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Escrita das Américas: a
literatura como fonte
Ensino de História e Linguagens: da graduação
à educação básica, práticas de leitura
documental
Coordenadora: Adriane Vidal Costa
Bárbara Munaier
Isadora Vivacqua
José Antônio
O processo Revolucionário Cubano
A República Cubana
• A República Cubana foi proclamada em 20 de Maio
de 1902.
• Leonardo Wood, governador militar norte-
americano, entregou formalmente o país ao
presidente Tomás Estrada – um cidadão cubano
nascido nos EUA.
• Caracterizada por violência incessante, corrupção
dramática e intervenção militar esporádica dos
EUA, a nova República também experimentou um
crescimento econômico e uma prosperidade
espetaculares para uma pequena parcela da
sociedade.
• A intervenção norte-americana foi bem-vinda
pela elite cubana nos primeiros anos, e apoiada
pelos colonizadores e negociantes norte-
americanos que chegaram em números
consideráveis. Em pouco tempo, cerca de 60%
das propriedades rurais eram de indivíduos ou
empresas dos Estados Unidos.
• Irene Wright observou, em 1910, que a
população “repentinamente libertada das
condições coloniais” não tinha “se constituído
como povo cubano, ou uma nação com
identidade própria”.
• O vácuo criado pela ausência de uma nação cubana
adequadamente constituída foi alegremente preenchido
pelos colonizadores e empresários norte-americanos e
por seus aliados na ilha.
• Ao longo de sua história depois da independência, Cuba
sofreu várias ocupações militares norte-americanas, até
que, na década de 1950, o general Fulgêncio Batista
empreendeu um regime ditatorial explicitamente
apoiado pelos EUA.
“O governo de Fulgêncio ficou conhecido por
sua negligência com as necessidades básicas da
população e a brutalidade com a qual reprimia
seus inimigos políticos. Foi nesse tenso cenário
que um grupo de guerrilheiros se formou com o
propósito de tomar o governo pela força das
armas”
“Perguntei-me o que estaria meu amigo de tudo
isso (...) Os únicos deuses vivos em seu pobre
país perdido”
Reunião – Página 65 e 66
O assalto ao quartel Moncada
“No dia 26 de Julho de
1953, houve uma tentativa
de assalto ao quartel
Moncada, em Havana. Sob
a liderança de
aproximadamente 100
guerrilheiros, estava Fidel
Castro, então com 26 anos”
• Uma pequena fazenda foi alugada e os homens se
reuniram aos poucos, para não levantar suspeitas.
No dia escolhido, os homens saíram de automóveis.
• Mais de 70 homens foram mortos no cativeiro. 26
foram considerados culpados e julgados pela
justiça cubana.
• A tentativa, em si, foi um grande fracasso.
Simbolicamente, porém, representou o nascimento
do MR 26 de Julho.
“Enquanto torturavam nossos
camaradas, ofereciam-lhes a vida
caso traíssem sua posição
ideológica e declarassem
falsamente que Prío lhes havia
dado dinheiro. E como,
indignados, eles rejeitaram a
proposta, continuaram a torturá-
los horrivelmente (...)
Com um olho humano
ensangüentado nas mãos, um
sargento e vários homens
apresentaram-se no calabouço
onde se encontravam as
companheiras Melba Hernández
Haydée Santamaría e, dirigindo-
se a última, mostraram-lhe o olho
dizendo: “Este olho era do seu
irmão (...)”
Inúmeros foram obrigados a cavar
sua própria sepultura. Um dos
jovens, quando realizava essa
operação, se virou e golpeou o rosto
de um dos assassinos com a
picareta. Outros foram enterrados
vivos, as mãos atadas nas costas
(...)”
Nasce a Revolução
“Como mesmo preso Fidel Castro oferecia perigo a
Ditadura de Fulgêncio, com menos de 2 anos foi
exilado no México. Lá, conheceu Che Guevara e
juntos pensaram a Revolução Cubana”
• O principal objetivo da Revolução Cubana era
extirpar o neocolonialismo da ilha em todos os
níveis. O controle político e econômico da ilha
deveria ser exercido pelos cubanos.
• Para Florestan Fernandes a guerrilha seria o
mecanismo de eclosão política das classes
trabalhadoras e da população mais pobre, de
modo geral.
• Um dos papéis da guerrilha era canalizar as
energias políticas das lutas sociais vigentes,
orientando os trabalhadores mais humildes á
atuação coletiva do grupo.
“Os trabalhadores precisavam de bons motivos
para ir a luta e morrer pela revolução”
• Para Che Guevara, devemos ter em conta três
lições fundamentais:
1) As forças populares podem ganhar uma guerra
contra o exército;
2) O foco insurrecional deve criar as condições
ideais;
3) Na América subdesenvolvida, a luta armada
deve situar-se no campo;
• Tática da Guerrilha: “Morde Fogo”
“(...)O guerrilheiro é um
transformador social, que empunha
as armas para se juntar à cólera do
povo contra seus opressores e que
luta para mudar o regime social que
mantém seus irmãos desarmados no
opróbrio e na miséria(...)”
“(...)Da mesma maneira que, numa
guerra moderna, um general não deve
morrer à frente de suas tropas, o
guerrilheiro, general de si mesmo, não
deve morrer em cada batalha; ele está
disposto a dar a vida, mas, justamente, a
qualidade positiva dessa guerrilha é que
cada um dos guerrilheiros está disposto a
morrer não para defender um ideal, mas
para transformá-lo em realidade(...)”
O desembarque do Granma
• O desembarque do Granma destinava-se a atear
uma insurreição popular em todo país para derrubar
o ditador.
• O Granma e sua carga de 82 guerrilheiros havia
zarpado do México e depois de 1200 milhas em mar
agitado, chegou em Cuba.
• Lá, deveriam se encontrar com uma pequena força
tarefa. O desembarque iria coincidir com um levante
em Santiago de Cuba e uma nova tentativa de
assalto ao quartel Moncada.
• As autoridades, porém, se anteciparam. Poucas
horas depois de chegar, o grupo guerrilheiro foi
alvo de um ataque aéreo.
“Apenas 12 sobreviveram. Se perderam e ficaram
vagando sem rumo até se encontrarem depois de 10
dias”
“Sob a liderança de Fidel Castro, Camilo Cienfuegos e Ernesto
“Che” Guevara, um pequeno grupo de aproximadamente 80
homens se espalhou em diversos focos de luta contra as forças
do governo. Como funciona uma guerrilha rural?”
Sierra Maestra
“A coisa não podia andar pior, mas pelo menos já
não estávamos na maldita lancha, entre vômitos,
golpes de mar e pedaços de bolacha molhada (...)
Eu com uma asma do diabo e meio mundo
doente, dobrando-se para vomitar como se fosse
quebrar ao meio (...)”
Reunião – Página 35
• Devemos ressaltar que sem os camponeses a luta
não existiria. Isso ficou evidente quando os
guerrilheiros desembarcaram do granma.
• As dificuldades de sobrevivência em Sierra
Maestra deu aos revolucionários outra visão dos
fatos, muito mais subjetiva, que mostrava a eles
como a luta seria dura.
“Devolver ao povo cubano a consciência de sua própria
força, a segurança absoluta de que seus direitos
individuais, respaldados pela constituição, são seu
maior tesouro” Che Guevara
“Ninguém falava em Luís, o temor de que o
tivessem matado era o único inimigo real,
porque sua confirmação nos anularia muito mais
do que a perseguição, a falta de armas ou feridas
nos pés”
“(...) Antes de dormir tive uma visão: Luís junto
de uma árvore [...] Quem subiria agora a serra
com seu rosto?”
Reunião – Página 57 e 58
“Entre 1956 e 1959, o grupo conseguiu vencer e
conquistar várias cidades do território cubano.
No último ano de luta, conseguiram finalmente
acabar com o governo de Fulgêncio Batista”
“Não me lembro muito bem (...) Seus olhos
brilhavam por trás daqueles pobres espelhinhos”
Reunião - Página – 69
“Enquanto Luís me punha a par (...) Confundi-la
com Marte ou Mercúrio”
Reunião - Página - 70
• Em dois de Janeiro de 1959, Fidel Castro faz seu
primeiro discurso à aurora da Revolução:
“A Revolução começa agora. Desta vez, não será
como em 1898, quando os norte-americanos
vieram e tomaram conta do nosso país. Desta
vez, felizmente, a Revolução irá realmente
chegar ao poder”
Fidel Castro
Desdobramentos da Revolução
• Os desdobramentos da Revolução não se
restringiram ao meio político. Houve intensa
movimentação no campo cultural, que se deu pela
rede de apoio formada por intelectuais e pelas
políticas culturais desenvolvidas pelo governo, que
viam nesse segmento um caminho para legitimar a
revolução.
• Vários intelectuais, por verem a experiência cubana
como prova das possibilidades do socialismo no
continente americano, apoiaram fortemente a
revolução e o novo governo. Além de Cortázar,
podemos citar nomes como García Márquez, Vargas
Llosa, Mario Benedetti, dentre vários outros.
• Contudo, a partir do início da década de 1960, os
rumos tomados pelo governo, devido a inúmeras
situações, provocaram o afastamento de alguns
desses intelectuais, e o rompimento de outros.
• Podemos citar como eventos mais marcantes, a
aliança com a URSS e a radicalização de ações do
governo (perseguições, torturas, censura). A
aproximação com a URSS ocorreu após a tentativa
de invasão da Baía Dos Porcos, em 1961, articulada
pelos EUA, visando derrubar o novo governo.
• Foi reforçada em 1962, após o apoio oferecido à
Cuba, pela URSS, frente ao bloqueio econômico dos
EUA.
• A partir disso, devido as influências ideológicas e
políticas da URSS, houve uma transformação na
política cultural na ilha. Vários jornais e editoras
foram fechados e houve uma intensificação na
censura, principalmente após 1968.
• Essa conjuntura levou boa parte dos intelectuais a
repensar a revolução e os caminhos tomados, já que
acreditavam que os ideais de outrora não condiziam
com a crescente radicalização e as mudanças na
política, motivadas em sua maioria pela aliança com
a URSS. Não havia também, espaço para críticas e
debates.
• Muitos intelectuais latino-americanos, nos anos
60, acreditavam que o socialismo era a única
possibilidade de suprimir as diversas formas de
dependência que vinculavam a América Latina
aos países centrais do Norte capitalista,
principalmente aos Estados Unidos.
• Nesse contexto, Cuba revolucionária, ao resistir
a todas as pressões dos Estados Unidos, passou
a representar idealmente toda a América Latina
e adquiria um prestígio enorme e duradouro
perante as esquerdas.
Cuba e seus impactos na Intelectualidade
• O governo revolucionário cubano teve uma
grande preocupação em buscar a adesão dos
intelectuais estrangeiros, para, entre outras
coisas, ganhar apoio e legitimar a Revolução,
tanto na América Latina quanto na Europa.
• Nesse sentido, a Revolução fez emergir, nos
anos 60, uma rede intelectual latino-
americana de esquerda, reunida basicamente
em torno de Cuba.
• A Revolução Cubana foi vista como um
acontecimento extremamente relevante na luta
contra o imperialismo, a injustiça e o atraso social.
• Os congressos de escritores latino-americanos foram
importantes para a formação dessa rede de
intelectuais latino-americanos de esquerda a partir
de Cuba. Contudo, o caráter de tais congressos era
eminentemente político.
• Quando se falava de literatura, era para relacioná-la
com temas políticos e sociais, de maneira que os
assuntos sobre a Revolução Cubana foram centrais
nos debates realizados em quase todos os
congressos.
• Todavia, o campo cultural cubano foi marcado
por tensões entre os intelectuais que assumiam
posições distintas frente o processo
revolucionário, delineando a polêmica sobre
qual deveria ser o tipo de intelectual “ideal” para
a Revolução.
“Dentro da Revolução, tudo;
Fora da Revolução nada.”
Júlio Cortázar e a Revolução Cubana
• Júlio Cortázar, por não concordar com o
peronismo, exilou-se em Paris, em 1951, onde
residiu até sua morte, em 1984.
• Em 1957, Cortázar toma conhecimento de que
em Cuba acontecia um levante armado para
derrubar o ditador Fulgêncio Batista. Mas,
segundo o próprio escritor, naquele tempo ele
estava vivendo na Europa, sem nenhuma ligação
política ou ideológica com o socialismo.
• Durante toda a década de 1960, a experiência
revolucionária cubana teve influência marcante
na politização e na ação intelectual do escritor
argentino.
• A partir da Revolução Cubana, o socialismo
passa a representar para Cortázar a única
corrente dos tempos modernos capaz de cessar a
exploração do homem pelo homem, e de
transformar as injustiças e desigualdades que
marcavam Cuba e tantas outras nações latino-
americanas.
Casa de Las Américas
• A organização Casa de Las Américas foi fundada
em 1959, em Cuba. Objetivava-se promover o
intercâmbio da cultura cubana com a de outras
nações latino-americanas.
• A revista se posicionava como textualidade
legítima para os intelectuais da esquerda, e
tornou-se a mais prestigiosa da Revolução.
• Em 1963, Cortázar fez sua primeira viagem a
Cuba para ser jurado do concurso literário da
revista.
• Na ilha, aceitou o convite para participar do
Conselho de Redação da revista, encarando a sua
participação como uma colaboração concreta e
útil no contexto revolucionário.
“(...)formo parte de um jurado que escolhe livros
destinados a uma população da qual uma alta
porcentagem tem saído do analfabetismo graças
a obra revolucionária, e cuja nova geração está
ansiosa por educação e cultura; trabalho no
comitê de colaboração da Revista Casa de las
Américas, assisto a um congresso onde discute-se
o dever dos intelectuais do Terceiro Mundo frente
ao colonialismo econômico e cultural, temas que
não creio frequentes nos congressos de escritores
do nossos países(...) ”.
• O primeiro artigo que Júlio Cortázar publicou na
revista, mostrava que a Revolução oferecia
infinitas possibilidades de inspiração, mas era
imprescindível evitar cair no doutrinamento
ideológico e na literatura pedagógica.
• Júlio Cortázar passa a defender a aproximação
da política com a literatura e considerava que o
escritor deveria estar atento ao “presente
histórico do homem”, valorizando assim, uma
literatura engajada.
“O escritor revolucionário é aquele em que se
confunde indissoluvelmente a consciência de seu
livre compromisso individual e coletivo com
aquela outra soberana liberdade cultural
conferida pelo domínio do seu ofício”
Conto Reunião
• Foi publicado inicialmente na Revista de la
Universidad de México (1964).
• Para escrever este conto, Cortázar se inspirou na
leitura do livro de Che Guevara, Pasajes de la
guerra revolucionaria (1963).
• Trata-se dos primeiros dias da guerrilha cubana e
das dificuldades enfrentadas pelos guerrilheiros
para se encontrarem em Sierra Maestra.
Personagens principais
- Narrador: Ernesto “Che” Guevara;
- Luis: Fidel Catro;
- Pablo: Raúl Castro;
- Teniente: Camilo Cienfuegos.
• Analisando este conto e o engajamento de
Cortázar, compreendemos o que ele entendia
por “homem novo”: aquele que além de acreditar
no socialismo deveria ter uma conduta digna,
marcada pela compreensão e compaixão com o
ser humano. Para isso, Cortázar defende o ideal
de Che Guevara, de que:
“o verdadeiro revolucionário é guiado por
grandes sentimentos de amor”
“Teríamos de ser como Luís,
não já segui-lo (...) a beira de
um tempo mais limpo”
Reunião – Página 61 - 62
Che,
Por Júlio Cortázar
Eu tive um irmão
Não nos vimos nunca
mas não importava.
Eu tive um irmão
que andava na selva
enquanto eu dormia.
O amei ao meu modo,
lhe tomei a voz
livre como a água,
caminhei às vezes
perto de sua sombra.
meu irmão desperto
enquanto eu dormia.
Meu irmão mostrando-
me por detrás da noite
a sua estrela eleita.
O desencantamento
• A partir do fim da década de 1960, a Revolução
perdeu o apoio de diversos intelectuais esquerdistas.
• O forte alinhamento de Cuba com a URSS, as
intensas acusações sobre “os rumos
revolucionários”, além do famoso “caso Padilha”,
ajudaram a promover o desencantamento com a
Revolução e a levar grande parte da intelectualidade
a repensar a experiência cubana.
• Cortázar, acreditava que a situação em Cuba
estava bastante grave e por isso, tentou enviar
uma carta a Fidel Castro, exigindo
esclarecimento sobre os recentes
acontecimentos, especialmente referentes ao
“caso Padilha”. Não se sabe se tal carta
realmente chegou a Cuba.
• O escritor escreveu ainda, outras cartas para
vários intelectuais, demonstrando sua
preocupação com os rumos da política cultural
em Cuba - mas sempre escrevia críticas
solidárias ao governo revolucionário.
• Apesar das suas preocupações, Cortázar decidiu
manter-se fiel à Revolução, o que lhe custou o
rompimento com vários intelectuais e a acusação de
ser pró-autoritário.
• Vinte anos depois da vitória dos revolucionários em
Cuba, ocorreu a vitória dos sandinistas na
Nicarágua.
• Tal evento alimentou o otimismo em Cortázar, que
acreditava que o modelo revolucionário da
Nicarágua poderia ser o que havia tanto idealizado.
Entretanto, logo percebeu que esta revolução
também estava longe de ser a Revolução ideal.
Apesar disso, manteve seu apoio aos sandinistas –
seu último compromisso político antes de falecer.
Cuba atualmente
• Após o fim da URSS, em 1991, Cuba passou a
enfrentar crises econômicas, e o embargo dos
EUA foi mantido.
• Apesar disso, Cuba apresenta excelentes índices
nas áreas da saúde (5 mortes a cada 1000
nascimentos, segundo a ONU, e atendimento
médico gratuito), da educação (99,8% de
alfabetizados, 1º lugar na América Latina) e nas
políticas de assistência social. Esses fatores
representam alguns dos maiores legados
internos da revolução.

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Aula 3 - Júlio Cortázar

  • 1. Escrita das Américas: a literatura como fonte Ensino de História e Linguagens: da graduação à educação básica, práticas de leitura documental Coordenadora: Adriane Vidal Costa Bárbara Munaier Isadora Vivacqua José Antônio
  • 3.
  • 4. A República Cubana • A República Cubana foi proclamada em 20 de Maio de 1902. • Leonardo Wood, governador militar norte- americano, entregou formalmente o país ao presidente Tomás Estrada – um cidadão cubano nascido nos EUA. • Caracterizada por violência incessante, corrupção dramática e intervenção militar esporádica dos EUA, a nova República também experimentou um crescimento econômico e uma prosperidade espetaculares para uma pequena parcela da sociedade.
  • 5. • A intervenção norte-americana foi bem-vinda pela elite cubana nos primeiros anos, e apoiada pelos colonizadores e negociantes norte- americanos que chegaram em números consideráveis. Em pouco tempo, cerca de 60% das propriedades rurais eram de indivíduos ou empresas dos Estados Unidos. • Irene Wright observou, em 1910, que a população “repentinamente libertada das condições coloniais” não tinha “se constituído como povo cubano, ou uma nação com identidade própria”.
  • 6. • O vácuo criado pela ausência de uma nação cubana adequadamente constituída foi alegremente preenchido pelos colonizadores e empresários norte-americanos e por seus aliados na ilha. • Ao longo de sua história depois da independência, Cuba sofreu várias ocupações militares norte-americanas, até que, na década de 1950, o general Fulgêncio Batista empreendeu um regime ditatorial explicitamente apoiado pelos EUA.
  • 7. “O governo de Fulgêncio ficou conhecido por sua negligência com as necessidades básicas da população e a brutalidade com a qual reprimia seus inimigos políticos. Foi nesse tenso cenário que um grupo de guerrilheiros se formou com o propósito de tomar o governo pela força das armas”
  • 8. “Perguntei-me o que estaria meu amigo de tudo isso (...) Os únicos deuses vivos em seu pobre país perdido” Reunião – Página 65 e 66
  • 9. O assalto ao quartel Moncada “No dia 26 de Julho de 1953, houve uma tentativa de assalto ao quartel Moncada, em Havana. Sob a liderança de aproximadamente 100 guerrilheiros, estava Fidel Castro, então com 26 anos”
  • 10. • Uma pequena fazenda foi alugada e os homens se reuniram aos poucos, para não levantar suspeitas. No dia escolhido, os homens saíram de automóveis. • Mais de 70 homens foram mortos no cativeiro. 26 foram considerados culpados e julgados pela justiça cubana. • A tentativa, em si, foi um grande fracasso. Simbolicamente, porém, representou o nascimento do MR 26 de Julho.
  • 11. “Enquanto torturavam nossos camaradas, ofereciam-lhes a vida caso traíssem sua posição ideológica e declarassem falsamente que Prío lhes havia dado dinheiro. E como, indignados, eles rejeitaram a proposta, continuaram a torturá- los horrivelmente (...) Com um olho humano ensangüentado nas mãos, um sargento e vários homens apresentaram-se no calabouço onde se encontravam as companheiras Melba Hernández Haydée Santamaría e, dirigindo- se a última, mostraram-lhe o olho dizendo: “Este olho era do seu irmão (...)” Inúmeros foram obrigados a cavar sua própria sepultura. Um dos jovens, quando realizava essa operação, se virou e golpeou o rosto de um dos assassinos com a picareta. Outros foram enterrados vivos, as mãos atadas nas costas (...)”
  • 12. Nasce a Revolução “Como mesmo preso Fidel Castro oferecia perigo a Ditadura de Fulgêncio, com menos de 2 anos foi exilado no México. Lá, conheceu Che Guevara e juntos pensaram a Revolução Cubana”
  • 13. • O principal objetivo da Revolução Cubana era extirpar o neocolonialismo da ilha em todos os níveis. O controle político e econômico da ilha deveria ser exercido pelos cubanos. • Para Florestan Fernandes a guerrilha seria o mecanismo de eclosão política das classes trabalhadoras e da população mais pobre, de modo geral. • Um dos papéis da guerrilha era canalizar as energias políticas das lutas sociais vigentes, orientando os trabalhadores mais humildes á atuação coletiva do grupo.
  • 14. “Os trabalhadores precisavam de bons motivos para ir a luta e morrer pela revolução” • Para Che Guevara, devemos ter em conta três lições fundamentais: 1) As forças populares podem ganhar uma guerra contra o exército; 2) O foco insurrecional deve criar as condições ideais; 3) Na América subdesenvolvida, a luta armada deve situar-se no campo; • Tática da Guerrilha: “Morde Fogo”
  • 15. “(...)O guerrilheiro é um transformador social, que empunha as armas para se juntar à cólera do povo contra seus opressores e que luta para mudar o regime social que mantém seus irmãos desarmados no opróbrio e na miséria(...)” “(...)Da mesma maneira que, numa guerra moderna, um general não deve morrer à frente de suas tropas, o guerrilheiro, general de si mesmo, não deve morrer em cada batalha; ele está disposto a dar a vida, mas, justamente, a qualidade positiva dessa guerrilha é que cada um dos guerrilheiros está disposto a morrer não para defender um ideal, mas para transformá-lo em realidade(...)”
  • 16. O desembarque do Granma • O desembarque do Granma destinava-se a atear uma insurreição popular em todo país para derrubar o ditador. • O Granma e sua carga de 82 guerrilheiros havia zarpado do México e depois de 1200 milhas em mar agitado, chegou em Cuba. • Lá, deveriam se encontrar com uma pequena força tarefa. O desembarque iria coincidir com um levante em Santiago de Cuba e uma nova tentativa de assalto ao quartel Moncada.
  • 17. • As autoridades, porém, se anteciparam. Poucas horas depois de chegar, o grupo guerrilheiro foi alvo de um ataque aéreo. “Apenas 12 sobreviveram. Se perderam e ficaram vagando sem rumo até se encontrarem depois de 10 dias”
  • 18. “Sob a liderança de Fidel Castro, Camilo Cienfuegos e Ernesto “Che” Guevara, um pequeno grupo de aproximadamente 80 homens se espalhou em diversos focos de luta contra as forças do governo. Como funciona uma guerrilha rural?” Sierra Maestra
  • 19.
  • 20. “A coisa não podia andar pior, mas pelo menos já não estávamos na maldita lancha, entre vômitos, golpes de mar e pedaços de bolacha molhada (...) Eu com uma asma do diabo e meio mundo doente, dobrando-se para vomitar como se fosse quebrar ao meio (...)” Reunião – Página 35
  • 21. • Devemos ressaltar que sem os camponeses a luta não existiria. Isso ficou evidente quando os guerrilheiros desembarcaram do granma. • As dificuldades de sobrevivência em Sierra Maestra deu aos revolucionários outra visão dos fatos, muito mais subjetiva, que mostrava a eles como a luta seria dura. “Devolver ao povo cubano a consciência de sua própria força, a segurança absoluta de que seus direitos individuais, respaldados pela constituição, são seu maior tesouro” Che Guevara
  • 22. “Ninguém falava em Luís, o temor de que o tivessem matado era o único inimigo real, porque sua confirmação nos anularia muito mais do que a perseguição, a falta de armas ou feridas nos pés” “(...) Antes de dormir tive uma visão: Luís junto de uma árvore [...] Quem subiria agora a serra com seu rosto?” Reunião – Página 57 e 58
  • 23. “Entre 1956 e 1959, o grupo conseguiu vencer e conquistar várias cidades do território cubano. No último ano de luta, conseguiram finalmente acabar com o governo de Fulgêncio Batista”
  • 24. “Não me lembro muito bem (...) Seus olhos brilhavam por trás daqueles pobres espelhinhos” Reunião - Página – 69 “Enquanto Luís me punha a par (...) Confundi-la com Marte ou Mercúrio” Reunião - Página - 70
  • 25. • Em dois de Janeiro de 1959, Fidel Castro faz seu primeiro discurso à aurora da Revolução: “A Revolução começa agora. Desta vez, não será como em 1898, quando os norte-americanos vieram e tomaram conta do nosso país. Desta vez, felizmente, a Revolução irá realmente chegar ao poder” Fidel Castro
  • 26.
  • 27. Desdobramentos da Revolução • Os desdobramentos da Revolução não se restringiram ao meio político. Houve intensa movimentação no campo cultural, que se deu pela rede de apoio formada por intelectuais e pelas políticas culturais desenvolvidas pelo governo, que viam nesse segmento um caminho para legitimar a revolução. • Vários intelectuais, por verem a experiência cubana como prova das possibilidades do socialismo no continente americano, apoiaram fortemente a revolução e o novo governo. Além de Cortázar, podemos citar nomes como García Márquez, Vargas Llosa, Mario Benedetti, dentre vários outros.
  • 28. • Contudo, a partir do início da década de 1960, os rumos tomados pelo governo, devido a inúmeras situações, provocaram o afastamento de alguns desses intelectuais, e o rompimento de outros. • Podemos citar como eventos mais marcantes, a aliança com a URSS e a radicalização de ações do governo (perseguições, torturas, censura). A aproximação com a URSS ocorreu após a tentativa de invasão da Baía Dos Porcos, em 1961, articulada pelos EUA, visando derrubar o novo governo. • Foi reforçada em 1962, após o apoio oferecido à Cuba, pela URSS, frente ao bloqueio econômico dos EUA.
  • 29. • A partir disso, devido as influências ideológicas e políticas da URSS, houve uma transformação na política cultural na ilha. Vários jornais e editoras foram fechados e houve uma intensificação na censura, principalmente após 1968. • Essa conjuntura levou boa parte dos intelectuais a repensar a revolução e os caminhos tomados, já que acreditavam que os ideais de outrora não condiziam com a crescente radicalização e as mudanças na política, motivadas em sua maioria pela aliança com a URSS. Não havia também, espaço para críticas e debates.
  • 30. • Muitos intelectuais latino-americanos, nos anos 60, acreditavam que o socialismo era a única possibilidade de suprimir as diversas formas de dependência que vinculavam a América Latina aos países centrais do Norte capitalista, principalmente aos Estados Unidos. • Nesse contexto, Cuba revolucionária, ao resistir a todas as pressões dos Estados Unidos, passou a representar idealmente toda a América Latina e adquiria um prestígio enorme e duradouro perante as esquerdas. Cuba e seus impactos na Intelectualidade
  • 31. • O governo revolucionário cubano teve uma grande preocupação em buscar a adesão dos intelectuais estrangeiros, para, entre outras coisas, ganhar apoio e legitimar a Revolução, tanto na América Latina quanto na Europa. • Nesse sentido, a Revolução fez emergir, nos anos 60, uma rede intelectual latino- americana de esquerda, reunida basicamente em torno de Cuba.
  • 32. • A Revolução Cubana foi vista como um acontecimento extremamente relevante na luta contra o imperialismo, a injustiça e o atraso social. • Os congressos de escritores latino-americanos foram importantes para a formação dessa rede de intelectuais latino-americanos de esquerda a partir de Cuba. Contudo, o caráter de tais congressos era eminentemente político. • Quando se falava de literatura, era para relacioná-la com temas políticos e sociais, de maneira que os assuntos sobre a Revolução Cubana foram centrais nos debates realizados em quase todos os congressos.
  • 33. • Todavia, o campo cultural cubano foi marcado por tensões entre os intelectuais que assumiam posições distintas frente o processo revolucionário, delineando a polêmica sobre qual deveria ser o tipo de intelectual “ideal” para a Revolução. “Dentro da Revolução, tudo; Fora da Revolução nada.”
  • 34. Júlio Cortázar e a Revolução Cubana • Júlio Cortázar, por não concordar com o peronismo, exilou-se em Paris, em 1951, onde residiu até sua morte, em 1984. • Em 1957, Cortázar toma conhecimento de que em Cuba acontecia um levante armado para derrubar o ditador Fulgêncio Batista. Mas, segundo o próprio escritor, naquele tempo ele estava vivendo na Europa, sem nenhuma ligação política ou ideológica com o socialismo.
  • 35. • Durante toda a década de 1960, a experiência revolucionária cubana teve influência marcante na politização e na ação intelectual do escritor argentino. • A partir da Revolução Cubana, o socialismo passa a representar para Cortázar a única corrente dos tempos modernos capaz de cessar a exploração do homem pelo homem, e de transformar as injustiças e desigualdades que marcavam Cuba e tantas outras nações latino- americanas.
  • 36. Casa de Las Américas • A organização Casa de Las Américas foi fundada em 1959, em Cuba. Objetivava-se promover o intercâmbio da cultura cubana com a de outras nações latino-americanas. • A revista se posicionava como textualidade legítima para os intelectuais da esquerda, e tornou-se a mais prestigiosa da Revolução.
  • 37. • Em 1963, Cortázar fez sua primeira viagem a Cuba para ser jurado do concurso literário da revista. • Na ilha, aceitou o convite para participar do Conselho de Redação da revista, encarando a sua participação como uma colaboração concreta e útil no contexto revolucionário.
  • 38. “(...)formo parte de um jurado que escolhe livros destinados a uma população da qual uma alta porcentagem tem saído do analfabetismo graças a obra revolucionária, e cuja nova geração está ansiosa por educação e cultura; trabalho no comitê de colaboração da Revista Casa de las Américas, assisto a um congresso onde discute-se o dever dos intelectuais do Terceiro Mundo frente ao colonialismo econômico e cultural, temas que não creio frequentes nos congressos de escritores do nossos países(...) ”.
  • 39. • O primeiro artigo que Júlio Cortázar publicou na revista, mostrava que a Revolução oferecia infinitas possibilidades de inspiração, mas era imprescindível evitar cair no doutrinamento ideológico e na literatura pedagógica. • Júlio Cortázar passa a defender a aproximação da política com a literatura e considerava que o escritor deveria estar atento ao “presente histórico do homem”, valorizando assim, uma literatura engajada.
  • 40. “O escritor revolucionário é aquele em que se confunde indissoluvelmente a consciência de seu livre compromisso individual e coletivo com aquela outra soberana liberdade cultural conferida pelo domínio do seu ofício”
  • 41. Conto Reunião • Foi publicado inicialmente na Revista de la Universidad de México (1964). • Para escrever este conto, Cortázar se inspirou na leitura do livro de Che Guevara, Pasajes de la guerra revolucionaria (1963). • Trata-se dos primeiros dias da guerrilha cubana e das dificuldades enfrentadas pelos guerrilheiros para se encontrarem em Sierra Maestra.
  • 42. Personagens principais - Narrador: Ernesto “Che” Guevara; - Luis: Fidel Catro; - Pablo: Raúl Castro; - Teniente: Camilo Cienfuegos.
  • 43. • Analisando este conto e o engajamento de Cortázar, compreendemos o que ele entendia por “homem novo”: aquele que além de acreditar no socialismo deveria ter uma conduta digna, marcada pela compreensão e compaixão com o ser humano. Para isso, Cortázar defende o ideal de Che Guevara, de que: “o verdadeiro revolucionário é guiado por grandes sentimentos de amor”
  • 44. “Teríamos de ser como Luís, não já segui-lo (...) a beira de um tempo mais limpo” Reunião – Página 61 - 62
  • 45. Che, Por Júlio Cortázar Eu tive um irmão Não nos vimos nunca mas não importava. Eu tive um irmão que andava na selva enquanto eu dormia. O amei ao meu modo, lhe tomei a voz livre como a água, caminhei às vezes perto de sua sombra. meu irmão desperto enquanto eu dormia. Meu irmão mostrando- me por detrás da noite a sua estrela eleita.
  • 46. O desencantamento • A partir do fim da década de 1960, a Revolução perdeu o apoio de diversos intelectuais esquerdistas. • O forte alinhamento de Cuba com a URSS, as intensas acusações sobre “os rumos revolucionários”, além do famoso “caso Padilha”, ajudaram a promover o desencantamento com a Revolução e a levar grande parte da intelectualidade a repensar a experiência cubana.
  • 47. • Cortázar, acreditava que a situação em Cuba estava bastante grave e por isso, tentou enviar uma carta a Fidel Castro, exigindo esclarecimento sobre os recentes acontecimentos, especialmente referentes ao “caso Padilha”. Não se sabe se tal carta realmente chegou a Cuba. • O escritor escreveu ainda, outras cartas para vários intelectuais, demonstrando sua preocupação com os rumos da política cultural em Cuba - mas sempre escrevia críticas solidárias ao governo revolucionário.
  • 48. • Apesar das suas preocupações, Cortázar decidiu manter-se fiel à Revolução, o que lhe custou o rompimento com vários intelectuais e a acusação de ser pró-autoritário. • Vinte anos depois da vitória dos revolucionários em Cuba, ocorreu a vitória dos sandinistas na Nicarágua. • Tal evento alimentou o otimismo em Cortázar, que acreditava que o modelo revolucionário da Nicarágua poderia ser o que havia tanto idealizado. Entretanto, logo percebeu que esta revolução também estava longe de ser a Revolução ideal. Apesar disso, manteve seu apoio aos sandinistas – seu último compromisso político antes de falecer.
  • 49. Cuba atualmente • Após o fim da URSS, em 1991, Cuba passou a enfrentar crises econômicas, e o embargo dos EUA foi mantido. • Apesar disso, Cuba apresenta excelentes índices nas áreas da saúde (5 mortes a cada 1000 nascimentos, segundo a ONU, e atendimento médico gratuito), da educação (99,8% de alfabetizados, 1º lugar na América Latina) e nas políticas de assistência social. Esses fatores representam alguns dos maiores legados internos da revolução.