3. Câncer de Via Biliar
O câncer pode se desenvolver em qualquer parte da via biliar e conforme sua
localização é dividido em três grupos:
• Câncer de via biliar intra-hepática - Se desenvolve nos ramos menores das vias
biliares do fígado. Apenas 10% dos tumores são de vias biliares intra-hepáticas.
• Câncer de via biliar peri-hilar - Se desenvolve no hilo, onde os ductos hepáticos se
juntam quando saem do fígado.
• Câncer de via biliar distal - São encontrados abaixo do ducto biliar, próximos ao
intestino delgado.
Mais de 95% dos cânceres são carcinomas, sendo a maioria adenocarcinoma. O
carcinoma de via biliar também é conhecido como colangiocarcinoma.
4. Fatores de Risco
A causa exata da maioria dos cânceres de vias biliares não é conhecida, mas os
pesquisadores descobriram vários fatores de risco que tornam uma pessoa propensa
a desenvolver a doença. Parece haver uma ligação entre esse tipo de câncer e
substâncias químicas que podem irritar e inflamar a via biliar, como cálculos biliares
ou parasitoses. As mutações genéticas relacionadas ao câncer de via biliar são
normalmente adquiridas durante a vida. Por exemplo, alterações adquiridas no gene
supressor de tumor da proteína p53 são encontradas na maioria dos casos de câncer
de via biliar. Outros genes que podem desempenhar um papel importante no câncer
de via biliar são KRAS, HER2/neu e c-met.
5. Sinais e Sintomas
Quando o câncer de via biliar causa sintomas, geralmente é porque a via biliar está
bloqueada. Os principais sinais e sintomas do câncer de via biliar são:
• Icterícia.
• Coceira.
• Fezes brilhosas.
• Urina Escura.
• Dor Abdominal.
• Perda de Apetite.
• Febre.
• Náuseas e Vômitos.
6. Diagnóstico do Câncer de Via Biliar: Imagem
Os principais exames realizados para o diagnóstico ou estadiamento do câncer de
via biliar são:
• Ultrassom.
• Ecografia endoscópica ou laparoscópica.
• Tomografia computadorizada.
• Ressonância magnética.
• Colangiografia (por ressonância, endoscópica e transhepática).
• Tomografia por emissão de pósitrons.
• Angiografia.
• Laparoscopia.
7. Diagnóstico do Câncer de Via Biliar: Laboratório
Alguns exames de sangue ajudam no diagnóstico do câncer de via biliar, como:
• Exames da Função Hepática - Um nível elevado de bilirrubina mostra que pode
haver problemas com a via biliar, vesícula biliar ou fígado. Dessa forma, são
solicitados perfil hepático, fosfatase alcalina, albumina, AST, ALT e GGT. Se os
níveis dessas substâncias estão aumentados, pode indicar bloqueio da via biliar,
mas não necessariamente pelo câncer.
• Marcadores Tumorais - São substâncias produzidas pelas células cancerosas,
que podem às vezes ser encontradas no sangue. Pessoas com câncer de via biliar
podem ter níveis sanguíneos elevados do antígeno carcinoembrionário (CEA) e
19-9 CA.
8. Estadiamento do Câncer de Via Biliar
O sistema de estadiamento utilizado é o sistema TNM que tem três critérios para
avaliar o estágio da doença (tumor, linfonodos e metástase). No entanto, existem três
diferentes sistemas de estadiamento para os cânceres de via biliar, dependendo de
onde se origina. O câncer de via biliar intra-hepática, que se inicia no fígado, é
estadiado separadamente do câncer de via biliar extra-hepático. Além disso, os
cânceres extra-hepáticos são divididos em dois grupos: tumores perihilares e tumores
distais. Para fins de tratamento, os médicos utilizam frequentemente um sistema
baseado em se o tumor é susceptível de ser operável (ou não). Em termos gerais, a
maioria dos tumores do estágio III e IV são inoperáveis, mas pode haver exceções.
9. Tratamento: Cirurgia
Existem dois tipos de procedimento cirúrgico para o câncer de via biliar: a cirurgia
potencialmente curativa e a paliativa. A cirurgia potencialmente curativa é realizada
quando os exames de imagem ou resultados de cirurgias anteriores mostram que
existe uma boa chance de ser retirado todo o tumor. Os tumores podem ser descritos
como ressecáveis, quando podem ser completamente removidos por cirurgia, e
irressecáveis, aqueles que se disseminaram para outros órgãos ou são difíceis de serem
completamente retirados. Infelizmente, apenas uma pequena parte dos cânceres de
via biliar é ressecável quando diagnosticado. A cirurgia paliativa é realizada para
aliviar a dor ou prevenir complicações, como obstrução das vias biliares.
10. Tratamento: Quimioterapia
A quimioterapia utiliza medicamentos anticancerígenos para destruir as células
tumorais. Para os tumores de via biliar operáveis, a quimioterapia pode ser realizada
após a cirurgia, muitas vezes em conjunto com a radioterapia, para tentar reduzir o
risco de recidiva. Esse procedimento é denominado tratamento adjuvante. Devido à
má resposta dos tumores hepáticos à quimioterapia sistêmica, a aplicação dos
quimioterápicos é diretamente na artéria hepática (Infusão da artéria hepática),
onde a droga vai para o tumor através da artéria hepática, com doses maiores sem
aumentar os efeitos colaterais. Os medicamentos utilizados incluem: 5-
fluorouracil, Gemcitabina, Mitomicina C, Doxorrubicina, Cisplatina, Capecitabina
e Oxaliplatina.
11. Tratamento: Radioterapia
A radioterapia pode ser utilizada para tratar o câncer de via biliar:
• Após a cirurgia - Para destruir células cancerígenas remanescentes da cirurgia.
Isto é conhecido como terapia adjuvante.
• Antes da Cirurgia - Para reduzir o tamanho do tumor e facilitar a cirurgia. Essa
técnica é denominada terapia neoadjuvante.
• Cânceres Avançados - Como principal tratamento para pacientes com doença não
operável, mas que não se espalhou para outros órgãos.
• Radioterapia Paliativa - Para aliviar os sintomas da doença em estágio avançado,
como dor ou reduzir tumores que podem estar bloqueando a passagem do sangue
ou da bile, ou ainda pressionando estruturas nervosas.
12. Novos Tratamentos: Terapia Alvo
Até o momento, a quimioterapia não oferece bons resultados para a maioria dos
cânceres de via biliar. Novos medicamentos que agem de forma diferente dos
quimioterápicos padrões estão em desenvolvimento. O alvo de vários desses
medicamentos são os vasos sanguíneos do tumor. O sorafenibe, já usado para alguns
tipos de câncer de fígado, funciona em parte, impedindo a formação de novos vasos
sanguíneos, está sendo avaliado para uso contra o câncer de via biliar. O bevacizumab,
que tem como alvo o desenvolvimento dos vasos sanguíneos, também está sendo
estudado contra o câncer de via biliar. Outras novas medicações têm alvos diferentes.
Por exemplo, drogas que visam o EGFR têm mostrado benefícios contra vários tipos de
câncer. Alguns deles, como o erlotinib, cetuximab, lapatinib e vandetanib estão em fase
de estudo para uso em pacientes com câncer de via biliar.