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INTRODUÇÃO


       João Wesley1, [1703–1791, 87 anos] a principal figura do reavivamento
evangélico do século XVIII e o fundador do metodismo. Viveu em meio a uma
Inglaterra cheia de mendigos, políticos corruptos, vícios e violência maciça. Foi
contemporâneo de uma sociedade conturbada pela Revolução Industrial e o enxoval
dos desempregados. Cresceu acostumado com um cristianismo frio, apático e
moralmente degenerado.



A INGLATERRA DO SÉCULO XVIII


       Frieza espiritual somada ao formalismo, a Igreja da Inglaterra não investia em
trabalho missionário, as pessoas não iam mais as igrejas, o entusiasmo pela religião
se tornou raro. Foco especial em discussões teológicas sem praticidade, sem
preocupação com as necessidades do povo.

       Os vícios dominavam a alta sociedade, aliado ao baixíssimo nível moral e a
pobreza. Entre os anos 1714-1750 os impostos triplicaram na Inglaterra. Crimes
eram corriqueiros e praticados ao ar livre. Um bom filme indicado para conhecer esta
época é “Tempos Modernos” com Charles Chaplin.



A VIDA DE JOHN WESLEY

       Família. Um em dezenove irmãos. Embora seus avôs paternos e maternos
tenham se destacado como não-conformistas puritanos, seus pais voltaram para a


1
  Toda a pesquisa aqui apresentada foi adaptada às minhas palavras, no entanto, retiradas das
seguintes obras: EWELL, Walter, A. (ed.) Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã. In:
Wesley. São Paulo: Editora Vida Nova, 2000, p. 1389-1392; GONZALEZ, Justo, L. Uma história do
pensamento cristão. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2003, v.3, p. 310-321; ______ (ed.)
Dicionário ilustrado dos intérpretes da fé. In: Wesley. Santo André: Academia Cristã, 2000, p. 663-
665; JENNINGS, Daniel R. The Supernatural Occurrences Of John Wesley. Oklahoma City: Sean
Multimedia, 2005 (obra retirada da internet); LANE, Tony. Pensamento Cristão. v.2. São Paulo:
Abba Press, 1999; LATOURETTE, Kenneth Scott. Uma história do Cristianismo, vol. 2. São Paulo:
Editora Hagnos, 2006, p. 1379-1398; LOCKMANN, Paulo de Tarso de O; CONSTANTINO, Zélia S.
“Seguir a Cristo Manual do Discipulado”. Coletania da teologia de John Wesley. Rio de Janeiro:
Igreja Metodista, 1ª Região Eclesiástica, 2005; NICHOLS, R. H. História da Igreja Cristã. São Paulo:
Editora Cultura Cristã, 2008.

                                                                                                  1
Igreja da Inglaterra, onde seu pai, durante a maior parte do seu ministério, foi
sustentado pelas paróquias de Epworth. Wesley passou os primeiros anos da sua
vida sob a orientação cuidadosa da sua notável mãe, que se esforçou para influir
nele um senso de piedade vital que levasse a uma devoção sincera a Deus.

      Tragédia. Ainda na infância, John Wesley foi o último a ser salvo de forma
miraculosa em um incêndio que destruiu toda sua casa, onde estivera preso no
segundo andar. A partir desse dia, Susana, sua mãe, dedicou-lhe atenção especial,
pois entendeu que Deus havia poupado sua vida para algo muito especial.

      Educação. Aos cinco anos de idade, Susana Wesley começou a alfabetizar o
pequeno    John,   usando   o   livro   dos Salmos como   apostila.   Educado   em
Charterhouse, uma escola para meninos e moços em Londres, e depois em Christ
Church e na Universidade de Oxford, ele bacharelou-se em 1724 como teólogo e
completou seu mestrado em 1727.

      Vida conjugal. A vida conjugal de Wesley sempre foi um fracasso. Teve um
curto relacionamento com uma jovem de Geórgia, mas dizem que porque ele se
recusou certa vez lhe dar a santa ceia ela se casou com outro homem. E depois, ao
final dos seus 40 anos, casou-se com uma viúva, mas foi muito infeliz e eles logo se
separaram.

      Vida religiosa. Wesley bem novo foi confrontado com aquilo que deveria
fazer com o restante da sua vida. Sob influência da sua mãe, de um amigo religioso
e das leituras de Jeremy Taylor e Tomás de Kempis, decidiu fazer da religião o
empreendimento da sua vida. Foi ordenado diácono em 1725, eleito para uma
cadeira de pesquisas em Lincoln College, Universidade de Oxford.

      Voltou para Oxford onde se tornou líder de um pequeno grupo de estudantes
que foi organizado pelo seu irmão mais novo Charles Wesley, o “Clube Santo”, mais
tarde chamado de “metodistas”, por causa do método de estudo da Bíblia prescrito e
da sua abnegação que incluía muitas obras de caridade.

      Despertamento espiritual. Mesmo sendo diácono ele sempre lutou pela
segurança de sua salvação; John Wesley era um homem inseguro. Olhando para a



                                                                                  2
sua vida é possível acreditar na doutrina da salvação pela fé e ainda assim não ter
uma experiência com Cristo. Ele cria, mas não havia experimentado.

      Wesley em uma fracassada viagem missionária de navio a Geórgia foi
confrontado espiritualmente pela devoção dos morávios, que em meio à tempestade
e agitação do navio, estavam confiantes e descansando na providência de Deus.
Conta-se que depois de analisar o empreendimento missionário de Wesley, um
pastor moraviano chegou nele e disse:


                     “Meu irmão, eu devo primeiro fazer-lhe uma ou duas perguntas. Você
                     tem o testemunho dentro de si? O Espírito de Deus testifica com seu
                     espírito que você é um filho de Deus?” Eu fiquei surpreso e não sabia
                     o que responder. Ele observou isto e perguntou: Você conhece a
                     Jesus Cristo? Hesitei e disse: Eu sei que ele é o Salvador Mundo”.
                     Verdade, mas você sabe que ele salvou você? Eu respondi: Eu
                     espero que ele tenha morrido para me salvar.



      O próprio Wesley dá a entender que estava completamente confuso a
respeito de sua salvação, o que foi testificado por aqueles irmãos. Mais ainda, essa
experiência não foi a última palavra para Wesley se encontrar definitivamente com
Deus e consigo mesmo. Até Wesley encontrar Peter Bohler (um líder morávio) ele
estava convencido, mas não convertido. A sua experiência aconteceu no dia 24 de
Maio de 1738, numa capela onde se lia o prefácio do comentário de Lutero a
Romanos. A famosa paróquia Anglicana na Rua Aldersgate, foi ali que o próprio
John Wesley relata sua experiência peculiar: “senti meu coração estranhamente
aquecido”. A partir daí ele se torna um fervoroso pregador.

      Obra missionária. Wesley foi um líder ativo no reavivamento entre os
trabalhadores dos minérios de carvão em Kingswood junto com outro famoso
pregador George Whitefield; Wesley pregou e viveu o reavivamento na Europa
durante uns 50 anos. Viajou cerca de 400 mil km, em todas as partes da Inglaterra,
pais de Gales, Escócia e Irlanda pregando aproximadamente 40 mil sermões, 12
sermões por semana, acompanhado com os aproximados 40 sermões de Whitefield
por semana. Wesley definitivamente estabeleceu o “mundo como sua paróquia”.




                                                                                        3
A TEOLOGIA DE JOHN WESLEY


       Sua teologia é semelhante a da Reforma. Algumas ênfases que se encontram
em seus sermões são: (1) Soberania de Deus em inverter nossa natureza
pecaminosa; (2) Espírito Santo; (3) Pecado Original; (4) A liberdade que o Espírito
Santo garante aos santos para a santidade; (5) Perfeição cristã: a palavra de ordem
para o reavivamento ficou sendo: “avance para a perfeição; senão, não poderá
conservar aquilo que já tem”; (6) Ênfase ética-moral rigorosa.

       Wesley ensinava que a conversão a Jesus é comprovada pela prática
(testemunho), e não pelas emoções do momento. Pregava a valorização dos
pregadores leigos que participavam lado a lado com os clérigos da Missão de
evangelização, assistência e capacitação de outras pessoas.

       Sempre afirmou que o centro da vida cristã está na relação pessoal com
Jesus Cristo. É Jesus quem nos salva, nos perdoa, nos transforma e nos oferece a
vida abundante de comunhão com Deus. Valoriza e recupera em sua prática a
ênfase na ação e na doutrina do Espírito Santo como poder vital para a Igreja.
Reconhece a necessidade de se viver o Evangelho comunitariamente. John
Wesley afirmou que "tornar o Evangelho em religião solitária é, na verdade, destruí-
lo". Preocupa-se com o ser humano total. Não é só com o bem-estar espiritual, mas
também com o bem-estar físico, emocional, material. Por isso devemos cuidar do
nosso próximo integralmente, principalmente dos necessitados e marginalizados
sociais.

       A teologia de Wesley dava ênfase especial na pregação e na evangelização
com zêlo apaixonado. Há uma frase bem conhecida de seus biógrafos de que
enquanto ele ouvia o sermão de um de seus alunos (que estava bem fraco), ele
provavelmente teria dito a ele: “Ponha fogo no seu sermão ou ponha o seu sermão
no fogo”. Um trecho de um hino composto por seu irmão Charles evidencia a sua
paixão evangelística do momento: “Feliz se com meu último suspiro, eu pudesse
apenas murmurar seu nome; pregá-lo a todos e clamar na morte: „olhem, olhem para
o Cordeiro‟”.




                                                                                  4
Outra frase muito conhecida de Wesley é a frase: “o mundo é minha
paróquia”. Na verdade, essa frase é uma crítica dele à Igreja da Inglaterra, pois
Wesley tinha decidido pregar ao ar livre e não dentro dos templos, “eu prego onde
eu for, onde Deus mandar, e onde existir pessoas, o mundo é minha igreja”. O
costume deles era pregar em paróquias de outros ministros e isto provocou grandes
protestos. Por esse motivo foram excluídos das igrejas e sofreram amarga oposição
de muitos clérigos da igreja oficial.



O LEGADO DE WESLEY PARA O MUNDO


       Além de milhares de convertidos e encaminhados para a santificação cristã,
houve também obras sociais dignas de destaque, como estas: “Dinheiro aos
pobres”. “Compêndio de medicina” (Wesley escreveu e foi largamente difundido).
Apoio na reforma educacional. Apoio na reforma das prisões. Apoio na abolição da
escravatura. Atualmente, o total de membros da comunidade metodista no mundo
está estimado em cerca de 75 milhões de pessoas. O maior grupo concentra-se nos
Estados Unidos: a Igreja Metodista Unida neste país é a segunda maior
denominação protestante.

       John Wesley foi o homem que Deus levantou para sacudir a vida religiosa da
Inglaterra e trazer ao mundo o impulso religioso mais forte que ocorreu depois do
tempo da Reforma. Seu irmão Carlos Wesley foi grande e eficiente pregador, e sua
principal contribuição foi dada através dos seus hinos, dos quais escreveu cerca de
seis mil.

       Há poucos lugares na Inglaterra em que Wesley não havia pregado. Algumas
pessoas que foram grandemente influenciadas pelo ministério de Wesley: John
Newton, Toplady, o autor de “tocha eterna” e William Wilberforce, o grande líder
abolicionista. Os resultados do avivamento foi a formação dos metodistas, que
Wesley não desejava, além do forte entusiasmo que apoderou-se da vida religiosa
da Inglaterra, afugentando a indiferença e o desinteresse característicos do século
18.



                                                                                 5
A partir da influência do reavivamento grandes mudanças sociais ocorreram
no século 18, como a Escola Dominical por Robert Raikes, em Gloucester, A
consciência política de Wilberforce, John Howard dedicou a sua vida no trabalho
penitenciário e outros, e muitas sociedades missionárias foram criadas com o fim de
evangelizar o mundo.



CONCLUSÃO


       John Wesley tinha tudo para ser mais um conformado com os seus dias.
Todas as épocas possuem grandes desafios e também oportunidades. John Wesley
foi um dos homens de sua época que não se conformou com o seu mundo e muito
menos com a frígida igreja inglesa.

       Uma das marcas que ficaram de Wesley foi que por onde passava ele
deixava seu legado e significância, como nos relata este conto:

                     “Um nobre inglês, passando por um povoado em Cornwall, na
                     Inglaterra, depois de procurar em vão um lugar onde comprar bebida
                     alcoólica, perguntou a um camponês: "Como é que eu não posso
                     comprar um copo de bebida nesta triste aldeia?". O velho,
                     reconhecendo a posição do estrangeiro, tirou respeitosamente o
                     chapéu e curvou-se, dizendo: "Senhor, há cerca de cem anos um
                     homem chamado John Wesley passou por aqui". O camponês então
                     virou-se e foi embora”.


       Que a vida de John Wesley, este magnífico servo do senhor, inspire a nossa
vida em conciliar uma vida de estudo, pregação com uma paixão sem igual pelo
senhor Jesus Cristo e pela obra missionária em todos os lugares pelos quais
passarmos, que possamos sempre dizer que “o mundo é a nossa paróquia”. À Ele
toda a glória!




                                                                                     6
BIBLIOGRAFIA



EWELL, Walter, A. (ed.) Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã. In:
Wesley. São Paulo: Editora Vida Nova, 2000.

GONZALEZ, Justo, L. Uma história do pensamento cristão. São Paulo: Editora
Cultura Cristã, 2003, v.3, p. 310-321.

_______________ (ed.) Dicionário ilustrado dos intérpretes da fé. In: Wesley.
Santo André: Academia Cristã, 2000, p. 663-665.

JENNINGS, Daniel R. The Supernatural Occurrences Of John Wesley. Oklahoma
City: Sean Multimedia, 2005.

LANE, Tony. Pensamento Cristão. v.2. São Paulo: Abba Press, 1999.

LATOURETTE, Kenneth Scott. Uma história do Cristianismo, vol. 2. São Paulo:
Editora Hagnos, 2006.

LOCKMANN, Paulo de Tarso de O; CONSTANTINO, Zélia S. “Seguir a Cristo
Manual do Discipulado”. Coletania da teologia de John Wesley. Rio de Janeiro:
Igreja Metodista, 1ª Região Eclesiástica, 2005.

NICHOLS, R. H. História da Igreja Cristã. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2008.




                                                                                     7

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João Wesley, fundador do metodismo

  • 1. INTRODUÇÃO João Wesley1, [1703–1791, 87 anos] a principal figura do reavivamento evangélico do século XVIII e o fundador do metodismo. Viveu em meio a uma Inglaterra cheia de mendigos, políticos corruptos, vícios e violência maciça. Foi contemporâneo de uma sociedade conturbada pela Revolução Industrial e o enxoval dos desempregados. Cresceu acostumado com um cristianismo frio, apático e moralmente degenerado. A INGLATERRA DO SÉCULO XVIII Frieza espiritual somada ao formalismo, a Igreja da Inglaterra não investia em trabalho missionário, as pessoas não iam mais as igrejas, o entusiasmo pela religião se tornou raro. Foco especial em discussões teológicas sem praticidade, sem preocupação com as necessidades do povo. Os vícios dominavam a alta sociedade, aliado ao baixíssimo nível moral e a pobreza. Entre os anos 1714-1750 os impostos triplicaram na Inglaterra. Crimes eram corriqueiros e praticados ao ar livre. Um bom filme indicado para conhecer esta época é “Tempos Modernos” com Charles Chaplin. A VIDA DE JOHN WESLEY Família. Um em dezenove irmãos. Embora seus avôs paternos e maternos tenham se destacado como não-conformistas puritanos, seus pais voltaram para a 1 Toda a pesquisa aqui apresentada foi adaptada às minhas palavras, no entanto, retiradas das seguintes obras: EWELL, Walter, A. (ed.) Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã. In: Wesley. São Paulo: Editora Vida Nova, 2000, p. 1389-1392; GONZALEZ, Justo, L. Uma história do pensamento cristão. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2003, v.3, p. 310-321; ______ (ed.) Dicionário ilustrado dos intérpretes da fé. In: Wesley. Santo André: Academia Cristã, 2000, p. 663- 665; JENNINGS, Daniel R. The Supernatural Occurrences Of John Wesley. Oklahoma City: Sean Multimedia, 2005 (obra retirada da internet); LANE, Tony. Pensamento Cristão. v.2. São Paulo: Abba Press, 1999; LATOURETTE, Kenneth Scott. Uma história do Cristianismo, vol. 2. São Paulo: Editora Hagnos, 2006, p. 1379-1398; LOCKMANN, Paulo de Tarso de O; CONSTANTINO, Zélia S. “Seguir a Cristo Manual do Discipulado”. Coletania da teologia de John Wesley. Rio de Janeiro: Igreja Metodista, 1ª Região Eclesiástica, 2005; NICHOLS, R. H. História da Igreja Cristã. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2008. 1
  • 2. Igreja da Inglaterra, onde seu pai, durante a maior parte do seu ministério, foi sustentado pelas paróquias de Epworth. Wesley passou os primeiros anos da sua vida sob a orientação cuidadosa da sua notável mãe, que se esforçou para influir nele um senso de piedade vital que levasse a uma devoção sincera a Deus. Tragédia. Ainda na infância, John Wesley foi o último a ser salvo de forma miraculosa em um incêndio que destruiu toda sua casa, onde estivera preso no segundo andar. A partir desse dia, Susana, sua mãe, dedicou-lhe atenção especial, pois entendeu que Deus havia poupado sua vida para algo muito especial. Educação. Aos cinco anos de idade, Susana Wesley começou a alfabetizar o pequeno John, usando o livro dos Salmos como apostila. Educado em Charterhouse, uma escola para meninos e moços em Londres, e depois em Christ Church e na Universidade de Oxford, ele bacharelou-se em 1724 como teólogo e completou seu mestrado em 1727. Vida conjugal. A vida conjugal de Wesley sempre foi um fracasso. Teve um curto relacionamento com uma jovem de Geórgia, mas dizem que porque ele se recusou certa vez lhe dar a santa ceia ela se casou com outro homem. E depois, ao final dos seus 40 anos, casou-se com uma viúva, mas foi muito infeliz e eles logo se separaram. Vida religiosa. Wesley bem novo foi confrontado com aquilo que deveria fazer com o restante da sua vida. Sob influência da sua mãe, de um amigo religioso e das leituras de Jeremy Taylor e Tomás de Kempis, decidiu fazer da religião o empreendimento da sua vida. Foi ordenado diácono em 1725, eleito para uma cadeira de pesquisas em Lincoln College, Universidade de Oxford. Voltou para Oxford onde se tornou líder de um pequeno grupo de estudantes que foi organizado pelo seu irmão mais novo Charles Wesley, o “Clube Santo”, mais tarde chamado de “metodistas”, por causa do método de estudo da Bíblia prescrito e da sua abnegação que incluía muitas obras de caridade. Despertamento espiritual. Mesmo sendo diácono ele sempre lutou pela segurança de sua salvação; John Wesley era um homem inseguro. Olhando para a 2
  • 3. sua vida é possível acreditar na doutrina da salvação pela fé e ainda assim não ter uma experiência com Cristo. Ele cria, mas não havia experimentado. Wesley em uma fracassada viagem missionária de navio a Geórgia foi confrontado espiritualmente pela devoção dos morávios, que em meio à tempestade e agitação do navio, estavam confiantes e descansando na providência de Deus. Conta-se que depois de analisar o empreendimento missionário de Wesley, um pastor moraviano chegou nele e disse: “Meu irmão, eu devo primeiro fazer-lhe uma ou duas perguntas. Você tem o testemunho dentro de si? O Espírito de Deus testifica com seu espírito que você é um filho de Deus?” Eu fiquei surpreso e não sabia o que responder. Ele observou isto e perguntou: Você conhece a Jesus Cristo? Hesitei e disse: Eu sei que ele é o Salvador Mundo”. Verdade, mas você sabe que ele salvou você? Eu respondi: Eu espero que ele tenha morrido para me salvar. O próprio Wesley dá a entender que estava completamente confuso a respeito de sua salvação, o que foi testificado por aqueles irmãos. Mais ainda, essa experiência não foi a última palavra para Wesley se encontrar definitivamente com Deus e consigo mesmo. Até Wesley encontrar Peter Bohler (um líder morávio) ele estava convencido, mas não convertido. A sua experiência aconteceu no dia 24 de Maio de 1738, numa capela onde se lia o prefácio do comentário de Lutero a Romanos. A famosa paróquia Anglicana na Rua Aldersgate, foi ali que o próprio John Wesley relata sua experiência peculiar: “senti meu coração estranhamente aquecido”. A partir daí ele se torna um fervoroso pregador. Obra missionária. Wesley foi um líder ativo no reavivamento entre os trabalhadores dos minérios de carvão em Kingswood junto com outro famoso pregador George Whitefield; Wesley pregou e viveu o reavivamento na Europa durante uns 50 anos. Viajou cerca de 400 mil km, em todas as partes da Inglaterra, pais de Gales, Escócia e Irlanda pregando aproximadamente 40 mil sermões, 12 sermões por semana, acompanhado com os aproximados 40 sermões de Whitefield por semana. Wesley definitivamente estabeleceu o “mundo como sua paróquia”. 3
  • 4. A TEOLOGIA DE JOHN WESLEY Sua teologia é semelhante a da Reforma. Algumas ênfases que se encontram em seus sermões são: (1) Soberania de Deus em inverter nossa natureza pecaminosa; (2) Espírito Santo; (3) Pecado Original; (4) A liberdade que o Espírito Santo garante aos santos para a santidade; (5) Perfeição cristã: a palavra de ordem para o reavivamento ficou sendo: “avance para a perfeição; senão, não poderá conservar aquilo que já tem”; (6) Ênfase ética-moral rigorosa. Wesley ensinava que a conversão a Jesus é comprovada pela prática (testemunho), e não pelas emoções do momento. Pregava a valorização dos pregadores leigos que participavam lado a lado com os clérigos da Missão de evangelização, assistência e capacitação de outras pessoas. Sempre afirmou que o centro da vida cristã está na relação pessoal com Jesus Cristo. É Jesus quem nos salva, nos perdoa, nos transforma e nos oferece a vida abundante de comunhão com Deus. Valoriza e recupera em sua prática a ênfase na ação e na doutrina do Espírito Santo como poder vital para a Igreja. Reconhece a necessidade de se viver o Evangelho comunitariamente. John Wesley afirmou que "tornar o Evangelho em religião solitária é, na verdade, destruí- lo". Preocupa-se com o ser humano total. Não é só com o bem-estar espiritual, mas também com o bem-estar físico, emocional, material. Por isso devemos cuidar do nosso próximo integralmente, principalmente dos necessitados e marginalizados sociais. A teologia de Wesley dava ênfase especial na pregação e na evangelização com zêlo apaixonado. Há uma frase bem conhecida de seus biógrafos de que enquanto ele ouvia o sermão de um de seus alunos (que estava bem fraco), ele provavelmente teria dito a ele: “Ponha fogo no seu sermão ou ponha o seu sermão no fogo”. Um trecho de um hino composto por seu irmão Charles evidencia a sua paixão evangelística do momento: “Feliz se com meu último suspiro, eu pudesse apenas murmurar seu nome; pregá-lo a todos e clamar na morte: „olhem, olhem para o Cordeiro‟”. 4
  • 5. Outra frase muito conhecida de Wesley é a frase: “o mundo é minha paróquia”. Na verdade, essa frase é uma crítica dele à Igreja da Inglaterra, pois Wesley tinha decidido pregar ao ar livre e não dentro dos templos, “eu prego onde eu for, onde Deus mandar, e onde existir pessoas, o mundo é minha igreja”. O costume deles era pregar em paróquias de outros ministros e isto provocou grandes protestos. Por esse motivo foram excluídos das igrejas e sofreram amarga oposição de muitos clérigos da igreja oficial. O LEGADO DE WESLEY PARA O MUNDO Além de milhares de convertidos e encaminhados para a santificação cristã, houve também obras sociais dignas de destaque, como estas: “Dinheiro aos pobres”. “Compêndio de medicina” (Wesley escreveu e foi largamente difundido). Apoio na reforma educacional. Apoio na reforma das prisões. Apoio na abolição da escravatura. Atualmente, o total de membros da comunidade metodista no mundo está estimado em cerca de 75 milhões de pessoas. O maior grupo concentra-se nos Estados Unidos: a Igreja Metodista Unida neste país é a segunda maior denominação protestante. John Wesley foi o homem que Deus levantou para sacudir a vida religiosa da Inglaterra e trazer ao mundo o impulso religioso mais forte que ocorreu depois do tempo da Reforma. Seu irmão Carlos Wesley foi grande e eficiente pregador, e sua principal contribuição foi dada através dos seus hinos, dos quais escreveu cerca de seis mil. Há poucos lugares na Inglaterra em que Wesley não havia pregado. Algumas pessoas que foram grandemente influenciadas pelo ministério de Wesley: John Newton, Toplady, o autor de “tocha eterna” e William Wilberforce, o grande líder abolicionista. Os resultados do avivamento foi a formação dos metodistas, que Wesley não desejava, além do forte entusiasmo que apoderou-se da vida religiosa da Inglaterra, afugentando a indiferença e o desinteresse característicos do século 18. 5
  • 6. A partir da influência do reavivamento grandes mudanças sociais ocorreram no século 18, como a Escola Dominical por Robert Raikes, em Gloucester, A consciência política de Wilberforce, John Howard dedicou a sua vida no trabalho penitenciário e outros, e muitas sociedades missionárias foram criadas com o fim de evangelizar o mundo. CONCLUSÃO John Wesley tinha tudo para ser mais um conformado com os seus dias. Todas as épocas possuem grandes desafios e também oportunidades. John Wesley foi um dos homens de sua época que não se conformou com o seu mundo e muito menos com a frígida igreja inglesa. Uma das marcas que ficaram de Wesley foi que por onde passava ele deixava seu legado e significância, como nos relata este conto: “Um nobre inglês, passando por um povoado em Cornwall, na Inglaterra, depois de procurar em vão um lugar onde comprar bebida alcoólica, perguntou a um camponês: "Como é que eu não posso comprar um copo de bebida nesta triste aldeia?". O velho, reconhecendo a posição do estrangeiro, tirou respeitosamente o chapéu e curvou-se, dizendo: "Senhor, há cerca de cem anos um homem chamado John Wesley passou por aqui". O camponês então virou-se e foi embora”. Que a vida de John Wesley, este magnífico servo do senhor, inspire a nossa vida em conciliar uma vida de estudo, pregação com uma paixão sem igual pelo senhor Jesus Cristo e pela obra missionária em todos os lugares pelos quais passarmos, que possamos sempre dizer que “o mundo é a nossa paróquia”. À Ele toda a glória! 6
  • 7. BIBLIOGRAFIA EWELL, Walter, A. (ed.) Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã. In: Wesley. São Paulo: Editora Vida Nova, 2000. GONZALEZ, Justo, L. Uma história do pensamento cristão. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2003, v.3, p. 310-321. _______________ (ed.) Dicionário ilustrado dos intérpretes da fé. In: Wesley. Santo André: Academia Cristã, 2000, p. 663-665. JENNINGS, Daniel R. The Supernatural Occurrences Of John Wesley. Oklahoma City: Sean Multimedia, 2005. LANE, Tony. Pensamento Cristão. v.2. São Paulo: Abba Press, 1999. LATOURETTE, Kenneth Scott. Uma história do Cristianismo, vol. 2. São Paulo: Editora Hagnos, 2006. LOCKMANN, Paulo de Tarso de O; CONSTANTINO, Zélia S. “Seguir a Cristo Manual do Discipulado”. Coletania da teologia de John Wesley. Rio de Janeiro: Igreja Metodista, 1ª Região Eclesiástica, 2005. NICHOLS, R. H. História da Igreja Cristã. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2008. 7