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Fotografia: Dias dos Reis
Casa de Camões ou Casa dos Arcos, em Constância,
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quinhentista, terá sido, possivelmente, habitada por
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É feridaquedói e nãose sente;
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É umnãoquerermaisque bemquerer;
É solitárioandarporentrea gente;
É nuncacontentar-sedecontente;
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BusqueAmornovasartes,novoengenho,
paramatar-me,e novasesquivanças;
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vemnãoseicomoe dói nãoseiporquê. Fotografia: José Morais Sarmento
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Deixei-me cativar; mas hoje vendo,
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Quandode minhasmágoasa comprida
Maginaçãoos olhosmeadormece,
Emsonhosaquelaalmame aparece,
Queparamifoisonhonestavida.
Lánumasoidade, ondeestendida
A vistaporo campodesfalece,
Corroapósela;e elaentãoparece
Quemaisde mise alonga,compelida.
Brado:− Nãomefujais, sombrabenina.−
Ela(osolhosemmi c'umbrandopejo,
Comoquemdizquejá nãopodeser)
Tornaa fugir-me;tornoa bradar:− Dina...
E antesquedigamene,acordo,e vejo
Quenemumbreveenganopossoter.
Tanto de meu estado me acho incerto,
Que em vivo ardor tremendo estou de frio;
Sem causa, juntamente choro e rio,
O mundo todo abarco, e nada aperto.
É tudo quanto sinto um desconcerto:
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Agora espero, agora desconfio;
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Estando em terra, chego ao céu voando;
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Que em mil anos não posso achar um' hora.
Se me pergunta alguém porque assim ando,
Respondo que não sei; porém suspeito
Que só porque vos vi, minha Senhora.Fotografia: Nuno Timóteo
Fotografia: Paulo Mendonça
Enquanto quis Fortuna que tivesse
Esperança de algum contentamento,
O gosto de um suave pensamento
Me fez que seus versos escrevesse.
Porém, temendo Amor que aviso desse
Minha escritura a algum juízo isento,
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Verdades puras são, e não defeitos...
E sabei que, segundo o amor tiverdes,
Tereis o entendimento de meus versos!
Fotografia: José Morais Sarmento
Com grandes esperanças já cantei,
Com que os deuses no Olimpo conquistara;
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Se cuido nas passadas que já dei,
Custa-me esta lembrança só tão cara,
Que a dor de ver as mágoas que passara,
Tenho por a mor mágoa que passei.
Pois logo, se está claro que um tormento
Dá causa que outro na alma se acrescente,
Já nunca posso ter contentamento.
Mas esta fantasia se me mente?
Oh ocioso e cego pensamento!
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Fotografia: José Morais Sarmento
Alma minha gentil, que te partiste
Tão cedo desta vida descontente,
Repousa lá no céu eternamente,
E viva eu cá na terra sempre triste.
Se lá no assento etéreo, onde subiste,
Memória desta vida se consente,
Não te esqueças daquele amor ardente,
Que já nos olhos meus tão puro viste.
E se vires que pode merecer-te
Algũa cousa a dor que me ficou
Da mágoa, sem remédio, de perder-te,
Roga a Deus, que teus anos encurtou,
Que tão cedo de cá me leve a ver-te,
Quão cedo de meus olhos te levou.
Pintura: José Estrela
Descalça vai para a fonte
Lianor pela verdura;
Vai fermosa, e não segura.
Leva na cabeça o pote,
O testo nas mãos de prata,
Cinta de fina escarlata,
Sainho de chamelote;
Traz a vasquinha de cote,
Mais branca que a neve pura.
Vai fermosa e não segura.
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Cabelos de ouro entrançado
Fita de cor de encarnado,
Tão linda que o mundo espanta.
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Vai fermosa e não segura.
Eu cantarei de amor tão docemente,
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Oh! Quem tanto pudesse, que fartasse
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Oh como se me alonga de ano em ano
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Fotografia: Vítor Oliveira
Luís Vaz de Camões, poeta português, filho de Simão Vaz de
Camões e Ana de Sá e Macedo, nasceu em Coimbra ou Lisboa - não se
sabe o local exato - supostamente em 1525. Pensa-se que estudou
Literatura e Filosofia em Coimbra, tendo tido como protetor o seu tio
paterno, D. Bento de Camões, frade de Santa Cruz e chanceler da
Universidade. Tudo parece indicar que pertencia à pequena nobreza. É o
autor do poema épico "Os Lusíadas", uma das obras mais importantes da
Literatura portuguesa, que celebra os feitos marítimos e guerreiros de
Portugal, e o maior poeta do Classicismo português.
Atribuem-se-lhe vários desterros, sendo um para Ceuta, onde se bateu
como soldado e em combate perdeu o olho direito - perda referida na
Canção Lembrança da Longa Saudade - e outro para Constância, entre
1547 e 1550, obrigado, diz-se, por ofensas a uma certa dama da corte.
Embarca para a Índia em 1553, onde participa de várias expedições militares. Em 1556 vai para a China, também em
várias expedições. Em 1570 volta para Lisboa, já com os manuscritos do poema "Os Lusíadas", que foi publicado em 1572,
com a ajuda do rei D. Sebastião. Uma das amadas de Camões foi a jovem chinesa Dinamene, que morreu afogada em um
naufrágio. Diz a lenda que Camões conseguiu salvar o manuscrito de Os Lusíadas, segurando com uma das mãos e
nadando com a outra. Camões escreve vários sonetos lamentando a morte da amada. O mais famoso é "A Saudade do
Ser Amado". Camões deixou além de "Os Lusíadas", um conjunto de poesias líricas e as comédias "El-Rei Seleuco",
"Filodemo" e "Anfitriões". Luís Vaz de Camões morreu em Lisboa, no dia 10 de junho 1580, em absoluta pobreza.
Fotografia: Dias dos Reis
Guida Burt
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  • 4. Casa de Camões ou Casa dos Arcos, em Constância, atualmente Casa-Memória de Camões, construção quinhentista, terá sido, possivelmente, habitada por LuísVazde Camões. Uma antiga e arraigada tradição popular afirma que Luís de Camões, o maior dos poetas portugueses, viveu em Constância durante algum tempo, cumprindo pena a que fora condenado, e aponta as ruínas de uma velha casa à beira-Tejo como sendo as da que o acolheu nesse desterro. Sobre aquelas ruínas, classificadas como imóvel de interesse público, foi erguida a Casa-Memória de Camões, onde funciona o Centro Internacionalde EstudosCamonianos.
  • 5.
  • 6.
  • 7. Jacek Krenz Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, Muda-se o ser, muda-se a confiança; Todo o mundo é composto de mudança, Tomando sempre novas qualidades. Continuamente vemos novidades, Diferentes em tudo da esperança; Do mal ficam as mágoas na lembrança, E do bem, se algum houve, as saudades. O tempo cobre o chão de verde manto, Que já coberto foi de neve fria, E em mim converte em choro o doce canto. E, afora este mudar-se cada dia, Outra mudança faz de mor espanto: Que não se muda já como soía.
  • 8. Estátua em Homenagem a Camões, de autoria do mestre Lagoa Henriques, ao lado do Jardim-HortoCamoniano. Julga-me a gente toda por perdido, Vendo-me tão entregue a meu cuidado, Andar sempre dos homens apartado E dos tratos humanos esquecido. Mas eu, que tenho o mundo conhecido, E quase que sobre ele ando dobrado, Tenho por baixo, rústico, enganado Quem não é com meu mal engrandecido. Vá revolvendo a terra, o mar e o vento, Busque riquezas, honras a outra gente, Vencendo ferro, fogo, frio e calma; Que eu só em humilde estado me contento De trazer esculpido eternamente Vosso fermoso gesto dentro na alma.
  • 9. Fotografia: Paulo Mendonça Amoré fogoqueardesemse ver; É feridaquedói e nãose sente; É umcontentamentodescontente; É dorquedesatinasemdoer; É umnãoquerermaisque bemquerer; É solitárioandarporentrea gente; É nuncacontentar-sedecontente; É cuidarqueseganhaemseperder; É quererestarpresoporvontade; É servira quemvence,o vencedor; É tercomquemnos matalealdade. Mascomocausarpodeseufavor Noscoraçõeshumanosamizade, Setãocontrárioa si é o mesmoAmor?
  • 10. BusqueAmornovasartes,novoengenho, paramatar-me,e novasesquivanças; quenãopodetirar-measesperanças, quemalmetiraráo que eunãotenho. Olhaide queesperançasmemantenho! vedequeperigosasseguranças: quenãotemocontrastesnemmudanças, andandoembravomarperdidoo lenho Mas, conquantonãopodehaverdesgosto ondeesperançafalta,lá meesconde Amorummal,quematae não se vê; quediasháquena almametemposto umnãoseiquê,que nascenãosei onde, vemnãoseicomoe dói nãoseiporquê. Fotografia: José Morais Sarmento
  • 11. O culto divinal se celebrava No templo donde toda criatura Louva o Feitor divino, que a feitura Com seu sagrado sangue restaurava. Amor ali, que o tempo me aguardava Onde a vontade tinha mais segura, Com uma rara e angélica figura A vista da razão me salteava. Eu crendo que o lugar me defendia De seu livre costume, não sabendo Que nenhum confiado lhe fugia, Deixei-me cativar; mas hoje vendo, Senhora, que por vosso me queria, Do tempo que fui livre me arrependo.
  • 12. Jardim Horto-Camoniano - Fotografia: Carlos Loff Fonseca Quandode minhasmágoasa comprida Maginaçãoos olhosmeadormece, Emsonhosaquelaalmame aparece, Queparamifoisonhonestavida. Lánumasoidade, ondeestendida A vistaporo campodesfalece, Corroapósela;e elaentãoparece Quemaisde mise alonga,compelida. Brado:− Nãomefujais, sombrabenina.− Ela(osolhosemmi c'umbrandopejo, Comoquemdizquejá nãopodeser) Tornaa fugir-me;tornoa bradar:− Dina... E antesquedigamene,acordo,e vejo Quenemumbreveenganopossoter.
  • 13. Tanto de meu estado me acho incerto, Que em vivo ardor tremendo estou de frio; Sem causa, juntamente choro e rio, O mundo todo abarco, e nada aperto. É tudo quanto sinto um desconcerto: Da alma um fogo me sai, da vista um rio; Agora espero, agora desconfio; Agora desvario, agora acerto. Estando em terra, chego ao céu voando; Num' hora acho mil anos, e é de jeito Que em mil anos não posso achar um' hora. Se me pergunta alguém porque assim ando, Respondo que não sei; porém suspeito Que só porque vos vi, minha Senhora.Fotografia: Nuno Timóteo
  • 15. Enquanto quis Fortuna que tivesse Esperança de algum contentamento, O gosto de um suave pensamento Me fez que seus versos escrevesse. Porém, temendo Amor que aviso desse Minha escritura a algum juízo isento, Escureceu-me o engenho co tormento, Para que seus enganos não dissesse. Ó vós que Amor obriga a ser sujeitos A diversas vontades! Quando lerdes Num breve livro casos tão diversos, Verdades puras são, e não defeitos... E sabei que, segundo o amor tiverdes, Tereis o entendimento de meus versos! Fotografia: José Morais Sarmento
  • 16. Com grandes esperanças já cantei, Com que os deuses no Olimpo conquistara; Depois vim a chorar porque cantara, E agora choro já porque chorei. Se cuido nas passadas que já dei, Custa-me esta lembrança só tão cara, Que a dor de ver as mágoas que passara, Tenho por a mor mágoa que passei. Pois logo, se está claro que um tormento Dá causa que outro na alma se acrescente, Já nunca posso ter contentamento. Mas esta fantasia se me mente? Oh ocioso e cego pensamento! Ainda eu imagino em ser contente? Fotografia: José Morais Sarmento
  • 17. Alma minha gentil, que te partiste Tão cedo desta vida descontente, Repousa lá no céu eternamente, E viva eu cá na terra sempre triste. Se lá no assento etéreo, onde subiste, Memória desta vida se consente, Não te esqueças daquele amor ardente, Que já nos olhos meus tão puro viste. E se vires que pode merecer-te Algũa cousa a dor que me ficou Da mágoa, sem remédio, de perder-te, Roga a Deus, que teus anos encurtou, Que tão cedo de cá me leve a ver-te, Quão cedo de meus olhos te levou. Pintura: José Estrela
  • 18. Descalça vai para a fonte Lianor pela verdura; Vai fermosa, e não segura. Leva na cabeça o pote, O testo nas mãos de prata, Cinta de fina escarlata, Sainho de chamelote; Traz a vasquinha de cote, Mais branca que a neve pura. Vai fermosa e não segura. Descobre a touca a garganta, Cabelos de ouro entrançado Fita de cor de encarnado, Tão linda que o mundo espanta. Chove nela graça tanta, Que dá graça à fermosura. Vai fermosa e não segura.
  • 19. Eu cantarei de amor tão docemente, Por uns termos em si tão concertados, Que dois mil acidentes namorados Faça sentir ao peito que não sente. Farei que Amor a todos avivente, Pintando mil segredos delicados, Brandas iras, suspiros magoados, Temerosa ousadia, e pena, ausente. Também, Senhora, do desprezo honesto De vossa vista branda e rigorosa, Contentar-me-ei dizendo a menor parte. Porém para cantar de vosso gesto A composição alta e milagrosa, Aqui falta saber, engenho, e arte.
  • 20. Erros meus, má Fortuna, Amor ardente Em minha perdição se conjuraram; Os erros e a Fortuna sobejaram, Que para mim bastava Amor somente. Tudo passei; mas tenho tão presente A grande dor das cousas que passaram, Que já as frequências suas me ensinaram A desejos deixar de ser contente. Errei todo o discurso de meus anos; Dei causa a que a Fortuna castigasse As minhas mal fundadas esperanças. De Amor não vi senão breves enganos. Oh! Quem tanto pudesse, que fartasse Este meu duro Génio de vinganças!
  • 21. Fotografia: Nuno Timóteo Oh como se me alonga de ano em ano A peregrinação cansada minha! Como se encurta, e como ao fim caminha Este meu breve e vão discurso humano! Minguando a idade vai, crescendo o dano; Perdeu-se-me um remédio, que inda tinha; Se por experiência se adivinha, Qualquer grande esperança é grande engano. Corro após este bem que não se alcança; No meio do caminho me falece; Mil vezes caio, e perco a confiança. Quando ele foge, eu tardo; e na tardança, Se os olhos ergo a ver se inda aparece, De vista se me perde, e da esperança.
  • 22. Alegres campos, verdes arvoredos, Claras e frescas águas de cristal, Que em vós os debuxais ao natural, Discorrendo da altura dos rochedos; Silvestres montes, ásperos penedos Compostos de concerto desigual; Sabei que, sem licença de meu mal, Já não podeis fazer meus olhos ledos. E pois já me não vedes como vistes, Não me alegrem verduras deleitosas, Nem águas que correndo alegres vêm. Semearei em vós lembranças tristes, Regar-vos-ei com lágrimas saudosas, E nascerão saudades de meu bem. Fotografia: Vítor Oliveira
  • 23. Luís Vaz de Camões, poeta português, filho de Simão Vaz de Camões e Ana de Sá e Macedo, nasceu em Coimbra ou Lisboa - não se sabe o local exato - supostamente em 1525. Pensa-se que estudou Literatura e Filosofia em Coimbra, tendo tido como protetor o seu tio paterno, D. Bento de Camões, frade de Santa Cruz e chanceler da Universidade. Tudo parece indicar que pertencia à pequena nobreza. É o autor do poema épico "Os Lusíadas", uma das obras mais importantes da Literatura portuguesa, que celebra os feitos marítimos e guerreiros de Portugal, e o maior poeta do Classicismo português. Atribuem-se-lhe vários desterros, sendo um para Ceuta, onde se bateu como soldado e em combate perdeu o olho direito - perda referida na Canção Lembrança da Longa Saudade - e outro para Constância, entre 1547 e 1550, obrigado, diz-se, por ofensas a uma certa dama da corte. Embarca para a Índia em 1553, onde participa de várias expedições militares. Em 1556 vai para a China, também em várias expedições. Em 1570 volta para Lisboa, já com os manuscritos do poema "Os Lusíadas", que foi publicado em 1572, com a ajuda do rei D. Sebastião. Uma das amadas de Camões foi a jovem chinesa Dinamene, que morreu afogada em um naufrágio. Diz a lenda que Camões conseguiu salvar o manuscrito de Os Lusíadas, segurando com uma das mãos e nadando com a outra. Camões escreve vários sonetos lamentando a morte da amada. O mais famoso é "A Saudade do Ser Amado". Camões deixou além de "Os Lusíadas", um conjunto de poesias líricas e as comédias "El-Rei Seleuco", "Filodemo" e "Anfitriões". Luís Vaz de Camões morreu em Lisboa, no dia 10 de junho 1580, em absoluta pobreza.
  • 24. Fotografia: Dias dos Reis Guida Burt guidaburt@gmail.com