1. UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E EXATAS
CAMPUS VI – PINTO DE MONTEIRO
CURSO DE LICENCIATURA EM LETRAS
• DISCIPLINA: TEORIA E CRITICA LITERARIAS I
• PROFESSORA: MARCELLE VENTURA CARVALHO
• COMPONENTES: Andrêssa Maiara Torres Targino
Iques Rogelles
Maria Conceição Ferreira Torres
Maria José
Monteiro,12 de junho de 2012.
2. Roteiro
• A palavra “novela”
• Histórico da novela
• Conceito e Estrutura
• Ação
• Tempo
• Espaço
• Estrutura
• Linguagem
• Personagens
• Trama
• Começo e Epílogo na novela
• Ponto de Vista
• Tipos de Novela
• Gráfico da Novela
3.
4. A PALAVRA “ NOVELA”
A palavra “novela” remonta ao italiano “novella”, por sua vez
originário da Provença (“novas”, “novelas”), onde significava “relato,
comunicação, notícia, novidade”. A raiz etimológica estaria no latim
“novella”, de “novellus, a, um”, adjetivo diminutivo derivado de
“novus, a, um”. Do sentido primordial de “jovem”, “novo”, “recente”,
o vocábulo substantivou-se, adquirindo vária significação, desde
“chiste”, “gracejo” até “enredo”, “narrativa enovelada”.
Em vernáculo, o termo circula
na acepção de “engano”,
“embuste”, “mentira”, mas
designa de modo geral uma
história fictícia, longa, jorrando
emoções fáceis, transmitida
pela rádio e pela televisão.
5. HISTÓRICO DA NOVELA
. A novela já era cultivada, de forma embrionária,
na Antiguidade greco-latina. Desenvolveu-se ao
longo de cinco séculos, do século II a.C. ao III
d.C., tendo como fase áurea o séc. II da era
cristã. Todavia, perece pouco provável que os
textos greco-latinos e suas extensões bizantinas
tivessem originado a novela propriamente dita,
cuja paternidade cabe às canções de gesta. As
canções de gesta giravam em torno de feitos de
guerra, cantadas por trovadores confundiam o
fantástico com o verídico, centrados nos episódios
bélicos, assim conjugando espírito cívico e
atividade estética.
6. A narrativa crescia toda vez que o trovador a repetia.
E como a memória individual fosse incapaz de retê-lo
na íntegra, era preciso transcrevê-lo no pergaminho
a fim de conservá-lo. Após a transliteração as
canções passaram a ser lidas com acompanhamento
musical. E o alargamento desmesurado do texto
levou a pôr em prosa o conteúdo já de si narrativo
dos versos. Daí para a prosificação foi um passo.
Com isso, a novela despontava como fôrma autônoma
e caracterizada.
7. CONCEITO E ESTRUTURA
• Identificada com as manifestações populares de arte, atende ao
desejo de aventura e fuga realizado com o mínimo de
profundidade e o máximo de anestésico. Prato variado mas
ligeiro, não se detém no exame do dia-a-dia real, preocupa-se
acima de tudo com o pitoresco, que é tão cedo esquecido
quanto mais facilmente seduz. Encarada como modo de
conhecimento, a novela ilude e mistifica, por imprimir aos
episódios um movimento acelerado e cheio de novidades, que
não pode ser o do cotidiano. Pressupondo que tudo se conheça,
ou que se converta em atos e acontecimentos visíveis, a novela
contempla, não indaga, finge, não questiona, fantasia, não
interroga.
8. ELEMENTOS DA NOVELA
Ação significa a série de eventos que se
1. Ação desenvolvem durante a história.
Essencialmente multívoca, polivalente, isto é, ostenta pluralidade dramática. Constitui-
se de uma série de unidades ou células dramáticas encadeadas e portadoras de começo,
meio e fim. De onde semelha a uma fileira de contos enlaçados. Todavia, cada unidade
não é autônoma: a sua fisionomia própria resulta de participar de um conjunto , detal
forma que separada dela, não tem razão de ser. Por outro lado, a retirada de uma das
parcelas acabaria comprometendo a progressão em que se inscreve.
2. Tempo O tempo da narrativa acompanha uma estrutura linear, não havendo
restrição cronológica, o novelista pode fazer o uso arbitrário do tempo da ação. Mas,
embora possa observar o transcurso vital das personagens desde o seu nascimento,
concentra-se nos momentos em que se processa cada “aventura” e reduz o passado a
umas breves notações.
3. Espaço O espaço vincula-se estreitamente ao tempo. A sucessão ininterrupta
de peripécias confere à narrativa um dinamismo semelhante à câmara rápida do cinema
mudo. Por outro lado, a pluralidade dramática pressupõe a pluralidade espacial; é da
novela a tendência ao deslocamento contínuo das personagens. E o narrador se sente
livre para o fazer, sem qualquer respeito às leis da verossimilhança: num breve lapso de
tempo, faz que a personagem se transfira para lugares remotos e por vezes inacessíveis.
9. 4. Estrutura À semelhança do conto, a estrutura da novela caracteriza-se por
ser plástica, concreta, horizontal. Por certo, os dados da observação formam o
substrato, mas sofrem o caldeamento da fantasia mais liberta: a verdade
imaginativa sobrepõe-se à observada, de modo que o esforço criador do novelista
se concentra na multiplicação de episódios, sem preocupar-se com a sua
plausibilidade. A imaginação tudo justifica, porque inventa as próprias leis por que
se auto-rege.
5. Linguagem No tocante à linguagem, a novela caracteriza-se pelo emprego
de metáforas diretas, despojadas, que levam imediatamente ao ponto colimado pelo
narrador. Desprezados os subentendidos, as segundas intenções, o mistério, quando
se ergue, patenteia-se claramente ao leitor. O diálogo, malgrado o alargamento da
perspectiva horizontal, prevalece entre os recursos expressivos.
6. Personagens No tocante às personagens, a novela exibe o seguinte quadro:
em razão do número de células encadeadas , as personagens centrais tornam-se
numerosa. Aumenta, ainda, o índice de personagens coadjuvantes, pelas mesmas
razões. De onde algumas delas funcionam apenas como espaço humano ou social:
aparecem, atuam um breve momento e desaparecem para nunca mais. Gera-se,
assim, um círculo vicioso, na medida em que o recrudescimento da população no
interior da novela decorre da multiplicação de células dramáticas, e por sua vez
estas se desenvolvem a partir de personagens que aguardam a sua hora de entrar
em cena. No geral, trata-se de personagens estereotipadas, seja qual for a função
desempenhada.
10. 7. Trama O ritmo acelerado da novela obriga o prosador a concentrar-se de
modo particular nos processos de aglutinação das células dramáticas. E que podem
ser de dois tipos: 1)ou as personagens mantém-se ao longo da novela, servindo de
elo de ligação entre as suas várias unidades e de elemento catalisador para as
peripécias que se sucedem; 2) ou vão sendo substituídas a cada episódio: a
passagem de uma célula a outra dá-se pelo acaso ou pela morte do protagonista da
fração dramática, e pela consequente substituição por uma personagem
anteriormente colocada em segundo plano.
8. Começo e Epílogo na novela Quanto ao começo da novela há
de atrair imediatamente o leitor para o cenário do primeiro episódio: nota-se que as
novelas recusam preparações, por certo para atender ao leitor, ávido por ingressar
na correnteza da narrativa. Alcançado o seu objetivo, o novelista concentra-se na
armação dos episódios, que se vão enlaçando num crescendo que culmina na
derradeira célula. O epílogo da novela articula-se estreitamente à sua
macroestrutura: evoluindo numa linha horizontal, a novela exemplifica à perfeição
o que se poderia chamar de obra “fechada”, na medida em que as células
dramáticas parece, bastar-se a si próprias, não estabelecem com a vida senão
vínculos indiretos.
9. Ponto de Vista Quando ao ponto de vista ou foco narrativo, a
linearidade da novela impõe-no: escritor onisciente. Por vezes, entrelaça-se com
outro, em que a personagem é o narrador. Em qualquer dos casos, o novelista
funciona como um demiurgo, que tudo enxerga e tudo conhece.
12. Novela de cavalaria
Quanto às novelas de cavalaria, nasceram na Idade Média, em consequência da prosificação
das canções de gesta.
13. Caracteriza-se por expressar
diretamente os sentimentos dos
protagonistas (amor, ciúme, má
goa, frustração, tristeza,
alegria,paixão), o que
importa não é a
ação, mas como os
personagens internalizar o que
acontece.Normalmente, depois
de muitos eventos aparece um
final feliz com a resolução do
conflito que surge na novela.
14. Novelas Picarescas
A novela picaresca iniciou-se
pela Vida de Lazarillo de
Tormes y de sus fortunas y
adversidades, de autor anônimo,
e atingiu o ápice no séc.XVII,
com Guzmán de
Alfarache(1599), de Mateo
Aleman, Rinconete y Cartadillo
(1613), de Cervantes, La Vida
del Buscón(1628), de Quevedo.
15. Novela Histórica
A novela histórica caracteriza-se pela recriação do passado remoto
ou recente por meio de documentos verídicos, principiou com
Waverley(1814), de Walter Scott, e atravessou o séc. XIX, com O
Último dos Moicanos(1826), de James Fenimore Cooper.
16. Novelas policiais
e/ou de mistério
A mais recente caracterização da
novela é a policial ou de mistério,
iniciada por The Murders in the
Rue Morgue(1841), de Edgar
Allan Poe, e da qual nasceu a
ficção policial propriamente dita,
elaborada por Ellery Queen,
Agatha Christie, e outros, e a
novela de terror ou novela gótica,
principalmente pelo Castelo de
Otranto(1764), de Horace
Walpole.
Os assassinatos da Rua Morgue
17. Gráfico da novela
O esquema procura significar, por conseguinte, que todas as novelas se organizam
como uma sequência de episódios na ordem linear do tempo, compondo uma série
contínua A, B, C, D, etc.
18. Referências
• MOISÉS, Massaud. A criação literária :prosa 1. 20° ed. São Paulo:
Cultrix, 2006.