Comunicação Não Verbal e Intervenção com Crianças com nee

Joaquim Colôa
Falando com Quem Faz
21 de Abril e 12 de Maio de 2012
Joaquim.coloa@gmail.com

d ia
B om

A Comunicação não verbal e
intervenção em crianças com nee


“A comunicação (...) é uma negociação entre duas
pessoas, um acto criativo. Não se mede pelo facto de que
o outro entenda exactamente o que o outro diz, mas sim
para que ele também contribua com a sua parte, ambos
mudem com a acção. E quando se comunicam realmente,
o que formam é um sistema de interacção e reacção bem
integrado.”
Birdwhistell (1970)

A Expressão

Implica o envio de uma mensagem para
outra pessoa de forma a fazer com que
alguma coisa aconteça ou interromper
alguma coisa que esteja a acontecer.

A Recepção

•É um processo de recepção e compreensão
de mensagens.

•Por vezes é difícil determinar como é que
uma criança com problemas severos recebe
a mensagem.

“A postura e o
movimento do corpo,

os gestos, a expressão
do rosto e o olhar, as
sensações táteis e
olfativas são outros
tantos meios para a
comunicação não
verbal de emoções e
de informação.”
Davis (2010)

O meu corpo comunica...

no espaço

no som

no tempo

no outro
no movimento


Movimentos

Locomotores - não locomotores

De manipulação

Corpo

Mobilizado no todo –
Mobilizado de modo
fragmentado

Mobilizado de modo
fragmentado mantendo a
relação das acções

Imobilizado

Factores

Mecânico - vivo

Violento - suave

Forte - Fraco


Expressão do afecto


O contexto

“em qualquer tentativa para interpretar o
contacto, a oportunidade – o contexto – é
obviamente da maior importância.”
Davis (2010)


Relação

- Criar intimidade emocional entre a criança(s) e
o(s) adulto(s),
- Dar valor e sentido à mensagem e ao acto
comunicativo,
- Facilitar sensações de segurança, de elevada auto
estima e de pertença ao grupo.


A congruência

A relação entre posturas / atitudes
combinadas e os movimentos de acordo
não verbal.


A congruência

Alguns individuos com problemas
(esquisofrénicos, autistas... têm
dificuldade em encontrar essa
congruência.


•Qualquer ser humano tem necessidade
de comunicação.
•Comunicar diminui o isolamento.


•A comunicação é possível na ausência de
meios simbólicos.
•Comunicar é um direito.
•Comunicar implica pelo menos dois
indivíduos.


“A actividade ou inactividade, as palavras
ou o silêncio, tem sempre valor de
mensagem: influenciam os outros e estes,
por sua vez, não podem “não responder” a
estas comunicações, estando assim, por
sua vez a comunicar”. Watzlawick, Beavin & Jackson, 1967

Direitos

•Fazer pedidos.

•Dizer que “quer mais”.

•Dizer que “não”.

•Chamar a atenção de alguém.

•Querer falar sobre o que se faz.


Não Verbal

- Movimentos generalizados e alterações do
tónus muscular.
- Vocalizações.

- Expressões faciais.

Não Verbal

- Orientação (olha, aponta numa direcção,
desvia o olhar, etc.).
- Pausa.

- Toque, manipulação ou movimento com
outra pessoa.

Não Verbal

- Acção sobre objectos e uso de objectos
para interagir com alguém.

- Assumir posições e deslocar-se para
determinados locais, estica os braços para
que lhe peguem, etc.).

Não Verbal

- Gestos convencionais.
- Acções descritivas (mima o atirar da
bola, etc.).
- Afastamento
- Comportamento agressivo ou auto-
agressivo.


Como comunicar com o diferente...

Comunicação expressiva

Comunicação por reconhecimento - expressões faciais.

Comunicação contingente - vocalizações, movimentos
corporais e interruptor de chamadas.

Comunicação instrumental - tocar a pessoa, manipular a
pessoa e tocar um objecto.

Comunicação expressiva

Comunicação convencional - estender um objecto,
gestos simples, apontar e comunicação com dois ou
mais interruptores.

Comunicação simbólica e emergente - gestos
complexos, objectos em miniatura, imagens/desenhos e
outros símbolos tácteis.

Comunicação instrumental

Comportamentos simples e não simbólicos dirigidos
a uma pessoa com intenção de provocar acção, de
provocar uma resposta. Os comportamentos podem
ser dirigidos a uma pessoa ou objecto, mas não aos
dois simultaneamente.

Comunicação funcional - pedidos

De atenção - comportamentos usados para chamar a
atenção do adulto.

De interacção social - comportamentos usados para
iniciar trocas sociais.


De interacção no jogo - comportamentos que
demonstrem desejo de se envolver num jogo com outra
pessoa.

De afecto - comportamentos que orientam o receptor para
o envolvimento de alguma actividade quem tem a intenção
especifica de fornecer sentimentos de afecto.


De autorização de iniciar uma actividade -
comportamentos que exprimem o desejo de iniciar uma
acção em particular (ligar a televisão).

De acção por parte do receptor - comportamentos que
orientam o receptor para que dê origem a um
determinado acontecimento (dirigir a mão do adulto
para...).


De assistência - comportamentos que solicitam do adulto
assistência numa determinada actividade (parar depois
de vestir as calças...).

De informação/clarificação - comportamentos que
solicitam informações acerca de objectos, actividades,...


De objectos - comportamentos que orientam o receptor
no sentido de fornecer um objecto ao emissor.

De alimentação - comportamentos que pedem
especificamente comida ou bebida.

Comunicação funcional - negações

De protesto - comportamentos que revelam objecção
geral ou desaprovação de um acontecimento, pedido, ....

De recusa - comportamentos que expressam
especificamente rejeição de um acontecimento iniciado
ou sugerido por alguém.

Comunicação funcional - negações

De cessação - comportamentos que que expressam
especificamente o desejo de interromper um
acontecimento que já se iniciou.

Comunicação funcional –

declarações e comentários

Acerca de acontecimentos/acções - comportamentos
usados para comentar um acontecimento.

Acerca de objectos - comportamentos usados para
fazer comentários a um objecto ou pessoa.



Acerca de erros - comportamentos que dão indicação
de que o emissor percebeu que o receptor cometeu um
erro.

Afirmação - comportamentos que exprimem
concordância sobre alguma coisa ou desejo de se
envolver numa acção.



Saudação - comportamentos que ocorrem
imediatamente após a entrada de alguém e que
expressam reconhecimento da pessoa.

Humor - comportamentos que divertem o receptor e/ou
evocam uma resposta tal como o riso.


Um filme


“O tacto possui uma classe especial de proximidade,
uma vez que quando uma pessoa toca a outra, a
experiência é total e inevitávelmente mútua. A pele
poe-se em contacto com a pele, de forma directa ou
através do vestuário e estabelece uma imediata tomada
de consciência de ambas as partes. Esta tomada de
consciência é mais forte quanto o contacto é pouco
frequente.”
Davis (2010)


O(s) outro(s) através do meu tacto


Eu sou o corpo agido/pensado num
espaço vivido ou que anseia a viver...


Mas eu também sou o corpo
percepcionado... Por mim... Pelos outros...

Joaquim Colôa
Disponível em:
http://www.slideshare.net/jcoloa

Bem hajam
Bom trabalho

Bibliografia

Birdwhistell, R. L. (1970). Kinesics and Context. Filadélfia: University of

Pennsylvânia Press.

Bray, A.; Grad, D. (2003). Effective Communication for Adults with an
Intellectual Disability. Review of the literature prepared for the National
Advisory Committee on Health and Disability to inform its project on
services for adults with an intellectual disability.

Buck, R.; VanLear, C. A. (2002). Verbal and Nonverbal Communication:
Distinguishing Symbolic, Spontaneous, and Pseudo-Spontaneous
Nonverbal Behavior. International Communication Association.

Davis, F. (2010). La Comunicación no Verbal. Madrid: Alianza Editorial.

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