FORMAÇÃO LITÚRGICA - MINISTROS EXTRAORDINÁRIOS.pptx
O enígma da obsessão
1.
2. Comentávamos em círculo íntimo o inquietante enigma da obsessão na Terra,
alinhando observações e apontamentos.
Por que motivo se empenham criaturas encarnadas e desencarnadas em
terríveis duelos no santuário mental? Que a vítima arrancada ao corpo, em
delito recente, prossiga imantada ao criminoso, quando a treva da ignorância
lhe situa o Espírito a distância do perdão, é compreensível, mas como
interpretar os processos de metodizada perseguição no tempo? Como
entender o ódio de certas entidades, em torno de crianças e jovens, de
enfermos e velhinhos? Por que a ofensiva persistentes dos gênios perversos,
através de reencarnações numerosas e incessantes?
No mundo, os assalariados do mal comprometem-se ao redor de escuros
objetivos...
3. Há quem se renda às tentações do dinheiro, do poder político, das honras
sociais e dos prazeres subalternos, mas em derredor de que razões lutam as
almas desenfaixadas da carne se para elas semelhantes valores convencionais
de posse não mais existem?
Longa série de “porquês” empolgava-nos a imaginação, quando Menés,
otimista ancião do nosso grupo, à maneira de carinhoso avô, falou bem
humorado:
- A propósito do assunto, contarei a vocês um apólogo que nos pode conferir
alguma ideia acerca do nosso imenso atraso moral.
E, tranquilo, narrou:
4. - Em épocas recuadas, numa cidade que os séculos já consumiram, os bois
sentiram que também eram criaturas feitas por nosso Pai Celestial, não
obstante inferiores aos homens. Sentindo essa verdade, começaram a
observar a crueldade com que eram tratados. O homem que, pela coroa de
inteligência, devia protegê-los e educá-los, deles se valia para ingratos
serviços de tração, sob golpes sucessivos de aguilhões e azorragues. Não se
contentando com essa forma de exploração, escravizava-lhes as
companheiras, furtando-lhes o leite dos próprios filhos, reservando-lhes à
família e a eles próprios horrível destino no açougue. Se alguns deles
hesitavam no trabalho comum, sofrendo com a tuberculose ou com a hepatite,
eram, de pronto encaminhados à morte e ninguém lhes respeitava o martírio
final. (...)
5. (...) O enigma da obsessão, no fundo, é problema educativo. Quando o
homem cumprir em si mesmo as leis superiores da bondade a que
teoricamente se afeiçoa, deixará de ser um flagelo para a Natureza,
convertendo-se num exemplo de sublimação para as entidades inferiores que
o procuram. Então, a consciência particular inflamar-se-á na luz da
consciência cósmica e os tristes espetáculos da obsessão recíproca
desaparecerão da Terra. Até lá (...) reclamar contra a atuação dos Espíritos
delinquentes, conservando em si mesmo qualidades talvez piores que as
deles, é arriscar-se, como os bois, à desilusão e ao espancamento. O ímã que
atrai o ferro não atrai a luz.
6. O egoísta depende de bens e de valores materiais para viver. Luta pela
sobrevivência; compete com seus semelhantes; deixa que o egoísmo e o
orgulho tenham justificativa em sua necessidade de sobreviver. Farinha
pouca, meu pirão primeiro, diz um ditado popular do egoísta. Movido por
instintos, sentimentos e emoções, é natural que o homem não se aperceba de
sua natureza espiritual e busque, sempre, a aquisição de valores materiais:
vingança, desamor, ódio, rancor, ciúme, inveja, intempestividade, fazem parte
de seu currículo de homem encarnado normal. Porém, quando liberto da
matéria, esses valores não lhe são mais necessários, nem lhe trazem nenhum
proveito. Mas mesmo assim, existe uma multidão de criaturas desencarnadas
prisioneira de sentimentos desarmonizados, possuidora de obsessões e...
7. Fixações mentais que impulsiona essas criaturas viverem próximo a um
mundo material, buscando sorver o hálito da vida terrena, como se aqui ainda
estivessem. Aproximam-se pela lei das afinidades com aqueles que vibram
em torno dos mesmos objetivos, sem perceberem que já são livres para
evoluírem em espírito e em vontade.
O homem é prisioneiro de seus pensamentos e dos seus valores que motivam
suas ações, esteja ele encarnado ou desencarnado. Por isto, não consegue,
muitas vezes, aceitar a verdade diante da desencarnação, preferindo
perambular pelo ambiente terrestre como se nada tivesse acontecido, vivendo
a ilusão do passado que ficou para trás. Permanece olhando para o chão e não
consegue vislumbrar as estrelas que já se encontram diante de si.
8. Muitos não conseguem perceber nada do plano espiritual em que se
encontram, só veem matéria, nada mais. Nesses cenários, encontramos os
quadros corriqueiros de obsessão entre seres dos dois : o plano dos Espíritos e
o plano da matéria. Algozes, permanecem séculos em cobrança, como se
tentassem resgatar pela desforra a situação anterior que desfrutavam.
Permanecem alheios à necessidade do perdão e da misericórdia imantados às
suas vítimas de hoje, verdugos de outrora, em processo de cobrança
improdutiva, carregada de ódio e perversidade. Estão ligados às cenas em que
foram vítimas no passado.
No Evangelho Segundo o Espiritismo encontramos a seguinte mensagem:
“Onde o homem põe o seu pensamento, aí estará o seu tesouro”.
9. Assim, o homem será sempre prisioneiro de si próprio. Construindo a
felicidade ou o sofrimento, conforme consiga olhar para as estrelas ou para o
chão.
O processo de obsessão entre encarnados; entre desencarnados, é sempre uma
consequência da ignorância que ainda habita no homem. Por isto, o Espírito
de Verdade, no capítulo VI do Evangelho Segundo o Espiritismo, concita-nos
a que nos amemos uns aos outros e que nos instruamos. A instrução a que Ele
se refere significa a aquisição de conhecimentos e de habilidades, capazes de
proporcionar atitudes de desprendimento no homem. Atitudes estas que
assegurará o caminhar adequado ao desenvolvimentos das virtudes: amor,
misericórdia, perdão, fraternidade, são os alimentos do Espírito, que hão de
lhes permitir a ascensão aos páramos celestiais.
10. É interessante e necessário nós pensarmos melhor na lei das afinidades;
Semelhante atrai semelhante. A lei de atração respeita a comunhão dos
objetivos e dos motivos que impulsionam as ações do homem. Só
conseguiremos evitar a presença de irmãos inconvenientes junto de nós, em
processo de mútua obsessão, quando formo capazes de nos libertar das
necessidades mais grosseiras da matéria, e colocar nosso padrão vibratório
ligado aos valores do Espírito.
Ao invés de nos mantermos reclamando da vida, e olhando para o chão, que
aprendamos a olhar para o céu, que nos aponta um futuro de luz e de
felicidade espiritual, que nos aguarda.
11. Muita Paz!
Agora, vamos elevar o nosso pensamento a Jesus, rogando a luz e o amparo
que precisamos, nós que aqui estamos, ligados ao pesado fardo da matéria.
Refrigera-nos, Senhor, o nosso Espírito; ameniza as dores e sofrimentos de
todos nós. Que possa haver mais esperança em nossos corações; que possa
haver mais fé em nossos espíritos; que possa haver mais entendimento e
caridade em nossas ações, tudo conforme a vontade de Deus, nosso Pai. E,
que, nessa semana que hoje se inicia, possamos vivificar e aprender, levando
a todos com quem vamos nos encontrar, a mensagem do trabalho contínuo,
da melhoria, da paz, do amor e da caridade.
12. Que assim seja, graças a Deus!
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