2. “Conhecer a Língua Portuguesa, entender os seus
sentidos e desvendar as suas possibilidades
constituem uma forma efetiva de integrar-se a uma
nação. E uma nação se faz digna e soberana quando o
domínio da língua está ao alcance de todos”.
(Oriovisto Guimarães)
3. VOCÊ ACHAVA QUE SABIA ESCREVER?
APRENDA DE NOVO
(Época, 05/01/09)
4. O texto que você lerá agora pode
provocar estranhamento . Não, ele não revela
escutas clandestinas de ministros nem
documentos exrtaoficiais ou ultrassecretos de
algum mandachuva do governo. Não pronuncia
os efeitos colaterais de mais um
anti-inflamatório inconsequente. Também não
explica tim-tim por tim-tim uma doença causada
por um novo micro-organismo superpoderoso.
Tampouco propaga ideias paranoicas dos que
creem nalgum guru de autoajuda eloquente.
E – acredite - não contém erros de português.
Se a ortografia está ligeiramente diferente do que você está
acostumado a ler, é porque ele foi escrito de acordo com as normas ditadas pelo
Acordo Ortográfico de Língua Portuguesa. No Brasil, a nova ortografia passa a
valer a partir de agora, embora as duas versões possam, pela lei, conviver até
31 de dezembro de 2012. Se, em 2013, você escrever “assembléia”, com
acento, cometerá um erro ortográfico.
6. CPLP
(Comunidade dos Países de Língua
Portuguesa)
• População de cerca de 230 milhões de falantes;
• É a 6.ª língua mais falada no mundo e a 3.ª mais falada no Ocidente.
7. Objetivos do Acordo Ortográfico
Unificar a ortografia da Língua Portuguesa que, atualmente, é o
único idioma do ocidente que tem duas grafias oficiais: a do
Brasil e a de Portugal;
Facilitar os fóruns internacionais, pois o intercâmbio de
informações e textos ficará mais fácil;
Reduzir custos de produção e adaptação de livros entre as oito
nações da CPLP;
Simplificar algumas regras que suscitam dúvidas até entre
especialistas;
Difundir o prestígio internacional da Língua Portuguesa.
8. Tempo de adaptação
A reforma entrou em vigor em 1º de janeiro de 2009.
Duração de quatro anos como período de transição para nova norma.
Segundo o MEC, todos os textos produzidos a partir de 2009, deverão
ser impressos segundo as novas regras linguísticas.
Vestibulares, concursos e avaliações poderão aceitar as duas grafias
como corretas até 31/12/2012.
A partir de 2010, os alunos de primeiro a quinto ano do EF receberão
os livros dentro da nova norma na rede estadual.
As alterações ocorrerão na forma escrita e não falada em 1,6% do
vocabulário usado em Portugal e de 0,5%, no Brasil.
9. O que muda daqui
para frente?
Ver manual da nova ortografia
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26. O NOSSO ALFABETO PASSA A
TER 26 LETRAS:
abcdefghijklmno
pqrstuvwxyz
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32. Uma questão de tempo
Miguel Sanches Neto
Demorei para aprender a ortografia. E essa aprendizagem contou
com a ajuda dos editores de texto do computador. Quando eu cometia uma
infração, pequena ou grande, o programa grifava em vermelho meu deslize.
Fui assim me obrigando a escrever minimamente do jeito correto.
Mas de meu tempo de escola, trago uma grande descoberta, a do
monstro ortográfico. O nome dele era Qüeqüi Güegüi, esse animal existiu de
fato. A professora de Português nos disse que devíamos usar trema nas
sílabas qüe, qüi, güe, güi, quando o u é pronunciado. Fiquei com essa
expressão sonora quanto enigmática na cabeça.
Uma namorada ouvindo minha vocação quis saber o que era esse tal
de Qüeqüi Güegüi.
- Você nunca ouviu falar nele? – perguntei:
- Ainda não fomos apresentados – ela disse.
- É o abominável monstro ortográfico – fiz uma falsa voz de terror.
- E ele faz o quê?
- Atrapalha a gente na hora de escrever.
33. Uma questão de tempo
Miguel Sanches Neto
Ela riu e se desinteressou do assunto. Provavelmente não sabia usar
trema e nem se lembrava da regrinha.
Aos poucos, eu me habituei a colocar as letras e os sinais no lugar
certo. Como essa aprendizagem foi demorada, não sei se conseguirei
escrever de outra forma – agora que teremos novas regras. Por isso, peço
desde já que perdoem meus futuros erros que servirão aos menos para eu
determinar minha idade.
- Esse aí é do tempo do trema.
34. “Mestre é aquele que de repente aprende”.
(João Guimarães Rosa)
Obrigada!