1. Governo do Estado do Pará
Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Pará
Diretoria de Estudos e Pesquisas Socioeconômicos e Análises Conjuntural
Coordenadoria do Núcleo de Indicadores Socioeconômicos
Fevereiro/2011
IPC / RMB
ÍNDICE DE PREÇOS AO CONSUMIDOR
DA REGIÃO METROPOLITANA DE BELÉM
2. GOVERNO DO ESTADO DO PARÁ
Simão Robison Oliveira Jatene
VICE-GOVERNADOR
Helenilson Pontes
PRESIDENTE
Maria Adelina Guglioti Braglia
DIRETOR DE ESTUDOS E PESQUISAS
Cassiano Figueiredo Ribeiro
GERÊNCIA DE INDICADORES SOCIOECONÔMICOS
Maria Augusta Esteves Pereira
EQUIPE EXECUTORA
Daniel Carlos Nascimento Serpa
José Luiz dos Santos Lobato
Nilceli Figueiredo Montalvão
ESTAGIÁRIO
Emmanuel Oliveira da Silva
COLETADORES DE CAMPO
Ana Carla Moreira do Vale, André Anderson Marcias Vale, Elizabeth Valadares da
Silva, Flávio Ruanito Rodrigues Coelho, Helaine Thaís Pimentel Cardoso, Iraelson
Monteiro Pereira, Jeferson Pinho Barbosa, Karla Karoline Botelho Gomes, Kelly
Pereira Quaresma, Willani Henrique Freitas Lima.
Objetivo principal mensurar através da média aritmética, pelo método de Laspeyres com base
modificada, as variações de preços médios que compõem a cesta básica de consumo dos bens e
serviços dos belenenses, considerando os intervalos de rendimentos entre 1 e 8 e 1 e 40 salários
mínimos.
3. INFLAÇÃO DA RMB RECUA PARA 0,12% EM FEVFEREIRO/2011
O Índice de Preço ao Consumidor – IPC da Região Metropolitana de Belém – RMB, calculado
pelo IDESP, Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Pará, em convênio
com a Secretaria de Planejamento, Orçamento e Finanças – SEPOF, registrou no mês de
fevereiro de 2011 a taxa de 0,12%. Este recuo foi pressionado pela queda nos preços médios do
maior grupo dentro da estrutura do IPC – Alimentação e Bebidas, que registrou no mês em
análise a taxa negativa de 1,42%. Tal fato é explicado pela queda no preço da carne bovina e
também pelo retorno de sua trajetória da curva de preços para a normalidade. Vale ressaltar que
o período carnavalesco, onde a maioria da população retira-se da cidade, contribuiu também para
que a oferta dos produtos básicos de alimentação tornasse mais atrativo para o consumidor.
Os nove grupos de despesas dentro da estrutura de consumo do IPC apresentaram em fevereiro de
2011 os seguintes comportamentos:
Comunicação
Habitação
2,72%
3,00% Vestuário
1,96%
1,66% Transportes
2,00% 1,30% Móveis e Equipamentos Domésticos
0,82%
0,60% Saúde e Cuidados Pessoais
1,00%
Despesas e Serviçoes Pessoais
0,00% Alimentaç ão e Bebidas
Educ ação, Leitura e Papelaria
-1,00% -0,67%
-1,42%
-2,00%
-3,00% -2,98%
Fonte: IDESP
O recuo na taxa de inflação de 1,69 pontos percentuais demonstra que a inflação está cada vez
mais perdendo a velocidade, principalmente com o grupo ALIMENTAÇÃO E BEBIDAS, que
apesar de ser o grupo bastante vulnerável à sazonalidade e às intempéries climáticas, registrou
taxa negativa de 1,42%. Os preços altos dos alimentos e a sua volatilidade são as maiores
ameaças para a recuperação da estabilidade econômica e social. Vale ressaltar que toda a pressão
provocada pelas altas da commodities agrícola, no mês em análise, não afetou diretamente o
grupo, visto que os itens de maiores ponderações que exercem influência significativas no IPC
registraram taxas negativas, tais como: Cereais, Leguminosas e Oleaginosas (8,17%), Farinha,
Féculas e Massas (2,98%), Carnes frescas e Vísceras (2,93%), Peixes e Crustáceos (14,22%) e
Aves e Ovos (4,68%). Mas houve produtos alimentícios que apresentaram majoração em seus
4. preços médios, como: Tubérculos e Raízes (1,37%), com destaque: Batata Inglesa (2,11%) e
Cenoura (9,18%); Hortaliças, Legumes e Verduras (35,45%) - Couve (2,68%), Tomate (29,15%);
as Frutas (2,37%) - Banana prata (1,60%), Maçã (3,03%), Mamão (66,13%), Açaí (5,45%); e
Açúcar e Derivados (2,23%) - Açúcar refinado (3,24%) e Açúcar cristal (2,42%).
A Taxa de 2,72% registrada no grupo COMUNICAÇÃO foi resultado dos aumentos nos
parelhos de telefone fixo e celulares, enquanto que as tarifas de telefone fixo e de celular
permaneceram com preços inalterados.
No grupo HABITAÇÃO a taxa de 1,96% foi reflexo do Subgrupo Reparos, que registou a taxa
de 6,14%. A razão dessa aceleração se deve ao longo período de chuvas ocorridas em nossa
capital, que resultaram na majoração de seus preços médios acima do mercado. Outro subgrupo
que também teve forte influência foi Artigos de Limpeza e Descartáveis (2,14%).
Em TRANSPORTE a taxa de 1,30% recaiu sobre os preços das passagens intermunicipais e
interestaduais, que foram majoradas em média de 4,62%; já o ítem combustível para veículo em
0,34%. Ainda no grupo houve itens que tiveram também seus preços médios majorados
significativamente como: Barco (1,15%), Câmaras e Pneu (35,06%), Conserto de Auto (3,01%),
Auto usado (4,68%) e Motocicleta (0,74%).
No grupo VESTUÁRIO a taxa de 1,66% foi pressionada pelo item Tecidos (45,96%), resultado
das crises ocorridas no mercado externo e interno. O algodão, a matéria-prima utilizada na
fabricação de tecidos, vem pressionando a industria têxtil neste grande desafio que se apresenta: a
concorrência de importados, a valorização do real e a perda de participação no mercado externo.
Outros itens que tiveram participação importante na taxa do índice médio foram: Roupa de
homens (2,34%), Calçados (1,76%) e Jóias e Bijouterias (4,84%).
No grupo MÓVEIS E EQUIPAMENTOS DOMÉSTICOS a taxa de 0,82% é justificada pela
reposição no estoque, prática essa que se repete pelo segundo mês seguido. Esse fato geralmente
traz influência positiva no preço dos novos produtos. Destaque para: Cama (6,87%), Estante
(2,18%), Geladeira (1,58%), Máquina de Lavar Roupas (1,24%), Máquina de Costura (1,09%),
Televisão (1,84%), DVD (0,97%), Conjunto de Son (6,30%) e Micro-computador (2,62%).
Ainda neste grupo, observou-se que os itens que estão atrelados ao aumento do salário mínimo
tiveram majoração acima do indice médio como: Manutenção de aparelhos domésticos (11,85%),
Conserto de televisão (7,69%) e Manutenção de Móveis (6,05%).
No grupo SAÚDE E CUIDADOS PESSOAIS a taxa de 0,60% foi amenizada pelos preços
constantes nos itens Medicamentos, Óculos e Lentes, Consultas Médicas, Eletrodiagnósticos e
Plano de Saúde, que têm grande contribuição nesta cesta de consumo do IPC. Mas vale ressaltar
que outros itens de grande importância no grupo tiveram seus preços médios corrigidos acima de
mercado, como: Tratamento Dentário (1,04%), Exame de Laboratório (1,62%) e o Subgrupo
Cuidados Pessoais (0,95%).
Os dois grupos que registraram taxas negativas no mês foram DESPESAS E SERVIÇOS
PESSOAIS (0,67%) e EDUCAÇÃO, LEITURA E PAPELARIA (2,98%). No grupo
Despesas e serviços pessoais alguns itens tiveram comportamento inverso, registrando taxas
positivas em seus preços médios, mas nao foram suficientes para influenciar na taxa mensal do
grupo, como: Ingresso de Futebol (10,22%), Locação de DVD (16,00%), Ingresso de Boate
5. (3,08%), Bicicleta (2,73%), Acessórios e Instrumentos musicais (5,43%) e Lotomania (25,00%).
Já no grupo Educação Leitura e Papelaria os itens que tiveram comportamento ascendente foram:
Assinatura de Periódicos (0,84%) e Outras Revistas (6,03%). Ressalta-se que há uma tendência
natural de declínio neste grupo após o periodo de matrículas escolares.
IPC – ÍNDICE DE PREÇO AO CONSUMIDOR E
IPCA – ÍNDICE DE PREÇO AO CONSUMIDOR AMPLO
(%) (%)
1. IPC/IDESP/PA
Fevereiro/11 Janeiro/11 Fevereiro/10 Janeiro/10
Mensal 0,12 1,81 1,68 1,39
Acumulado no ano 1,93 1,81 3,09 1,39
Acumulado em seis meses 5,68 5,70 4,27 3,54
Acumulado em doze meses 9,42 11,12 7,72 6,49
2. IPCA/IDESP/PA
Mensal 0,23 1,66 1,28 1,71
Acumulado no ano 1,89 1,66 3,01 1,71
Acumulado em seis meses 5,36 5,07 4,35 4,03
Acumulado em doze meses 8,82 9,96 7,79 7,28
FONTE: IDESP
6.
7. CESTA BÁSICA DA RMB
REGISTRA A TAXA DE 1,99% EM FEVEREIRO/2011
A Cesta Básica do mês de fevereiro/11 foi de R$ 207,39 (Duzentos e sete reais e
trinta e trinta e nove centavos), correspondendo a 38,41% do salário mínimo vigente, de
R$ 540,00 (Quinhentos e quarenta reais), apresentando variação de 1,99% em relação
ao mês de janeiro/11, quando a Cesta Básica registrou o valor de R$ 203,35 (Duzentos
e três reais e trinta e cinco centavos).
Dos produtos que compõem a Cesta Básica, no mês em análise, cinco produtos
apresentaram taxa positiva: tomate (29,15%), açúcar (3,24%), óleo de soja (4,07%),
banana (1,60%), manteiga (0,54%) e café moído (0,33%). Os que apresentaram taxas
negativas foram: feijão rajado (12,01%), carne de segunda (6,09%), arroz (6,00%),
farinha de mandioca (4,42%) e leite in-natura (2,43%). O único produto que apresentou
preço inalterado foi o pão comum.
Para adquirir os produtos da Cesta Básica em Fevereiro/11, o trabalhador
precisou cumprir uma jornada de trabalho de 92 horas e 10 minutos.
Gasto do Salário Mínimo com Cesta Básica em Belém
Janeiro/11
Cesta Básica
Outras Despesas
38,41% 61,59%
Fonte: IDESP
8. CESTA BÁSICA* – JANEIRO/2011
Tabela 1: Gastos Mensais e Variação.
Gastos em Gastos em
Produtos Quantidade variação
Fevereiro/11 Janeiro/11
Mensal
(R$) (R$)
Carne de 2ª 4,5 Kg 38,25 40,73 -6,09
Leite in natura 6,0 Lt 14,46 14,82 -2,43
Arroz polido 3,6 Kg 6,77 7,20 -6,00
Feijão rajado 4,5 Kg 12,20 13,86 -12,01
Farinha de mandioca 3,0 Kg 8,43 8,82 -4,42
Tomate 12,0 Kg 38,28 29,64 29,15
Pão comum 6,0 Kg 45,90 45,90 0,00
Café moído 300 G 3,06 3,05 0,33
Banana prata 7,5 Dz. 19,05 18,75 1,60
Açúcar refinado 3,0 Kg 7,65 7,41 3,24
Manteiga 750 g 10,28 10,22 0,54
Óleo de Soja 900 Ml 3,07 2,95 4,07
Gasto total mensal/R$ 207,39 203,35 1,99%
Gasto salarial (%) 38,41% 37,66%
Salário mínimo/R$ 540,00 540,00
Horas trabalhadas 92h e 10 min 90h e 23 min
Fonte: IDESP
(*) A Cesta Básica representa os gastos com alimentação de um trabalhador adulto, (Decreto Lei nº399/38 de 30.04.1938).
Tabela 2: Gastos Mensais, Taxas mensais, Taxas acumuladas no ano. (Cesta Básica*)
2011 2010
Taxa Taxa
Mês Gasto Taxa Gasto Taxa
Acumulada no Acumulada no
Mensal (R$) Mensal (%) Mensal (R$) Mensal (%)
Ano (%) Ano (%)
Janeiro 203,35 1,1 3 1,13 201,08 -0,40 4,14
Fevereiro 207,39 1,99 3,14 197,96 -0,76 -0,22
Fonte: IDESP
(*) A Cesta Básica representa os gastos com alimentação de um trabalhador adulto, (Decreto Lei nº399/38 de 30.04.1938).
9. PARTICIPAÇÃO NO ORÇAMENTO FAMILIAR – JANEIRO/2010
Participação relativa no orçamento familiar, variação no mês, do Índice de Preços ao
Consumidor da Região Metropolitana de Belém, segundo grupos de consumo, na faixa de
rendimento familiar entre:
Tabela 1: 1 e 8 Salários Mínimos
Contribuição
Participação no Variação no
Grupos em pontos
Orçamento mês (%)
percentuais
GERAL 100,0000 0,12
Alimentação e Bebidas 34,1035 -1,42 -0,48
Vestuário 9,7721 1,66 0,16
Habitação 12,0788 1,96 0,24
Móveis e Equipamentos Domésticos 7,8599
0,82 0,06
Saúde e Cuidados Pessoais 10,5623
0,60 0,06
Transporte 11,1953
1,30 0,15
Despesas e Serviços Pessoais 8,3406 -0,67 -0,06
Educação, Leitura e Papelaria 2,9512 -2,98 -0,09
Comunicação 3,1363 2,72 0,09
Fonte: IDESP
Tabela 2: 1 e 40 Salários Mínimos
Contribuição
Participação no Variação no
Grupos em pontos
Orçamento mês (%)
percentuais
GERAL 100,0000 0,23
Alimentação e Bebidas 30,8024 -1,12 -0,34
Vestuário 9,2880 1,70 0,16
Habitação 11,5427
1,96 0,23
Móveis e Equipamentos Domésticos 6,9599 0,53 0,04
Saúde e Cuidados Pessoais 11,1358
0,46 0,05
Transporte 13,8161
0,49 0,07
Despesas e Serviços Pessoais 9,1831 -0,13 -0,01
Educação, Leitura e Papelaria. 3,4621
-0,97 -0,03
Comunicação 3,8099 1,96 0,07
10. Fonte: IDESP
ÍNDICE DE PREÇOS AO CONSUMIDOR DA REGIÃO METROPOLITANA DE
BELÉM, SEGUNDO FAIXAS DE RENDIMENTOS FAMILIARES, CONSIDERANDO O
ÍNDICE GERAL E ALIMENTAÇÃO E BEBIDAS.
JANEIRO/2010
ÍNDICES MENSAIS Base: Ago/94 =
100
1 a 8 salários Mínimos 1 a 40 Salários Mínimos
Período
Geral Alimentação Geral Alimentação
e Bebidas e Bebidas
2009
Jan 486,94 420,97 553,82 410,01
Fev 489,47 425,90 558,25 414,77
Mar 492,60 425,72 561,15 415,17
Abr 493,68 422,83 562,72 413,18
Mai 495,01 425,96 563,85 416,77
Jun 498,43 428,52 466,82 418,60
Jul 500,97 422,65 469,85 412,61
Ago 505,83 421,30 474,41 411,70
Set 506,13 414,43 475,45 405,15
Out 507,34 418,57 476,30 408,92
Nov 509,01 421,50 479,30 411,74
Dez 511,61 429,13 480,79 419,52
2010
Jan 518,72 438,79 489,01 430,55
Fev 527,43 452,92 495,27 443,64
Mar 532,02 456,90 500,42 447,37
Abr 534,36 463,71 500,62 452,33
Mai 540,14 471,83 506,23 460,16
Jun 541,92 467,35 507,29 454,50
Jul 545,33 471,13 511,75 458,86
Ago 546,10 462,13 511,55 450,19
Set 547,08 464,72 512,73 451,93
Out 551,89 582,76 516,62 463,86
Nov 560,39 606,07 524,73 482,79
Dez 566,16 617,22 528,93 491,58
2011
Jan 576,41 632,77 537,71 499,74
Fev 577,10 623,78 538,95 494,14
Fonte: IDESP