O documento discute a tuberculose em crianças e adolescentes, incluindo sua epidemiologia, diagnóstico e formas clínicas. Apresenta dados sobre incidência e distribuição demográfica da doença em diferentes faixas etárias, com maior risco entre crianças menores de 5 anos e aqueles infectados pelo HIV. Também descreve os principais sinais e sintomas da tuberculose pediátrica, bem como os desafios no diagnóstico dessa população.
2. Etiologia
Mycobacterium tuberculosisMycobacterium tuberculosis (bacilo de(bacilo de
Koch)Koch)
BAARBAAR
AeróbioAeróbio
Sensível ao calor, luz solar e UVSensível ao calor, luz solar e UV
Multiplicação lentaMultiplicação lenta
Reservatório natural: homem (doente ouReservatório natural: homem (doente ou
não)não)
3. Epidemiologia
Re-emergência na década de 80:
pandemia do HIV
Emergência global de saúde pública
pela OMS em 1993
8,8 mi de novos casos/ano
4. Infantil
Crianças e adolescentes até 15 anos
Dados escassos
Países em desenvolvimento: mais da metade
dos acometidos
Casos subestimados nessa faixa etária
(similaridade na apresentação clinica com
outras infecções oportunistas + maior
dificuldade em se confirmar o diagnóstico
através de culturas)
Crianças infectadas pelo HIV estão em risco
elevado de desenvolver a forma progressiva da
doença
5. Centers for Disease Control and
Prevention (CDC):
crianças acometidas com idade inferior a 5
anos:
○ 50% hispânicas
○ 27% afroamericanas
○ 11% asiáticas
○ 9% brancas
13. Diagnóstico
Bases epidemiológicas, clínicas e
radiológicas associadas a interpretação
do teste tuberculínico
Teste tuberculínico e radiografia de
tórax: indicados em toda suspeita
14. Bases epidemiológicas
Contato com portadores (multi ou
palcibacilíferos)
Crianças menores: maioria
intradomiciliares
Crianças maiores: extra-domiciliares
Paucibacilífero: transmissão em 30 -
40% dos casos
Probabilidade, duração e proximidade da
exposição
16. Bases clínicas
Mais de 50% não apresentam clínica
(mesmo com radiografia alterada)
Conjunto de sinais e sintomas:
Febre (moderada, persistente por 15 dias ou
mais, vespertina)
Irritabilidade
Tosse
Anorexia/hiporexia
Perda de peso
Sudorese noturna
17. Maior risco de progressão da doença
em relação aos adultos
43% dos lactentes
15 – 24% pop pediátrica
5 – 10% pop adulta
Fatores de progressão
Idade
Status nutricional, imune e vacinal
18. Imaturidade imunológica
Capacidade bactericida diminuída
Recrutamento monocitário diminuído
Atraso em iniciar uma resposta imunológica
(células dendríticas e células T naive menos
efetivas)
PPD negativo em até 40% de crianças com
Tb extra-pulmonar
21. SNC
3 – 6 meses após infecção primária
Mortalidade ou sequela neurológica em
quase 50% dos casos
Linfático
Complicações pelo aumento de linfonodos +
vias aéreas pequenas em menores de 5
anos
22. Bases Laboratoriais
Exame de escarro
Adolescentes
10 – 15% positivos
Lavado gástrico
Menores de 5 anos
Cultura
Negativa em até 70%
23. Bases Radiológicas
Opacidades parenquimatosas:
Unifocais e predominantemente no pulmão
direito, acometendo os lobos superiores na
infância e os lobos médio e inferior em adultos.
Podem estar associadas à calcificação de
linfonodos hilares.
Linfonodomegalia:
Maioria das crianças. Habitualmente é
unilateral, podendo ser bilateral em até 30% dos
casos. Regiões mais comprometidas são a
região hilar e a paratraqueal direita.
Frequentemente está associada com
opacidades parenquimatosas e atelectasia
segmentar ou lobar.
24. Atelectasia:
Decorre da compressão extrínseca das vias aéreas
por linfonodomegalias
Principal manifestação em crianças abaixo de 2
anos.
Segmentos mais comprometidos são o anterior dos
lobos superiores e o medial do lobo médio.
Padrão miliar:
Pequenas opacidades nodulares medindo 1-3 mm
de diâmetro e distribuídas de forma simétrica
Pode haver associação com opacidades
parenquimatosas em 40% dos casos em criança
29. Derrame pleural
Critério de Light:
○ Transudatos
Proteína pleural / Proteína sérica <0,5;
DHL pleural / DHL sérica <0,6;
Teor de DHL < que 2/3 do valor limite superior da
concentração sérica normal)
○ Exsudatos
Proteína pleural / Proteína sérica >0,5;
DHL pleural / DHL sérica >0,6;
Teor de DHL > que 2/3 do valor limite superior da
concentração sérica normal;
Gradiente de albumina sérica - albumina do derrame é <
que 1,2 g/dL).
30. Leucócitos:
Geralmente > 1000/ml nos exsudatos, e <
1000/ml nos transudatos.
O predomínio de neutrófilos ocorre nos
processos inflamatórios agudos das pleuras
(pneumonia, pancreatite, empiema,
abscesso sub-frênico, fase precoce da
tuberculose)
31. Linfocitose é comum na tuberculose
(geralmente acima de 90%), embora na
fase inicial (< que 2 semanas) possa
haver predominância de neutrófilos.
32. Mesoteliocitos são raros nos derrames
por tuberculose (< que 5%), e
frequentes nos derrames por
neoplasias, porém podem ser
frequentes nos transudatos.
33. Adenosinodesaminase (ADA)
enzima relacionada com o metabolismo e a
proliferação dos linfócitos
alta sensibilidade e especificidade
Aumentada em 95% dos derrames pleurais por
tuberculose
Aumentada também no empiema e muito
elevada nos linfomas
ADA > que 60U/l praticamente confirma o
diagnóstico de tuberculose e < 40U/l
praticamente exclui o diagnóstico
34. Tb Pleural
Cultura + exame histopatológico do
fragmento pleural (diagnóstico em até 90%
dos casos)
Parâmetros que autorizam o início do
tratamento:
○ exsudato com mais de 75% de linfócitos
○ ADA > 40 U/L
○ ausência de células neoplásicas
38. Programa Nacional de Controle da
Tuberculose. 2010.
Interpretação:
Maior ou igual a 40 pts - Diagnóstico muito
provável;
30 a 35 pts – Diagnóstico possível;
Igual ou inferior a 35 pts - Diagnóstico
pouco provável.
Esta interpretação não se aplica a
revacinados com BCG.
40. R = Rifampicina; H = Isoniazida; Z = Pirazinamida; E = Etambutol
41. Para crianças (< 10 anos):
Continua o tratamento atual com três
medicamentos: R (10 mg/kg), H (10 mg/kg)
e Z (35 mg/kg)
Uma das justificativas para a não utilização
do E em crianças é a dificuldade de
identificar precocemente a neurite ótica
(reação adversa) nessa faixa etária
Novas formulações em comprimidos
dispersíveis estão sendo elaboradas
42.
43. Forma meningoencefálica:
Recomendado o uso concomitante de
corticosteroide v.o. (prednisona na dose de
1-2 mg/kg/dia por 4 semanas) ou i.v. nos
casos graves (dexametasona na dose de
0,3-0,4 mg/kg/dia por 4-8 semanas) com
redução gradual da dosagem nas 4
semanas subsequentes