O documento descreve as principais civilizações da Idade Antiga que surgiram ao longo dos grandes rios do Oriente Médio, conhecidas como civilizações hidráulicas. Essas sociedades desenvolveram economias agrárias sustentadas pela irrigação e estruturas políticas que variaram entre monarquias absolutas e cidades-estados. A religião politizada exercia forte influência cultural nessas sociedades politeístas do Egito, Mesopotâmia, Fenícia, Palestina e Pérsia.
1. História Geral -
Idade Antiga: as civilizações hidráulicas
A evolução das comunidades primitivas para as sociedades antigas, no final do neolítico,
resultou em duas novas formas de organização sócioeconômica – as sustentadas na servidão
coletiva (asiáticas ou orientais) e as escravistas (ocidentais).
Os primeiros povos nasceram no Oriente Próximo, numa área em forma de meia lua, chamada
“Crescente Fértil”, devido aos grandes rios, Nilo, Tigre e Eufrates, que lhes garantiram os
principais meios de sobrevivência e lhes possibilitaram, como conseqüência, atingir o estágio
de civilização.
As sociedades asiáticas ou hidráulicas tinham uma economia, predominantemente, agrária, na
qual a propriedade da terra era do Estado e dos sacerdotes, enquanto sua posse dos
camponeses, que trabalhavam limitados pelo regime de servidão coletiva. O comércio, com
exceção dos fenícios e hebreus, era uma atividade secundária e complementar, assim como a
produção artesanal.
Pouca mobilidade e forte hierarquização e estratificação, caracterizaram as relações sociais
dessas comunidades, nas quais a família, de estrutura patriarcal, era o pólo central.
Na política três estruturas podem ser identificadas: a tradicional e absoluta monarquia
teocrática, os grandes impérios centralizados e as cidades-Estado. Os poderes ilimitados dos
governantes, reforçados pela sua divinização, demonstram a marcante simbiose existente
entre poder e religião.
Ocupando lugar de destaque, a religião exercia múltiplas funções e influências, especialmente
nas artes, ciências e política. Na maioria dos casos foram religiões politeístas, animistas e com
forte idolatria.
Majestosos templos e túmulos e uma rica literatura específica, confirmam a direta penetração
da religião no campo cultural. Com função de complementar a Arquitetura estavam a Pintura e
a Escultura.
As necessidades práticas como, construções, irrigação, determinar os períodos das cheias e
mumificação, propiciaram um marcante desenvolvimento das ciências, como a Matemática, a
Física, a Química e a Astronomia. O legado neste campo foi significativo, merecendo destaque
os cálculos de eclipses, calendários e sistemas sexagesimal e decimal.
Egito
Economia
• forte intervenção do Estado, caracterizando uma economia dirigida;
• principal atividade – agricultura de regadio, desenvolvida às margens do Nilo (“Egito é uma
dádiva do Nilo”);
• atividades comerciais avançaram a partir do Médio Império, atingindo seu apogeu no Novo
Império, devido sua política expansionista.
Política
• marcante teocracia – regime no qual a religião e a política estavam interligadas e se
influenciavam reciprocamente;
• faraó – monarca e encarnação do deus.
Religião
• politeísta;
• deuses com características antropozoomórficas (aparência humana e animal);
• crença na imortalidade da alma;
2. • reinado de Amenófis IV – reforma religiosa, que implantou, temporariamente um
monoteísmo religioso.
Cultura
• profundamente marcada pela religião;
• grande originalidade;
• ciências ligadas às necessidades práticas;
• escritas – demótica, hierática e hieroglífica.
Mesopotâmia (atual Iraque)
Economia
• Estado menos interventor;
• principal atividade – agricultura de regadio, desenvolvida às margens dos rios Tigre e
Eufrates;
• comércio desenvolvido, região como ponto de passagem de rotas comerciais.
Política
• maior variedade de estruturas, devido às constantes invasões de diferentes povos;
• principais períodos imperiais – I Império Babilônico, Império Assírio e II Império Babilônico.
Religião
• politeísta;
• usavam da magia, adivinhação e Astrologia, como importantes meios para descobrir a
vontade dos deuses.
Cultura
• marcantes avanços no campo da Matemática, Astronomia e Astrologia;
• na Arquitetura religiosa o destaque foram os Zigurats;
• no campo das leis o marco é o Código de Hamurábi, formulado segundo a Lei de Talião
(“olho por olho, dente por dente”);
• escrita – cuneiforme.
Fenícia (atual Líbano)
Economia
• principal atividade – comércio marítimo (bom litoral e abundância de cedro, madeira ideal
para a construção de navios);
• condições naturais não permitiram o desenvolvimento da agricultura;
• artesanato desenvolvido.
política
• principais cidades-Estados – Ugarit, Biblos, Sidon e Tiro;
• forte influência política da camada dos ricos comerciantes;
• fundaram importantes colônias e feitorias – Cartago (norte da África), Cádiz (sul da Espanha)
e na Sicília.
Religião
• politeísta;
• faziam sacrifícios humanos.
Cultura
• principal contribuição – alfabeto fonético.
Antiga Palestina (atual Israel)
Economia
• atividades agro-pastoris desenvolvidas;
3. • forte comércio.
Política
•estrutura diretamente relacionada à religião dos hebreus;
• divisão – período dos Patriarcas, dos Juízes e dos Reis (Saul, Davi e Salomão).
Religião
• monoteísta.
Cultura
• principal destaque – influenciou o surgimento de outras religiões monoteístas (cristianismo e
islamismo).
Pérsia (atual Irã)
Economia
• atividades agro-pastoris desenvolvidas;
• significativo avanço comercial durante o reinado de Dario I, quando houve a unificação do
padrão monetário (dárico), dos pesos e medidas e construção de estradas, que melhor
interligaram o Império Persa.
Política
• monarquia absoluta e teocrática;
• conquistas geraram um vasto império, que foi, durante o governo de Dario I dividido em
satrápias;
• principais monarcas – Ciro, Cambises e Dario I (apogeu persa).
Religião • mazdeísmo ou zoroastrismo, religião com caráter dualista (luta entre o bem e o
mal).
Cultura • pouca originalidade;
• destaque arquitetônico foi a construção de grandes e luxuosos palácios.