1. O documento apresenta os principais temas da psicologia, incluindo processos cognitivos, emocionais e conativos da mente humana.
2. É destacada a aprendizagem social através da observação e imitação de modelos, ilustrada pela famosa experiência de Bandura sobre a imitação de comportamentos agressivos por crianças.
3. Nesta experiência, crianças que observavam um adulto sendo recompensado por agressões exibiam maior índice de agressividade posteriormente.
6. APRENDIZAGEM
SOCIAL
Introdução
Aprendizagem
Social
-‐
Modalidade
de
Aprendizagem
que:
1. Acontece
quando
o
comportamento
de
um
indivíduo
é
influenciado
ou
condicionado
pelo
comportamento
de
outros
(modelos)
2. Acontece
em
contexto
social.
7. APRENDIZAGEM
SOCIAL
• Introdução
As
experiências
de
Skinner
e,
antes
dele,
as
de
Thorndike:
1. Levantam
o
problema
de
se
saber
como
é
que,
por
processos
de
tentaSvas
e
erros,
os
animais
conseguiam
aprender
tarefas
complexas.
2. Outros
autores,
como
Kohler,
contestam
a
explicação
comportamentalista
(behaviorista).
8. APRENDIZAGEM
SOCIAL
• Introdução
Uma
certa
representação
da
organização
do
espaço
parece
necessária,
para
que
o
animal
seja
capaz
de
não
cometer
sistemaScamente
os
mesmo
erros
num
labirinto,
por
exemplo.
1. A
nossa
versão
da
aprendizagem
não
pode
basear-‐se
unicamente
em
descrições
de
comportamentos
e
mudanças
de
comportamentos.
2. Temos
de
fazer
referência
à
cognição
que
ocorre
na
mente
do
Mapa
CogniSvo
é
um
conceito
que
animal,
para
explicar
muitos
define
a
representação
mental
da
fenómenos
de
aprendizagem
organização
do
espaço.
9. APRENDIZAGEM
SOCIAL
• Experiência
de
Albert
Bandura
Imitação
de
Comportamentos
Agressivos
1. Bandura
mostrou
a
crianças
com
quatro
anos
um
filme
em
que
um
adulto
esmurrava
e
pontapeava
um
boneco
insuflável.
2. Eram
66
crianças,
divididas
em
três
grupos
de
22
crianças
cada.
10. APRENDIZAGEM
SOCIAL
• Experiência
de
Albert
Bandura
Imitação
de
Comportamentos
Agressivos
A
história
do
filme
era
simples:
1. Um
adulto
encaminhava-‐se
na
direcção
de
um
boneco
insuflável,
e
2. Ordenava-‐lhe
que
saísse
da
sua
frente.
Obviamente,
o
boneco
não
se
mexia:
3. O
adulto
agredia
violentamente
o
boneco.
11. APRENDIZAGEM
SOCIAL
• Experiência
de
Albert
Bandura
Imitação
de
Comportamentos
Agressivos
Sujeitos
da
Experiência
A. O
grupo
A
de
crianças
assisSa
a
um
final
do
filme
em
que
o
adulto
era
elogiado
por
outro
adulto
–
Modelo
recompensado
B. O
grupo
B
assisSa
a
um
final
em
que
o
adulto
era
asperamente
censurado
por
outro
adulto
-‐
Modelo
punido.
C. O
grupo
C
assisSa
a
um
final
em
que
nada
acontecia
–
Condição
neutra.
12. APRENDIZAGEM
SOCIAL
• Experiência
de
Albert
Bandura
Imitação
de
Comportamentos
Agressivos
Depois
da
exibição
do
filme,
todas
as
crianças
brincaram
com
o
boneco
insuflável
e
outros
brinquedos:
A. As
crianças
do
grupo
A
mostraram
maior
índice
de
agressividade
do
que
as
outras.
B. Todas
as
crianças
Snham
aprendido
mentalmente
a
reproduzir
os
comportamentos
agressivos
observados
(sem
reforço).
13. APRENDIZAGEM
SOCIAL
• Experiência
de
Albert
Bandura
Imitação
de
Comportamentos
Agressivos
Conclusões:
1. As
crianças
parScipantes
na
experiência
aprenderam
comportamentos
agressivos
sem
receberem
qualquer
reforço;
2. As
crianças
aprenderam
esses
comportamentos,
mesmo
quando
o
modelo
não
era
reforçado
nem
punido.
14. As
Formas
de
Aprendizagem
Social
1.
Aprendemos
observando
os
outros,
sem
que
essa
observação
se
traduza
necessariamente
em
imitação.
Aprendemos
Formamos
a
esses
representação
comportamentos
Podemos
imitá-‐
mental
de
formando
essa
los
ou
não.
comportamentos
representação
que
observamos;
mental;
15. As
Formas
de
Aprendizagem
Social
2.
Aprendemos
observando
os
outros,
e
sendo
directamente
reforçados
por
os
imitarmos
adequadamente.
O
Formamos
a
A
imitação
do
comportamento
representação
comportamento
resultante
dessa
mental
de
é
acompanhada
aprendizagem
é
comportamentos
de
reforço
reforçado
que
observamos;
directo.
directamente;
16. As
Formas
de
Aprendizagem
Social
3.
Aprendemos
observando
as
consequências
dos
comportamentos
dos
outros
(condicionamento
vicariante
ou
indirecto)
Se
o
Modalidade
de
Se
o
comportamento
do
aprendizagem
comportamento
do
modelo
observado
muito
generalizada
modelo
observado
tem
consequências
entre
os
seres
é
punido
diminui
a
agradáveis
(reforço
humanos
probabilidade
de
posi`vo)
–
imitação
(consequências
em
imitação;
reforçada;
“segunda
mão”).
17. Condições
para
a
Aprendizagem
Social
1.
Atenção
–
Não
é
suficiente
observar
• Escolhemos:
Os
comportamentos
a
imitar;
As
Pessoas
modelo
• Prestamos
mais
atenção
ao
desempenho
de
umas
pessoas
do
que
ao
de
outras;
• Em
regra,
prestamos
mais
atenção
a
pessoas
consideradas
atraentes,
competentes,
populares.
18. Condições
para
a
Aprendizagem
Social
2.
Retenção
• Para
imitar
o
comportamento
de
um
modelo
temos
de
o
armazenar
ac`vamente
na
memória,
o
que
implica
a
representação
mental:
• das
acções
do
modelo;
• da
prá`ca
dos
elementos,
sequências
ou
etapas
do
comportamento.
19. Condições
para
a
Aprendizagem
Social
3.
Execução
ou
Produção
• É
necessário
converter
o
comportamento
memorizado
(representado)
em
acção,
o
que
exige:
• Tempo
e
treino;
• Mo`vo
ou
razão
para
converter
o
que
se
“sabe”
ou
aprendeu
em
comportamento
(“performance”).
(Pode
ocorrer
aprendizagem
sem
alterações
externas
do
comportamento)
20. Condições
para
a
Aprendizagem
Social
4.
Mo`vação
e
Reforço
• O
desempenho
de
algo
que
aprendemos
através
da
observação
depende
da
mo`vação
ou
incen`vo
para
o
efectuar:
• O
Reforço
tem
um
papel
importante;
• A
antecipação
ou
previsão
do
reforço
(que
pode
ser
a
aprovação
dos
outros)
aumenta
a
mo`vação
para:
• Reter
• Reproduzir
• Desempenhar
o
comportamento
observado.
21. Condições
para
a
Aprendizagem
Social
A
aprendizagem
por
modelação
Contém
um
importante
princípio
presente
no
condicionamento
operante:
Podemos
aprender
por
imitação,
Mas
a
aquisição
do
novo
comportamento
depende
da
aplicação
dos
princípios
do
reforço.
22. Síntese
Tipo
de
Procedimento
Resultado
Exemplo
Aprendizagem
De
cada
vez
que
regressa
a
casa,
o
João
tem
de
passar
em
frente
à
casa
de
Um
eslmulo
neutro
O
Eslmulo
neutro
um
vizinho,
onde
um
(uma
campainha,
por
torna-‐se
um
eslmulo
cão
salta
ao
portão,
a
ex.,
é
emparelhado
condicionado,
isto
é,
ladrar
furioso,
quase
com
um
eslmulo
um
eslmulo
que
por
o
alcançando
no
incondicionado
(p.ex.:
si
só
desencadeia
uma
Condicionamento
passeio.
comida)
que
resposta
Clássico
Passado
algum
naturalmente
condicionada
(uma
tempo,
a
simples
desencadeia
ou
resposta
semelhante
visão
da
casa
do
produz
uma
resposta
à
resposta
produzida
vizinho
provoca
incondicionada
por
um
eslmulo
não
reacções
de
medo
(reflexo
salivar)
condicionado
semelhantes
às
que
provoca
o
aparecimento
súbito
do
cão
a
ladrar.
23. Síntese
Tipo
de
Procedimento
Resultado
Exemplo
Aprendizagem
Se
tem
consequências
• Miguel
recebe
um
agradáveis
ou
cromo
de
cada
vez
desejáveis
(obter
algo
que
se
levanta
e
deixa
que
desejamos
ou
o
quarto
arrumado
Em
determinada
evitar
algo
(reforço
posi`vo);
situação,
um
indesejável),
um
• O
Miguel
arruma
e
comportamento
ou
comportamento
é
limpa
o
quarto,
para
resposta
está
na
fortalecido,
isto
é,
Condicionamento
não
ser
impedido
de
origem
de
passa
eventualmente
Operante
consequências
a
ser
mais
frequente;
ver
um
programa
infan`l
na
TV
(reforço
agradáveis
ou
de
Se
tem
consequências
nega`vo).
consequências
desagradáveis,
um
• O
Miguel
vai
ter
de
desagradáveis.
comportamento
é
devolver
um
dos
seus
enfraquecido,
isto
é,
cromos,
por
não
ter
passa
eventualmente
deixado
o
seu
quarto
a
ser
menos
arrumado
(punição).
frequente
24. Síntese
Tipo
de
Procedimento
Resultado
Exemplo
Aprendizagem
O
Observador
constrói
a
Use
este
sabão,
este
representação
mental
a"er-‐shave,
ou
este
da
resposta
ou
perfume,
coma
este
Um
observador
presta
comportamento
do
Aprendizagem
por
atenção
ao
`po
de
alimentos,
modelo.
A
tendência
conduza
este
`po
de
Modelação
ou
comportamento
de
do
observador
para
automóvel
e
será
Aprendizagem
um
modelo
e
às
suas
imitar
o
elegante,
bem
Social
ou
ainda
por
consequências
comportamento
do
sucedido,
popular
e
Observação
(favoráveis
ou
modelo
pode
ser
atraente
como
as
desfavoráveis).
reforçada
ou
pessoas
que,
nos
enfraquecida,
em
anúncios
publicitários,
função
das
fazem
essas
coisas.
consequências
da
acção
observada
26. Aprendizagem
Complexa
Segundo
a
perspec`va
cogni`va,
o
ponto
fundamental
da
• Na
capacidade
do
organismo
aprendizagem
(e
da
representar
mentalmente
aspectos
inteligência
em
geral)
do
mundo,
e
reside:
• Operar
sobre
estas
representações,
em
vez
de
sobre
o
mundo
propriamente
dito.
27. Aprendizagem
Complexa
O
que
é
mentalmente
representado
pode
ser:
• Uma
associação
entre
eslmulos
(condicionamento
clássico).
• Uma
associação
de
consequências
do
comportamento
(condicionamento
operante
e
aprendizagem
social).
28. Aprendizagem
Complexa
Mas,
em
muitos
casos,
o
que
é
representado
parece
mais
complexo:
• Um
mapa
do
nosso
ambiente
ou
um
conceito
abstracto,
(como
a
noção
de
causa).
• As
operações
mentais
sobre
as
representações
podem
assumir
a
forma
de:
• Tenta`va
e
erro
mental
• Uma
estratégia
em
que
a
escolha
dos
primeiros
passos
resulta
simplesmente
do
facto
de
facilitarem
os
passos
seguintes,
mesmo
sem
sabermos
a
solução
final,
etc.
29. Mapas
Cogni`vos
e
Conceitos
Abstractos
• Edward
Tolman
testou
a
aprendizagem
da
orientação
em
labirintos
complexos
com
ratos.
– Verificou
que
um
rato
que
percorre
um
labirinto
complexo
em
busca
de
alimento
• Não
está
a
aprender
uma
sequência
de
respostas
de
virar
à
esquerda
e
à
direita
• Mas
desenvolve
um
Mapa
Cogni`vo
–
uma
representação
mental
da
configuração
do
labirinto.
30. Mapas
Cogni`vos
e
Conceitos
Abstractos
• O
inves`gador
coloca
comida
em
cada
uma
das
extremidades
dos
oito
segmentos
do
labirinto
A
tarefa
do
rato
é
aprender
a
deslocar-‐se
à
extremidade
de
cada
labirinto
para
obter
comida,
sem
voltar
àqueles
aonde
já
foi.
Verifica-‐se
que,
depois
de
cerca
de
20
ensaios,
os
ratos
pra`camente
nunca
voltam
a
um
segmento
aonde
já
tenham
ido.
(o
labirinto
é
lavado
com
uma
perfume
que
mascara
os
odores
de
comida.)
31. Mapas
Cogni`vos
e
Conceitos
Abstractos
• O
mais
curioso
é
que
os
ratos
quase
nunca
recorrem
à
estratégia
muito
humana
de
percorrer
os
segmentos
do
labirinto
numa
ordem
determinada.
Pelo
contrário,
os
ratos
visitam
os
segmentos
ao
acaso,
o
que
indica
que
não
aprenderam
uma
sequência
rígida
de
respostas.
O
mais
provável
é
que
tenham
criado
uma
representação,
semelhante
a
um
mapa,
do
labirinto.
32. Mapas
Cogni`vos
e
Conceitos
Abstractos
• Se
pensarmos
nos
conceitos
abstractos
como
sendo
mapas
de
mapas
(representações
de
representações),
então
será
possível
ensinar
conceitos
abstractos
a
animais.
Numa
experiência
lpica,
realizada
com
chimpanzés,
estes
foram
capazes
de
aprender
a
usar
o
símbolo
(igual),
quando
se
lhes
apresentam
dois
símbolos
de
“maçã”,
ou
dois
símbolos
de
“laranja”,
E
o
símbolo
de
(diferente)
quando
se
lhes
apresenta
um
símbolo
de
“maçã”
e
de
“laranja”.
34. Aprendizagem
por
Insight
• É
famoso
o
trabalho
de
Wolfgang
Kohler
(promotor
da
Teoria
da
Forma,
Gestalt)
com
chimpanzés
(década
de
1920).
• Kohler
colocava
um
chimpanzé
numa
área
fechada
e,
fora
do
seu
alcance,
colocava
uma
banana.
– Para
obter
a
banana,
o
chimpanzé
`nha
de
usar
um
objecto
(uma
vara)
como
ferramenta.
35. Aprendizagem
por
Insight
! "#
O
Bastão
que
estava
ao
alcance
do
Sultão
(chimpanzé)
não
`nha
o
comprimento
necessário
para
alcançar
a
banana.
Depois
de
algumas
pausas,
para
analisar
o
espaço
envolvente,
de
forma
inesperada
o
Sultão
usa
a
vara
mais
pequena
para
puxar
uma
maior
(que
estava
fora
do
seu
alcance)
e
!
com
esta
puxa
a
banana
$%&'()!"*!+,-!./!0/(()1/23)!4-156/1/23)(7!+,-!./!'1!8),39-!1/2-(:!5)()!,/!4;/&)(!)-!
para
si.
<2%4-!8),39-!<3%6!5)()!)64)2=)(!-!-8>/3%?-!0%2)67!@!A;%15)2BC!D2/,3/!4),-:!E'639-F!3/1!G'/!
'3%6%B)(!)!?)()!4'(3)!5)()!-83/(!)!?)()!6-2&)!G'/!5-./(H!/239-!,/(!'3%6%B).)!5)()!4-2,/&'%(!)!
8)2)2)7!
I-3)*!$%&'()!).)53).)!./!@,&--.!D"JKLM"J#N:!57!ONKF7!
!
DNPMQLM"RF!E'639-!3/23-'!)64)2=)(!)!0('3)!5(%1/%()1/23/!4-1!'1!8),39-!4'(3-!/!./5-%,
36. Aprendizagem
por
Insight
“De
repente
pega
na
vara
menor
outra
vez,
vai
até
à
grades
directamente
em
frente
à
vara
maior,
arrasta-‐a
na
sua
direcção
com
a
“auxiliar”,
agarra-‐a
e
vai
com
ela
até
ao
ponto
em
frente
ao
objec`vo
(a
fruta),
obtendo-‐a.
Desde
o
momento
em
que
os
seus
olhos
repousam
sobre
a
vara
maior,
a
sua
acção
forma
um
todo
consecu`vo,
sem
interrupções
e,
embora
a
captura
da
vara
maior
u`lizando
a
menor
seja
uma
acção
que
poderia
ser
completa
e
dis`nta
por
si
mesma,
observa-‐se
que
ela
segue
repen`namente
(...)
e
imediatamente
se
funde
com
a
acção
final
de
realização
da
meta
final.
(Kohler,
1925,
p.174-‐175)
37. Aprendizagem
por
Insight
• A
aprendizagem
por
Insight
é
muito
diferente
da
realizada
pelos
ratos
ou
pombos
de
Skinner:
– A
solução
é
encontrada
repen`namente:
não
é
fruto
de
um
processo
gradual;
– Depois
de
resolver
o
problema
pela
primeira
vez
o
chimpanzé
deixa
de
manifestar
respostas
inadequadas
– A
aprendizagem,
realizada
por
esta
via,
é
facilmente
generalizável
a
problemas
idên`cos
(alcançar
um
objecto
demasiado
alto,
usando
caixas,
por
exemplo)
38. Aprendizagem
A
aprendizagem
de
mapas
cogni`vos
e
de
conceitos
abstractos
e
a
aprendizagem
por
Insight
não
são
compalveis
com
as
teorias
da
aprendizagem
por
associação
de
eslmulos
ou
por
associação
de
consequências.
O
facto
de
a
aprendizagem
se
A
teoria
do
reforço
cons`tuir
no
reforço
de
si
mesma
(condicionamento
operante)
pode
obriga
a
que
tenhamos
de
admi`r
explicar
a
mo`vação
para
resolver
formas
de
aprendizagem
não
o
problema,
mas
não
a
explicáveis
pela
habituação
ou
aprendizagem
realizada.
pelo
condicionamento.