estavam sujos como papagaios. Guia de Literatura Professor André Guerra
  • 13. • No DISCURSO INDIRETO LIVRE não existe pensamento expresso pelo personagem. O personagem apenas pensa. O narrador reproduz a linguagem que está no pensamento do personagem. Em outros termos: a fala interior do personagem se intercala e se funde à linguagem com que o narrador relata os fatos. Ex.:“Suponha que o cevado era dele. Agora se a prefeitura tinha uma parte, estava acabado. Pois ia voltar para casa e comer a carne. Podia comer a carne? Podia ou não podia? O funcionário batera o pé agastado e Fabiano se desculpara.” Guia de Literatura Professor André Guerra
  • 14. OS MUNDOS Mundo dos oprimidos Mundo dos opressores ● FABIANO ● SINHA VITÓRIA ● O FILHO MAIS VELHO ● O FILHO MAIS NOVO ● BALEIA E O PAPAGAIO ● PATRÃO DE FABIANO ● FISCAL DA PREFEITURA ● SOLDADO AMARELO Guia de Literatura Professor André Guerra
  • 15. E Tomás da Bolandeira? Está entre os opressores ou entre os oprimidos? Guia de Literatura Professor André Guerra
  • 16. O elemento Humano em Vidas Secas Guia de Literatura Professor André Guerra
  • 17. Fabiano Brutalidade Limitação Inocência Angústia Conflito Sonho Guia de Literatura Professor André Guerra
  • 18. A Animalização do Homem Guia de Literatura Professor André Guerra
  • 19. O BICHO Vi ontem um bichoNa imundície do pátioCatando comida entre os detritos.Quando achava alguma coisa,Não examinava nem cheirava:Engolia com voracidade.O bicho não era um cão,Não era um gato,Não era um rato.O bicho, meu Deus, era um homem.  Manuel Bandeira -Rio, 27 de dezembro de 1947 Guia de Literatura Professor André Guerra
  • 20. Súplica cearenseLuiz Gonzaga Oh! Deus, perdoe este pobre coitadoQue de joelhos rezou um bocadoPedindo pra chuva cair sem pararOh! Deus, será que o senhor se zangouE só por isso o sol se arretirouFazendo cair toda chuva que háSenhor, eu pedi para o sol se esconder um tiquinhoPedir pra chover, mas chover de mansinhoPra ver se nascia uma planta no chão Meu Deus, se eu não rezei direito o Senhor me perdoe, Eu acho que a culpa foiDesse pobre que nem sabe fazer oraçãoMeu Deus, perdoe eu encher os meus olhos de águaE ter-lhe pedido cheinho de mágoaPro sol inclemente se arretirarDesculpe eu pedir a toda hora pra chegar o invernoDesculpe eu pedir para acabar com o infernoQue sempre queimou o meu Ceará Guia de Literatura Professor André Guerra
  • 21. Fotografia de Chema Madoz Guia de Literatura Professor André Guerra
  • 22. Temas A exploração Homem X meio As diferentes reações diante das adversidades Guia de Literatura Professor André Guerra
  • 23. “O Sertanejo é, antes de tudo, um forte” (Euclides da Cunha) Guia de Literatura Professor André Guerra