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10 de julho. Algo esta data me dizia. Demorei alguns segundos até perceber
o significado dela. Faz hoje um ano que me descobri e percebi o que realmente era
importante nesta vida. Sorrio melancolicamente, recostando a minha cabeça ao
tronco de uma árvore que já tem raízes bem profundas. Ouço alguns galhos a
estilhaçarem-se atrás de mim e fico assustado. Não me movendo tento perceber o
que era. E aí me apercebo de tamanha estupidez minha. Ninguém me poderia ver,
logo também não poderia ser ouvido. Levanto-me bruscamente e reparo numa
raposa que está parada à minha frente, com os olhos fixos em mim. Estranho! Dou
um passo em frente e ela coloca-se em posição de ataque. Mas… será que ela me
consegue ver? Estupidez, isso é impossível. No entanto, decidi tirar as dúvidas, pego
numa pedra e atiro-a para junto dela. No momento em que ela cai, a raposa
sobressaltou-se e fugiu. Isto significa que ela me conseguia ver. Significa que eu
poderia ter voltado à vida. Corro para o acampamento feliz. O que terá acontecido?
Como é que de repente um animal me consegue ver e ouvir? Será que tudo ia voltar
agora ao normal?
Já passaram quatro dias desde aquela noite e eu continuo sem acreditar em
tudo o que aconteceu antes e após o meu “desaparecimento”. Depois de descobrir
o meu corpo no quarto do Alex, decidi fugir de toda aquela situação e refugiei-me
na divisão onde a minha irmã dormia, mesmo que ela nem fizesse ideia que eu
estava ali. Partilhava o quarto com Julie, aquela que era provavelmente a rapariga
mais desconfiada e “dona do seu nariz” daquele acampamento. Apesar de tentar
consolar diariamente Ashley por eu já não estar no alojamento, a minha irmã não
conseguia seguir os seus conselhos.
Entro no quarto dois, aquele que era destinado às raparigas da minha
equipa. Entro de rompante, mas aí apercebo-me de que continua tudo na mesma.
Elas não me viam. Continuava a ser um fantasma. Então como é que aquela raposa
me viu e ouviu?
- Vais ver que ele vai ficar bem, Ash. – reforçou Julie, tocando-lhe no ombro
direito, enquanto Ash continuava deitada na cama.
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- Não vai, Julie. Não vai! – respondeu Ash, ríspida.
Na verdade, Ash tinha razão. Eu não ia “ficar bem”. Mas todos os jovens do
acampamento pensam que sim, pois o meu caso foi omitido para todos eles. No dia
seguinte àquela noite, Ashley e Alex levantaram-se bem cedo para comunicar o meu
desaparecimento à equipa do acampamento, mas eles fizeram questão de não
preocupar os restantes elementos. Por isso mesmo, inventaram a desculpa de que
eu fiquei indisposto naquela noite e, após alguns exames, descobriram que algo não
estava bem comigo, obrigando-me a regressar para casa. Assim, só Ashley e Alex
sabem realmente que eu desapareci sem deixar qualquer rasto, no caso do Alex até
sabia mais do que isso…! Os mentores decidiram não avisar a polícia e, por incrível
que pareça, a minha irmã foi convencida pelo Alex a concordar com toda aquela
situação. E isso era revoltante. O Alex tinha o meu corpo, era o culpado pela minha
morte e ninguém conseguia descobrir isso. Eu já não estava na banheira quando
regressei ao quarto dele e do Sky e neste momento não fazia ainda ideia onde ele
me tinha enfiado. Eu preciso de respostas. Mais do que nunca preciso de saber
exatamente o que aconteceu antes e depois daquela tragédia e, o mais importante,
preciso de saber porque é que o Alex decidiu espetar-me uma faca sem qualquer
remorso. Ambos eramos complicados, mas nem no meu pior pesadelo eu imaginei
que uma pessoa como o Alex – que me era tão importante – pudesse fazer uma
coisa destas comigo.
***
Fiz os trilhos todos daquela colina, vagueando por entre galhos e silvas.
Como era assustador pisar e não machucar. Passar por entre aquilo que nos arranha
enquanto temos um corpo com vida. Agora… Agora não sou mais que uma alma à
procura de respostas. Como é triste esta solidão. É o poder ver e não ser visto. É o
querer contar o que sei e ser engolido por uma atmosfera da qual só eu usufruo.
Regressei ao acampamento desolado com a minha condição fantasma.
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Pouco passava das onze da manhã. Passei pelo jardim, onde a equipa
Castanha trabalhava afincadamente na organização do espaço, para a festa de logo
à noite. Diria que esta equipa é a mais desequilibrada em termos de união. Não
consigo ver qualquer harmonia entre as personalidades deles, mas ainda assim
encontram uma forma de se conseguirem entender entre eles. Mais do que a minha
equipa, tem sido esta a verdadeira equipa da minha irmã. A Lexy tem-se tornado
num grande apoio dela. Apesar de só duas pessoas saberem a verdade, Lexy tenta
reconfortá-la da melhor maneira e Alex tem-se demonstrado mais compreensivo
do que antes. Está diferente… Não consigo sequer pensar nele como um amigo fiel.
Não gosto de o ver perto da Ashley. Tenho medo que lhe possa fazer mal, tal como
fez a mim. Trair-me desta forma…
- Sky, que estás aí a fazer? – pergunta incrédula Blue, ao ver o colega deitado
em cima do assador da carne.
- Sou uma brasa, não se nota? – responde convencido, fazendo todos rir
com a sua estupidez natural.
Não suporto mais olhar para o Alex e vê-lo sereno e a rir como se nada
tivesse acontecido. Dirigi-me para a cozinha onde os Brancos tentavam tratar da
ementa para a festa, muito entrosados uns com os outros. Talvez demasiado
entrosados! Já há algum tempo que tenho reparado nos olhares e bocas trocados
entre a Taylor e o Dilan. Desde esta proximidade que a rapariga tem estado mais
calma e menos entusiasta e problemática e o Dilan tem-se mostrado bem mais
sociável.
- Charlie, vês assim tão mal? – questiona-a o Mason referindo-se às suas
lentes fundo-garrafa.
- Não, só uso óculos com graduação para evitar anormais como tu! – riposta
sem levar tempo a pensar, deixando Mason atrapalhado com tal rispidez da colega
de equipa.
- Eu não sou anormal. Eu sou normal dentro da vossa anormalidade. Vocês
na minha normalidade é que são anormais… - todos o fitavam confusos com
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tamanha rapidez com que proferiu tal coisa. Desataram todos a rir menos Mason
que não percebeu a graça.
Ainda a tentar perceber o que ele tinha enunciado, procurei pela minha
equipa. O que estariam eles a fazer? Qual seria a nossa… a função deles nesta festa?
Previ que eles estivessem na sala de convívio, mas enganei-me. Concentrei-me na
minha audição. Uma das vantagens de ser apenas uma alma viva, é ter a capacidade
auditiva bastante apurada. Ouço móveis a arrastar e algumas vozes que não consigo
distinguir. Algo pesado, diria algo de ferro caiu e aí percebi que eles estariam na
cave.
- Não percebo porque é que tivemos de ser nós a arrumar esta cave a cair
de podre. – reclama Julie, sacudindo algumas teias de aranha do cabelo.
- Porque se calhar estamos em desvantagem, otária! – responde triunfante
e de certo modo revoltado, Frank.
- Eu preciso de ir à casa de banho, já volto. – diz a minha irmã saindo
cabisbaixa da cave. Partia-me o coração vê-la assim.
- Lá pelo Adam ter saído daqui, não vou permitir que esta miúda se vá
abaixo e nos prejudique enquanto equipa. – atira Julie sem dó.
- Não percebo esta reação dela. – afirma Frank, enquanto arrasta uma
cadeira velha para o canto – O irmão só está doente, não morreu. Pela reação dela
até parece que morreu alguém.
- Frank, eu não estou habituada a perder. Já que estou aqui obrigada e
tenho de lidar com equipas, não vou admitir discriminação só porque só somos três.
Para mim isto é uma competição e eu entro sempre para ganhar. Um Verde não
fraqueja! – fico estupefacto com tamanha frieza desta rapariga. Tudo bem que ela
não conhece a verdade, mas trata-se do sofrimento de alguém e ela só pensa em
competir.
- Estás demasiado nervosa e acho que não estás a perceber as coisas tal e
qual como elas são… - senta-se o rapaz tranquilamente no sofá velho, que liberta
algum pó assim que se senta.
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- O que é que queres dizer com isso? – aproxima-se Julie, sentando-se no
braço do mesmo sofá.
- Julie, pensa. Vais-me dizer que não é estranho este acampamento? – ele
olha-a e nota-a confusa – Há muita coisa aqui dentro que não encaixa e
sinceramente não acredito na história que nos contaram sobre o Adam.
- O que é que tem o Adam? – reconheço a voz. A Ashley tinha regressado –
Porque é que se calaram?
- Estávamos a dizer que estás a deixar-te ir muito abaixo por causa do Adam.
– mente parcialmente Frank.
- É e estávamos a tentar chegar a uma solução para te animar. – mente Julie
regressando às caixas que estava a empacotar.
Regressaram todos ao que estavam a fazer, deixando a minha irmã
desconfiada. Deixava-me de certa forma animado saber que há alguém a questionar
a gestão deste lugar. Se a minha irmã lhes contasse a verdade, talvez eles em
conjunto chegassem ao Alex.
***
- Boa noite a todos! Bem-vindos ao Dia da Fogueira aqui no acampamento.
– saúda Caroline. – Espero que se encontrem todos bem e deixem-me dizer-vos que
estão de parabéns. Conseguiram completar todas as tarefas que foram propostas
de uma maneira bem eficaz. Obrigada a todos pelo empenho e, claro, brevemente
terão a vossa recompensa!
- Eu ouvi recompensa? Diga-me que são chocolates, por favor! – grita Sky,
já com os olhos a brilhar. Realmente aquele rapaz era a alma do acampamento até
agora. Consegue sempre deixar o resto dos jovens bem-dispostos e motivados. Sem
ele, estes primeiros dias não teriam sido tão produtivos.
- Cale-se! – interrompe Jeremy, o psicólogo. – Se volta a comentar qualquer
assunto sem lhe darmos permissão para tal, será severamente punido.
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- Bom, vamos continuar, – prossegue Mike, o outro monitor – porque é já
hoje que vão voltar a ser postos à prova. Depois do jantar, eu e a restante equipa
que vos acompanha, iremos abandonar o acampamento e ficarão completamente
sozinhos. Desta vez não estaremos noutra divisão, mas sim fora do recinto do
acampamento. É importante que se comportem e que sigam todas as regras que
iremos definir nos próximos minutos. Não estaremos longe, mas iremos dar-vos um
descanso sem nós e iremos também fazer uma pausa bem merecida. – concluí,
soltando pequenos risinhos com a restante equipa.
- Para começar, juntem-se com a vossa equipa. Depois de se juntarem,
dirijam-se a um canto da sala. Nós ficaremos naquele ali e, daqui a dois minutos,
cada equipa terá de estar num cantinho. – explica cuidadosamente Caroline.
Todos obedeceram e rapidamente o centro daquela divisão ficou vazio.
Todas as equipas encontravam-se num canto da sala, assim como a equipa de
supervisores. Eu encontrava-me no fundo da sala, no canto direito quando a equipa
de Lexy, Sky, Blue e Alex se dirigia a mim, como se soubessem exatamente que eu
estava ali encostado à parede, imóvel. Mantive-me na mesma posição, desta vez
por não saber exatamente o que fazer. Estar na mesma sala que Alex fazia-me
querer esmagá-lo aos bocadinhos por tudo o que me fez e por enganar todo o
acampamento, mas é quando ele se aproxima ainda mais de mim que fico sem
reação. Se eu não fosse apenas uma alma, neste momento, estaríamos a tocar-nos
com um dos braços. É como se sentisse aquela pele morena e macia dele bem junto
da minha. Por instantes, esqueci-me que ele era o assassino e desejei que também
ele tivesse a sentir tudo aquilo. Era como se o tempo tivesse parado, tal como da
primeira vez.
PRÓXIMO CAPÍTULO: 7 DE NOVEMBRO.

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  • 1. WWW.UMABRISAPASSAGEIRA.BLOGSPOT.PT Chapter 3 Your Touch Is Just A Memory *** CREATED AND WRITTEN BY JOTA www.umabrisapassageira.blogspot.pt RUTHE www.thestrawberrystreet.blogspot.pt YOU CAN READ THIS STORY ON BRISA PASSAGEIRA www.umabrisapassageira.blogspot.pt WATTPAD www.wattpad.com/user/mynameisjota
  • 2. WWW.UMABRISAPASSAGEIRA.BLOGSPOT.PT 10 de julho. Algo esta data me dizia. Demorei alguns segundos até perceber o significado dela. Faz hoje um ano que me descobri e percebi o que realmente era importante nesta vida. Sorrio melancolicamente, recostando a minha cabeça ao tronco de uma árvore que já tem raízes bem profundas. Ouço alguns galhos a estilhaçarem-se atrás de mim e fico assustado. Não me movendo tento perceber o que era. E aí me apercebo de tamanha estupidez minha. Ninguém me poderia ver, logo também não poderia ser ouvido. Levanto-me bruscamente e reparo numa raposa que está parada à minha frente, com os olhos fixos em mim. Estranho! Dou um passo em frente e ela coloca-se em posição de ataque. Mas… será que ela me consegue ver? Estupidez, isso é impossível. No entanto, decidi tirar as dúvidas, pego numa pedra e atiro-a para junto dela. No momento em que ela cai, a raposa sobressaltou-se e fugiu. Isto significa que ela me conseguia ver. Significa que eu poderia ter voltado à vida. Corro para o acampamento feliz. O que terá acontecido? Como é que de repente um animal me consegue ver e ouvir? Será que tudo ia voltar agora ao normal? Já passaram quatro dias desde aquela noite e eu continuo sem acreditar em tudo o que aconteceu antes e após o meu “desaparecimento”. Depois de descobrir o meu corpo no quarto do Alex, decidi fugir de toda aquela situação e refugiei-me na divisão onde a minha irmã dormia, mesmo que ela nem fizesse ideia que eu estava ali. Partilhava o quarto com Julie, aquela que era provavelmente a rapariga mais desconfiada e “dona do seu nariz” daquele acampamento. Apesar de tentar consolar diariamente Ashley por eu já não estar no alojamento, a minha irmã não conseguia seguir os seus conselhos. Entro no quarto dois, aquele que era destinado às raparigas da minha equipa. Entro de rompante, mas aí apercebo-me de que continua tudo na mesma. Elas não me viam. Continuava a ser um fantasma. Então como é que aquela raposa me viu e ouviu? - Vais ver que ele vai ficar bem, Ash. – reforçou Julie, tocando-lhe no ombro direito, enquanto Ash continuava deitada na cama.
  • 3. WWW.UMABRISAPASSAGEIRA.BLOGSPOT.PT - Não vai, Julie. Não vai! – respondeu Ash, ríspida. Na verdade, Ash tinha razão. Eu não ia “ficar bem”. Mas todos os jovens do acampamento pensam que sim, pois o meu caso foi omitido para todos eles. No dia seguinte àquela noite, Ashley e Alex levantaram-se bem cedo para comunicar o meu desaparecimento à equipa do acampamento, mas eles fizeram questão de não preocupar os restantes elementos. Por isso mesmo, inventaram a desculpa de que eu fiquei indisposto naquela noite e, após alguns exames, descobriram que algo não estava bem comigo, obrigando-me a regressar para casa. Assim, só Ashley e Alex sabem realmente que eu desapareci sem deixar qualquer rasto, no caso do Alex até sabia mais do que isso…! Os mentores decidiram não avisar a polícia e, por incrível que pareça, a minha irmã foi convencida pelo Alex a concordar com toda aquela situação. E isso era revoltante. O Alex tinha o meu corpo, era o culpado pela minha morte e ninguém conseguia descobrir isso. Eu já não estava na banheira quando regressei ao quarto dele e do Sky e neste momento não fazia ainda ideia onde ele me tinha enfiado. Eu preciso de respostas. Mais do que nunca preciso de saber exatamente o que aconteceu antes e depois daquela tragédia e, o mais importante, preciso de saber porque é que o Alex decidiu espetar-me uma faca sem qualquer remorso. Ambos eramos complicados, mas nem no meu pior pesadelo eu imaginei que uma pessoa como o Alex – que me era tão importante – pudesse fazer uma coisa destas comigo. *** Fiz os trilhos todos daquela colina, vagueando por entre galhos e silvas. Como era assustador pisar e não machucar. Passar por entre aquilo que nos arranha enquanto temos um corpo com vida. Agora… Agora não sou mais que uma alma à procura de respostas. Como é triste esta solidão. É o poder ver e não ser visto. É o querer contar o que sei e ser engolido por uma atmosfera da qual só eu usufruo. Regressei ao acampamento desolado com a minha condição fantasma.
  • 4. WWW.UMABRISAPASSAGEIRA.BLOGSPOT.PT Pouco passava das onze da manhã. Passei pelo jardim, onde a equipa Castanha trabalhava afincadamente na organização do espaço, para a festa de logo à noite. Diria que esta equipa é a mais desequilibrada em termos de união. Não consigo ver qualquer harmonia entre as personalidades deles, mas ainda assim encontram uma forma de se conseguirem entender entre eles. Mais do que a minha equipa, tem sido esta a verdadeira equipa da minha irmã. A Lexy tem-se tornado num grande apoio dela. Apesar de só duas pessoas saberem a verdade, Lexy tenta reconfortá-la da melhor maneira e Alex tem-se demonstrado mais compreensivo do que antes. Está diferente… Não consigo sequer pensar nele como um amigo fiel. Não gosto de o ver perto da Ashley. Tenho medo que lhe possa fazer mal, tal como fez a mim. Trair-me desta forma… - Sky, que estás aí a fazer? – pergunta incrédula Blue, ao ver o colega deitado em cima do assador da carne. - Sou uma brasa, não se nota? – responde convencido, fazendo todos rir com a sua estupidez natural. Não suporto mais olhar para o Alex e vê-lo sereno e a rir como se nada tivesse acontecido. Dirigi-me para a cozinha onde os Brancos tentavam tratar da ementa para a festa, muito entrosados uns com os outros. Talvez demasiado entrosados! Já há algum tempo que tenho reparado nos olhares e bocas trocados entre a Taylor e o Dilan. Desde esta proximidade que a rapariga tem estado mais calma e menos entusiasta e problemática e o Dilan tem-se mostrado bem mais sociável. - Charlie, vês assim tão mal? – questiona-a o Mason referindo-se às suas lentes fundo-garrafa. - Não, só uso óculos com graduação para evitar anormais como tu! – riposta sem levar tempo a pensar, deixando Mason atrapalhado com tal rispidez da colega de equipa. - Eu não sou anormal. Eu sou normal dentro da vossa anormalidade. Vocês na minha normalidade é que são anormais… - todos o fitavam confusos com
  • 5. WWW.UMABRISAPASSAGEIRA.BLOGSPOT.PT tamanha rapidez com que proferiu tal coisa. Desataram todos a rir menos Mason que não percebeu a graça. Ainda a tentar perceber o que ele tinha enunciado, procurei pela minha equipa. O que estariam eles a fazer? Qual seria a nossa… a função deles nesta festa? Previ que eles estivessem na sala de convívio, mas enganei-me. Concentrei-me na minha audição. Uma das vantagens de ser apenas uma alma viva, é ter a capacidade auditiva bastante apurada. Ouço móveis a arrastar e algumas vozes que não consigo distinguir. Algo pesado, diria algo de ferro caiu e aí percebi que eles estariam na cave. - Não percebo porque é que tivemos de ser nós a arrumar esta cave a cair de podre. – reclama Julie, sacudindo algumas teias de aranha do cabelo. - Porque se calhar estamos em desvantagem, otária! – responde triunfante e de certo modo revoltado, Frank. - Eu preciso de ir à casa de banho, já volto. – diz a minha irmã saindo cabisbaixa da cave. Partia-me o coração vê-la assim. - Lá pelo Adam ter saído daqui, não vou permitir que esta miúda se vá abaixo e nos prejudique enquanto equipa. – atira Julie sem dó. - Não percebo esta reação dela. – afirma Frank, enquanto arrasta uma cadeira velha para o canto – O irmão só está doente, não morreu. Pela reação dela até parece que morreu alguém. - Frank, eu não estou habituada a perder. Já que estou aqui obrigada e tenho de lidar com equipas, não vou admitir discriminação só porque só somos três. Para mim isto é uma competição e eu entro sempre para ganhar. Um Verde não fraqueja! – fico estupefacto com tamanha frieza desta rapariga. Tudo bem que ela não conhece a verdade, mas trata-se do sofrimento de alguém e ela só pensa em competir. - Estás demasiado nervosa e acho que não estás a perceber as coisas tal e qual como elas são… - senta-se o rapaz tranquilamente no sofá velho, que liberta algum pó assim que se senta.
  • 6. WWW.UMABRISAPASSAGEIRA.BLOGSPOT.PT - O que é que queres dizer com isso? – aproxima-se Julie, sentando-se no braço do mesmo sofá. - Julie, pensa. Vais-me dizer que não é estranho este acampamento? – ele olha-a e nota-a confusa – Há muita coisa aqui dentro que não encaixa e sinceramente não acredito na história que nos contaram sobre o Adam. - O que é que tem o Adam? – reconheço a voz. A Ashley tinha regressado – Porque é que se calaram? - Estávamos a dizer que estás a deixar-te ir muito abaixo por causa do Adam. – mente parcialmente Frank. - É e estávamos a tentar chegar a uma solução para te animar. – mente Julie regressando às caixas que estava a empacotar. Regressaram todos ao que estavam a fazer, deixando a minha irmã desconfiada. Deixava-me de certa forma animado saber que há alguém a questionar a gestão deste lugar. Se a minha irmã lhes contasse a verdade, talvez eles em conjunto chegassem ao Alex. *** - Boa noite a todos! Bem-vindos ao Dia da Fogueira aqui no acampamento. – saúda Caroline. – Espero que se encontrem todos bem e deixem-me dizer-vos que estão de parabéns. Conseguiram completar todas as tarefas que foram propostas de uma maneira bem eficaz. Obrigada a todos pelo empenho e, claro, brevemente terão a vossa recompensa! - Eu ouvi recompensa? Diga-me que são chocolates, por favor! – grita Sky, já com os olhos a brilhar. Realmente aquele rapaz era a alma do acampamento até agora. Consegue sempre deixar o resto dos jovens bem-dispostos e motivados. Sem ele, estes primeiros dias não teriam sido tão produtivos. - Cale-se! – interrompe Jeremy, o psicólogo. – Se volta a comentar qualquer assunto sem lhe darmos permissão para tal, será severamente punido.
  • 7. WWW.UMABRISAPASSAGEIRA.BLOGSPOT.PT - Bom, vamos continuar, – prossegue Mike, o outro monitor – porque é já hoje que vão voltar a ser postos à prova. Depois do jantar, eu e a restante equipa que vos acompanha, iremos abandonar o acampamento e ficarão completamente sozinhos. Desta vez não estaremos noutra divisão, mas sim fora do recinto do acampamento. É importante que se comportem e que sigam todas as regras que iremos definir nos próximos minutos. Não estaremos longe, mas iremos dar-vos um descanso sem nós e iremos também fazer uma pausa bem merecida. – concluí, soltando pequenos risinhos com a restante equipa. - Para começar, juntem-se com a vossa equipa. Depois de se juntarem, dirijam-se a um canto da sala. Nós ficaremos naquele ali e, daqui a dois minutos, cada equipa terá de estar num cantinho. – explica cuidadosamente Caroline. Todos obedeceram e rapidamente o centro daquela divisão ficou vazio. Todas as equipas encontravam-se num canto da sala, assim como a equipa de supervisores. Eu encontrava-me no fundo da sala, no canto direito quando a equipa de Lexy, Sky, Blue e Alex se dirigia a mim, como se soubessem exatamente que eu estava ali encostado à parede, imóvel. Mantive-me na mesma posição, desta vez por não saber exatamente o que fazer. Estar na mesma sala que Alex fazia-me querer esmagá-lo aos bocadinhos por tudo o que me fez e por enganar todo o acampamento, mas é quando ele se aproxima ainda mais de mim que fico sem reação. Se eu não fosse apenas uma alma, neste momento, estaríamos a tocar-nos com um dos braços. É como se sentisse aquela pele morena e macia dele bem junto da minha. Por instantes, esqueci-me que ele era o assassino e desejei que também ele tivesse a sentir tudo aquilo. Era como se o tempo tivesse parado, tal como da primeira vez. PRÓXIMO CAPÍTULO: 7 DE NOVEMBRO.