1) O documento discute o termo mudança climática e como ele pode se referir tanto a mudanças naturais quanto causadas pela ação humana.
2) São listadas algumas das causas que influenciam as variações climáticas, incluindo atividade solar, parâmetros orbitais, vulcanismo e efeito estufa antropogênico.
3) Tanto causas internas ao sistema climático quanto externas podem provocar variações na intensidade da circulação geral e perturbações climáticas.
1. Mudança Climática
O termo mudança climática oualteração climática refere-se à variação do clima em escala
global ou dos climas regionais da Terra ao longo do tempo. Estas variações dizem respeito a
mudanças de temperatura,precipitação, nebulosidade e outros fenômenos climáticos em
relação às médias históricas. Tais variações podem alterar as características climáticas de uma
maneira a alterar sua classificação didática. Os tipos de classificação para as regiões climáticas
são: Classificação do clima de Köppen, Classificação do clima de Thornthwaite e Classificação
do clima de Martonne.
Podem estar em causa mudanças no estado médio da atmosfera em escalas de tempo que
vão de décadas até milhões de anos. Estas alterações podem ser causadas por processos
internos ao sistema Terra-atmosfera, por forças externas (como, por exemplo, variações na
atividade solar) ou, mais recentemente, pelo resultado da atividade humana.
Portanto, entende-se que a mudança climática pode ser tanto um efeito de processos naturais
ou decorrentes da ação humana e por isso deve-se ter em mente que tipo de mudança
climática se está referindo.
O termo Mudanças Climáticas têm sido utilizado de forma pouco apropriada, pois também é
utilizado para indicar as mudanças climáticas atuais, bem como o aquecimento global originado
em causas Antropogênicas.
As causas das variações climáticas
Entre a opinião pública mais esclarecida existem suposições, mais ou menos
consistentes, sobre as causas que influenciam e influenciaram as permanentes
variações do clima, como a actividade solar, os parâmetros orbitais, o
vulcanismo e o efeito de estufa antropogénico.
Todos os componentes do sistema climático variam incessantemente e não é
possível estender o alcance dos mecanismos actuais a todas as escalas temporais
anteriores à nossa nem tão pouco os antigos à actualidade sem ter em
consideração a orografia e a posição do planeta Terra em relação à dos seus
vizinhos.
Torna-se necessário considerar como fixos os dados da litosfera, nomeadamente
a repartição dos continentes e a disposição dos relevos cuja importância é
primordial na organização da circulação dos oceanos e da atmosfera, para se
poder raciocinar a partir das condições actuais do funcionamento da circulação
geral.
A escala geológica, na qual é necessário conhecer com precisão a geografia
exacta (nomeadamente a topografia) do planeta, está afastada desta explanação.
Examinam-se apenas as variações recentes do clima (quando muito até ao
Pleistocénio superior – início da era Quaternária que corresponde ao Paleolítico
2. superior ou era glaciária), para as quais a lógica dos fenómenos actuais é
facilmente transponível.
As variações climáticas sucedem-se através das modificações da intensidade da
circulação geral, da variação da intensidade das perturbações inerentes a estas e
do feedback do seu campo de acção em relação ao estado inicial ou de partida.
Entre as causas que provocam estas variações, relativamente à sua intensidade
mas não à natureza da dinâmica do tempo nas condições geográficas
comparáveis à actual, distinguem-se as causas externas e as causas internas ao
sistema climático.
As variações da actividade solar e as modificações dos parâmetros orbitais são
causa internas susceptíveis de modificar a intensidade da radiação emitida em
direcção à Terra.
Já as causas que actuam sobre a eficácia da radiação solar e sobre a intensidade
da contra-radiação (re-emissão) terrestre podem resultar quer de processos
naturais (resultantes do vulcanismo, p.e.) quer de processos antropogénicos
(urbanismo, alteração do uso dos solos e gases com efeito de estufa, p.e.).
O urbanismo altera o albedo do planeta, ou seja a fracção do fluxo da radiação
solar incidente que é reenviada por reflexão ou difusão na superfície terrestre.
Outro exemplo, diz respeito à modificação realizada nos solos pela florestação.
A florestação pode não representar um ganho. De facto, tem de ser feito um
balanço entre o que se perdeu – se é que se perdeu – quanto ao albedo terrestre
e o que se ganhou quanto à captação de dióxido de carbono pelos mecanismos
do ciclo de carbono.