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Teoremas da Incompletude de G¨del
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                      Teoremas da Incompletude de G¨del
                                                   o

                                     Helio H. L. C. Monte-Alto
                                    Anderson da Silva Marcolino
                                     Lucas de Oliveira Teixeira


                                               2012




                                                                  1 / 28
Teoremas da Incompletude de G¨del
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  Sum´rio
     a




Sum´rio I
   a

       1 Sum´rio
            a


       2 Vis˜o geral
            a


       3 Defini¸˜es
              co


       4 Demonstra¸˜o
                  ca


       5 Prova usando Sistemas de Representa¸˜o Abstratos
                                            ca


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Teoremas da Incompletude de G¨del
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  Vis˜o geral
     a




Vis˜o geral
   a

      Kurt G¨del
            o
          Matem´tico austr´
                 a        ıaco
                Desenvolveu os dois teoremas da incompletude em 1931

      Matem´tica no in´ do s´culo XX
            a         ıcio  e
          Positivismo
                Acreditava-se que seria poss´ encontrar um conjunto de
                                            ıvel
                axiomas completo e consistente para toda matem´tica
                                                              a
                Segundo problema de Hilbert: provar que a aritm´tica ´
                                                               e     e
                consistente
                Os teoremas da incompletude s˜o largamente aceitos como
                                              a
                uma resposta negativa a este problema

                                                                          3 / 28
Teoremas da Incompletude de G¨del
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  Vis˜o geral
     a




Teoremas - Vis˜o geral
              a


      Defini¸˜o informal:
           ca
          1     Qualquer teoria axiom´tica recursivamente enumer´vel e
                                      a                          a
                capaz de expressar aritm´tica elementar n˜o pode ser, ao
                                        e                a
                mesmo tempo, consistente e completa.
          2     Para qualquer teoria formal recursivamente enumer´vel T que
                                                                   a
                inclui verdades aritm´ticas b´sicas e tamb´m certas verdades
                                     e       a            e
                da teoria da prova, se T inclui uma afirma¸˜o de sua pr´pria
                                                          ca           o
                consistˆncia, ent˜o T ´ inconsistente
                        e        a     e




                                                                               4 / 28
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  Defini¸oes
       c˜




Defini¸oes
     c˜


              Um sistema ´ consistente se n˜o ´ poss´ deduzir
                          e                  a e     ıvel
              contradi¸˜es a partir de seus axiomas.
                      co
              Um sistema ´ completo se ´ de poss´ deduzir todas as
                          e              e         ıvel
              f´rmulas verdadeiras a partir de seus axiomas.
               o
              Uma teoria axiom´tica ´ uma teoria baseada num conjunto de
                                a    e
              axiomas a partir dos quais s˜o deduzidos teoremas utilizando
                                          a
              procedimentos bem definidos.
      Em s´ıntese, G¨del provou que, se a aritm´tica ´ consistente, ent˜o
                    o                          e     e                 a
      ´ incompleta.
      e



                                                                             5 / 28
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  Demonstra¸˜o
           ca




Demonstra¸˜o
         ca




              Princ´
                   ıpio: auto-referˆncia
                                   e
              Reescrita de um sistema formal utilizando a linguagem dos
              n´meros naturais
               u
              Exemplo: Problema de Smullyan




                                                                          6 / 28
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  Demonstra¸˜o
           ca




Problema G¨deliano de Smullyan
          o
      Seja um programa que imprime cadeias com os seguintes s´
                                                             ımbolos

                                    ¬, I , N, (, )
      Uma cadeia X ´ imprim´ se o programa pode imprimi-la.
                     e       ıvel
      Supomos que o programa imprimir´, mais cedo ou mais tarde,
                                     a
      todas as cadeias imprim´
                             ıveis.
      A norma de uma cadeia X ´ a cadeia X (X ).
                                  e
      Uma senten¸a ´ uma cadeia de uma das quatro formas abaixo:
                 c e
          1   I (X )
          2   IN(X )
          3   ¬I (X )
          4   ¬IN(X )
      onde X ´ uma cadeia.
             e
                                                                       7 / 28
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  Demonstra¸˜o
           ca




Problema G¨deliano de Smullyan
          o


      Seja a senten¸a ¬IN(¬IN).
                    c
      Por defini¸˜o, esta senten¸a ´ verdadeira se e somente se a norma
                ca             c e
      da cadeia ¬IN n˜o ´ imprim´
                      a e         ıvel.
      No entanto, a norma de ¬IN ´ justamente a senten¸a ¬IN(¬IN),
                                    e                     c
      logo esta senten¸a ´ verdadeira se e somente se ela n˜o ´
                      c e                                   a e
      imprim´ıvel. Temos duas hip´teses:
                                 o
              a senten¸a ´ imprim´
                      c e        ıvel, mas falsa - contradi¸˜o, pois o
                                                           ca
              programa s´ imprime senten¸as verdadeiras;
                         o               c
              a senten¸a ´ verdadeira, mas n˜o imprim´
                      c e                   a        ıvel;



                                                                         8 / 28
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  Demonstra¸˜o
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Problema G¨deliano de Smullyan
          o




      Analogia:
              O programa n˜o ´ capaz de imprimir todas as senten¸as
                          a e                                   c
              verdadeiras
              Um sistema formal possuir´ afirma¸˜es verdadeiras que n˜o
                                       a      co                    a
              podem ser provadas




                                                                         9 / 28
Teoremas da Incompletude de G¨del
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  Prova usando Sistemas de Representa¸˜o Abstratos
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Prova usando Sistemas de Representa¸˜o Abstratos
                                   ca



              Os teoremas foram inicialmente provados para o sistema
              formal da aritm´tica (Aritm´tica de Peano)
                             e           e
              Prova mais gen´rica: utilizando Sistemas de Representa¸˜o
                            e                                       ca
              Abstratos (SRA)
              SRAs permitem representar sistemas de alta diversidade de
              estruturas sint´ticas
                             a




                                                                          10 / 28
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  Prova usando Sistemas de Representa¸˜o Abstratos
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Sistemas de Representa¸˜o Abstratos
                      ca

      Um sistema de representa¸˜o abstrato (SRA) Z ´ uma s´tupla
                                 ca                  e      e
       E, g , S, T , R, P, Φ onde
      E ´ um conjunto enumer´vel de elementos chamados de
        e                       a
      express˜es;
                o
      g ´ uma fun¸˜o de E em N, bijetora, chamada de enumera¸˜o de
        e            ca                                         ca
      G¨del;
        o
      S ⊆ E: senten¸as;c
      T ⊆ S senten¸as verdadeiras, ou teoremas;
                      c
      R ⊆ S senten¸as falsas, ou anti-teoremas;
                       c
      P ⊆ E ´ um conjunto de predicados un´rios;
               e                            a
      Φ, chamada de fun¸˜o de representa¸˜o, ´ uma fun¸˜o de E × N
                            ca             ca e         ca
      em E, que atribui a cada express˜o H e n´mero natural n, a
                                      a       u
      express˜o Φ(H, n), que ser´ abreviada por H(n).
               a                  a

                                                                     11 / 28
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  Prova usando Sistemas de Representa¸˜o Abstratos
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Sistemas de Representa¸˜o Abstratos
                      ca




                    Figure : Sistemas Abstratos de Representa¸˜o (SRA).
                                                             ca


                                                                          12 / 28
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  Prova usando Sistemas de Representa¸˜o Abstratos
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Sistemas de Representa¸˜o Abstratos
                      ca



      Exemplo: Teoria dos n´meros - N´meros primos
                           u         u
          Seja o predicado Primo.
              Ent˜o Φ(Primo, n) ´ a senten¸a Primo(n), lida como ”n ´
                  a             e         c                         e
              primo”.
              Supondo que n = 5 temos que Primo(5) ´ uma senten¸a
                                                      e           c
              verdadeira (Primo(5) ∈ T ) e que se n = 6 temos que
              Primo(6) ´ uma senten¸a falsa (Primo(6) ∈ R).
                        e           c




                                                                        13 / 28
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SRAs - Consistˆncia e Completude
              e



      Seja Z = E, g , S, T , R, P, Φ um SRA. Dizemos que Z ´:
                                                           e
      Consistente Se T ∩ R = ∅;
      Completo Se T ∪ R = S;
      Saturado Se Z ´ consistente e completo.
                      e

      Z ´ completo se, e somente se, toda senten¸a de Z ´ decid´ em
        e                                       c       e      ıvel
      Z




                                                                      14 / 28
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  Prova usando Sistemas de Representa¸˜o Abstratos
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Diagonaliza¸˜o, n´meros e senten¸as de G¨del
           ca    u              c       o

      Diagonaliza¸˜o
                 ca
      Seja Z um SRA e X uma express˜o de Z, cujo n´mero de G¨del ´
                                        a               u         o   e
      g(X). A express˜o Φ(X , g (X )) ´ a diagonaliza¸˜o ou norma de X.
                     a                e              ca
      Caso X seja um predicado H, Φ(H, g (H)) ´ uma senten¸a,
                                                 e            c
      chamada de senten¸a diagonal, que denotamos por H(h).
                        c

      N´meros de G¨del
       u            o
      Seja Z um SRA e W ⊆ E. W ∗ ´ o conjunto dos n´meros de G¨del
                                     e                  u          o
      das express˜es X cuja diagonaliza¸˜o Φ(X , Xγ ) ∈ W, isto ´:
                 o                     ca                       e

                          W ∗ = {Xγ |Xγ = g (X ) e Φ(X , Xγ ) ∈ W}


                                                                          15 / 28
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  Prova usando Sistemas de Representa¸˜o Abstratos
                                     ca




Diagonaliza¸˜o, n´meros e senten¸as de G¨del
           ca    u              c       o




      Figure : Diagonaliza¸˜o de duas express˜es: a de uma express˜o X
                          ca                 o                    a
      qualquer e a de um predicado H.

                                                                         16 / 28
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Senten¸as de G¨del
      c       o


      Senten¸as de G¨del
             c       o
      Seja X uma senten¸a e A um conjunto de n´meros. Dizemos que
                        c                      u
      X ´ uma senten¸a de G¨del para A se e somente se X tem a
         e            c     o
      propriedade: X ∈ T ⇐⇒ Xγ ∈ A.

      Intuitivamente, uma senten¸a de G¨del afirma que o n´mero de
                                 c        o                  u
      G¨del de um predicado satisfaz o predicado.
        o
      X ´ uma senten¸a de G¨del para um conjunto A de n´meros
         e             c      o                             u
      quando g (X ) (o significado de X em N) pertence ao conjunto A se
      e somente se este fato (sua pertinˆncia) ´ prov´vel no sistema, isto
                                        e      e     a
      ´, pertence a T .
      e


                                                                             17 / 28
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Senten¸as de G¨del
      c       o


      Exemplo - Analogia
          Conjunto das palavras que gozam da propriedade implicada
          por seu significado
              Ex: proparox´
                          ıtono ´ uma proparox´
                                e             ıtona
              Vamos chamar as palavras que n˜o gozam dessa propriedade
                                            a
              de heterossignificantes.
              Pergunta: heterossignificante ´ heterossignificante?
                                           e




                                                                         18 / 28
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Senten¸as de G¨del
      c       o


      Exemplo - Analogia
          Conjunto das palavras que gozam da propriedade implicada
          por seu significado
              Ex: proparox´
                          ıtono ´ uma proparox´
                                e             ıtona
              Vamos chamar as palavras que n˜o gozam dessa propriedade
                                            a
              de heterossignificantes.
              Pergunta: heterossignificante ´ heterossignificante?
                                           e
                          ¸˜
              CONTRADICAO!!




                                                                         18 / 28
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Senten¸as de G¨del
      c       o
      Senten¸as de G¨del
             c       o
      Seja X uma senten¸a e W um conjunto de express˜es. Dizemos
                        c                           o
      que X ´ uma senten¸a de G¨del para W se e somente se X tem a
             e            c    o
      propriedade: X ∈ T ⇐⇒ X ∈ W.

      Podemos concluir disso que todas as senten¸as de G¨del se
                                                 c       o
      encontram na regi˜o (T ∩ g −1 (A)) ∪ (S − (T ∪ g −1 (A)))
                       a




                                                                     19 / 28
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Senten¸as de G¨del
      c       o




                                Figure : Senten¸as de G¨del para W.
                                               c       o



                                                                      20 / 28
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Senten¸as de G¨del
      c       o
      Primeiro lema da diagonaliza¸˜o
                                  ca

      Seja Z um SRA e W ⊆ E. Se W ∗ ´ represent´vel em Z ent˜o W
                                       e          a            a
      admite (existe) uma senten¸a de G¨del. Mais especificamente, se
                                c      o
      H ´ um predicado que representa W ∗ , ent˜o H(h) ´ uma senten¸a
        e                                      a       e           c
      de G¨del para W .
           o




                                                                        21 / 28
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Senten¸as de G¨del
      c       o
      Primeiro lema da diagonaliza¸˜o
                                  ca

      Seja Z um SRA e W ⊆ E. Se W ∗ ´ represent´vel em Z ent˜o W
                                       e          a            a
      admite (existe) uma senten¸a de G¨del. Mais especificamente, se
                                c      o
      H ´ um predicado que representa W ∗ , ent˜o H(h) ´ uma senten¸a
        e                                      a       e           c
      de G¨del para W .
           o

      Teorema 1
      Seja Z um SRA. O conjunto T ∗ n˜o ´ represent´vel em Z.
                                       a e          a
      Demonstra¸˜o: Suponha que T ∗ ´ represent´vel. Ent˜o existe um
                 ca                   e          a       a
      predicado H que o representa em Z. Pelo Lema da diagonaliza¸˜o,
                                                                  ca
      H(h) ´ uma senten¸a de G¨del para T ∗ . Desse modo, H(h) ∈ T se
            e          c       o
      e somente se H(h) ∈ T , o que ´ um absurdo. Logo, T ∗ n˜o ´
                                    e                        a e
      represent´vel.
               a
                                                                        21 / 28
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                                     ca




Senten¸as de G¨del
      c       o




                                Figure : Senten¸as de G¨del para W.
                                               c       o

      E se considerarmos W = R, quais seriam as senten¸as de G¨del
                                                      c       o
      para R?




                                                                      22 / 28
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Senten¸as de G¨del
      c       o




                                Figure : Senten¸as de G¨del para W.
                                               c       o

      E se considerarmos W = R, quais seriam as senten¸as de G¨del
                                                      c       o
      para R?
      Corol´rio
           a
      Seja Z um SRA. Ent˜o, toda senten¸a indecid´ ´ uma senten¸a
                        a              c         ıvel e        c
      de G¨del para R.
           o
                                                                      22 / 28
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Senten¸as de G¨del
      c       o


      Teorema ”Quase L´”
                      a
      Seja Z um SRA. Se R∗ ´ represent´vel em Z, ent˜o Z ´
                               e         a            a     e
      inconsistente ou incompleto.
      Demonstra¸˜o: Se R∗ ´ represent´vel ent˜o existe um predicado,
                  ca          e         a      a
      digamos H, que o representa. Pelo lema da diagonaliza¸˜o, H(h) ´
                                                             ca         e
      uma senten¸a de G¨del para R. Assim, H(h) ∈ T ⇐⇒ H(h) ∈ R.
                   c      o
      Isto significa que: (i) H(h) ∈ T ∩ R e assim Z seria inconsistente
      ou (ii) H(h) ∈ T ∪ R e neste caso Z seria incompleto.
                     /




                                                                            23 / 28
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                             o
  Prova usando Sistemas de Representa¸˜o Abstratos
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Senten¸as de G¨del
      c       o




                           Figure : As duas alternativas para um SRA.




                                                                        24 / 28
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  Prova usando Sistemas de Representa¸˜o Abstratos
                                     ca




Sistemas formais como SRAs



      Teorema 1F
      Seja Z uma SRAE. Se todo conjunto recursivo ´ represent´vel em
                                                       e          a
      Z, ent˜o Z ´ um sistema formal indecid´
             a     e                            ıvel.
      Demonstra¸˜o: Suponha que T fosse recursivo. Logo T tamb´m
                  ca                                                  e
      seria recursivo. Ent˜o, T ∗ seria recursivo. Desta forma, T ∗ seria
                          a
      represent´vel em Z, pela hip´tese do teorema, o que contraria um
                a                  o
      dos teoremas mostrados.




                                                                            25 / 28
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                             o
  Prova usando Sistemas de Representa¸˜o Abstratos
                                     ca




Sistemas formais como SRAs


      Teorema 2F
      Seja Z uma SRA. Se Z ´ um sistema formal indecid´
                              e                          ıvel, ent˜o Z ´
                                                                  a    e
      inconsistente ou incompleto.
      Demonstra¸˜o: Se Z ´ saturado (nega¸˜o do teorema), ter´ ambos
                 ca         e               ca                   a
      T e R como conjuntos recursivamente enumer´veis e
                                                    a
      complementares com respeito a S, portanto ambos T e R seriam
      recursivos e portanto Z decid´
                                   ıvel. Logo Z ´ n˜o saturado, ou seja,
                                                e a
      inconsistente ou incompleto.




                                                                           26 / 28
Teoremas da Incompletude de G¨del
                             o
  Prova usando Sistemas de Representa¸˜o Abstratos
                                     ca




Teorema final



      Primeiro Teorema de G¨del
                           o
      Se um sistema formal Z ´ suficientemente poderoso para
                               e
      representar todos os conjuntos recursivos, ent˜o Z ´ inconsistente
                                                     a   e
      ou incompleto.
      Demonstra¸˜o: Por hip´tese todo conjunto pode ser representado
                 ca          o
      em Z, ent˜o, pelo Teorema 1F, Z ´ indecid´ e, portanto, pelo
                a                       e         ıvel
      Teorema 2F, Z ´ inconsistente ou incompleto.
                     e




                                                                           27 / 28
Teoremas da Incompletude de G¨del
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  Prova usando Sistemas de Representa¸˜o Abstratos
                                     ca




Conclus˜es
       o
              At´ hoje se especula as implica¸˜es dos Teoremas da
                 e                           co
              Incompletude na matem´tica e na filosofia.
                                      a
              G¨del discute exaustivamente em seus trabalhos posteriores
                o
              quest˜es que variam, desde o conceito de inteligˆncia at´ a
                    o                                         e       e
              existˆncia de Deus (argumento ontol´gico de G¨del).
                   e                              o          o
              Em teoria da computabilidade: os teoremas s˜o relacionados a
                                                          a
              v´rios resultados
               a
                     Stephen Cole Kleene (1947) mostrou que se a aritm´tica fosse
                                                                         e
                     consistente e completa isto for¸aria o problema da parada a ser
                                                    c
                     decid´
                          ıvel, o que implica em uma contradi¸˜o.
                                                               ca
              Sempre haver´ mais coisas que s˜o verdadeiras do que se
                            a                a
              pode provar;
              Todos os sistemas fechados dependem de suposi¸˜es feitas
                                                             co
              fora do sistema e que n˜o podem ser provadas;
                                     a
                                                                                       28 / 28
Teoremas da Incompletude de G¨del
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  Prova usando Sistemas de Representa¸˜o Abstratos
                                     ca



      [1] R. de Carvalho, Modelos de computa¸˜o e sistemas formais.
                                            ca
          DCC/IM, COPPE/UFRJ, NCE-UFRJ, 1998.
      [2] O. Goldreich, Computational complexity - a conceptual
          perspective. Cambridge University Press, 2008.
      [3] D. Hilbert, Mathematische Probleme, ser. Archiv der
          Mathematik und Physik, M. W. English Translation, Ed.
          Bulletin of the American Mathematical Society 8, 1901, vol. 3,
          no. 1. [Online]. Available:
          http://aleph0.clarku.edu/∼djoyce/hilbert/problems.html
      [4] J. Hopcroft, R. Motwani, and J. Ullman, Introduction to
          automata theory, languages, and computation.
          Addison-wesley Reading, MA, 1979, vol. 2.
      [5] S. Kleene, Mathematical logic. Dover publications, 2002.


                                                                           28 / 28
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                                     ca



      [6] M. Sipser and R. de Queiroz, Introdu¸˜o ` teoria da
                                              ca a
          computa¸˜o. Thomson Learning, 2007.
                  ca
      [7] R. Smullyan, Five Thousand BC and Other Philosophical
          Fantasies. St. Martin’s Press, 1983.
      [8] A. Whitehead and B. Russell, Principia mathematica.
          University Press, 1912, vol. 2.




                                                                  28 / 28

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Teoremas da Incompletude de Gödel

  • 1. Teoremas da Incompletude de G¨del o Teoremas da Incompletude de G¨del o Helio H. L. C. Monte-Alto Anderson da Silva Marcolino Lucas de Oliveira Teixeira 2012 1 / 28
  • 2. Teoremas da Incompletude de G¨del o Sum´rio a Sum´rio I a 1 Sum´rio a 2 Vis˜o geral a 3 Defini¸˜es co 4 Demonstra¸˜o ca 5 Prova usando Sistemas de Representa¸˜o Abstratos ca 2 / 28
  • 3. Teoremas da Incompletude de G¨del o Vis˜o geral a Vis˜o geral a Kurt G¨del o Matem´tico austr´ a ıaco Desenvolveu os dois teoremas da incompletude em 1931 Matem´tica no in´ do s´culo XX a ıcio e Positivismo Acreditava-se que seria poss´ encontrar um conjunto de ıvel axiomas completo e consistente para toda matem´tica a Segundo problema de Hilbert: provar que a aritm´tica ´ e e consistente Os teoremas da incompletude s˜o largamente aceitos como a uma resposta negativa a este problema 3 / 28
  • 4. Teoremas da Incompletude de G¨del o Vis˜o geral a Teoremas - Vis˜o geral a Defini¸˜o informal: ca 1 Qualquer teoria axiom´tica recursivamente enumer´vel e a a capaz de expressar aritm´tica elementar n˜o pode ser, ao e a mesmo tempo, consistente e completa. 2 Para qualquer teoria formal recursivamente enumer´vel T que a inclui verdades aritm´ticas b´sicas e tamb´m certas verdades e a e da teoria da prova, se T inclui uma afirma¸˜o de sua pr´pria ca o consistˆncia, ent˜o T ´ inconsistente e a e 4 / 28
  • 5. Teoremas da Incompletude de G¨del o Defini¸oes c˜ Defini¸oes c˜ Um sistema ´ consistente se n˜o ´ poss´ deduzir e a e ıvel contradi¸˜es a partir de seus axiomas. co Um sistema ´ completo se ´ de poss´ deduzir todas as e e ıvel f´rmulas verdadeiras a partir de seus axiomas. o Uma teoria axiom´tica ´ uma teoria baseada num conjunto de a e axiomas a partir dos quais s˜o deduzidos teoremas utilizando a procedimentos bem definidos. Em s´ıntese, G¨del provou que, se a aritm´tica ´ consistente, ent˜o o e e a ´ incompleta. e 5 / 28
  • 6. Teoremas da Incompletude de G¨del o Demonstra¸˜o ca Demonstra¸˜o ca Princ´ ıpio: auto-referˆncia e Reescrita de um sistema formal utilizando a linguagem dos n´meros naturais u Exemplo: Problema de Smullyan 6 / 28
  • 7. Teoremas da Incompletude de G¨del o Demonstra¸˜o ca Problema G¨deliano de Smullyan o Seja um programa que imprime cadeias com os seguintes s´ ımbolos ¬, I , N, (, ) Uma cadeia X ´ imprim´ se o programa pode imprimi-la. e ıvel Supomos que o programa imprimir´, mais cedo ou mais tarde, a todas as cadeias imprim´ ıveis. A norma de uma cadeia X ´ a cadeia X (X ). e Uma senten¸a ´ uma cadeia de uma das quatro formas abaixo: c e 1 I (X ) 2 IN(X ) 3 ¬I (X ) 4 ¬IN(X ) onde X ´ uma cadeia. e 7 / 28
  • 8. Teoremas da Incompletude de G¨del o Demonstra¸˜o ca Problema G¨deliano de Smullyan o Seja a senten¸a ¬IN(¬IN). c Por defini¸˜o, esta senten¸a ´ verdadeira se e somente se a norma ca c e da cadeia ¬IN n˜o ´ imprim´ a e ıvel. No entanto, a norma de ¬IN ´ justamente a senten¸a ¬IN(¬IN), e c logo esta senten¸a ´ verdadeira se e somente se ela n˜o ´ c e a e imprim´ıvel. Temos duas hip´teses: o a senten¸a ´ imprim´ c e ıvel, mas falsa - contradi¸˜o, pois o ca programa s´ imprime senten¸as verdadeiras; o c a senten¸a ´ verdadeira, mas n˜o imprim´ c e a ıvel; 8 / 28
  • 9. Teoremas da Incompletude de G¨del o Demonstra¸˜o ca Problema G¨deliano de Smullyan o Analogia: O programa n˜o ´ capaz de imprimir todas as senten¸as a e c verdadeiras Um sistema formal possuir´ afirma¸˜es verdadeiras que n˜o a co a podem ser provadas 9 / 28
  • 10. Teoremas da Incompletude de G¨del o Prova usando Sistemas de Representa¸˜o Abstratos ca Prova usando Sistemas de Representa¸˜o Abstratos ca Os teoremas foram inicialmente provados para o sistema formal da aritm´tica (Aritm´tica de Peano) e e Prova mais gen´rica: utilizando Sistemas de Representa¸˜o e ca Abstratos (SRA) SRAs permitem representar sistemas de alta diversidade de estruturas sint´ticas a 10 / 28
  • 11. Teoremas da Incompletude de G¨del o Prova usando Sistemas de Representa¸˜o Abstratos ca Sistemas de Representa¸˜o Abstratos ca Um sistema de representa¸˜o abstrato (SRA) Z ´ uma s´tupla ca e e E, g , S, T , R, P, Φ onde E ´ um conjunto enumer´vel de elementos chamados de e a express˜es; o g ´ uma fun¸˜o de E em N, bijetora, chamada de enumera¸˜o de e ca ca G¨del; o S ⊆ E: senten¸as;c T ⊆ S senten¸as verdadeiras, ou teoremas; c R ⊆ S senten¸as falsas, ou anti-teoremas; c P ⊆ E ´ um conjunto de predicados un´rios; e a Φ, chamada de fun¸˜o de representa¸˜o, ´ uma fun¸˜o de E × N ca ca e ca em E, que atribui a cada express˜o H e n´mero natural n, a a u express˜o Φ(H, n), que ser´ abreviada por H(n). a a 11 / 28
  • 12. Teoremas da Incompletude de G¨del o Prova usando Sistemas de Representa¸˜o Abstratos ca Sistemas de Representa¸˜o Abstratos ca Figure : Sistemas Abstratos de Representa¸˜o (SRA). ca 12 / 28
  • 13. Teoremas da Incompletude de G¨del o Prova usando Sistemas de Representa¸˜o Abstratos ca Sistemas de Representa¸˜o Abstratos ca Exemplo: Teoria dos n´meros - N´meros primos u u Seja o predicado Primo. Ent˜o Φ(Primo, n) ´ a senten¸a Primo(n), lida como ”n ´ a e c e primo”. Supondo que n = 5 temos que Primo(5) ´ uma senten¸a e c verdadeira (Primo(5) ∈ T ) e que se n = 6 temos que Primo(6) ´ uma senten¸a falsa (Primo(6) ∈ R). e c 13 / 28
  • 14. Teoremas da Incompletude de G¨del o Prova usando Sistemas de Representa¸˜o Abstratos ca SRAs - Consistˆncia e Completude e Seja Z = E, g , S, T , R, P, Φ um SRA. Dizemos que Z ´: e Consistente Se T ∩ R = ∅; Completo Se T ∪ R = S; Saturado Se Z ´ consistente e completo. e Z ´ completo se, e somente se, toda senten¸a de Z ´ decid´ em e c e ıvel Z 14 / 28
  • 15. Teoremas da Incompletude de G¨del o Prova usando Sistemas de Representa¸˜o Abstratos ca Diagonaliza¸˜o, n´meros e senten¸as de G¨del ca u c o Diagonaliza¸˜o ca Seja Z um SRA e X uma express˜o de Z, cujo n´mero de G¨del ´ a u o e g(X). A express˜o Φ(X , g (X )) ´ a diagonaliza¸˜o ou norma de X. a e ca Caso X seja um predicado H, Φ(H, g (H)) ´ uma senten¸a, e c chamada de senten¸a diagonal, que denotamos por H(h). c N´meros de G¨del u o Seja Z um SRA e W ⊆ E. W ∗ ´ o conjunto dos n´meros de G¨del e u o das express˜es X cuja diagonaliza¸˜o Φ(X , Xγ ) ∈ W, isto ´: o ca e W ∗ = {Xγ |Xγ = g (X ) e Φ(X , Xγ ) ∈ W} 15 / 28
  • 16. Teoremas da Incompletude de G¨del o Prova usando Sistemas de Representa¸˜o Abstratos ca Diagonaliza¸˜o, n´meros e senten¸as de G¨del ca u c o Figure : Diagonaliza¸˜o de duas express˜es: a de uma express˜o X ca o a qualquer e a de um predicado H. 16 / 28
  • 17. Teoremas da Incompletude de G¨del o Prova usando Sistemas de Representa¸˜o Abstratos ca Senten¸as de G¨del c o Senten¸as de G¨del c o Seja X uma senten¸a e A um conjunto de n´meros. Dizemos que c u X ´ uma senten¸a de G¨del para A se e somente se X tem a e c o propriedade: X ∈ T ⇐⇒ Xγ ∈ A. Intuitivamente, uma senten¸a de G¨del afirma que o n´mero de c o u G¨del de um predicado satisfaz o predicado. o X ´ uma senten¸a de G¨del para um conjunto A de n´meros e c o u quando g (X ) (o significado de X em N) pertence ao conjunto A se e somente se este fato (sua pertinˆncia) ´ prov´vel no sistema, isto e e a ´, pertence a T . e 17 / 28
  • 18. Teoremas da Incompletude de G¨del o Prova usando Sistemas de Representa¸˜o Abstratos ca Senten¸as de G¨del c o Exemplo - Analogia Conjunto das palavras que gozam da propriedade implicada por seu significado Ex: proparox´ ıtono ´ uma proparox´ e ıtona Vamos chamar as palavras que n˜o gozam dessa propriedade a de heterossignificantes. Pergunta: heterossignificante ´ heterossignificante? e 18 / 28
  • 19. Teoremas da Incompletude de G¨del o Prova usando Sistemas de Representa¸˜o Abstratos ca Senten¸as de G¨del c o Exemplo - Analogia Conjunto das palavras que gozam da propriedade implicada por seu significado Ex: proparox´ ıtono ´ uma proparox´ e ıtona Vamos chamar as palavras que n˜o gozam dessa propriedade a de heterossignificantes. Pergunta: heterossignificante ´ heterossignificante? e ¸˜ CONTRADICAO!! 18 / 28
  • 20. Teoremas da Incompletude de G¨del o Prova usando Sistemas de Representa¸˜o Abstratos ca Senten¸as de G¨del c o Senten¸as de G¨del c o Seja X uma senten¸a e W um conjunto de express˜es. Dizemos c o que X ´ uma senten¸a de G¨del para W se e somente se X tem a e c o propriedade: X ∈ T ⇐⇒ X ∈ W. Podemos concluir disso que todas as senten¸as de G¨del se c o encontram na regi˜o (T ∩ g −1 (A)) ∪ (S − (T ∪ g −1 (A))) a 19 / 28
  • 21. Teoremas da Incompletude de G¨del o Prova usando Sistemas de Representa¸˜o Abstratos ca Senten¸as de G¨del c o Figure : Senten¸as de G¨del para W. c o 20 / 28
  • 22. Teoremas da Incompletude de G¨del o Prova usando Sistemas de Representa¸˜o Abstratos ca Senten¸as de G¨del c o Primeiro lema da diagonaliza¸˜o ca Seja Z um SRA e W ⊆ E. Se W ∗ ´ represent´vel em Z ent˜o W e a a admite (existe) uma senten¸a de G¨del. Mais especificamente, se c o H ´ um predicado que representa W ∗ , ent˜o H(h) ´ uma senten¸a e a e c de G¨del para W . o 21 / 28
  • 23. Teoremas da Incompletude de G¨del o Prova usando Sistemas de Representa¸˜o Abstratos ca Senten¸as de G¨del c o Primeiro lema da diagonaliza¸˜o ca Seja Z um SRA e W ⊆ E. Se W ∗ ´ represent´vel em Z ent˜o W e a a admite (existe) uma senten¸a de G¨del. Mais especificamente, se c o H ´ um predicado que representa W ∗ , ent˜o H(h) ´ uma senten¸a e a e c de G¨del para W . o Teorema 1 Seja Z um SRA. O conjunto T ∗ n˜o ´ represent´vel em Z. a e a Demonstra¸˜o: Suponha que T ∗ ´ represent´vel. Ent˜o existe um ca e a a predicado H que o representa em Z. Pelo Lema da diagonaliza¸˜o, ca H(h) ´ uma senten¸a de G¨del para T ∗ . Desse modo, H(h) ∈ T se e c o e somente se H(h) ∈ T , o que ´ um absurdo. Logo, T ∗ n˜o ´ e a e represent´vel. a 21 / 28
  • 24. Teoremas da Incompletude de G¨del o Prova usando Sistemas de Representa¸˜o Abstratos ca Senten¸as de G¨del c o Figure : Senten¸as de G¨del para W. c o E se considerarmos W = R, quais seriam as senten¸as de G¨del c o para R? 22 / 28
  • 25. Teoremas da Incompletude de G¨del o Prova usando Sistemas de Representa¸˜o Abstratos ca Senten¸as de G¨del c o Figure : Senten¸as de G¨del para W. c o E se considerarmos W = R, quais seriam as senten¸as de G¨del c o para R? Corol´rio a Seja Z um SRA. Ent˜o, toda senten¸a indecid´ ´ uma senten¸a a c ıvel e c de G¨del para R. o 22 / 28
  • 26. Teoremas da Incompletude de G¨del o Prova usando Sistemas de Representa¸˜o Abstratos ca Senten¸as de G¨del c o Teorema ”Quase L´” a Seja Z um SRA. Se R∗ ´ represent´vel em Z, ent˜o Z ´ e a a e inconsistente ou incompleto. Demonstra¸˜o: Se R∗ ´ represent´vel ent˜o existe um predicado, ca e a a digamos H, que o representa. Pelo lema da diagonaliza¸˜o, H(h) ´ ca e uma senten¸a de G¨del para R. Assim, H(h) ∈ T ⇐⇒ H(h) ∈ R. c o Isto significa que: (i) H(h) ∈ T ∩ R e assim Z seria inconsistente ou (ii) H(h) ∈ T ∪ R e neste caso Z seria incompleto. / 23 / 28
  • 27. Teoremas da Incompletude de G¨del o Prova usando Sistemas de Representa¸˜o Abstratos ca Senten¸as de G¨del c o Figure : As duas alternativas para um SRA. 24 / 28
  • 28. Teoremas da Incompletude de G¨del o Prova usando Sistemas de Representa¸˜o Abstratos ca Sistemas formais como SRAs Teorema 1F Seja Z uma SRAE. Se todo conjunto recursivo ´ represent´vel em e a Z, ent˜o Z ´ um sistema formal indecid´ a e ıvel. Demonstra¸˜o: Suponha que T fosse recursivo. Logo T tamb´m ca e seria recursivo. Ent˜o, T ∗ seria recursivo. Desta forma, T ∗ seria a represent´vel em Z, pela hip´tese do teorema, o que contraria um a o dos teoremas mostrados. 25 / 28
  • 29. Teoremas da Incompletude de G¨del o Prova usando Sistemas de Representa¸˜o Abstratos ca Sistemas formais como SRAs Teorema 2F Seja Z uma SRA. Se Z ´ um sistema formal indecid´ e ıvel, ent˜o Z ´ a e inconsistente ou incompleto. Demonstra¸˜o: Se Z ´ saturado (nega¸˜o do teorema), ter´ ambos ca e ca a T e R como conjuntos recursivamente enumer´veis e a complementares com respeito a S, portanto ambos T e R seriam recursivos e portanto Z decid´ ıvel. Logo Z ´ n˜o saturado, ou seja, e a inconsistente ou incompleto. 26 / 28
  • 30. Teoremas da Incompletude de G¨del o Prova usando Sistemas de Representa¸˜o Abstratos ca Teorema final Primeiro Teorema de G¨del o Se um sistema formal Z ´ suficientemente poderoso para e representar todos os conjuntos recursivos, ent˜o Z ´ inconsistente a e ou incompleto. Demonstra¸˜o: Por hip´tese todo conjunto pode ser representado ca o em Z, ent˜o, pelo Teorema 1F, Z ´ indecid´ e, portanto, pelo a e ıvel Teorema 2F, Z ´ inconsistente ou incompleto. e 27 / 28
  • 31. Teoremas da Incompletude de G¨del o Prova usando Sistemas de Representa¸˜o Abstratos ca Conclus˜es o At´ hoje se especula as implica¸˜es dos Teoremas da e co Incompletude na matem´tica e na filosofia. a G¨del discute exaustivamente em seus trabalhos posteriores o quest˜es que variam, desde o conceito de inteligˆncia at´ a o e e existˆncia de Deus (argumento ontol´gico de G¨del). e o o Em teoria da computabilidade: os teoremas s˜o relacionados a a v´rios resultados a Stephen Cole Kleene (1947) mostrou que se a aritm´tica fosse e consistente e completa isto for¸aria o problema da parada a ser c decid´ ıvel, o que implica em uma contradi¸˜o. ca Sempre haver´ mais coisas que s˜o verdadeiras do que se a a pode provar; Todos os sistemas fechados dependem de suposi¸˜es feitas co fora do sistema e que n˜o podem ser provadas; a 28 / 28
  • 32. Teoremas da Incompletude de G¨del o Prova usando Sistemas de Representa¸˜o Abstratos ca [1] R. de Carvalho, Modelos de computa¸˜o e sistemas formais. ca DCC/IM, COPPE/UFRJ, NCE-UFRJ, 1998. [2] O. Goldreich, Computational complexity - a conceptual perspective. Cambridge University Press, 2008. [3] D. Hilbert, Mathematische Probleme, ser. Archiv der Mathematik und Physik, M. W. English Translation, Ed. Bulletin of the American Mathematical Society 8, 1901, vol. 3, no. 1. [Online]. Available: http://aleph0.clarku.edu/∼djoyce/hilbert/problems.html [4] J. Hopcroft, R. Motwani, and J. Ullman, Introduction to automata theory, languages, and computation. Addison-wesley Reading, MA, 1979, vol. 2. [5] S. Kleene, Mathematical logic. Dover publications, 2002. 28 / 28
  • 33. Teoremas da Incompletude de G¨del o Prova usando Sistemas de Representa¸˜o Abstratos ca [6] M. Sipser and R. de Queiroz, Introdu¸˜o ` teoria da ca a computa¸˜o. Thomson Learning, 2007. ca [7] R. Smullyan, Five Thousand BC and Other Philosophical Fantasies. St. Martin’s Press, 1983. [8] A. Whitehead and B. Russell, Principia mathematica. University Press, 1912, vol. 2. 28 / 28