O autor expressa preocupação com a situação da CEPLAC, que está com salários atrasados e dívidas de mais de R$1 milhão. Ele critica a gestão política da instituição e a falta de ação dos servidores para enfrentar os problemas. Pede união dos colegas para lutar pela dignidade e futuro da CEPLAC.
1. DESABAFO DE UM CEPLAQUEANO - É TUDO OU NADA
Ontem, dia 18 de março de 2014, mais uma vez estava eu naquele órgão que
representa tudo para mim.
Cada ida é um sofrimento maior, mas se é para ser assim, que seja. Não vou
me calar e nem compactuar com o que estão fazendo com este órgão, na
CARA daqueles, que um dia se utilizaram dela, para hoje serem
“personalidades”, do “pirão pouco o meu primeiro”.
Ontem ao chegar aos portões da sede no km 22, deparei com uma enorme
faixa – “Estamos sem receber salários há dois meses”. Não, não eram seus
servidores federais e sim a firma de limpeza que presta serviços a CEPLAC.
Afirmaram-nos, que a culpa não era da empresa de limpeza, e sim da Ceplac,
que não está honrando com seus compromissos.
Diante deste fato, também tomamos conhecimento que o nosso CEPEC, já
deve aos seus fornecedores mais de UM MILHÃO DE REAIS.
É lamentável tudo isso, que está ocorrendo, desde que este órgão passou a
ser meramente cabide de emprego para meia dúzia de políticos, que ficam só
2. aguardando mudanças na base do governo para trocar seus dirigentes, ao bel
prazer de suas vontades políticas e de interesses pessoais.
É assim que estão destruindo-a, é assim que querem desmoralizá-la, é assim
na cara do SINTSEF, e suas diversas associações (Conselho das Entidades),
são assim com as aquiescências de seus chefes de Departamentos, Divisões e
Setores, que se agarram de “unhas e dentes” nestes cargos, até a morte, é
assim com o descaso da maioria de seus servidores da ativa, que nada fazem
para enfrentar a realidade.
Hoje a CEPLAC, tem um quadro de aproximadamente 80% “aposentáveis”,
com mais de 30 a 35 anos de serviço e com uma média de idade de 60 anos.
Não se aposentam pelo simples fato de perda salarial, e preferem saírem na
aposentadoria compulsória aos 70 anos ou então morrerem lá dentro, como
vem ocorrendo. Por um lado, concordo com aqueles que depois de tanto tempo
trabalhando, chegam a esta altura não podem se aposentarem por questões
econômicas, mas comento sempre com aqueles colegas com quem detenho
mais intimidade. Se vocês não fizeram nada até o momento, para se
aposentarem, mesmo com perda salarial, não é agora que farão isto no fim da
vida de vocês. Justificar o injustificável, que não se aposentam porque não tem
o que fazer. É pura desculpa e ilusão para vocês mesmos, pois o que estão
fazendo a maioria aí, pois se não têm verbas para àqueles que querem
trabalhar? E os que ainda trabalham pelas suas criatividades, são jogados as
traças e criticados pelos que não querem mais nada a não ser o salário, como
dizia Lício Fontes nos idos dos anos 70. “Os que ganham e não trabalham são
uns verdadeiros prostitutos”. Pra tudo na vida tem solução, só não tem se
ficarmos com os braços cruzados, “esperando a morte chegar”, como disse o
grande compositor, Raúl Seixas.
Portanto, se o caminho é este, e que seja com dignidade, Vão à luta, como no
passado, que fazíamos “greve por fazer” a pedido DÊLES, e para justificar
diziam que eram por melhores condições de trabalho e moralidade no serviço
público – Viram o quanto fomos enganados?
E hoje a moralidade foi corrigida, e as condições de trabalho melhoraram?
Acho que é tudo ao contrário.
Por onde andam nossos representantes, e são tantos, que se acotovelam pelos
corredores, Cadê nossos líderes, nossos formadores de opiniões? Por onde
andam nossos colegas, que hoje desfrutam do poder, por culpa ou inocência
das nossas partes?
Colegas! É duro, para eu desabafar desta maneira, mas não vejo outra
solução, senão eu morro angustiado.
3. Se não for assim, como pode aqueles servidores que foram prejudicados na
época, que a Ceplac, já estava esfacelada e não conseguiram um
enquadramento digno, como foram os casos e justos salários, dos Fiscais
Federais Agropecuária, os Agentes de Atividades Agropecuárias (hoje
Técnicos de Fiscalização Federais Agropecuárias), e os Técnicos em
Planejamento. Eu só pergunto: Fiscalização de quê? Planejando o quê? É
tanto que o cargo já foi extinto na CEPLAC. Se um dia houver concurso, será
para Agrônomos, coisa que jamais vai acontecer do jeito que a coisa anda. E
todos aposentados que detém o cargo de Técnico de Planejamento, foram
remanejados para o quadro de aposentados do Ministério do Planejamento e
não mais no quadro de aposentados do Ministério da Agricultura.
Ressalve-se que nesta desorganização total, muitos colegas de nível superior,
hoje estão com salários de penúria e ganham bem menos que os Agentes de
Atividades Agropecuárias, que tem apenas o segundo grau, como exige a
profissão, e vale ressaltar que muitos deles foram enquadrados como tal, e
nem sequer tem o curso primário.
Foi por esta e outras, que vocês se desagregaram e cada um puxa a “sardinha
pra seu lado” e tudo causado por ELES, que estavam na direção da Ceplac e
continuam assim até você se derem conta da verdade nua e crua.
José Rezende Mendonça
Técnico Agrícola
Especialista em: Cartografia e
Aerofotogrametria
Aposentado em 1995