O IP é um protocolo da camada de rede utilizado mundialmente para o encaminhamento de dados. O IPV6 é a versão desse protocolo que começará a ser utilizada de forma unificada nos próximos meses, substituindo a versão 4 que está em uso atualmente.
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IPV6: A nova versão do protocolo de internet utilizado no mundo inteiro
1. IPV6:
A nova versão do protocolo de internet
utilizado no mundo inteiro
Guilherme Passero <gpassero@uol.com.br>
Ane Sinhuk <anesinhuk@hotmail.com>
Prof. Vinícius Bueno da Silva <tato_@msn.com>
Faculdade Metropolitana de Rio do Sul - UNIASSELVI/FAMESUL
Bacharelado em Sistemas de Informação (INF61) – Redes de Computadores
16/11/11
RESUMO
O IP é um protocolo da camada de rede utilizado mundialmente para o encaminhamento de dados.
O IPV6 é a versão desse protocolo que começará a ser utilizada de forma unificada nos próximos
meses, substituindo a versão 4 que está em uso atualmente. O principal motivo da mudança é o
esgotamento de endereços disponíveis para o IPV4, o que impediria o crescimento da internet.
Num mundo onde a tecnologia está se desenvolvendo rapidamente, surge a necessidade de tudo a
nossa volta se conectar para facilitar nossa vida, e isso o IPV6 torna possível. A recomendação é
que a migração ocorra gradualmente, primeiramente nas empresas que provêm serviços na
internet, e após esses serviços estarem disponibilizados para IPV6, os usuário domésticos
passarem para essa versão também. Havendo o desuso de NAT, que permitia separação de redes
locais da mundial, tudo fica conectado diretamente, surgindo também questões de segurança antes
ignoradas. É importante que os governos apoiem a migração do IPV4 para o IPV6 nos países, de
outra forma podem haver problemas de conectividade com novos serviços e esses países ficarão
para trás.
Palavras-chave: IPV6. Internet. Rede.
1 INTRODUÇÃO
Com o crescimento da internet, as limitações do IPV4, o protocolo utilizado para
endereçamento e encaminhamento de dados, ficam cada vez mais preocupantes. Em certo momento
seus limites se esgotarão e não será mais possível um dispositivo se conectar à rede por falta de
endereço disponível. Para resolver esse problema, e também buscar novas melhorias no sistema, o
IPV6 surge e já está sendo incentivado e adotado gradualmente em diversos lugares do mundo.
O presente trabalho abordará no tópico dois, inicialmente, um breve histórico do protocolo
de internet para contextualização. O tópico três apresentará os fatos que motivam a mudança do
2. IPV4 para o IPV6. O tópico quatro discriminará as principais vantagens do IPV6 sobre o IPV4. O
tópico cinco tratará sobre como deverá estar ocorrendo a migração do IPV4 para o IPV6 para as
empresas e para os usuários domésticos. O tópico seis levanta a questão de segurança para as redes
locais com o uso da nova versão do protocolo IP. Enfim, o tópico sete reúne informações sobre
como está a migração de versões do IP no mundo e quais o principais problemas caso o Brasil
atrase nesse processo.
2 O QUE É IPV6?
O IPV6 é um acrônimo para Internet Protocol Version 6, em português Protocolo de Internet
Versão 6, que visa substituir o atual IPV4. O IP na versão 0 iniciou em março de 1977, mas
somente a versão 4 de setembro de 1981 é que foi padronizada e entrou em uso. Trata-se do
protocolo mais utilizado no mundo atual para o encaminhamento de dados entre dispositivos de
rede. Atualmente estamos utilizando-o na versão 4.
Enquadrando-se na camada de rede do modelo OSI, o IPV4 é considerado um protocolo não
confiável no quesito segurança, onde esse requisito é passado para as camadas superiores. No
entanto, é muito comum o uso do IP junto do Protocolo de Controle de Transmissão (TCP), tal uso
é referido através da expressão TCP/IP.
3 NECESSIDADE DE MUDANÇA
O endereçamento do IPV4 é realizado através de um bloco de 4Bytes, ou seja,
4.294.967.296 possibilidades de endereços simultâneos. Esse número já não é grande, considerando
que a população mundial hoje passa dos 7 bilhões, no entanto o protocolo não havia sido criado
com fins comerciais e a demanda atual não fora prevista.
Embora possa ser citada a má distribuição de endereços para uso no mundo, a necessidade
de mudança no protocolo atual existe essencialmente devido ao crescimento global exponencial de
dispositivos em rede. Estamos em uma situação onde já se pode prever um fim para o IPV4, o seu
“esgotamento”.
3. Pode-se dizer, então, que para ampliar a capacidade de consumidores da internet, surge o
IPV6.
4 NOVIDADES DO IPV6
O IPV6 não só resolve o problema do “tamanho” que a internet tinha com o IPV4, mas
também resolve e facilita outras situações. Segundo SISNEMA Informática (2009), as principais
novidades do IPV6 são:
- Espaço de endereçamento 128 bits;
- Autoconfiguração de endereço;
- Endereçamento hierárquico;
- Formato do cabeçalho novo;
- Cabeçalhos de extensão;
- Suporte à qualidade diferenciada;
- Capacidade de extensão;
- Encriptação.
(Disponível em: <http://sisnema.com.br/Materias/idmat019519.htm>)
5 MIGRAÇÃO DE IPV4 PARA IPV6
O uso do IPV4 já é habitual e comum para nós, por isso é evidente que a maioria das
empresas reluta ou simplesmente ignora a necessidade de migração para o IPV6. Mais registros de
endereços v4 são realizados e estamos cada vez mais perto do esgotamento do IPV4, a partir daí
qualquer pessoa ou empresa que deseja ter acesso à internet deverá utilizar o IPV6.
Um site na Web, por exemplo, que foi disponibilizado em um endereço IPV6, poderá ficar
indisponível para um usuário que utilize e se limite ao IPV4, o que pode ser muito inconveniente.
No entanto, nota-se também a necessidade de um usuário IPV6 obter acesso a um site na Web
4. disponibilizada em um endereço IPV4. A conversão de endereços é um obstáculo na migração que
deverá ser resolvido pelo provedor de serviços ou pelo usuário
Para migrar do IPV4 para o IPV6, o primeiro passo é analisar se os hardwares e softwares
que utilizam a internet possuem suporte ao IPV6, possivelmente possuirão se foram adquiridos nos
últimos 2 anos, segundo Franklin e Reed (2011, disponível em: <http://computerworld.uol.com.br
/telecom/2011/06/10/ipv6-roteiro-para-a-transicao/paginador/pagina_2>). Custos poderão surgir
caso surja a necessidade de adquirir novos hardwares ou softwares que realizem a conversão IPV4
para IPV6 localmente. Também é necessário que o provedor de serviço de internet tenha aderido ao
IPV6.
Em uma empresa, a migração de forma gradual, com realização de testes e capacitação de
usuários do IPV6, é recomendada. É recomendado também que a empresa inicie a migração antes
que isso se torne essencialmente necessário, a fim de evitar correrias, confusões e problemas em
uma migração forçada. Haja vista que antes do IPV6 atingir o usuário doméstico, é necessária a
disponibilização dos seus serviços nesse protocolo, as instituições públicas e privadas deverão ser
as primeiras a realizarem a migração.
Para o usuário doméstico, segundo o site do projeto do IPV6 no Brasil (disponível em:
<http://www.ipv6.br/IPV6/AjudaIPV6Usuario>), a migração será transparente, pois os softwares
ficarão responsáveis por se configurar. No entanto, vale lembrar que ainda ficam necessários
softwares (principalmente sistema operacional) e hardwares (principalmente adaptadores de rede,
modens, switches e roteadores) compatíveis com IPV6.
6 SEGURANÇA DE REDES LOCAIS
Vale ressaltar que o IPV6 vai tornar desnecessário o uso de NAT, onde todos os dispositivos
estarão diretamente conectados à internet, não havendo a separação tão distinta hoje de LAN e
WAN. Conforme Franklin e Reed (2011), tal mudança a princípio causa receio nos usuários, pois o
NAT até então era considerado um “muro” de proteção entre a rede externa e interna.
A verdade, como disse o responsável pelo projeto IPV6 no Brasil, Antonio Moreiras, em
vídeo disponibilizado pelo Comitê de Gestão da Internet no Brasil (cgi.br) (disponível em:
5. <http://www.youtube.com/watch?v=1QwkwwdORvY>, é que cada vez mais dispositivos com que
interagimos estarão conectados na grande internet, de forma a facilitar nossa vida. A Web 3, por
exemplo, é a nova versão da Web que se preocupa em se beneficiar dessa realidade, enquanto que o
IPV6 visa permití-la.
Sendo assim, o uso de NAT será abolido e todo dispositivo será conectado diretamente na
internet, possuindo seu próprio endereço.
7 IMPLANTAÇÃO DO IPV6 NO MUNDO
Segundo o site oficial do projeto IPV6 no Brasil, França, Índia, Espanha, Austrália, Japão,
Estados Unidos e Malásia são países que estão incentivando o uso do IPV6 através de:
● Apoio a projetos de pesquisa sobre IPv6, e a projetos para a disseminação
do novo protocolo.
● Criação de normas para aquisição de equipamentos e serviços, na esfera
administrativa, com suporte obrigatório a IPv6.
● Implantação do IPv6 nas redes e serviços Internet do governo.
● Incentivos fiscais à adoção do IPv6.
(Disponível:<http://www.ipv6.br/IPV6/AjudaIPV6Governo#Como_os_
governos_de_outros_pa_se>)
Também cita que os EUA já possuem as redes de suas agências governamentais prontas
para o IPV6 e que a União Europeia já investiu mais de 90 milhões de euros em pesquisas para a
implantação do IPV6.
Não ter o IPV6 implantado no Brasil a tempo teria como principal conflito a falta de acesso
a serviços disponibilizados em endereços estritamente IPV6 (devido aos IPV4 terem esgotado). O
segundo principal problema seria a necessidade de disponibilização de novos serviços brasileiros na
internet, considerando o IPV4 esgotado.
6. 8 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nem sempre é possível prever os impactos que novas descobertas terão sobre o mundo e a
vida das pessoas. Às vezes imaginamos algo que pode ser muito grande, mas que pode, em algum
momento, ultrapassar todas as expectativas. É o caso da Internet.
Há alguns anos imaginávamos que a maioria das casas teriam Internet e lutávamos pela
inclusão digital, de modo que todos pudessem ter um mínimo de acesso. Hoje é possível e provável
que todos tenham acesso, das mais diversas formas, não só nos convencionais computadores
desktops, mas em notebooks, netbooks, celulares, gps, enfim, a rede cresceu monstruosamente.
Hoje as limitações do IPV4 já não suportam a demanda e por isso precisamos de um protocolo mais
eficaz, maior e mais ágil, daí surge o IPV6, que tende a dominar as redes de computadores em
pouco tempo tornando o endereçamento não só mais amplo, mas também mais eficiente.
REFERÊNCIAS
SISNEMA. IPv6 - A próxima geração de Internet. Disponível em:
<http://sisnema.com.br/Materias/ idmat019519. htm>. Acesso em: 15 nov. 11.
HEDER, Brian. IPv6: roteiro para a transição. Disponível em <http://computerworld.uol.com.br
/telecom/2011/06/10/ipv6-roteiro-para-a-transicao/paginador/pagina_2>. Acesso em: 15 nov. 11.
Comitê Gestor da Internet no Brasil. Usuário Final. Disponível em:
<http://www.ipv6.br/IPV6/AjudaIPV6Usuario>. Acesso em: 15 nov. 11.
OnRedes IPv6 - Momento da Transição. Disponível em <http://www.youtube.com/watch?v
=1QwkwwdORvY>. Acesso em: 15 nov. 11.
Comitê Gestor da Internet no Brasil. Governo. Disponível em: <
http://www.ipv6.br/IPV6/AjudaIPV6Governo#Como_os_governos_ de_outros_pa_se >. Acesso
em: 15 nov. 11.