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Endogenizar o Desenvolvimento de Energias Novas




      PPS 6 – Relatório de Perfil – Portugal




           Judite Pinto, Pedro Rodrigues



                       SRE

                  Junho de 2007
PPS 6 – Relatório de Perfil – Portugal




Índice


0. Objectivos....................................................................................................................................4
1. Caracterização do Sistema Energético Nacional.......................................................................5
2. Políticas e Medidas Energéticas...............................................................................................10
3. Componentes das Cadeias de Hidrogénio...............................................................................12
   3.1. Fontes Primárias.................................................................................................................12
      3.1.1. Gás Natural..................................................................................................................12
      3.1.2. Carvão..........................................................................................................................12
      3.1.3. Energia nuclear............................................................................................................12
      3.1.4. Energia eólica Onshore...............................................................................................12
      3.1.5. Energia das ondas.......................................................................................................13
      3.1.6. Energia solar................................................................................................................13
      3.1.7. Biomassa......................................................................................................................14
      3.1.8. Biogás...........................................................................................................................14
      3.1.9. Outras renováveis........................................................................................................14
   3.2. Distribuição das Fontes Primárias......................................................................................15
      3.2.1. Gasoduto......................................................................................................................15
      3.2.2. Rede Eléctrica..............................................................................................................15
      3.2.3. Transportes Terrestres................................................................................................15
   3.3. Produção de Hidrogénio.....................................................................................................15
      3.3.1. Reformação de Vapor (SMR)......................................................................................15
      3.3.2. Oxidação Parcial (POX)...............................................................................................16
      3.3.3. Electrólise.....................................................................................................................16
      3.3.4. Através da Biomassa...................................................................................................16
      3.3.5. Como Subproduto Industrial........................................................................................16
      3.3.6. Sequestro de Carbono.................................................................................................17
   3.4. Armazenamento de Hidrogénio..........................................................................................17
      3.4.1. Liquefacção..................................................................................................................17
      3.4.2. Compressão.................................................................................................................17
      3.4.3. Hidretos Metálicos........................................................................................................17
      3.4.4. Hidretos Químicos........................................................................................................18
   3.5. Transporte...........................................................................................................................18
      3.5.1. Gasodutos de Hidrogénio............................................................................................18
      3.5.2. Transporte Rodoviário..................................................................................................18
   3.6. Utilização Final....................................................................................................................18


                                                                                                                                                2
PPS 6 – Relatório de Perfil – Portugal



4. Conclusões................................................................................................................................19
Referências....................................................................................................................................20




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PPS 6 – Relatório de Perfil – Portugal



0. Objectivos

Este relatório de perfil faz uma caracterização geral do sistema energético português e dos
componentes das cadeias energéticas consideradas mais prováveis para o desenvolvimento
da economia do hidrogénio em Portugal até 2050.

Com o objectivo de fornecer uma entrada sócio-económica qualitativa que permita ajudar a
avaliar o grau de dificuldade da implementação de cada cadeia energética e ajudar a identificar
as potenciais oportunidades e barreiras que necessitem de ser ultrapassadas, são analisados
os componentes das cadeias energéticas quanto ao seu estado actual e possível evolução
futura.



(Acrescentar figura representativa do modelo de análise)




                                                                                                    4
PPS 6 – Relatório de Perfil – Portugal



1. Caracterização do Sistema Energético Nacional

O potencial extractivo nacional para os combustíveis fósseis, designadamente o carvão, é
quase nulo e sem valor comercial, o que torna o país particularmente dependente da
importação de recursos energéticos do exterior.

Os dados disponíveis do consumo de energia primária ao longo dos últimos anos em Portugal 1,
representados no Gráfico 1, demonstram o domínio da utilização de fontes de energia fóssil,
nomeadamente do Petróleo. Não tendo reservas próprias destes combustíveis, Portugal é
maioritariamente dependente da importação de energia primária. Em 2005, 87,16% da energia
consumida foi importada, sendo apenas os restantes 12,84% de produção doméstica.



          30.000



          25.000



          20.000

                                                                                               Gn
                                                                                               Renováveis
   ktep




          15.000
                                                                                               Petróleo
                                                                                               Carvão
          10.000



           5.000



              0
               1996   1997   1998    1999    2000    2001    2002    2003    2004    2005

                             Gráfico 1 – Evolução do consumo de energia primária


O aumento progressivo do consumo energético é notório neste período, verificando-se que em
2005 foram consumidos mais 32,83% de energia do que em 1996. Em termos absolutos, de
1996 para 2005, o consumo de petróleo subiu 20,77%, o consumo de fontes renováveis subiu
7,25% e o consumo do carvão desceu 2,38%.

O gás natural, introduzido no país em 1997 com o objectivo de reduzir a dependência em
relação ao petróleo, foi gradualmente ganhando peso em Portugal, representando em 2005
13,91% da energia consumida.

Em termos relativos, verifica-se que em 1996 o petróleo representava 64,56% da energia
primária consumida no país, reduzindo para 58,70% em 2005. Relativamente ao consumo de

                                                                                                             5
PPS 6 – Relatório de Perfil – Portugal



carvão que em 2005 representou 12,38% do consumo de energia primária, quando comparado
com 2004, verifica-se uma diminuição do consumo da hulha pela indústria cimenteira em 98%
e um aumento de 2,9% pelas centrais termoeléctricas2. Ainda de acordo com a REN prevê-se
uma redução progressiva do peso do carvão na produção de electricidade devido ao seu
impacto nas emissões de CO2.

O contributo das energias renováveis para o mix energético foi de 15,01% do total do consumo
de energia primária em 2005 contra 16,42% em 2004. Esta variação tem a ver com o
importante papel do sector hídrico na produção de electricidade, contribuição esta fortemente
dependente das condições hidrológicas anuais.

Portugal apresenta em 2005 um consumo de energia primária per capita de 2,3 tep, um valor
36% abaixo da média europeia que se situou neste ano em 3,6 tep/capita, conforme se pode
verificar no Gráfico 2. Portugal, Lituânia e Polónia são os penúltimos países da união europeia
em relação ao consumo energético per capita, estando em último lugar a Letónia com um
consumo per capita de 1,5 tep. O maior consumo de energia per capita é referente ao
Luxemburgo com 10,1 tep.3



               12



               10



                8
  tep/capita




                                                                                                                                                                                                                                                                                           Países
                6
                                                                                                                                                                                                                                                                                           UE25


                4



                2



                0
                                         Dinamarca




                                                                                                                                                                                                                                                                             Reino Unido
                              R. Checa




                                                                                                                                                                                                                    Portugal




                                                                                                                                                                                                                                                        Finlândia
                                                                Estónia


                                                                                   Espanha

                                                                                             França

                                                                                                      Irlanda

                                                                                                                Itália

                                                                                                                         Chipre




                                                                                                                                                                              Malta
                                                                                                                                                       Luxemburgo

                                                                                                                                                                    Hungria



                                                                                                                                                                                      Holanda



                                                                                                                                                                                                          Polónia
                                                                          Grécia




                                                                                                                                                                                                                               Eslovénia

                                                                                                                                                                                                                                           Eslováquia



                                                                                                                                                                                                                                                                    Suécia
                                                     Alemanha




                                                                                                                                            Lituânia
                    Bélgica




                                                                                                                                  Letónia




                                                                                                                                                                                                Áustria




                                                        Gráfico 2 – Consumo de energia primária per capita na UE25 em 2005


Portugal tem vindo a desenvolver esforços significativos para aumentar a capacidade instalada
em fontes de energia renovável (FER) para a produção de electricidade. O valor alcançado em
2005 foi de 6.376 MW, dos quais 4.818 MW são provenientes da hídrica, 474 MW da
biomassa, biogás e resíduos sólidos urbanos, 1.063 MW em eólica, 18 MW em geotérmica e 3



                                                                                                                                                                                                                                                                                                    6
PPS 6 – Relatório de Perfil – Portugal


                                                                                                4
MW da fotovoltaica, conforme a distribuição representada no Gráfico 3.                              Em 2005, foram
produzidos 8.939 GWh de energia eléctrica a partir de FER.



        7.000



        6.000



        5.000

                                                                                                     Fotovoltaica
                                                                                                     Geotérmica
        4.000
                                                                                                     Eólica
   MW




                                                                                                     Biomassa
        3.000                                                                                        Hídrica < 10MW
                                                                                                     Hídrica > 10MW

        2.000



        1.000



             0
                   1996    1997    1998    1999   2000   2001   2002    2003    2004   2005

                 Gráfico 3 – Distribuição da potência instalada de FER para produção de energia eléctrica



        50

        45

        40
                                                                                                         Biomassa
        35                                                                                               Eólica
                                                                                                         Hídrica
        30
                                                                                                         Gogeração
  TWh




        25
                                                                                                         GN
        20                                                                                               Petróleo
                                                                                                         Carvão
        15

        10

         5

         0
                 1996     1997      1998     1999     2000      2001     2002     2003     2004

                            Gráfico 4 – Produção de energia eléctrica em Portugal Continental




                                                                                                                      7
PPS 6 – Relatório de Perfil – Portugal



Em 2006 e 2007 a capacidade instalada de FER tem vindo a aumentar, com especial
relevância para energia eólica que, em Portugal Continental, tinha 1.047 MW de potência
instalada em 2005, 1.681 MW em 2006 e 1.839 MW em Abril de 2007.5

Relativamente ao consumo de energia por sector de actividade, representado no Gráfico 5,
verifica-se que são os sectores da indústria e dos transportes que apresentam um maior peso,
somando em média no período de 1996 a 2005 67,03% do consumo total e somando em 2005
quase 64% deste consumo. No sector dos transportes houve um crescimento no consumo
devido ao aumento da taxa de motorização e da mobilidade, a par do desenvolvimento das
acessibilidades. No sector industrial, o consumo final tem vindo a decrescer nos últimos anos,
resultante de uma maior actuação na área da eficiência energética dos processos e
instalações.



    100%

     90%

     80%

     70%

                                                                                             Outros Sectores
     60%
                                                                                             Serviços
     50%                                                                                     Doméstico
                                                                                             Transportes
     40%
                                                                                             Industria

     30%

     20%

     10%

      0%
            1996   1997   1998    1999    2000    2001    2002   2003    2004       2005

                          Gráfico 5 – Consumo de energia por sector de actividade


No sector doméstico, verifica-se uma melhoria das condições de conforto da população em
geral, assiste-se a uma evolução crescente do consumo de energia eléctrica por unidade de
alojamento (2.362 kWh/alojamento em 2004 contra 2.252 kWh/alojamento em 2002). Em
relação às formas de energia utilizadas, verifica-se uma estabilização nos consumos dos
produtos de petróleo, a favor da electricidade e do gás natural.

O consumo de energia nos serviços é fundamentalmente dependente do grau de terciarização
da economia. No período 2000-2005 este consumo cresceu 41,7%.



                                                                                                               8
PPS 6 – Relatório de Perfil – Portugal



Relativamente à emissão de gases com efeito de estufa, Portugal era em 2003 o 4º país da
União Europeia com menor índice de emissões per capita, com 7,8 t CO2 equivalente, contra
os 10,8 t CO2 equivalente/capita de média europeia.6

Ao invés do que acontece com os recursos energéticos de natureza fóssil, Portugal tem um
enorme potencial no domínio das energias renováveis e têm havido esforços significativos para
aumentar o seu contributo no cabaz energético nacional, reduzindo simultaneamente a
dependência energética do exterior e combatendo as alterações climáticas. As metas definidas
na RCM n.º 63/2003, de 19 de Outubro, foram revistas para as várias fontes de energia
renovável. A produção de electricidade com base em FER passa de 39% para 45% do
consumo em 2010 e os combustíveis utilizados nos transportes de 5,75% para 10% em 2010.




                                                                                                  9
PPS 6 – Relatório de Perfil – Portugal



2. Políticas e Medidas Energéticas

As políticas e medidas energéticas aprovadas contemplam três áreas fundamentais: Energias
renováveis (aposta diversificada nas vertentes eólica, solar, biomassa e biocombustíveis), a par
da energia termoeléctrica e da eficiência energética.

O esforço é particularmente significativo no eólico com a criação do cluster, sector onde a
capacidade instalada cresceu, entre 2004 e 2006, em média 53% (1), o que coloca o país na
quinta posição do ranking dos países da comunidade.




            Política              Data                         Descrição

 Plano Tecnológico Nacional       2005     Redução do consumo energético através da
                                           aprovação de um programa de aquisições públicas
                                           ecológicas

 Estratégia Nacional para a       2005     Define três grandes objectivos: garantir a
 Energia                                   segurança do abastecimento de energia; estimular
                                           e favorecer a concorrência; garantir a adequação
                                           ambiental do processo energético e 5 eixos de
                                           actuação designadamente a liberalização do
                                           mercado do gás e electricidade, o desenvolvimento
                                           das energias renováveis, a promoção da eficiência
                                           energética, a reorganização da fiscalidade e os
                                           sistemas de incentivos do sistema energético e a
                                           inovação em energia

 Programa Nacional para as        2006
 Alterações Climáticas

 Regulação do mercado do          2006
 gás

 Regulação do mercado da          2006
 electricidade

 Criação do mercado regional      2004     Reforço da interligação eléctrica com Espanha
 de energia Mibel                          através de investimentos nas infra estruturas de
                                           transporte, harmonização regulatória e do mercado
                                           grossista, constituição de um regulador ibérico

 Certificação energética dos      2006     Visa a promoção de eficiência e uso racional de
 edifícios                                 energia bem como através da instalação de
                                           equipamentos de aproveitamento de fontes
                                           renováveis de energia, designadamente solar
                                           térmico.




                                                                                                    10
PPS 6 – Relatório de Perfil – Portugal



         Política            Data                      Descrição

Regulamentos dos sistemas    2006   Aumenta em cerca de 40% as exigências em
energéticos e de                    termos de eficiência energética na construção de
climatização (RSECE) e das          novos edifícios
características do
comportamento térmico dos
edifícios (RCCTE)

Imposto Automóvel (IA) com   2006   O IA pode variar 10% em função das emissões de
base nas emissões de CO2            carbono

RCM 104/2006                 2006   Cria o Fundo Português do Carbono




                                                                                            11
PPS 6 – Relatório de Perfil – Portugal



3. Componentes das Cadeias de Hidrogénio

3.1. Fontes Primárias

3.1.1. Gás Natural

Não tendo reservas próprias de gás natural, Portugal introduziu esta energia no país em 1997
com o objectivo de reduzir a dependência exterior em relação ao Petróleo.

O gás natural é proveniente de várias fontes, essencialmente da Argélia, através de um
gasoduto de alta pressão que atravessa o norte de África, entra em Espanha por Tarifa e é
recebido em Portugal perto de Campo Maior. A rede portuguesa de gasodutos atravessa o
Alentejo até junto de Leiria, onde se bifurca desenvolvendo-se para Sul, até Sines, e para
Norte, até Valença do Minho, entrando novamente em Espanha. Desta linha principal derivam
outras linhas e ramais com maior ou menor extensão. O gasoduto tem uma extensão de 1.030
Km, acrescidos de 199 km de ramais de alta pressão, 212 km de ramais de média pressão,
num total de 1.441 km. Em Sines foi criado um terminal de recepção de GNL, via marítima,
com armazenagem e com respectiva ligação à rede de gasodutos. Foram ainda implantadas
algumas unidades autónomas de gás para abastecimento das cidades de Bragança, Chaves,
Vila Real, Évora, Portimão e Olhão.



3.1.2. Carvão

O carvão representou em 2005 12,4% da energia primária consumida em Portugal, sendo que
mais de 95% deste consumo se destinou para a produção de electricidade. Portugal tem duas
centrais termoeléctricas a carvão, em Sines e no Pego, que em 2005 representaram cerca de
34% da produção de energia eléctrica nacional. Apesar da contribuição deste combustível ter
vindo a reduzir, estas centrais são consideradas fundamentais para a segurança do
abastecimento de electricidade do país.



3.1.3. Energia nuclear

Portugal não tem centrais nucleares, não sendo previsível que num futuro próximo haja
investimento nesta área.



3.1.4. Energia eólica Onshore

Portugal é o nono maior produtor mundial de energia eólica, com 1.716 MW de potência
                                                                                         7
instalada no final de 2006, dos quais 694 MW foram instalados neste último ano.              Os 137
parques de energia eólica em funcionamento em 2006, com dimensões entre os 0,5 MW e os

                                                                                                  12
PPS 6 – Relatório de Perfil – Portugal



108 MW, forneceram nesse ano cerca de 6% do consumo de energia eléctrica. 8 À capacidade
actual serão a curto prazo acrescentados 3.450 MW já em processo de licenciamento ou em
fase de construção. A investigação nesta área em Portugal inclui o desenvolvimento de uma
microturbina eólica com potência de 2,5 kW, para ser integrada em ambiente urbano. As metas
definidas pelo Governo para a capacidade instalada são de 5.150 MW em 2010, e de 5.700
MW em 2012, procurando o Governo promover a criação de cluster tecnológicos e de
                                               9
investimento associados à energia eólica.



3.1.5. Energia das ondas

Apesar da produção de energia a partir das ondas se encontrar actualmente numa fase
experimental, este recurso é considerado médio-alto em Portugal. Com uma estimativa de 250
km de costa passíveis de instalar parques offshore e admitindo um recurso médio de 30 kW por
km de costa, Portugal tem um potencial de produção de aproximadamente 10 TWh/ano, o que
representa cerca de 20% do consumo de energia eléctrica do país. 10 Como meta para 2010, o
Governo pretende que seja criada uma Zona Piloto com potencial de exploração até 250 MW.
11



Neste momento, está em fase de instalação uma unidade piloto na Aguçadoura (Póvoa do
Varzim) com capacidade instalada de 2.25 MW, que constitui a primeira fase de um projecto de
         12
24 MW.        Outros projectos estão a ser desenvolvidos nesta área em Portugal, havendo
protótipos a serem testados ao largo de Peniche, e importantes grupos empresariais a declarar
estarem a fazer um grande investimento no desenvolvimento da tecnologia associada à
captação da energia das ondas.



3.1.6. Energia solar

Portugal é um país com elevada disponibilidade de energia solar, com irradiação anual no
plano horizontal de 1.500 kWh/m2 e ligeiramente acima de 1.900 kWh/m2 nas melhores
                13
localizações.        Portugal tinha no final de 2006 cerca 10 MW de potência fotovoltaica instalada,
dos quais a grande maioria são sistemas autónomos em locais isolados. Já em 2007 foi
inaugurada uma central fotovoltaica em Serpa, com 11 MW. Neste momento, no concelho de
Moura, está a ser construída a maior central fotovoltaica do mundo, com uma potência
instalada de 62 MW, ocupando uma superfície aproximada de 114 hectares.

Como metas para 2010 o Governo definiu os 150 MW de potência instalada. O Governo
pretende ainda promover a micro-geração e criar a obrigatoriedade de pré-instalação de solar
térmica em novas construções. 14



                                                                                                        13
PPS 6 – Relatório de Perfil – Portugal



3.1.7. Biomassa

Portugal tem uma área florestal que ocupa 38% do território. Devido a um “quase” abandono da
floresta, à falta de equipamentos apropriados para sistemas de recolha, à falta de tratamento
fiscal adequado, entre outros, dos potenciais 6,5 milhões de toneladas por ano de biomassa
florestal apenas cerca de um terço está potencialmente disponível para ser utilizado como
recurso energético.15 Para 2010 foi definida a meta de se atingirem 250 MW de capacidade
instalada em centrais de biomassa, através da criação de uma rede descentralizada de 15
novas centrais e da articulação com os recursos e potencial florestal e políticas de combate ao
risco de incêndios.16



3.1.8. Biogás

Actualmente existe em Portugal cerca de uma centena de sistemas de produção de biogás, na
sua maior parte proveniente do tratamento de efluentes agro-pecuários (cerca de 85%) e
destas cerca de 85% são suiniculturas. O biogás representa actualmente cerca de 3% do
consumo energético nacional.17 Em Outubro de 2006 foram celebrados contratos entre a
empresa Agni e 3 empresas gestoras de aterros sanitários para a instalação de centros
produtores de energia com base em módulos para a produção de energia a partir do
hidrogénio, representando no conjunto uma potência de 6 MW para injecção no Sistema
Eléctrico Português.18 A meta estabelecida pelo Governo para 2010 foi de 100 MW de
capacidade instalada em unidades de tratamento anaeróbico de resíduos.19



3.1.9. Outras renováveis

No que respeita à utilização dos biocombustíveis líquidos em Portugal, apenas existem alguns
projectos, como o de alguns autocarros públicos em Lisboa, em que é feita uma mistura em
que a percentagem de biodiesel não ultrapassa os 10%.20 Em 2010 o Governo pretende que
10% de todos os combustíveis rodoviários sejam biocombustíveis21, o que segundo o
responsável desta área na Enersis será dificilmente conseguido visto que Portugal não tem
matéria-prima suficiente para responder a este objectivo.

Em Portugal o potencial de aproveitamento de energia minihídrica está distribuído por todo o
território nacional, com maior concentração no Norte e Centro do país. No total existem 98
centrais independentes que correspondem a 256 MW de potência instalada.22 As centrais
hidroeléctricas têm no total uma potência instalada de 4.339 MW23, tendo as centrais
minihídricas e hídricas contribuído em 23,1% para a produção total de energia eléctrica do
        24
país.        As metas do Governo são de atingir 5.575 MW em 2010 e 7.000 MW em 2020 de
potência instalada em energia hídrica. 25

                                                                                                   14
PPS 6 – Relatório de Perfil – Portugal



Relativamente à energia geotérmica, os aproveitamentos mais interessantes em Portugal são
os realizados nas ilhas dos Açores. As várias centrais actualmente existentes têm no total
235,5 MW de potência instalada. A energia eléctrica produzida em cada ilha por esta via chega
a representar cerca de 35% da electricidade consumida.26



3.2. Distribuição das Fontes Primárias

3.2.1. Gasoduto

Portugal tem uma rede de gasodutos com uma extensão de 1.030 Km, acrescidos de 199 km
de ramais de alta pressão, 212 km de ramais de média pressão, num total de 1.441 km. Esta
rede é particularmente desenvolvida na região centro e litoral norte, sendo praticamente
inexistente na região sul do país.



3.2.2. Rede Eléctrica

A rede nacional de transporte de energia eléctrica é explorada em regime exclusivo de
concessão de serviço público pela REN – Rede Eléctrica Nacional, SA. O modelo accionista
definido para a REN pretende assegurar a sua independência total relativamente a operadores
do mercado da energia.

Ao nível de infra-estruturas de rede e no contexto do MIBEL, Portugal reforçou recentemente a
capacidade de interligação eléctrica com Espanha e, com os novos projectos previstos, espera
que em 2010 o nível de interligação seja de 3.000 MW.27



3.2.3. Transportes Terrestres

A rede rodoviária portuguesa é bem desenvolvida, não devendo apresentar problemas para o
transporte de recursos energéticos.



3.3. Produção de Hidrogénio

3.3.1. Reformação de Vapor (SMR)

99% do Hidrogénio é extraído do gás natural ou de outros hidrocarbonetos através da
reformação a vapor. Em Portugal, na Refinaria de Sines são produzidos 38.000 Nm3/h de
Hidrogénio através da reformação a vapor de gás natural, para os processos de hidrogenação
e captação de Enxofre. A empresa AirLiquide tem uma unidade em Estarreja com capacidade
de cerca de 12.000 Nm3/h, mais de 8.000 h/ano, que produz Hidrogénio através da reformação



                                                                                                  15
PPS 6 – Relatório de Perfil – Portugal



de Nafta, com sequestro do Carbono. Esta empresa está a finalizar um projecto para
duplicação desta produção.

(Verificar com a AirLiquide como é feito o sequestro de carbono e o que fazem com ele. Obter
mais informação)



3.3.2. Oxidação Parcial (POX)

A Quimigal tem capacidade de produção de 100.000 Nm3/h por oxidação parcial de um resíduo
pesado da refinaria, para fabricação de amoníaco (para fabricar adubos).

(Procurar mais informação sobre a utilização ou investigação desta técnica em Portugal)



3.3.3. Electrólise

Com uma eficiência entre 70 e 75% e elevado consumo de energia eléctrica (cerca de 2/3 do
custo total), a produção de Hidrogénio através da electrólise não é neste momento favorável do
ponto de vista económico. Contudo, recorrendo a fontes renováveis, o uso da electrólise tem
como vantagem ser uma forma perfeitamente limpa de produzir Hidrogénio.

(Procurar informação sobre a utilização de electrólise para produção de Hidrogénio em
Portugal (Indústria do cloro??). Onde, quanto e para que finalidade?)



3.3.4. Através da Biomassa

No Departamento de Engenharia Biológica da Universidade do Minho, decorre presentemente
um projecto que visa a produção de Bio-hidrogénio a partir de resíduos orgânicos em
condições hipertermofílicas (temperaturas entre 55 e 70º C). No âmbito deste projecto são
estudados diferentes processos de selecção do inóculo e diferentes composições de resíduo,
de modo a obter uma produção de hidrogénio estável num processo contínuo. O processo de
produção de hidrogénio será combinado com um processo metanogénico em que a fracção
não convertida constituída essencialmente por ácidos gordos voláteis, é posteriormente
tranformada em biogás.



3.3.5. Como Subproduto Industrial

Nalgumas empresas o Hidrogénio surge como subproduto do processo produtivo. Por exemplo
na Solvay são recuperados 1.200 Nm3 de Hidrogénio por hora (entre 4.000 a 6.000 h/ano).

(Procurar mais informação sobre este tema em Portugal. Existem mais casos??)


                                                                                                    16
PPS 6 – Relatório de Perfil – Portugal




3.3.6. Sequestro de Carbono

(Procurar informação sobre investigação na área de sequestro de carbono em Portugal)



3.4. Armazenamento de Hidrogénio

3.4.1. Liquefacção

Esta tecnologia tem com principais desvantagens o elevado custo para reduzir o Hidrogénio a
temperaturas inferiores a -253 ºC, o custo do equipamento de armazenamento e uma eficiência
relativamente baixa. Ocorrem ainda perdas significativas por evaporação o que obriga a um
elevado grau de isolamento térmico, conduzindo a um aumento do custo e do peso dos
depósitos de armazenamento. O custo energético do armazenamento por esta via chega a
cerca de 28% da energia armazenada. A vantagem da liquefacção é devida à compactação
das câmaras, que permite reduzir custos de transporte.28 29

(Procurar mais informação sobre a utilização desta tecnologia em Portugal)



3.4.2. Compressão

O armazenamento em alta pressão é geralmente utilizado para quantidades relativamente
pequenas de Hidrogénio (na ordem dos poucos milhões de pés cúbicos ou de menos). Para
maiores quantidades este processo traz alguns problemas devido à dimensão dos tanques e à
baixa eficiência do processo de compressão.

No âmbito do Projecto EDEN está em curso no INEGI um projecto para desenvolver um
reservatório para armazenamento de hidrogénio em estado gasoso a alta pressão e muito alta
pressão. Este reservatório está a ser desenvolvido em compósitos reforçados, esperando-se
que possa vir a permitir pressões na ordem dos 600/700 bar.

(Procurar mais informação sobre a utilização desta tecnologia em Portugal)



3.4.3. Hidretos Metálicos

Os hidretos metálicos actuais armazenam até 1,5% de hidrogénio por unidade de massa do
sistema, são caros e requerem um longo período de recarga. A vantagem dos hidretos
metálicos é a sua relativa compaccidade e a baixa pressão requerida para a recarga, quando
                                                  30
comparados com os cilindros de gás comprimido.         Para esta tecnologia se tornar interessante
para a indústria automóvel as densidades volumétricas terão de ser 3 a 4 vezes superiores às
                                                                                                      17
PPS 6 – Relatório de Perfil – Portugal



actuais. Em Portugal, no INETI, estão a ser realizados projectos de investigação de compostos
intermetálicos para o armazenamento de hidrogénio.



3.4.4. Hidretos Químicos

De entre os hidretos químicos tem sido dada particular atenção à hidrolise do borohidreto de
sódio devido à quantidade de hidrogénio contida nas suas moléculas (10,9%). A utilização
deste hidreto químico apresenta várias vantagens como a sua estabilidade em contacto com o
ar, a formação de hidrogénio apenas na presença de um catalizador, os produtos de reacção
não serem nocivos para o ambiente, a possibilidade de controlo da velocidade de formação de
hidrogénio e a possibilidade do hidrogénio ser gerado até a 0ºC. Como desvantagem
apresenta-se o elevado custo do borohidreto que sódio, que apenas poderá ser ultrapassado
melhorando a eficiência e o custo do método de reciclagem.31 32



3.5. Transporte

3.5.1. Gasodutos de Hidrogénio

Em Portugal existem gasodutos de Hidrogénio para abastecimento de algumas empresas
industriais. As principais empresas fornecedoras deste gás no país têm bastante experiência
na criação de redes de gasodutos, pelo que potencialmente poderão criar redes mais
alargadas se a procura o justificar.



3.5.2. Transporte Rodoviário

O Hidrogénio é geralmente fornecido em embalagens a 200 bar (individuais ou associadas em
baterias) e semi-reboques a 200 bar com capacidade entre 3.500 e 5.00 Nm3.



3.6. Utilização Final

O Hidrogénio como fonte energética é ainda pouco utilizado em Portugal, resumindo-se esta
utilização praticamente só a alguns projectos de demonstração de tecnologias de pilhas de
combustível. Actualmente a principal utilização é industrial, como na produção de anilina, em
tratamentos térmicos em atmosferas não oxidantes, na hidrogenação de óleos e na inertização
de banho de estanho.




                                                                                                     18
PPS 6 – Relatório de Perfil – Portugal



4. Conclusões

Portugal tem elevada dependência energética dos combustíveis fósseis, nomeadamente do
petróleo, os quais têm de ser importados na sua totalidade, visto que não existem reservas
próprias no país. Procurando diminuir esta vulnerabilidade, as políticas energéticas
portuguesas começaram por diversificar as fontes primárias, com a introdução do gás natural
em 1997, e mais recentemente tem-se apostado na promoção das energias renováveis.

O potencial das energias renováveis no país é elevado, nomeadamente no que diz respeito à
solar, à eólica e às ondas, mas a taxa de penetração destas tem sido relativamente baixa. Os
objectivos “ambiciosos” do Governo, de em 2010 ter 45% da energia eléctrica produzida a
partir de fontes renováveis, na prática pouco vão alterar a dependência das energias fósseis,
nomeadamente do petróleo que representa quase 60% da energia bruta utilizada.

No sector dos transportes, que é o maior consumidor de combustíveis fósseis, representando
mais de um terço do consumo total de energia primária, as grandes decisões estratégicas
serão definidas pelos grandes grupos da indústria automóvel, sobre as quais Portugal, ao
contrário dos Estados Unidos da América, da França, da Itália ou da Alemanha, não tem
capacidade de decisão ou influência. O objectivo de em 2010 10% de todos os combustíveis
rodoviários serem biocombustíveis reduzirá a dependência do petróleo, mas manterá uma
dependência energética do país em relação ao exterior, visto que Portugal não tem capacidade
para produzir a matéria prima necessária.

As tecnologias associadas ao Hidrogénio são pouco divulgadas em Portugal, verificando-se
que há pouca experiência industrial na sua utilização. Não sendo considerado na agenda
política como uma alternativa energética, verifica-se que não é dada por parte do Governo a
credibilidade e os incentivos (financeiros e/ou políticos) para o teste das soluções a Hidrogénio
na indústria portuguesa e para o investimento no sector.




                                                                                                    19
PPS 6 – Relatório de Perfil – Portugal



Referências




                                                 20
1
  Balanços Energéticos: Direcção Geral de Geologia e Energia
2
  ??: Rede Eléctrica Nacional
3
  ES news release - 126/2006: Eurostat
4
  Potência Instalada das Centrais de Produção de Energia Eléctrica a partir de fontes renováveis: Direcção Geral
de Geologia e Energia
5
  Renováveis – Estatísticas rápidas – Abril 2007: Direcção Geral de Geologia e Energia
6
  Energy, transport and environment indicators: European Communities, 2006
7
  Global Wind 2006 Report: Global Wind Energy Council
8
  A energia eólica em Portugal 2006: Rede Eléctrica Nacional
9
  Política Energética - Vol. I: Ministério da Economia e da Inovação
10
   Direcção-Geral de Energia e Geologia (site)
11
   Política Energética - Vol. I: Ministério da Economia e da Inovação
12
   Direcção-Geral de Energia e Geologia (site)
13
   National Position Paper and Action Plan Photovoltaics in Portugal: Maria João Rodrigues (IN+/IST)
14
   Política Energética - Vol. I: Ministério da Economia e da Inovação
15
   Portal das Energias Renováveis
16
   Política Energética - Vol. I: Ministério da Economia e da Inovação
17
   Portal das Energias Renováveis
18
   Press release “EGF avança com três projectos inovadores de valorização energética de biogás de aterro”: site
Águas de Portugal
19
   Política Energética - Vol. I: Ministério da Economia e da Inovação
20
   Portal das Energias Renováveis
21
   Política Energética - Vol. I: Ministério da Economia e da Inovação
22
   Portal das Energias Renováveis
23
   Informação Sobre a Rede Nacional de Transporte 2006: Rede Eléctrica Nacional
24
   Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (site)
25
   Política Energética - Vol. I: Ministério da Economia e da Inovação
26
   Portal das Energias Renováveis
27
   Política Energética - Vol. I: Ministério da Economia e da Inovação
28
   Relatório de Execução Material – Tarefa E2.2 – PPS 5: INETI
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Caracterização do Sistema Energético Português

  • 1. EDEN Endogenizar o Desenvolvimento de Energias Novas PPS 6 – Relatório de Perfil – Portugal Judite Pinto, Pedro Rodrigues SRE Junho de 2007
  • 2. PPS 6 – Relatório de Perfil – Portugal Índice 0. Objectivos....................................................................................................................................4 1. Caracterização do Sistema Energético Nacional.......................................................................5 2. Políticas e Medidas Energéticas...............................................................................................10 3. Componentes das Cadeias de Hidrogénio...............................................................................12 3.1. Fontes Primárias.................................................................................................................12 3.1.1. Gás Natural..................................................................................................................12 3.1.2. Carvão..........................................................................................................................12 3.1.3. Energia nuclear............................................................................................................12 3.1.4. Energia eólica Onshore...............................................................................................12 3.1.5. Energia das ondas.......................................................................................................13 3.1.6. Energia solar................................................................................................................13 3.1.7. Biomassa......................................................................................................................14 3.1.8. Biogás...........................................................................................................................14 3.1.9. Outras renováveis........................................................................................................14 3.2. Distribuição das Fontes Primárias......................................................................................15 3.2.1. Gasoduto......................................................................................................................15 3.2.2. Rede Eléctrica..............................................................................................................15 3.2.3. Transportes Terrestres................................................................................................15 3.3. Produção de Hidrogénio.....................................................................................................15 3.3.1. Reformação de Vapor (SMR)......................................................................................15 3.3.2. Oxidação Parcial (POX)...............................................................................................16 3.3.3. Electrólise.....................................................................................................................16 3.3.4. Através da Biomassa...................................................................................................16 3.3.5. Como Subproduto Industrial........................................................................................16 3.3.6. Sequestro de Carbono.................................................................................................17 3.4. Armazenamento de Hidrogénio..........................................................................................17 3.4.1. Liquefacção..................................................................................................................17 3.4.2. Compressão.................................................................................................................17 3.4.3. Hidretos Metálicos........................................................................................................17 3.4.4. Hidretos Químicos........................................................................................................18 3.5. Transporte...........................................................................................................................18 3.5.1. Gasodutos de Hidrogénio............................................................................................18 3.5.2. Transporte Rodoviário..................................................................................................18 3.6. Utilização Final....................................................................................................................18 2
  • 3. PPS 6 – Relatório de Perfil – Portugal 4. Conclusões................................................................................................................................19 Referências....................................................................................................................................20 3
  • 4. PPS 6 – Relatório de Perfil – Portugal 0. Objectivos Este relatório de perfil faz uma caracterização geral do sistema energético português e dos componentes das cadeias energéticas consideradas mais prováveis para o desenvolvimento da economia do hidrogénio em Portugal até 2050. Com o objectivo de fornecer uma entrada sócio-económica qualitativa que permita ajudar a avaliar o grau de dificuldade da implementação de cada cadeia energética e ajudar a identificar as potenciais oportunidades e barreiras que necessitem de ser ultrapassadas, são analisados os componentes das cadeias energéticas quanto ao seu estado actual e possível evolução futura. (Acrescentar figura representativa do modelo de análise) 4
  • 5. PPS 6 – Relatório de Perfil – Portugal 1. Caracterização do Sistema Energético Nacional O potencial extractivo nacional para os combustíveis fósseis, designadamente o carvão, é quase nulo e sem valor comercial, o que torna o país particularmente dependente da importação de recursos energéticos do exterior. Os dados disponíveis do consumo de energia primária ao longo dos últimos anos em Portugal 1, representados no Gráfico 1, demonstram o domínio da utilização de fontes de energia fóssil, nomeadamente do Petróleo. Não tendo reservas próprias destes combustíveis, Portugal é maioritariamente dependente da importação de energia primária. Em 2005, 87,16% da energia consumida foi importada, sendo apenas os restantes 12,84% de produção doméstica. 30.000 25.000 20.000 Gn Renováveis ktep 15.000 Petróleo Carvão 10.000 5.000 0 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 Gráfico 1 – Evolução do consumo de energia primária O aumento progressivo do consumo energético é notório neste período, verificando-se que em 2005 foram consumidos mais 32,83% de energia do que em 1996. Em termos absolutos, de 1996 para 2005, o consumo de petróleo subiu 20,77%, o consumo de fontes renováveis subiu 7,25% e o consumo do carvão desceu 2,38%. O gás natural, introduzido no país em 1997 com o objectivo de reduzir a dependência em relação ao petróleo, foi gradualmente ganhando peso em Portugal, representando em 2005 13,91% da energia consumida. Em termos relativos, verifica-se que em 1996 o petróleo representava 64,56% da energia primária consumida no país, reduzindo para 58,70% em 2005. Relativamente ao consumo de 5
  • 6. PPS 6 – Relatório de Perfil – Portugal carvão que em 2005 representou 12,38% do consumo de energia primária, quando comparado com 2004, verifica-se uma diminuição do consumo da hulha pela indústria cimenteira em 98% e um aumento de 2,9% pelas centrais termoeléctricas2. Ainda de acordo com a REN prevê-se uma redução progressiva do peso do carvão na produção de electricidade devido ao seu impacto nas emissões de CO2. O contributo das energias renováveis para o mix energético foi de 15,01% do total do consumo de energia primária em 2005 contra 16,42% em 2004. Esta variação tem a ver com o importante papel do sector hídrico na produção de electricidade, contribuição esta fortemente dependente das condições hidrológicas anuais. Portugal apresenta em 2005 um consumo de energia primária per capita de 2,3 tep, um valor 36% abaixo da média europeia que se situou neste ano em 3,6 tep/capita, conforme se pode verificar no Gráfico 2. Portugal, Lituânia e Polónia são os penúltimos países da união europeia em relação ao consumo energético per capita, estando em último lugar a Letónia com um consumo per capita de 1,5 tep. O maior consumo de energia per capita é referente ao Luxemburgo com 10,1 tep.3 12 10 8 tep/capita Países 6 UE25 4 2 0 Dinamarca Reino Unido R. Checa Portugal Finlândia Estónia Espanha França Irlanda Itália Chipre Malta Luxemburgo Hungria Holanda Polónia Grécia Eslovénia Eslováquia Suécia Alemanha Lituânia Bélgica Letónia Áustria Gráfico 2 – Consumo de energia primária per capita na UE25 em 2005 Portugal tem vindo a desenvolver esforços significativos para aumentar a capacidade instalada em fontes de energia renovável (FER) para a produção de electricidade. O valor alcançado em 2005 foi de 6.376 MW, dos quais 4.818 MW são provenientes da hídrica, 474 MW da biomassa, biogás e resíduos sólidos urbanos, 1.063 MW em eólica, 18 MW em geotérmica e 3 6
  • 7. PPS 6 – Relatório de Perfil – Portugal 4 MW da fotovoltaica, conforme a distribuição representada no Gráfico 3. Em 2005, foram produzidos 8.939 GWh de energia eléctrica a partir de FER. 7.000 6.000 5.000 Fotovoltaica Geotérmica 4.000 Eólica MW Biomassa 3.000 Hídrica < 10MW Hídrica > 10MW 2.000 1.000 0 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 Gráfico 3 – Distribuição da potência instalada de FER para produção de energia eléctrica 50 45 40 Biomassa 35 Eólica Hídrica 30 Gogeração TWh 25 GN 20 Petróleo Carvão 15 10 5 0 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Gráfico 4 – Produção de energia eléctrica em Portugal Continental 7
  • 8. PPS 6 – Relatório de Perfil – Portugal Em 2006 e 2007 a capacidade instalada de FER tem vindo a aumentar, com especial relevância para energia eólica que, em Portugal Continental, tinha 1.047 MW de potência instalada em 2005, 1.681 MW em 2006 e 1.839 MW em Abril de 2007.5 Relativamente ao consumo de energia por sector de actividade, representado no Gráfico 5, verifica-se que são os sectores da indústria e dos transportes que apresentam um maior peso, somando em média no período de 1996 a 2005 67,03% do consumo total e somando em 2005 quase 64% deste consumo. No sector dos transportes houve um crescimento no consumo devido ao aumento da taxa de motorização e da mobilidade, a par do desenvolvimento das acessibilidades. No sector industrial, o consumo final tem vindo a decrescer nos últimos anos, resultante de uma maior actuação na área da eficiência energética dos processos e instalações. 100% 90% 80% 70% Outros Sectores 60% Serviços 50% Doméstico Transportes 40% Industria 30% 20% 10% 0% 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 Gráfico 5 – Consumo de energia por sector de actividade No sector doméstico, verifica-se uma melhoria das condições de conforto da população em geral, assiste-se a uma evolução crescente do consumo de energia eléctrica por unidade de alojamento (2.362 kWh/alojamento em 2004 contra 2.252 kWh/alojamento em 2002). Em relação às formas de energia utilizadas, verifica-se uma estabilização nos consumos dos produtos de petróleo, a favor da electricidade e do gás natural. O consumo de energia nos serviços é fundamentalmente dependente do grau de terciarização da economia. No período 2000-2005 este consumo cresceu 41,7%. 8
  • 9. PPS 6 – Relatório de Perfil – Portugal Relativamente à emissão de gases com efeito de estufa, Portugal era em 2003 o 4º país da União Europeia com menor índice de emissões per capita, com 7,8 t CO2 equivalente, contra os 10,8 t CO2 equivalente/capita de média europeia.6 Ao invés do que acontece com os recursos energéticos de natureza fóssil, Portugal tem um enorme potencial no domínio das energias renováveis e têm havido esforços significativos para aumentar o seu contributo no cabaz energético nacional, reduzindo simultaneamente a dependência energética do exterior e combatendo as alterações climáticas. As metas definidas na RCM n.º 63/2003, de 19 de Outubro, foram revistas para as várias fontes de energia renovável. A produção de electricidade com base em FER passa de 39% para 45% do consumo em 2010 e os combustíveis utilizados nos transportes de 5,75% para 10% em 2010. 9
  • 10. PPS 6 – Relatório de Perfil – Portugal 2. Políticas e Medidas Energéticas As políticas e medidas energéticas aprovadas contemplam três áreas fundamentais: Energias renováveis (aposta diversificada nas vertentes eólica, solar, biomassa e biocombustíveis), a par da energia termoeléctrica e da eficiência energética. O esforço é particularmente significativo no eólico com a criação do cluster, sector onde a capacidade instalada cresceu, entre 2004 e 2006, em média 53% (1), o que coloca o país na quinta posição do ranking dos países da comunidade. Política Data Descrição Plano Tecnológico Nacional 2005 Redução do consumo energético através da aprovação de um programa de aquisições públicas ecológicas Estratégia Nacional para a 2005 Define três grandes objectivos: garantir a Energia segurança do abastecimento de energia; estimular e favorecer a concorrência; garantir a adequação ambiental do processo energético e 5 eixos de actuação designadamente a liberalização do mercado do gás e electricidade, o desenvolvimento das energias renováveis, a promoção da eficiência energética, a reorganização da fiscalidade e os sistemas de incentivos do sistema energético e a inovação em energia Programa Nacional para as 2006 Alterações Climáticas Regulação do mercado do 2006 gás Regulação do mercado da 2006 electricidade Criação do mercado regional 2004 Reforço da interligação eléctrica com Espanha de energia Mibel através de investimentos nas infra estruturas de transporte, harmonização regulatória e do mercado grossista, constituição de um regulador ibérico Certificação energética dos 2006 Visa a promoção de eficiência e uso racional de edifícios energia bem como através da instalação de equipamentos de aproveitamento de fontes renováveis de energia, designadamente solar térmico. 10
  • 11. PPS 6 – Relatório de Perfil – Portugal Política Data Descrição Regulamentos dos sistemas 2006 Aumenta em cerca de 40% as exigências em energéticos e de termos de eficiência energética na construção de climatização (RSECE) e das novos edifícios características do comportamento térmico dos edifícios (RCCTE) Imposto Automóvel (IA) com 2006 O IA pode variar 10% em função das emissões de base nas emissões de CO2 carbono RCM 104/2006 2006 Cria o Fundo Português do Carbono 11
  • 12. PPS 6 – Relatório de Perfil – Portugal 3. Componentes das Cadeias de Hidrogénio 3.1. Fontes Primárias 3.1.1. Gás Natural Não tendo reservas próprias de gás natural, Portugal introduziu esta energia no país em 1997 com o objectivo de reduzir a dependência exterior em relação ao Petróleo. O gás natural é proveniente de várias fontes, essencialmente da Argélia, através de um gasoduto de alta pressão que atravessa o norte de África, entra em Espanha por Tarifa e é recebido em Portugal perto de Campo Maior. A rede portuguesa de gasodutos atravessa o Alentejo até junto de Leiria, onde se bifurca desenvolvendo-se para Sul, até Sines, e para Norte, até Valença do Minho, entrando novamente em Espanha. Desta linha principal derivam outras linhas e ramais com maior ou menor extensão. O gasoduto tem uma extensão de 1.030 Km, acrescidos de 199 km de ramais de alta pressão, 212 km de ramais de média pressão, num total de 1.441 km. Em Sines foi criado um terminal de recepção de GNL, via marítima, com armazenagem e com respectiva ligação à rede de gasodutos. Foram ainda implantadas algumas unidades autónomas de gás para abastecimento das cidades de Bragança, Chaves, Vila Real, Évora, Portimão e Olhão. 3.1.2. Carvão O carvão representou em 2005 12,4% da energia primária consumida em Portugal, sendo que mais de 95% deste consumo se destinou para a produção de electricidade. Portugal tem duas centrais termoeléctricas a carvão, em Sines e no Pego, que em 2005 representaram cerca de 34% da produção de energia eléctrica nacional. Apesar da contribuição deste combustível ter vindo a reduzir, estas centrais são consideradas fundamentais para a segurança do abastecimento de electricidade do país. 3.1.3. Energia nuclear Portugal não tem centrais nucleares, não sendo previsível que num futuro próximo haja investimento nesta área. 3.1.4. Energia eólica Onshore Portugal é o nono maior produtor mundial de energia eólica, com 1.716 MW de potência 7 instalada no final de 2006, dos quais 694 MW foram instalados neste último ano. Os 137 parques de energia eólica em funcionamento em 2006, com dimensões entre os 0,5 MW e os 12
  • 13. PPS 6 – Relatório de Perfil – Portugal 108 MW, forneceram nesse ano cerca de 6% do consumo de energia eléctrica. 8 À capacidade actual serão a curto prazo acrescentados 3.450 MW já em processo de licenciamento ou em fase de construção. A investigação nesta área em Portugal inclui o desenvolvimento de uma microturbina eólica com potência de 2,5 kW, para ser integrada em ambiente urbano. As metas definidas pelo Governo para a capacidade instalada são de 5.150 MW em 2010, e de 5.700 MW em 2012, procurando o Governo promover a criação de cluster tecnológicos e de 9 investimento associados à energia eólica. 3.1.5. Energia das ondas Apesar da produção de energia a partir das ondas se encontrar actualmente numa fase experimental, este recurso é considerado médio-alto em Portugal. Com uma estimativa de 250 km de costa passíveis de instalar parques offshore e admitindo um recurso médio de 30 kW por km de costa, Portugal tem um potencial de produção de aproximadamente 10 TWh/ano, o que representa cerca de 20% do consumo de energia eléctrica do país. 10 Como meta para 2010, o Governo pretende que seja criada uma Zona Piloto com potencial de exploração até 250 MW. 11 Neste momento, está em fase de instalação uma unidade piloto na Aguçadoura (Póvoa do Varzim) com capacidade instalada de 2.25 MW, que constitui a primeira fase de um projecto de 12 24 MW. Outros projectos estão a ser desenvolvidos nesta área em Portugal, havendo protótipos a serem testados ao largo de Peniche, e importantes grupos empresariais a declarar estarem a fazer um grande investimento no desenvolvimento da tecnologia associada à captação da energia das ondas. 3.1.6. Energia solar Portugal é um país com elevada disponibilidade de energia solar, com irradiação anual no plano horizontal de 1.500 kWh/m2 e ligeiramente acima de 1.900 kWh/m2 nas melhores 13 localizações. Portugal tinha no final de 2006 cerca 10 MW de potência fotovoltaica instalada, dos quais a grande maioria são sistemas autónomos em locais isolados. Já em 2007 foi inaugurada uma central fotovoltaica em Serpa, com 11 MW. Neste momento, no concelho de Moura, está a ser construída a maior central fotovoltaica do mundo, com uma potência instalada de 62 MW, ocupando uma superfície aproximada de 114 hectares. Como metas para 2010 o Governo definiu os 150 MW de potência instalada. O Governo pretende ainda promover a micro-geração e criar a obrigatoriedade de pré-instalação de solar térmica em novas construções. 14 13
  • 14. PPS 6 – Relatório de Perfil – Portugal 3.1.7. Biomassa Portugal tem uma área florestal que ocupa 38% do território. Devido a um “quase” abandono da floresta, à falta de equipamentos apropriados para sistemas de recolha, à falta de tratamento fiscal adequado, entre outros, dos potenciais 6,5 milhões de toneladas por ano de biomassa florestal apenas cerca de um terço está potencialmente disponível para ser utilizado como recurso energético.15 Para 2010 foi definida a meta de se atingirem 250 MW de capacidade instalada em centrais de biomassa, através da criação de uma rede descentralizada de 15 novas centrais e da articulação com os recursos e potencial florestal e políticas de combate ao risco de incêndios.16 3.1.8. Biogás Actualmente existe em Portugal cerca de uma centena de sistemas de produção de biogás, na sua maior parte proveniente do tratamento de efluentes agro-pecuários (cerca de 85%) e destas cerca de 85% são suiniculturas. O biogás representa actualmente cerca de 3% do consumo energético nacional.17 Em Outubro de 2006 foram celebrados contratos entre a empresa Agni e 3 empresas gestoras de aterros sanitários para a instalação de centros produtores de energia com base em módulos para a produção de energia a partir do hidrogénio, representando no conjunto uma potência de 6 MW para injecção no Sistema Eléctrico Português.18 A meta estabelecida pelo Governo para 2010 foi de 100 MW de capacidade instalada em unidades de tratamento anaeróbico de resíduos.19 3.1.9. Outras renováveis No que respeita à utilização dos biocombustíveis líquidos em Portugal, apenas existem alguns projectos, como o de alguns autocarros públicos em Lisboa, em que é feita uma mistura em que a percentagem de biodiesel não ultrapassa os 10%.20 Em 2010 o Governo pretende que 10% de todos os combustíveis rodoviários sejam biocombustíveis21, o que segundo o responsável desta área na Enersis será dificilmente conseguido visto que Portugal não tem matéria-prima suficiente para responder a este objectivo. Em Portugal o potencial de aproveitamento de energia minihídrica está distribuído por todo o território nacional, com maior concentração no Norte e Centro do país. No total existem 98 centrais independentes que correspondem a 256 MW de potência instalada.22 As centrais hidroeléctricas têm no total uma potência instalada de 4.339 MW23, tendo as centrais minihídricas e hídricas contribuído em 23,1% para a produção total de energia eléctrica do 24 país. As metas do Governo são de atingir 5.575 MW em 2010 e 7.000 MW em 2020 de potência instalada em energia hídrica. 25 14
  • 15. PPS 6 – Relatório de Perfil – Portugal Relativamente à energia geotérmica, os aproveitamentos mais interessantes em Portugal são os realizados nas ilhas dos Açores. As várias centrais actualmente existentes têm no total 235,5 MW de potência instalada. A energia eléctrica produzida em cada ilha por esta via chega a representar cerca de 35% da electricidade consumida.26 3.2. Distribuição das Fontes Primárias 3.2.1. Gasoduto Portugal tem uma rede de gasodutos com uma extensão de 1.030 Km, acrescidos de 199 km de ramais de alta pressão, 212 km de ramais de média pressão, num total de 1.441 km. Esta rede é particularmente desenvolvida na região centro e litoral norte, sendo praticamente inexistente na região sul do país. 3.2.2. Rede Eléctrica A rede nacional de transporte de energia eléctrica é explorada em regime exclusivo de concessão de serviço público pela REN – Rede Eléctrica Nacional, SA. O modelo accionista definido para a REN pretende assegurar a sua independência total relativamente a operadores do mercado da energia. Ao nível de infra-estruturas de rede e no contexto do MIBEL, Portugal reforçou recentemente a capacidade de interligação eléctrica com Espanha e, com os novos projectos previstos, espera que em 2010 o nível de interligação seja de 3.000 MW.27 3.2.3. Transportes Terrestres A rede rodoviária portuguesa é bem desenvolvida, não devendo apresentar problemas para o transporte de recursos energéticos. 3.3. Produção de Hidrogénio 3.3.1. Reformação de Vapor (SMR) 99% do Hidrogénio é extraído do gás natural ou de outros hidrocarbonetos através da reformação a vapor. Em Portugal, na Refinaria de Sines são produzidos 38.000 Nm3/h de Hidrogénio através da reformação a vapor de gás natural, para os processos de hidrogenação e captação de Enxofre. A empresa AirLiquide tem uma unidade em Estarreja com capacidade de cerca de 12.000 Nm3/h, mais de 8.000 h/ano, que produz Hidrogénio através da reformação 15
  • 16. PPS 6 – Relatório de Perfil – Portugal de Nafta, com sequestro do Carbono. Esta empresa está a finalizar um projecto para duplicação desta produção. (Verificar com a AirLiquide como é feito o sequestro de carbono e o que fazem com ele. Obter mais informação) 3.3.2. Oxidação Parcial (POX) A Quimigal tem capacidade de produção de 100.000 Nm3/h por oxidação parcial de um resíduo pesado da refinaria, para fabricação de amoníaco (para fabricar adubos). (Procurar mais informação sobre a utilização ou investigação desta técnica em Portugal) 3.3.3. Electrólise Com uma eficiência entre 70 e 75% e elevado consumo de energia eléctrica (cerca de 2/3 do custo total), a produção de Hidrogénio através da electrólise não é neste momento favorável do ponto de vista económico. Contudo, recorrendo a fontes renováveis, o uso da electrólise tem como vantagem ser uma forma perfeitamente limpa de produzir Hidrogénio. (Procurar informação sobre a utilização de electrólise para produção de Hidrogénio em Portugal (Indústria do cloro??). Onde, quanto e para que finalidade?) 3.3.4. Através da Biomassa No Departamento de Engenharia Biológica da Universidade do Minho, decorre presentemente um projecto que visa a produção de Bio-hidrogénio a partir de resíduos orgânicos em condições hipertermofílicas (temperaturas entre 55 e 70º C). No âmbito deste projecto são estudados diferentes processos de selecção do inóculo e diferentes composições de resíduo, de modo a obter uma produção de hidrogénio estável num processo contínuo. O processo de produção de hidrogénio será combinado com um processo metanogénico em que a fracção não convertida constituída essencialmente por ácidos gordos voláteis, é posteriormente tranformada em biogás. 3.3.5. Como Subproduto Industrial Nalgumas empresas o Hidrogénio surge como subproduto do processo produtivo. Por exemplo na Solvay são recuperados 1.200 Nm3 de Hidrogénio por hora (entre 4.000 a 6.000 h/ano). (Procurar mais informação sobre este tema em Portugal. Existem mais casos??) 16
  • 17. PPS 6 – Relatório de Perfil – Portugal 3.3.6. Sequestro de Carbono (Procurar informação sobre investigação na área de sequestro de carbono em Portugal) 3.4. Armazenamento de Hidrogénio 3.4.1. Liquefacção Esta tecnologia tem com principais desvantagens o elevado custo para reduzir o Hidrogénio a temperaturas inferiores a -253 ºC, o custo do equipamento de armazenamento e uma eficiência relativamente baixa. Ocorrem ainda perdas significativas por evaporação o que obriga a um elevado grau de isolamento térmico, conduzindo a um aumento do custo e do peso dos depósitos de armazenamento. O custo energético do armazenamento por esta via chega a cerca de 28% da energia armazenada. A vantagem da liquefacção é devida à compactação das câmaras, que permite reduzir custos de transporte.28 29 (Procurar mais informação sobre a utilização desta tecnologia em Portugal) 3.4.2. Compressão O armazenamento em alta pressão é geralmente utilizado para quantidades relativamente pequenas de Hidrogénio (na ordem dos poucos milhões de pés cúbicos ou de menos). Para maiores quantidades este processo traz alguns problemas devido à dimensão dos tanques e à baixa eficiência do processo de compressão. No âmbito do Projecto EDEN está em curso no INEGI um projecto para desenvolver um reservatório para armazenamento de hidrogénio em estado gasoso a alta pressão e muito alta pressão. Este reservatório está a ser desenvolvido em compósitos reforçados, esperando-se que possa vir a permitir pressões na ordem dos 600/700 bar. (Procurar mais informação sobre a utilização desta tecnologia em Portugal) 3.4.3. Hidretos Metálicos Os hidretos metálicos actuais armazenam até 1,5% de hidrogénio por unidade de massa do sistema, são caros e requerem um longo período de recarga. A vantagem dos hidretos metálicos é a sua relativa compaccidade e a baixa pressão requerida para a recarga, quando 30 comparados com os cilindros de gás comprimido. Para esta tecnologia se tornar interessante para a indústria automóvel as densidades volumétricas terão de ser 3 a 4 vezes superiores às 17
  • 18. PPS 6 – Relatório de Perfil – Portugal actuais. Em Portugal, no INETI, estão a ser realizados projectos de investigação de compostos intermetálicos para o armazenamento de hidrogénio. 3.4.4. Hidretos Químicos De entre os hidretos químicos tem sido dada particular atenção à hidrolise do borohidreto de sódio devido à quantidade de hidrogénio contida nas suas moléculas (10,9%). A utilização deste hidreto químico apresenta várias vantagens como a sua estabilidade em contacto com o ar, a formação de hidrogénio apenas na presença de um catalizador, os produtos de reacção não serem nocivos para o ambiente, a possibilidade de controlo da velocidade de formação de hidrogénio e a possibilidade do hidrogénio ser gerado até a 0ºC. Como desvantagem apresenta-se o elevado custo do borohidreto que sódio, que apenas poderá ser ultrapassado melhorando a eficiência e o custo do método de reciclagem.31 32 3.5. Transporte 3.5.1. Gasodutos de Hidrogénio Em Portugal existem gasodutos de Hidrogénio para abastecimento de algumas empresas industriais. As principais empresas fornecedoras deste gás no país têm bastante experiência na criação de redes de gasodutos, pelo que potencialmente poderão criar redes mais alargadas se a procura o justificar. 3.5.2. Transporte Rodoviário O Hidrogénio é geralmente fornecido em embalagens a 200 bar (individuais ou associadas em baterias) e semi-reboques a 200 bar com capacidade entre 3.500 e 5.00 Nm3. 3.6. Utilização Final O Hidrogénio como fonte energética é ainda pouco utilizado em Portugal, resumindo-se esta utilização praticamente só a alguns projectos de demonstração de tecnologias de pilhas de combustível. Actualmente a principal utilização é industrial, como na produção de anilina, em tratamentos térmicos em atmosferas não oxidantes, na hidrogenação de óleos e na inertização de banho de estanho. 18
  • 19. PPS 6 – Relatório de Perfil – Portugal 4. Conclusões Portugal tem elevada dependência energética dos combustíveis fósseis, nomeadamente do petróleo, os quais têm de ser importados na sua totalidade, visto que não existem reservas próprias no país. Procurando diminuir esta vulnerabilidade, as políticas energéticas portuguesas começaram por diversificar as fontes primárias, com a introdução do gás natural em 1997, e mais recentemente tem-se apostado na promoção das energias renováveis. O potencial das energias renováveis no país é elevado, nomeadamente no que diz respeito à solar, à eólica e às ondas, mas a taxa de penetração destas tem sido relativamente baixa. Os objectivos “ambiciosos” do Governo, de em 2010 ter 45% da energia eléctrica produzida a partir de fontes renováveis, na prática pouco vão alterar a dependência das energias fósseis, nomeadamente do petróleo que representa quase 60% da energia bruta utilizada. No sector dos transportes, que é o maior consumidor de combustíveis fósseis, representando mais de um terço do consumo total de energia primária, as grandes decisões estratégicas serão definidas pelos grandes grupos da indústria automóvel, sobre as quais Portugal, ao contrário dos Estados Unidos da América, da França, da Itália ou da Alemanha, não tem capacidade de decisão ou influência. O objectivo de em 2010 10% de todos os combustíveis rodoviários serem biocombustíveis reduzirá a dependência do petróleo, mas manterá uma dependência energética do país em relação ao exterior, visto que Portugal não tem capacidade para produzir a matéria prima necessária. As tecnologias associadas ao Hidrogénio são pouco divulgadas em Portugal, verificando-se que há pouca experiência industrial na sua utilização. Não sendo considerado na agenda política como uma alternativa energética, verifica-se que não é dada por parte do Governo a credibilidade e os incentivos (financeiros e/ou políticos) para o teste das soluções a Hidrogénio na indústria portuguesa e para o investimento no sector. 19
  • 20. PPS 6 – Relatório de Perfil – Portugal Referências 20
  • 21. 1 Balanços Energéticos: Direcção Geral de Geologia e Energia 2 ??: Rede Eléctrica Nacional 3 ES news release - 126/2006: Eurostat 4 Potência Instalada das Centrais de Produção de Energia Eléctrica a partir de fontes renováveis: Direcção Geral de Geologia e Energia 5 Renováveis – Estatísticas rápidas – Abril 2007: Direcção Geral de Geologia e Energia 6 Energy, transport and environment indicators: European Communities, 2006 7 Global Wind 2006 Report: Global Wind Energy Council 8 A energia eólica em Portugal 2006: Rede Eléctrica Nacional 9 Política Energética - Vol. I: Ministério da Economia e da Inovação 10 Direcção-Geral de Energia e Geologia (site) 11 Política Energética - Vol. I: Ministério da Economia e da Inovação 12 Direcção-Geral de Energia e Geologia (site) 13 National Position Paper and Action Plan Photovoltaics in Portugal: Maria João Rodrigues (IN+/IST) 14 Política Energética - Vol. I: Ministério da Economia e da Inovação 15 Portal das Energias Renováveis 16 Política Energética - Vol. I: Ministério da Economia e da Inovação 17 Portal das Energias Renováveis 18 Press release “EGF avança com três projectos inovadores de valorização energética de biogás de aterro”: site Águas de Portugal 19 Política Energética - Vol. I: Ministério da Economia e da Inovação 20 Portal das Energias Renováveis 21 Política Energética - Vol. I: Ministério da Economia e da Inovação 22 Portal das Energias Renováveis 23 Informação Sobre a Rede Nacional de Transporte 2006: Rede Eléctrica Nacional 24 Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (site) 25 Política Energética - Vol. I: Ministério da Economia e da Inovação 26 Portal das Energias Renováveis 27 Política Energética - Vol. I: Ministério da Economia e da Inovação 28 Relatório de Execução Material – Tarefa E2.2 – PPS 5: INETI 29 Relatório de Execução Material – Tarefa E4.2 – PPS 5: INETI 30 Relatório de Execução Material – Tarefa E2.2 – PPS 5: INETI 31 Relatório de Execução Material – Tarefa E2.2 – PPS 5: INETI 32 Relatório de Execução Material – Tarefa E4.3 – PPS 5: INETI