O documento descreve a queda da monarquia em Portugal em 1910 e a implantação da República. Detalha as razões para o descontentamento com a monarquia, incluindo dívidas, atraso econômico e o Ultimato Inglês de 1890 sobre territórios em África. Relata também o regicídio do rei D. Carlos I e seu filho em 1908, levando à proclamação da República em 5 de outubro de 1910 e mudanças como a bandeira e o hino nacional.
4. Atraso do desenvolvimento agrícola e industrial O País tinha grandes dívidas E se o Rei governasse mal? Possível guerra com os ingleses… A maior parte da população vivia mal Grande agitação e falta de liberdade Razões da Queda da Monarquia
5. O Mapa Cor-de-Rosa Portugal exigia o seu direito em ocupar os territórios compreendidos entre Angola e Moçambique – mapa cor-de-rosa O Ultimato Inglês A Conferência de Berlim decidiu que os territórios africanos pertenceriam aos países que os ocupassem efectivamente. Em 11 de Janeiro de 1890, a Inglaterra enviou ao rei D. Carlos um Ultimato: ou os Portugueses desocupavam os territórios situados entre Angola e Moçambique ou o governo inglês declarava guerra a Portugal.
6. O Governo viu-se obrigado a aceitar o Ultimato, o que provocou manifestações de descontentamento. Em 14 de Janeiro de 1890, o Partido Republicano Português organizou uma grande manifestação em Lisboa, acusando o rei D. Carlos e o Governo de terem traído os interesses dos Portugueses em África .
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8. Antecedentes O atentado foi uma consequência do clima de crescente tensão que perturbava o aspecto político português. O progressivo desgaste do sistema político português, vigente desde a Regeneração , em parte devido à erosão política originada pela alternância de dois partidos no Poder: o Progressista e o Regenerador , agravou-se.
9. Nos primeiros anos do Século XX com o surgimento de novos partidos. Era esta a conjuntura quando D. Carlos se decidiu, finalmente, a ter uma intervenção activa no jogo político, escolhendo a personalidade de João Franco para a concretização do sempre falhado programa de vida nova .
10. Este, dissidente do Partido Regenerador, solicitou ao Rei o encerramento do Parlamento. Tal pedido já havia sido antes feito ao monarca pelos líderes dos dois partidos tradicionais, mas este sempre recusara, atendendo ao princípio que o rei reina, mas não governa. No entanto, D. Carlos achou chegado o momento de intervir, depositando a sua confiança no homem que julgava à altura e encerrou o parlamento – assinou a sua sentença de morte .
11. O Atentado O Rei, a Rainha e o Príncipe Real encontravam-se então em Vila Viçosa , no Alentejo , onde costumavam passar uma temporada de caça no Inverno. O infante D. Manuel havia regressado dias antes, por causa dos seus estudos como aspirante na marinha.
12. A instabilidade política e o descontentamento geral levaram D. Carlos a antecipar o regresso a Lisboa, tomando o comboio, na estação de Vila Viçosa, na manhã do dia 1 de Fevereiro. Durante o caminho o comboio sofre um ligeiro descarrilamento junto ao nó ferroviário de Casa Branca. Isto provocou um atraso de quase uma hora.
13. A comitiva régia chegou ao Barreiro ao final da tarde, onde tomou o vapor "D. Luís", com destino ao Terreiro do Paço , em Lisboa, onde desembarcaram, na Estação Fluvial Sul e Sueste, por volta das 5 horas da tarde, onde eram esperados por vários membros do governo e da família real. Apesar do clima de grande tensão, o monarca optou por seguir em carruagem aberta, envergando o uniforme de Generalíssimo, para demonstrar normalidade.
14. A escolta resumia-se aos batedores protocolares e a um oficial a cavalo, Francisco Figueira Freire, ao lado da carruagem do rei. Há pouca gente no Terreiro do Paço. Quando a carruagem circula junto ao lado ocidental da praça ouve-se um tiro e desencadeia-se o tiroteio.
15. Um homem de barbas, passada a carruagem, dirige-se para o meio da rua, leva à cara a carabina que tinha escondido sob a sua capa, põe o joelho no chão e faz pontaria. O tiro atravessou o pescoço do Rei, matando-o imediatamente. Começa a fuzilaria: outros atiradores, em diversos pontos da praça, atiram sobre a carruagem, que fica crivada de balas.
16. A rainha , já de pé, fustiga-o com a única arma de que dispunha: um ramo de flores, gritando “Infames! Infames!” O criminoso volta-se para o príncipe D. Luís Filipe, que se levanta e saca do revólver do bolso do sobretudo, mas é atingido no peito.
17. A bala, de pequeno calibre, não penetra o esterno (segundo outros relatos, atravessa-lhe um pulmão, mas não era uma ferida mortal) e o Príncipe, sem hesitar, aproveitando porventura a distracção fornecida pela actuação inesperada da rainha sua mãe, desfecha quatro tiros rápidos sobre o atacante, que tomba da carruagem.
18. Mas ao levantar-se D. Luís Filipe fica na linha de tiro e o assassino da carabina atira a matar: uma bala de grosso calibre atinge-o na face esquerda, saindo pela nuca. D. Manuel vê o seu irmão já tombado e tenta estancar-lhe o sangue com um lenço, que logo fica ensopado, era tarde demais.
19. Curiosidades: A mãe de D. Carlos, a rainha Dª Maria Pia foi chamada ao Arsenal, onde encontrando-se com Dª Amélia lhe diz desolada: “Mataram-me o meu filho.”, Ao que esta respondeu: “E o meu também.”