Estamos todos aqui por termos uma relação qualquer com o WordPress.\n\nEstão cá hoje developers, designers, tradutores, utilizadores ou simplesmente curiosos. \n\nSeja qual for essa relação, o facto é que para muitos, o WordPress já não é um conceito consciente; faz parte de muita da nossa vida profissional e as suas características já quase que se integraram organicamente no nosso raciocínio.\n\n\n
Tudo isso é muito bonito, mas o facto é que continuamos a ouvir a pergunta: “Mas porquê fazer com WordPress?”\n\nA pergunta pode vir de um cliente por quem se está a ser pago, ou até do amigo ou membro da família para quem se está a fazer um favor ou um brilharete. Pode até ser posta em termos muito menos amigáveis por um concorrente, para tentar demonstrar que a sua solução, que muitas vezes tem custos de licenciamento, é a melhor.\n\n“Porque é que hei-de usar WordPress? As outras propostas que tenho recomendam que use...”\n
Existem muitos sistemas de gestão de conteúdos.\n\nAs licenças podem ser qualquer variante de código aberto ou proprietário. \n\nPodem ser caros, baratos ou gratuitos.\n\nTodos anunciam funcionalidades únicas e todos têm vantagens e desvantagens, seguramente.\n\nMuitos foram desenvolvidos com código elegante e eficiente e têm uma base instalada bastante impressionante.\n\nNa realidade é muito provavel que a maior parte deles seja adequadao para pelo menos gerir uma ou mais funcionalidades de um site.\n\nNa verdade, só existe um CMS verdadeiramente omnipresente e que necessita de uma abordagem totalmente diferente. Ele é o maior competidor neste mercado...\n\nSim, ele é...\n
...O CMS do sobrinho do Freitas da contabilidade, também conhecido como “o maior pesadelo da história da computação”.\n\nEsta apresentação não é sobre como lutar contra o FreitasCMS. Na realidade só existe uma defesa possivel, da qual vamos já falar, para podermos passar ao que verdadeiramente interessa.\n\nNa verdade, se o cliente está a pedir uma proposta ou a considerar a hipótese de trabalhar com um developer externo, é talvez sinal que percebeu que está na altura de passar a um nível mais profissional na criação e manutenção do seu site ou solução online.\n\nSe não...\n
... a solução é fugir. Corram e depressa.\n\nHá que identificar projectos que simplesmente não valem a pena e batalhas que nunca podem ser ganhas. \n\nNão estou a concluir que isto é verdade em todas as situações em que nos confrontamos com o FreitasCMS, como já mencionei antes, muitas destas situações resultam precisamente porque o tal sistema do sobrinho não está a funcionar e é preciso passar ao nível seguinte.\n\nNesses casos, a primeira batalha, aquela de defender a necessidade de um CMS digno desse nome, já está ganha à partida.\n
Não é nada raro que nos digam que uma solução de código aberto (WordPress, Drupal, Joomla, etc) ser de licenciamento gratuito é razão para suspeitar.\n\nAfinal, não existem contratos de licenciamento nem de manutenção da licença, assinados com grandes e reputadas empresas cujo nome começa por M, e que seguramente só pensam no que é melhor para o cliente...\n\nNão existe um exército de programadores, pagos a peso de ouro a corrigir bugs e a lançar novas versões.\n\nApesar de parecer apenas um único reparo, são na realidade vários que precisam de ser desmontados.\n\nO primeiro...\n
O preço. Lá porque não custa nada não quer dizer que valha zero.\n\nNa realidade é impossível quantificar o preço de sistemas em código aberto. Se fossemos a multiplicar preços à hora pelo numero de horas gastas pelas centenas de contribuidores, chegamos a valores que são impensáveis num modelo de negócio tradicional de venda pura de software.\n\nPor exemplo, para a versão 3.4 do WordPress, todas estas pessoas contribuiram, de alguma maneira\n\n
O preço. Lá porque não custa nada não quer dizer que valha zero.\n\nNa realidade é impossível quantificar o preço de sistemas em código aberto. Se fossemos a multiplicar preços à hora pelo numero de horas gastas pelas centenas de contribuidores, chegamos a valores que são impensáveis num modelo de negócio tradicional de venda pura de software.\n\nPor exemplo, para a versão 3.4 do WordPress, todas estas pessoas contribuiram, de alguma maneira. São mais de 200, sem contar:\n\n- as equipas de tradução para os outros 90 ou mais idiomas activos neste momento,\n- os colaboradores de outras bibiotecas de código aberto que são integradas no WordPress, como por exemplo jQuery\n- os milhares de alfa- e beta-testers voluntários que verificam a integridade e qualidade do código.\n\nSe fossemos fazer um pequeno exemplo de cálculo de valores brutos, EXTREMAMENTE CONSERVADOR, a que é qie poderíamos chegar?\n
Neste exemplo, considerando 200 pessoas, que dedicam 5 horas por semana ao WordPress, pagas a 20€ à hora (o que é na verdade surreal), chegamos a valores perfeitamente astronómicos.\n\nÉ preciso ter em consideração que o preço hora de um programador qualificado não é, nem de longe nem de perto 20€ à hora e ainda que não estão aqui contabilizados os custos da empresa, tais como descontos para o IRS, Segurança Social, bónus e prémios, material, espaço de trabalho ou até 13º ou 14º meses (partindo do princípio que isso são coisas que ainda existem)\n\nNão foram também contabilizados os custs de testes (o típico “controlo de qualidade” numa fábrica de software), nem os custos de tradução para mais de 90 idiomas. Só para referência, numa estimativa conservadora de 2.000€ por idioma, os 90 idiomas custariam só por si 180.000 €...\n\nQual é a fábrica de software que tem este género de recursos ao seu dispôr, nos dias de hoje? Mesmo que tivesse, quantas licenças precisava vender e a que preço, para tornar o negócio rentával?\n\nEsta é então a “artilharia” à disposição de qualquer empresa da mais gigantesca à mais minuscula; considerando que o mercado de todos nós é geralmente o das PMEs, só este cálculo deixa clara a vantagem competitiva do código aberto.\n \n\n
Não existem custos de licenciamento ou manutenção, graças à licença GNU General Public License, cujas características são:\n\n- Tenho a liberdade de correr o programa, para qualquer fim.\n- Tenho acesso ao código-fonte, e também a liberdade de pesquisar como funciona o programa assim como a liberdade de o modificar para que ele faça o que desejo.\n- Tenho a liberdade de distribuir cópias do programa original, para que possa ajudar o meu vizinho.\n- Tenho a liberdade de distribuir cópias de minhas versões modificadas. Ao fazer isso, posso dar a toda a comunidade a oportunidade de beneficiar das alterações que fiz.\n\nNão é preciso dizer muito mais, basta comparar esta licença com as licenças de software de sistemas proprietários.\n\nVale a pena sublinhar isto mais uma vez: o código é meu.\n\n\n
Em suma, o argumento puramente financeiro é imbatível com a vantagem adicional que parte daquilo que se pode poupar em custos desnecessários de aquisição, licenciamento e manutenção pode ser investido com muito mais sentido num “ware” de valor acrescentado infinitamente superior, ou seja, profissionais qualificados com total liberdade para ajustar o código para que ele faça exactamente aquilo que o cliente pretende, com muito menos constrangimentos de orçamento.\n\nPor outras palavras, permite investir no negócio da empresa em vez de gastar dinheiro na empresa de desenvolvimento de software proprietário.\n\nContinuando, também se ouve muito disto...\n
“É um brinquedo, não é software a sério”\n\nNão percebo como é que ainda haja quem diz isto quando os números e aplicações de WordPress contradizem a afirmação.\n\nBrinquedo?... \n
Se é um brinquedo, é mais popular do que a Barbie...\n\nmais de 70 milhões de sites no mundo usam WordPress\n
Se é um brinquedo, é mais popular do que a Barbie...\n\nmais de 70 milhões de sites no mundo usam WordPress.\n15% do “Top 1 million” usa WordPress\n48% do “Top 100” usa WordPress\nde todos os novos sites que são criados, 20 a 25% são lançados com WordPress\n\nO WordPress é o motor de 17% de TODA a web...\n\nBrinquedo? Acho que não. Já agora...\n
O WordPress tem uma quota do mercado de CMS de 54%.\n\nDe TODO o mercado, incluindo soluções proprietárias. \n\nPara dar uma ideia de como este número é monumental, basta referir que os segundo e terceiro lugares são ocupados pelo Joomla e pelo Drupal com 9 e 5%, respectivamente.\n
Gostava de pedir que todos aqueles que sabem de sites “made in Portugal”, com WordPress, que usem o Twitter agora mesmo, ou durante o dia para o divulgar. Está na hora de os ver e de nos orgulharmos deles.\n
Quando tudo o resto não convence, existe sempre esta brilhante máxima\n
Tomando como exemplo o WordPress.com, que aloja 30 milhões de sites, podemos ver que há qualquer coisa que não bate certo no argumento anterior.\n
Quanto a segurança... O WordPress.com é atacado em média 50 vezes por dia. São 50 ataques DIFERENTES, não 50 com a mesma origem.\n
A taxa de sucesso é ridícula. Até agora apenas um ataque de dimensões nunca vistas até esse dia conseguiu parar parcialmente o serviço, em 2010, por razões que ainda não se percebeu.\n\nA esmagadora maioria da configuração do WordPress.com é implementada com soluções que existem no repositório de plugins. Muito do código próprio é devolvido à comunidade, gratuitamente.\n\nNa verdade, é muito fácil apontar o WordPress como não sendo seguro, mas se formos a ver, os principais problemas de segurança resultam de más configurações de servidores. Isto afecta não só o WordPress, mas praticamente todos os outros CMSs.\n\nO WordPress é apenas o mais visível.\n
Claro que há muito mais a dizer. O que não referi aqui mais concretamente foi a quase infinita extensibilidade do WordPress através dos seus milhares de temas e plugins, sem igual no mercado dos CMSs.\n\nMas sobretudo, sobretudo o mais significativo é o espírito e dimensão de uma comunidade mundial gigante que não tem o mais pequeno problema com o diálogo e com ajudar o seu companheiro.\n\nTemos que mudar a mentalidade em Portugal: somos alguns aqui e talvez isso nos faça sentir como um clube mais ou menos pequeno, uma espécie de grupo excursionista meio esquisito. \n\nA verdade é que não somos só muitos. Somos a comunidade à volta do CMS mais popular do mundo, por qualquer parâmetro de medida que se queira usar.\n\nPrecisamos agora de usar essa medalha ao peito, com muito orgulho.\n\nFinalmente, para os nossos convidados que não falam português...\n\nBe proud of WordPress, because if you don’t, I’ll open the cage of the beast myself\n\n\n