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     Veículos Aéreos
     Não Tripulados

                              Antonio M. O. Castro
           Coordenador do Comitê de Veículos Não
                            Tripulados da ABIMDE
                                                                         Os veículos aéreos não tripulados de uso militar são
                                                                             chamados de drones no linguajar internacional


                                            o que já é capaz de ser atendido

    N
            o plano mundial, adota-se a                                         O que fazer agora?
            nomenclatura da International   pela nossa indústria. Apesar de        As estatísticas publicadas sobre
            Civil Aviation Organization,    os Drones estarem definidos         Drones em outros países apon-
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        A indústria brasileira de UAS foi   experimentais desses produtos       nossa realidade?
     formada a partir de 2006 por meio      de duas de nossas empresas. Já a       Com os R$ 100 milhões já inves-
     de subsídios da FINEP/MCT a diver-     FAB importou dois Drones que        tidos conseguimos criar uma base
     sos projetos. Hoje temos 15            estão em operação em base no        industrial apta para suprir as nos-
     empresas no setor, a grande maio-      RS, tendo participado com suces-    sas Forças Armadas em seus requi-
     ria pequenas, todas nacionais.         so na operação Ágata em 2011.       sitos técnicos iniciais, tendo desen-
     Nesse período foram concedidos                                             volvido produtos capazes de pres-
     cerca de R$ 100 milhões para essas     Mercado Civil                       tar serviços para o mercado civil.
     indústrias, inclusive em projetos        A principal questão desse         Continuar esse processo de desen-
     colaborativos com o CTA, IME,          mercado é a regulamentação          volvimento dual da nossa indús-
     USP e outras entidades de ciência      dos voos que explorem o             tria de defesa pode ser a estraté-
     e tecnologia.                          potencial de uso comercial. No      gia mais inteligente a prosseguir.
        A maioria das empresas está         Brasil, temos regulamentação           Nossa indústria pode não ter
     com produtos prontos e testados,       para voos experimentais para        um mercado militar nacional que
     equipes capacitadas, mas não há        P&D e treinamento de pilotos.       a torne autossuficiente, mas
     mercado significativo para a venda     Mantemos      na    ABIMDE    -     pode continuar a ser apoiada em
     de Drones ou regulamentado para        Associação     Brasileira   das     seus projetos de desenvolvimen-
     operação comercial de RPAS.            Indústrias de Materiais de          to para a área de defesa e segu-
                                            Defesa e Segurança um grupo         rança através dos mecanismos de
     Mercado militar                        de trabalho com a ANAC e o          incentivos a pesquisa e desenvo-
        Em setembro foram definidos         DECEA voltado para o avanço         vimento já empregados com
     os   Requisitos   Operacionais         dessa regulamentação, o que         sucesso, de forma a cada vez
     Conjuntos para Drones. Aponta-         está ocorrendo, mas ainda toma-     mais ter os equipamentos capa-
     se para um veículo de médio            rá tempo para podermos trans-       zes de competir com produtos
     porte e médio alcance (160 km),        formar em caixa nas empresas o      importados no mercado dual.



     8 l Novembro l 2012 l ADESG

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  • 1. Pag8.qxd 10/19/2012 1:45 AM Page 1 Veículos Aéreos Não Tripulados Antonio M. O. Castro Coordenador do Comitê de Veículos Não Tripulados da ABIMDE Os veículos aéreos não tripulados de uso militar são chamados de drones no linguajar internacional o que já é capaz de ser atendido N o plano mundial, adota-se a O que fazer agora? nomenclatura da International pela nossa indústria. Apesar de As estatísticas publicadas sobre Civil Aviation Organization, os Drones estarem definidos Drones em outros países apon- que definiu recentemente a denomi- como produtos prioritários na tam para um mercado de vários nação de UAS - Unmanned Aircraft Estratégia Nacional de Defesa, bilhões de dólares nos últimos Systems, que englobam os RPAS- não temos ainda uma definição anos e nos próximos. Qual a polí- Remotely Piloted Air Systems, do mercado total. O que há de tica adequada ao Brasil nessa quando de uso civil, e Drones, concreto são pequenas compras, área, considerando que esses quando militar. pela Marinha e CTEx,de lotes números estão muito longe de A indústria brasileira de UAS foi experimentais desses produtos nossa realidade? formada a partir de 2006 por meio de duas de nossas empresas. Já a Com os R$ 100 milhões já inves- de subsídios da FINEP/MCT a diver- FAB importou dois Drones que tidos conseguimos criar uma base sos projetos. Hoje temos 15 estão em operação em base no industrial apta para suprir as nos- empresas no setor, a grande maio- RS, tendo participado com suces- sas Forças Armadas em seus requi- ria pequenas, todas nacionais. so na operação Ágata em 2011. sitos técnicos iniciais, tendo desen- Nesse período foram concedidos volvido produtos capazes de pres- cerca de R$ 100 milhões para essas Mercado Civil tar serviços para o mercado civil. indústrias, inclusive em projetos A principal questão desse Continuar esse processo de desen- colaborativos com o CTA, IME, mercado é a regulamentação volvimento dual da nossa indús- USP e outras entidades de ciência dos voos que explorem o tria de defesa pode ser a estraté- e tecnologia. potencial de uso comercial. No gia mais inteligente a prosseguir. A maioria das empresas está Brasil, temos regulamentação Nossa indústria pode não ter com produtos prontos e testados, para voos experimentais para um mercado militar nacional que equipes capacitadas, mas não há P&D e treinamento de pilotos. a torne autossuficiente, mas mercado significativo para a venda Mantemos na ABIMDE - pode continuar a ser apoiada em de Drones ou regulamentado para Associação Brasileira das seus projetos de desenvolvimen- operação comercial de RPAS. Indústrias de Materiais de to para a área de defesa e segu- Defesa e Segurança um grupo rança através dos mecanismos de Mercado militar de trabalho com a ANAC e o incentivos a pesquisa e desenvo- Em setembro foram definidos DECEA voltado para o avanço vimento já empregados com os Requisitos Operacionais dessa regulamentação, o que sucesso, de forma a cada vez Conjuntos para Drones. Aponta- está ocorrendo, mas ainda toma- mais ter os equipamentos capa- se para um veículo de médio rá tempo para podermos trans- zes de competir com produtos porte e médio alcance (160 km), formar em caixa nas empresas o importados no mercado dual. 8 l Novembro l 2012 l ADESG