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MATOS, João Luiz Prett de; SILVA, Marlon Freitas da: O Twitter como suporte digital para as Redes
Sociais. Centro Universitário São Camilo – ES. Cachoeiro de Itapemirim, ES. Novembro de 2010.
JLPRETT@HOTMAIL.COM



            CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO CAMILO – ES
                  Curso de Comunicação Social




                                 João Luiz Prett de Matos
                                  Marlon Freitas da Silva




 O TWITTER COMO SUPORTE DIGITAL PARA AS REDES SOCIAIS




                           Cachoeiro de Itapemirim – ES
                                Novembro/2010
MATOS, João Luiz Prett de; SILVA, Marlon Freitas da: O Twitter como suporte digital para as Redes
Sociais. Centro Universitário São Camilo – ES. Cachoeiro de Itapemirim, ES. Novembro de 2010.
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                                 João Luiz Prett de Matos
                                  Marlon Freitas da Silva




 O TWITTER COMO SUPORTE DIGITAL PARA AS REDES SOCIAIS




                                               Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao
                                               Curso de Comunicação Social do Centro
                                               Universitário São Camilo, orientado pelo Prof.
                                               Esp. Teófilo Augusto, como requisito parcial para
                                               obtenção do título de bacharel em Comunicação
                                               Social.




                             Cachoeiro de Itapemirim – ES
                                   Novembro/2010
MATOS, João Luiz Prett de; SILVA, Marlon Freitas da: O Twitter como suporte digital para as Redes
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                                 João Luiz Prett de Matos
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 O TWITTER COMO SUPORTE DIGITAL PARA AS REDES SOCIAIS




               Cachoeiro de Itapemirim, 26 de Novembro de 2010




                     Professor Orientador Esp. Teófilo Augusto
MATOS, João Luiz Prett de; SILVA, Marlon Freitas da: O Twitter como suporte digital para as Redes
Sociais. Centro Universitário São Camilo – ES. Cachoeiro de Itapemirim, ES. Novembro de 2010.
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                                                    Sumário

1 CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO .................................................................................05


2 CAPÍTULO II: REDES SOCIAIS ............................................................................11
         2.1 Contribuições de Durkheim, Mauss e Elias ..............................................17
         2.2 Tecnologia da informação e a sociedade em rede ...................................19


3 CAPÍTULO III: TWITTER .......................................................................................28
         3.1 Recursos do Twitter ..................................................................................31
         3.2 Perfil do usuário brasileiro ........................................................................32
         3.3 Ciberespaço e a Inteligência Coletiva de Pierre Lévy...............................40


4        ESTUDO              DE          CASO             DO          USUÁRIO               DO          TWITTER
@VIDADEESTUDANTE............................................................................................45


6 CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................51


7 REFERÊNCIAS ......................................................................................................54
3


Resumo


A humanidade desde seu inicio vive em redes e isso é indispensável para a
sua sobrevivência. Para tanto, com a revolução da tecnologia e o surgimento
da internet o indivíduo se apropriou dessa nova ferramenta para aumentar
ainda mais essa necessidade de interação de forma mais instantânea e com
maior abrangência. Analisamos então o microblog Twitter, a fim de verificar a
hipótese de ele ser um suporte digital para as Redes Sociais, uma vez que
dentre as suas funcionalidades principais está à mediação para a exposição de
informações possibilitando discussões conectando as pessoas por algum
objetivo em comum gerando consequentemente conhecimento.


Para chegar a tal objetivo, além de fazer um estudo bibliográfico especifico
sobre a ferramenta Twitter, foi realizado um levantamento pouco mais teórico
sobre os primeiros estudos até os mais recentes das comunidades
conceituadas como redes sociais baseando-se no campo da antropologia,
fazendo então uma conexão dessas redes com a revolução tecnológica da
década de 70 que culminou uma nova comunicação para a sociedade. Para
concluir a pesquisa foi elaborado também um estudo de caso sobre o usuário
do Twitter “@vidadeestudante”, que é um portal na internet destinado a
estudantes, professores e pais do Brasil em especial os capixabas.


Abstract


Since its inception, networks determines for a great deal the life of humanithy,
and this is essential for its survival. Hence, with the technology revolution and
the advent of Internet, people were appropriated of this new tool to further
increase this need to interact more in a more instantaneous way and a lange
range. We then analised the microblog Twitter in order to investigate the
possibility of it being a digital medium for Social Networks, as among its main
functions is to mediate the exposure of information to enable discussions
connecting people for a common goal and creating consequently knowledge.
4


To reach this goal, besides making a bibliographic analisis concentrating on
Twitter, a rather more theoretical survey was made from the earlierst studies till
the most recent ones at the communities caracterized as social networks. The
studies were based on the field of anthropology, then making a connection of
these networks with the technological revolution of the 70s that led to a new
communication society. To complete the survey was also prepared a case study
on the Twitter user "@ vidadeestudante" which is an Internet portal for students,
teachers and parents of Brazil in particular the Capixaba population.
5


Introdução


Vivemos em uma era marcada pelo fim das certezas, o esgotamento das
grandes receitas pré-prontas, os grandes Sólidos da sociedade moderna:
família, escola, Estado, entre outros; tinham a imagem de imutáveis, hoje estão
se derretendo, os papéis de quem manda e quem obedece estão se
invertendo. Desta forma, o poder de decisão e escolha passa para as mãos da
sociedade, à medida que esta começa a se liquefazer. Por conta disto, o
filósofo e autor Zygmunt Bauman refere-se aos tempos “pós-modernos” (dias
atuais) como Modernidade Liquida.


Os “grandes senhores” (Igreja, Estado, etc.) que ditavam as normas e regras
de como a sociedade deve se portar estão perdendo voz diante da sociedade,
vivemos uma segregação do poder de escolha, a era dos grupos de referência,
as pessoas escolhem onde se encaixam melhor. Movido pelos seus gostos e
características em comum, podendo fazer parte de vários grupos; como por
exemplo, um escritor, que participa de um grupo interessado em literatura
formado por pessoas cultas que discutem, entre outros assuntos, temas como
política, negócios e sociedade à ótica da literatura, visando, muitas das vezes,
escrever sobre estes temas. No entanto, essa mesma pessoa pratica surf, e
frequenta um grupo de praticantes deste esporte, onde também discutem, entre
outros assuntos, política, negócios e sociedade, porém, com uma ótica
diferente, buscando apenas uma reflexão despreocupada.


Sobre o exemplo acima, é impossível afirmar que esta pessoa siga a linha de
pensamento “X” por fazer parte do grupo de escritores ou a linha de
pensamento “Y” por praticar surf. Seus conceitos e sua identidade compõem-se
de processos de identificação voláteis, pois ele recebe influência de cada um
dos grupos aos quais pertence, além de ter a liberdade de emitir a sua opinião,
consequentemente, os grupos, por mais heterogêneos que sejam, influenciam
um ao outro.
6


Com a modernidade liquida houve a perca de algumas referências de tempo e
espaço. Isso acontece, por exemplo, quando a distância percorrida dentro de
uma unidade de tempo passa a depender das novas tecnologias e sinais
eletrônicos.


Antes era necessário um tempo específico, contado em dias, para percorrer
certa distância, esse tempo era praticamente imutável. Se um governante
precisava enviar algum comunicado para outro país, ou algum cientista tinha a
necessidade urgente de enviar os resultados de sua pesquisa, essas
mensagens deveriam percorrer a distância entre o emissor e o receptor se
fazendo presente fisicamente em todos os lugares existentes entre esses dois
sujeitos (emissor e receptor). O tempo para essas mensagens chegassem ao
seu destino final era “X” dias a cavalo, ou “Y” dias de navio, não tinha como
encurtar esse tempo, e havia um sério risco destas mensagens se perderem,
devido a acidentes ou qualquer outro imprevisto que vinham a acontecer na
viagem.
.
Hoje é necessário apenas um clique para adquirir qualquer informação sobre
qualquer lugar do mundo, possibilitando a troca instantânea de conhecimento,
o espaço pode ser atravessado em “tempo nenhum”, ele não impõem mais
limites às ações humanas, e a diferença entre perto e longe deixa de existir. O
poder pode se mover com a velocidade do sinal eletrônico – e assim o tempo
requerido para o movimento de seus ingredientes essenciais se reduziu à
instantaneidade. “Em termos práticos, o poder se tornou verdadeiramente
extraterritorial, não mais limitado, nem mesmo desacelerado, pela resistência
do espaço...”. (BAUMAN, 2001: 18).


A Internet se transformou em um importante canal através do qual as pessoas
podem acessar informações do mundo inteiro sem sair de casa, além de se
encontrar com outras pessoas. Esses encontros permitem a troca de
informações, transformando cada pessoa em emissor e receptor ao mesmo
tempo, além de uni-los de acordo com os grupos de referências aos quais mais
se adequam.
7




O autor Francês, Pierre Lévy, que se tornou o porta-voz dos benefícios a serem
enxergados    nas   novas    tecnologias,   viu   na   Internet   um   processo
comunicacional “todos - todos”, onde todos são emissores, fazendo com que a
comunicação “saia do estigma da manipulação para entrar na utopia da
mediação.” (HOHLFELD; MATINO; FRANÇA, 2001: 176). Lévy defende a
“inteligência Coletiva”, afirmando que, cada ser humano sabe alguma coisa,
mas ninguém sabe de tudo, e ao mesmo tempo, todo o conhecimento está
presente na humanidade, pois através da internet ele é compartilhado
igualmente.


A sociedade busca suprir suas necessidades no exato momento em que elas
surgem, as pessoas não estão dispostas a esperar muito tempo por uma
resposta, e preferem informações rápidas e de fácil absorção. “O tempo
instantâneo e sem substância de mundo... é também um tempo sem
consequências. Instantaneidade significa realização imediata, “no ato” – mas
também exaustão e desaparecimento do interesse.” (BAUMAN, 2001: 137). Um
exemplo são os sites de pesquisa, os usuários fazem buscas e têm a sua
disposição respostas imediatas, sem precisar abrir qualquer livro ou periódico.
Outro exemplo a ser citado são os mensageiros instantâneos, que permite aos
usuários conversarem em tempo real mesmo em locais diferentes.


Essa instantaneidade também é verificada no microblog Twitter, uma das
inúmeras ferramentas da internet que permitem aos seus usuários, enviar e
receber informações (atualizações) em textos de até 140 caracteres (inclusive
espaços), chamados popularmente como “tweets”. As atualizações são
exibidas no perfil do autor em tempo real, e também são enviadas aos
seguidores que tenham escolhido receber atualizações deste usuário. Além
disso, a ferramenta também permite realizar a ação de “retweet”, uma função
que consiste em replicar uma mensagem de um usuário para a lista de
seguidores, dando créditos seu autor original.
8


O Twitter se tornou um dos maiores fenômenos da internet, importante
ferramenta de comunicação para empresas, estudantes, comunicadores,
artistas e políticos, que “twittam” sobre as mais diversas informações. De
acordo com o Instituto Nielsen1, o número de usuários desta ferramenta
ultrapassou a marca de sete milhões em fevereiro de 2009.


Essa liberdade de se relacionar com pessoas que partilham de interesses em
comum, e a troca simultânea de informação, sem nível hierárquico definido,
também é verificada nas redes sociais, que partem do conceito de grupos dos
quais as pessoas participam por motivação própria, ligadas por um elo em
comum, mas sem hierarquia.


Diante das características e funcionalidades do microblog Twitter, e da
convergência da comunicação que acontece nas redes sociais, este trabalho
tem como finalidade verificar a hipótese de o Twitter ser um suporte digital para
as redes sociais, através do qual estas redes transformam-se em Redes
Sociais Digitais, unindo pessoas de diferentes lugares e interesses distintos,
que participam de discursões sobre variados temas, muitos deles em comum,
que funcionam como elo existente entre elas.


Para fins de verificação dessa hipótese, trabalho foi dividido em três capítulos;
o próximo capítulo tem como objetivo realizar um levantamento bibliográfico
das principais definições e conceitos de Redes Sociais, desde as primeiras
comunidades estudadas como redes sociais, até os dias de hoje, quando as
novas tecnologias têm feito parte do dia-dia das pessoas, e a internet
transformou-se em uma ferramenta fundamental na comunicação e nas
relações sociais.


O capítulo seguinte tem como objetivo, realizar um estudo bibliográfico do
microblog Twitter, apontando suas principais características e funcionalidades;
e estudar as relações interpessoais que acontecem na Internet e no referido
microblog. Além de realizar um levantamento as teorias e pensamentos do

1
      Instituto de pesquisa americano equivalente ao IBOPE.
9


autor Francês Pierre Lévy sobre “cibercultura” e a inteligência coletiva, a fim de
relacioná-las às relações interpessoais estudadas.


Pesquisa bibliográfica é definida como “um conjunto de procedimentos para
identificar, selecionar, localizar e obter documentos de interesse para a
realização de trabalhos acadêmicos e de pesquisa...” (DUARTE; BARROS,
2010: 54), de acordo com Antônio Carlos Gil (2002), “pesquisa desenvolvida
com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e
artigos científicos.” (GIL, 2002: 44.). MARCONI; LAKATOS (1999), afirmam que
a pesquisa bibliográfica coloca o pesquisador em contato direto com tudo que
já foi escrito, dito ou filmado sobre o objeto pesquisado, por isso, selecionou-se
esta metodologia com o intuito de atingir os objetivos dos capítulos citados
acima.


A fim de verificar a hipótese de o Twitter ser um suporte digital para as Redes
Sociais, no último capítulo foi realizado um estudo de caso do usuário do
Twitter “@vidadeestudante”. O Vida de Estudante2 é um portal na internet
repleto de artigos, notícias, eventos, cursos, seminários e entretenimento
voltados para a educação, que tem como público, alunos, professores, pais e
empresas deste setor, localizados em todo o Brasil, principalmente no Estado
do Espírito Santo; considerando que, hipoteticamente, os seguidores3 deste
usuário formam uma Rede Social (em qualquer suporte) cujos membros têm
em comum o interesse pelas atualizações do usuário. Assim, foi feito um
levantamento de quantos seguidores possui o usuário @vidadeestudante, e
quantos ele segue. Também foi realizada uma análise de qual o tema principal
das mensagens enviadas pelo usuário: quantas destas mensagens são
retransmitidas pelos seus seguidores com o objetivo de verificar se realmente
há um interesse, por parte deles, pelo conteúdo dessas mensagens, ou se
apenas o seguem para estabelecer um tipo marcação social.
2
        Disponível em <<www.vidadeestudante.com.br>>.
3
        Seguidores são os usuários que escolheram receber as atualizações de outro usuário,
sendo que, este segundo, não é obrigado a seguir ao primeiro, ao contrario do que acontece
em outras ferramentas da internet, onde o interesse como amigo, ou seguidor, deve ser
recíproco para se ter acesso ao perfil.
10




De acordo com Gil (2002), estudo de caso é adequado para a investigação de
um fenômeno contemporâneo dentro do seu contexto real, onde os limites
entre o fenômeno e o contexto não são claramente percebidos. Definição essa
que também é citada por Duarte; Barros, “o estudo de caso é uma inquirição
empírica que investiga um fenômeno contemporâneo dentro de um contexto da
vida real, onde múltiplas fontes de evidência são utilizadas.” (2010: 216. apud
YIN 2001: 32). O autor também define o estudo de caso como “um método de
olhar para a realidade social.” (2010: 116. apud GOODE; HATT, 1979: 421-
422). É assim que o estudo de caso é utilizado preferivelmente em situações
em que se pretende analisar eventos contemporâneos, diante de um problema
em que nossos conhecimentos são escassos, permitindo                então, ao
pesquisador, conhecer bem uma pequena parte de um todo. Ele permite
“explorar situações nas quais a intervenção que está sendo avaliada não
apresenta um conjunto simples e claro de resultados.” (DUARTE; BARROS,
2010: 220. apud YIN, 2001: 34-35). Um componente muito importante da
pesquisa de estudo de caso são as questões do tipo “como” e “porque”, pois
elas são peça chave para definir a estratégia da pesquisa. Por exemplo: como
e por que o Twitter pode ser definido como um suporte digital para as Redes
Sociais?


O Twitter assim como outras ferramentas de relacionamento online são
chamados popularmente de redes sociais, no entanto a hipótese defendida por
esse trabalho é de que ele seja um suporte digital para as redes sócias,
podendo essas existir em qualquer outra plataforma. Para tanto, ressalta-se a
importância de conhecer a fundo os conceitos atribuídos a redes sociais.
11


Capítulo I: Redes Sociais

Os estudos de Redes Sociais começaram a serem desenvolvido há
aproximadamente um século, com objetivo de entender os comportamentos
desenvolvidos pelos indivíduos em determinado sistema social em diferentes
dimensões, vindo a ser aplicada e desenvolvida no âmbito de ciências diversas
como a antropologia, a biologia, os estudos de comunicação, a economia, a
geografia, as ciências da informação ou a psicologia social. É a partir do
comunicar-se e relacionar-se com semelhantes que o homem constrói-se
enquanto ser social, agrupando-se e constituindo comunidades, redes,
sociedades.


Desde o princípio da humanidade que os homens organizam-se em pequenos
e grandes grupos, os quais estabelecem códigos, criam tecnologias, formam
vínculos afetivos, desenvolvem economia e constroem os mais diversificados
tipos de comunicação, aprendizagem e produção de conhecimento. Neste
sentido,   a   humanidade    tem   sido   conceituada,   definida   e   percebida
historicamente pela maneira como ela se representa.


Do ponto de vista da sociologia, os grupos sociais também constituem uma
importante referência para os nossos atos. Não temos apenas consciência e
sentimento de pertencer a alguns grupos na nossa sociedade, mas, também,
de não pertencer a outros como afirma Vila Nova:


                Os grupos sociais existem quando em um determinado conjunto de
                pessoas existem relações estaveis, em razao de objetivos e
                interesses comuns, assim como sentimentos de identidade grupal
                desenvolvidas atraves do contato continuo, objetivos e interesses
                comuns são, portanto, condições necessarias à formação dos
                grupos. Estabilidade nas relações interpessoais e sentimentos de
                pertencer a uma mesma unidade social são as condições
                sufiecientes. (VILA NOVA, 1999, p.118)
12


Os grupos sociais mencionados por Vila Nova, que neste trabalho trataremos
como redes sociais, sempre fizeram parte da existência humana, pois, o ser
humano depende de uma vida coletiva para existir em sociedade. Para a
sociologia, grupo social é toda união de duas ou mais pessoas associadas pela
interação. Sartre afirma que “Enquanto não se estabelece a interação não
existe o grupo, mas somente uma serialidade, em que cada indivíduo é
equivalente a outro e todos constituem um número de pessoas equiparáveis e
sem distinção entre si”. (SARTRE, 1997) Podemos citar como exemplo um
grupo de pessoas em uma fila de um Banco ou cinema. VILA NOVA nos diz:


                  Quando algumas pessoas estão associadas de modo estável entre si
                  e partilham tais sentimentos, o grupo, como uma unidade social,
                  existe, mesmo quando momentaneamente, os seus componentes
                  individuais não estejam fisicamente próximos uns dos outros. O
                  grupo, portanto, é, sobretudo, uma realidade intermental. Se, por
                  algumas horas, dias ou semanas, os indivíduos que forma uma turma
                  de um curso se separam fisicamente, a permanência da consciência
                  de que o grupo existe como uma realidade social distinta e os
                  sentimentos de pertencer a ele fazem com que o grupo tenha
                  continuidade. (VILA NOVA, 1999, p. 118-119)


É importante destacar também nesta pesquisa, a teoria exposta pelo escritor
Manuel Castells, que cita em sua obra “A Sociedade em Rede” (2001), a
seguinte ideia:


                  “(...) redes são estruturas abertas capazes de expandir de forma
                  ilimitada, integrando novos nós desde que consigam comunicar-se
                  dentro da rede, ou seja, desde que compartilhem os mesmos códigos
                  de comunicação (por exemplo, valores ou objetivos de desempenho).
                  Uma estrutura social com base em redes é um sistema aberto
                  altamente dinâmico suscetível de inovação sem ameaças ao seu
                  equilíbrio (...)" (Castells, 1999: 499).
13


Desta forma, apresentam-se algumas conclusões provisórias sobre os
processos e funções dominantes na era da informação, indicando que "(...) a
nova economia está organizada em torno de redes globais de capital,
gerenciamento e informação (...)" (Castells, 1999: 499) e que "(...) os processos
de transformação social sintetizados no tipo ideal de sociedade em rede
ultrapassam a esfera das relações sociais e técnicas de produção: afetam a
cultura e o poder de forma profunda (...)" (CASTELLS, 1999: 504).




                      FIG 1: Esquema de Rede.



A Rede Social derivada do conceito citado é uma estrutura que reúne
indivíduos e grupos em uma associação, cujos termos são variáveis e sujeitos
a uma reinterpretação em função dos limites que pesam sobre suas ações. É
composta de indivíduos, grupos, ou organizações, e sua dinâmica está voltada
para a realização e o desenvolvimento das atividades de seus membros.


Segundo Castells (1999), quando uma organização social está fundamentada
em redes, é uma estrutura ativa com ampla capacidade de inovações e sem
possibilidade de desequilíbrio. O autor afirma ainda, que a rede é objeto de
muita importância para o mundo capitalista, pois é maleável e permite uma
cultura de construção e reconstrução contínua.


As redes sociais tem capacidade de gerar relacionamentos sem niveis de
hierarquias,   essa   pode    ser   considerada   uma    das   suas    principais
características, por isso apresentam propriedades emergentes, ou seja,
qualquer manifestação não se deve a influência dos atores individuais e sim do
14


resultado da troca de códigos comunicacionais entre eles. Diante desse
pensamento, Castells diz que as redes são abertas e que por isso não tem
limites de integração de nós, desde que haja a comunicação dentro da
organização. “A presença na rede ou a ausência dela e a dinâmica de cada
rede em relação às outras são fontes cruciais de dominação e transformação
de nossa sociedade“. (CASTELLS, 1999: 497). Waizbort (1999:92) afirma ainda
que “Tais relações são sempre relações em processo, isto é: elas se fazem e
desfazem, se constroem, se destroem, se reconstroem”.


Para se iniciar uma rede é necessário que os indivíduos compartilhem os
mesmos códigos, a partir de uma tomada de consciência de interesses ou
valores entre eles. As motivações consideradas mais influentes para o
crescimento de uma rede são assuntos ligados aos níveis sociais, globais,
nacionais, regionais, estaduais, locais e comunitários. Loiola Moura (1977) no
livro “Análise de redes: uma contribuição para os estudos organizacionais”,
afirmam que os indivíduos que passam a interagir não só por áreas de
interesse como também podem desenvolver relações afetivas. O autor afirma
ainda que as redes temáticas ou de conexão se constroem de forma bastante
espontânea, ainda que geralmente estimuladas por uma pessoa ou um grupo.
Essa interação constante ocasiona mudanças na estrutura da rede, em que a
troca é a informação e essa mudança estrutural percebida é a do
conhecimento, quanto mais informação o individuo compartilha na rede, maior
será o conhecimento.


A interação constante ocasiona mudanças estruturais e, em relação às
interações em que a troca é a informação, a mudança estrutural que pode ser
percebida é a do conhecimento, quanto mais informação trocamos com o
ambiente que nos cerca, com os atores da nossa rede, maior será nossa
bagagem de conhecimento, maior será nosso estoque de informação, e é
nesse poliedro de significados que inserimos as redes sociais.


Diferentemente das estruturas piramidais, numa rede social os indivíduos são
livres e alternam de posição o tempo todo resultando em decisões coletivas.
15


Essa participação em grupo, independente do assunto discutido, muita das
vezes envolve direitos, responsabilidades e a capacidade de lidar com
diferentes espaços e momentos de tomada de decisões. Estão relacionadas
também a pressupostos de flexibilidade, democratização, menor grau de
hierarquização, indicando a ampliação de espaços públicos de negociação.


Segundo Santos, através das redes podemos reconhecer três níveis que
articulam o global, o regional e o local. São eles: o nível mundial; o território,
país ou Estado; e o lugar - "onde fragmentos de rede ganham uma dimensão
única e socialmente concreta" (SANTOS, 1996: 215). As redes teriam um
movimento de oposições, confrontos e alianças - incluindo os sistemas de
poder - que interferem em todos os níveis. As redes são virtuais, mas também
reais, são técnicas, mas também sociais, portanto são por vezes estáveis, mas
também dinâmicas. Elas incluem em si mesmas um movimento social de
dinâmicas ao mesmo tempo locais e globais, o que indicaria uma tensão entre
forças de globalização e de localização.


                “Mediante as redes, há uma criação paralela e eficaz da ordem e da
                desordem no território, já que as redes integram e desintegram,
                destroem velhos recortes espaciais e criam outros. Quando ele é
                visto pelo lado exclusivo da produção da ordem, da integração e da
                constituição de solidariedades espaciais que interessam a certos
                agentes, esse fenômeno é como um processo de homogeneização.
                Sua outra face, a heterogeneização, é ocultada. Mas ela é
                igualmente presente.” (SANTOS, 1996:222).


Muitos estudos já foram desenvolvidos ao longo dos anos para se aprofundar a
metodologia de análise, principalmente pela Antropologia Social, interligando
conhecimentos das Ciências Sociais e da Geografia, como caminho
metodológico que facilite a apreensão das interações sociais, espaciais,
informais e institucionalizadas e temporais, que se estabelecem nesse campo.


Explicitando essa busca metodológica, Scherer Warren ressalta que :
16


                 “A análise de rede implica buscar as formas de articulação entre o
                 local e o global, entre o particular e o universal, entre o uno e o
                 diverso, nas interconexões das identidades dos atores com o
                 pluralismo”. (1996: 07).


Podemos dizer então que essa análise procura distinguir significados
principalmente    dos movimentos sociais num           mundo     cada vez mais
individualista ou interdependente, dando espaço para surgimentos de
movimentos de caráter transnacionais.


Sobre essa questão, Castells menciona em seu livro Sociedade em Rede esse
fato paradoxal desenvolvido por Raymond Barglow, em que, embora os
indivíduos estejam conectados aumentando a capacidade humana de
comunicação e interação, ao mesmo tempo os sistemas de informação e a
formação de redes subvertem o conceito ocidental tradicional de um sujeito
separado e individualista. Fato esse que pode ser notado principalmente com o
avanço da tecnologia da informação que mudou toda a forma de se comunicar.
Um indivíduo totalmente isolado em um lugar da terra pode participar
ativamente de uma rede social metricamente distante dele.


Sobre a identidade dos atores que Scherer se refere acima, Castells conceitua
como sendo o processo pelo qual um indivíduo se reconhece e constrói
significados principalmente com base em determinado atributo cultural a ponto
de excluir uma referência mais ampla às outras estruturas sociais. Afirmação
de identidade não significa necessariamente incapacidade de relacionar-se
com outras identidades. É interessante entender então que o ator entra numa
rede social, muitas das vezes para descobrir e se recobrir dessa identidade.
17


2.1 Contribuições de Durkheim, Mauss e Elias

Embora a contribuição desses teóricos não seja diretamente relacionada à
ideia de rede, exceto Elias que possui um direcionamento ao tema mais
explícito, suas teorias deram subsídios que contribuem para a superação da
dualidade entre individuo e sociedade, abrindo espaço para se pensar redes
sociais sob um aspecto inovador.



                “O todo sociedade é maior que as partes indivíduos (…) mas suas
                partes indivíduos, constituem também uma totalidade racional e
                autonomizante em si mesma, com características diversas da
                totalidade maior a sociedade”. Essa afirmação é de Luiz Martins citado
                no seu livro “Ciência e exclusão Social”. (MARTINS, 2008: 35)


Essa frase se resume o pensamento de Durkhein4 referente ao Ser e
Sociedade. Ele defende a tese de que o todo tem uma maior influencia sobre
as partes, além de ser construída historicamente. Porém a ideia do autor não
era renegar o fato individual a partir do fato social, mas de criticar o
individualismo utilitarista que impedia a compreensão da complexidade
funcional da sociedade. Para ele o individuo era formador e produto da
sociedade ao mesmo tempo. A contribuição durkheimiana é incompleta, pois o
esquema da obrigação coletiva acabou por reforçar o esquema duplo de
análise da realidade social. Assim, a contribuição do clássico foi fundamental
devido à crítica antiutilitarista renegando a ideia de que o racionalismo
individual seria a única forma de expressão da razão; mas insuficiente por não
se integrar ao princípio do paradoxo.




       4
               Émile Durkheim nasceu na cidade de Épinal, Nordeste da França em 15 de
novembro de 1958. É considerado um dos pais da sociologia moderna. Durkheim foi o
fundador da escola francesa de sociologia, posterior a Marx, que combinava a pesquisa
empírica com a teoria sociológica. É amplamente reconhecido como um dos melhores teóricos
do conceito da coersão social. Morreu em Paris, 15 de novembro de 1917.
18


Já o pensamento de Mauss5, foi além da contribuição durkheimiana, por
superar os dilemas dos clássicos, expondo a ideia de sociedade como fato
social total por meio da teoria de reciprocidades não simétricas, Teoria da
Dádiva. Para Mauss, há uma obrigação social coletiva que se impõe sobre as
diferenças individuais, mas essas diferenças individuais contêm o embrião da
totalidade, nesse sentido há um princípio de liberdade individual em sua teoria.


A partir disso, Mauss mostra que embora o todo seja maior que a parte, a parte
é também uma totalidade complexa. Afirma isso por meio da valorização do
símbolo, o que mostra que o indivíduo e o social não são dimensões opostas,
mas são dimensões paralelas que se regulam. O enfoque de Mauss sobre o
símbolo se articula claramente com o Sistema de Dádiva, quando o símbolo se
identifica com o princípio do dom (Dar, Receber e Retribuir).


                  “As bases das trocas sociais não são apenas de caráter material ou
                  econômico, mas, sobretudo simbólicas, isto é, não redutíveis apenas
                  aos aspectos materiais ou aos valores utilitaristas baseados nos
                  cálculos, necessidades e preferências.” (MARTINS, 2008: 36).


A contribuição de Elias6 é fundamental para a compreensão de que a
sociedade não pode ser explicada ou resumida nem por meio de uma
concepção liberal, que o todo seria a soma de indivíduos, nem por meio de
uma visão imperialista coercitiva, a sociedade como uma totalidade irredutível


5
        Marcel Mauss Nasceu em 10 de maio 1872 na cidade de Épinal no Nordeste da
França. Foi um sociólogo e antropólogo francês, nascido quatorze anos mais tarde e na
mesma cidade que Émile Durkheim, de quem é sobrinho. É considerado como o "pai" da
etnologia francesa. Morreu em em Paris, 10 de Fevereiro de 1950)

6
        Norbert Elias Nasceu na cidade de Breslau,na Polonia em 22 de junho de 1897. Foi
um sociólogo alemão. Sua tardia popularidade pode ser atribuída à sua concepção de grandes
redes sociais, que encontrou aplicação nas sociedades ocidentais pós-modernas, onde a
presença da ação individual não pode ser negligenciada. De fato, a demasiada ênfase na
estrutura sobre o indivíduo em vigor até então começava a ser duramente criticada. Morreu em
Amsterdã, 1 de agosto de 1990
19


as partes. Segundo Elias, a sociedade só existe e continua a funcionar por que
muitas pessoas isoladas se articulam e agem para que isso aconteça, embora
as ações desses indivíduos estejam dentro dos limites das estruturas sociais,
dentro de uma liberdade total. Indivíduos e Sociedade se articulam por meio de
dependência, redes de função, interdependência de forma constante.



2.2 Tecnologia da informação e a sociedade em rede

               "A informação tecnológica pode ser a maior ferramenta dos tempos
               modernos, mas é o julgamento de negócios dos humanos que a faz
               poderosa" (WANG, 1994)


Seguindo a linha de pensamento dos autores Ahrvey Brooks e Daniel Bell,
citado por Castells, (1999:49) tecnologia “(...) é o uso de conhecimentos
científicos para especificar as vias de se fazerem as coisas de uma maneira
reproduzível (...)”, incluindo ainda o conjunto convergente de tecnologias em
microeletrônicas, computação, telecomunicação e optoeletrônica.


A revolução da tecnologia da informação teve seu estabelecimento histórico na
cidade da Califórnia, nos Estados unidos no inicio da década de 1970.


O grande marco responsável pelo desenvolvimento da tecnologia informacional
surgiu da ideia de se criar uma arquitetura de redes capaz de proteger o
sistema militar comunicacional dos nortes americanos em caso de guerra
nuclear com a União Soviética, durante o período que ficou conhecido como
Guerra Fria. Essa rede ficou conhecida como ARPANET, ligava os militares e
pesquisadores sem ter um centro definido ou mesmo uma rota única para as
informações, tornando-se quase indestrutível. No final dos anos 70 a
ARPANET se divide em MILNET para serviços militares e INTERNET para
assuntos públicos.


Podemos então quetionar que mesmo não determinando a tecnlologia, a
sociedade pode frear ou acelerar o seu processo de desenvolvimento
20


tecnlogico por intermedio do Estado, mudando o destino das economias, do
poder militar, do bem estar social em poucos anos como aconteceu após a
decada de 1970. Explicitando, Castells diz que a capacidade que o homem tem
de dominar a tecnologia, referenrindo-se principalmente as que são
estrategicamente decisivas em cada período, a tecnologia incorpora a
transfomação das sociedades, mesmo que ela não determine a evolução
histórica.


                “É claro que a tecnologia não determina a sociedade. Nem a
                sociedade escreve o curso de transformação tecnológica, uma vez
                que muitos fatores, inclusive criatividade e iniciativa empreendedora,
                intervem no processo de descoberta cientifica, inovação tecnológica
                e aplicações sociais, de forma que o resultado final depende de um
                complexo padrão interativo” (CASTELLS 1999:25).


Para tanto, a revolução da tecnologia da informação também dependeu da
cultura, da história e especialmente de um conjunto de circunstâncias muito
especificas cujas características determinaram sua futura evolução. Tanto é
que quanto aos aspectos sociais da década de 1970, os Campi Universitários
dos EUA viviam a cultura da liberdade. Muitos a consideram a "era do
individualismo", da quebra total de valores e convencionais de comportamento
na sociedade em geral, que apesar de rebeldes quanto ao social, era apolitico
quanto sua essência. Eclodiam nesta época os movimentos musicais do rock
and roll, das discotecas, e também do experimentalismo na música erudita.


Sobre essa nova revolução da década de 70, Castells diz que a tecnologia foi
tão importante quanto à energia foi para a revolução industrial. Na era digital
das maquinas conectadas, a informação é gerada o tempo todo, armazenada,
recuperada, processada e transmitida. E isso causou mudanças na sociedade
quanto às atividades desenvolvidas. Diante desse novo paradigma, que foi a
“(...) capacidade tecnológica de utilizar, como força produtiva, aquilo que
caracteriza   nossa   espécie    como    uma     singularidade    biológica:   nossa
capacidade superior de gerar símbolos”. (CASTELLS, 1999:25).
21


Com a introdução dessas novas tecnológicas no mercado, os comportamentos
sociais, organizacionais e mentais vão sofrendo alterações com reflexos em
todos os níveis de vida, pois o homem percebe que desde o inicio da
humanidade a cultura, trabalho e tecnologia estão ligados e que essa
combinação é responsável pela sobrevivência do individuo, uma vez que a
identidade ou significados são construídos, negociados e compartilhados sem
limitação entre os seres. Ligando então essa ideia com o avanço das
tecnologias de informação, Castells afirma que “(...) o que pensamos e como
pensamos é expressa em bens, serviços, produção material, e intelectual,
sejam alimentos, moradia, sistemas de transporte e comunicação, saúde,
educação e imagens”. (1999, p51) Não apenas isso, podemos acrescentar
ainda, que não há mais barreiras geográficas para esse compartilhamento, ou
interação entre o homem. Tudo se torna mais rápido e ao alcance de qualquer
um. A partir dessa conceituação é que podemos entender como o individuo se
torna paradoxal, ou seja, universal e singular, uma vez que compartilha valores
em redes globais, principalmente através da Word Wide Web7; inserido em um
contexto histórico e cultural de sua comunidade.


A partir da revolução da tecnologia, a mente humana passa a ser o fator
essencial para tal desenvolvimento. Diferentemente da era da Revolução
Industrial em que a força do corpo humano era conjunto com o uso das
maquinas, agora a mente é vista e entendida como a extensão a amplificação
dos computadores, que passa a ser usado de forma extremamente dinâmica
como uma nova forma de linguagem, sem limites de tempo, porque o individuo
se torna capaz de programar o passado o presente e o futuro para interagir
entre si na mesma mensagem; distancia, pois as localidades reintegram-se em
redes funcionais, ocasionando espaços de fluxos; gerando então uma
inteligência coletiva no ciberespaço, que baseado na teoria de Pierre Lévy,
simbolicamente falando é capacidade do celebro em tomar decisões a partir do
conhecimento adquirido por diversas pessoas. Acrescentando, Castells diz que

7
        A World Wide Web (que em português significa, "Rede de alcance mundial"; também
conhecida como Web e WWW) é um sistema de documentos em hipermídia que são
interligados e executados na Internet.
22




               “ação de conhecimentos sobre os próprios conhecimentos como
               principal fonte de produtividade. Assim, ao mesmo tempo em que se
               objetiva um desenvolvimento tecnológico, objetiva-se, também, um
               acúmulo de conhecimentos em níveis cada vez mais sofisticados e
               complexos para se processar as informações” (1999: 35).


Essa nova tecnologia que teve seu ápice em apenas duas décadas ainda vem
sofrendo mudanças constantes, já que a cada dia, decorrente da facilidade da
troca de conhecimento, a mente humana vem inventando e reinventando novas
tecnologias. O autor Ferro (2000) classifica a Internet, a convergência da
tecnologia, acesso a banda larga e o celular sem fio os quatros principais
descobertas do homem nos últimos anos. Essas transições são responsáveis
pela necessidade de produtos mais compactos destinados para o dia-a-dia da
sociedade contribuindo para um acesso global imediato e fácil. O celular é um
bom exemplo, embora simples para o usuário, possibilita a comunicação global
entre as redes sem necessidade de estar em um lugar específico, pois não
necessita de cabeamentos para a transmissão da mensagem.


Se tratando então da sociedade em redes interligadas pela tecnologia da
informação, uma série de mudanças na rotina dos atores foi desencadeada
nesse contexto, que evidencia as redes como ponto de convergência da
informação e do conhecimento. Agora as interações passam a ser diretas e
indiretas, uma vez que o individuo utiliza um veiculo mediador de comunicação
como a internet por exemplo. É importante ressaltar ainda que, mesmo que a
comunicação entre os membros ocorram independentemente do tempo e do
espaço, as relações de uma rede se baseia na realidade física ou da influencia
ao seu redor, ou seja, a identidade singular continua a determinar tomadas de
decisões.


Então surge na sociedade em rede o modo informacional de desenvolvimento,
ou seja:
23


                 “(...) ação de conhecimentos sobre os próprios conhecimentos
                 como principal fonte de produtividade. Assim, ao mesmo tempo em
                 que se objetiva um desenvolvimento tecnológico, objetiva-se,
                 também, um acúmulo de conhecimentos em níveis cada vez mais
                 sofisticados e complexos para se processar as informações”
                 (CASTELLS, 1999: 35).


O autor afirma que nesse novo cenário, a fonte de produtividade está na
acumulação de conhecimentos, de processamento da informação e de
comunicação de símbolos. E essa transformação traz mudanças não apenas
no cenário social, como também no econômico, que é importante ressaltar,
pois antes movida apenas pela força do trabalho humano em interação com as
maquinas de produção, hoje se caracteriza as mentes como força produtora.


Pela primeira vez na história, em questões de segundos, o homem consegue
fazer transações bilionárias através de circuitos eletrônicos globais e serem
gerenciadas vinte e quatro horas por dia por mercados financeiros.


             “(...) é nas redes de informação que conectam esses centros que as
             verdadeiras operações de capital ocorrem. Os fluxos de capital tornam-
             se globais e, ao mesmo tempo, cada vez mais autônomos „vis-à-vis‟ o
             desempenho real das economias. (...) O que é fundamental nessa
             estrutura industrial, bem ao estilo de uma teia, é que ela está
             disseminada pelos territórios em todo o globo e sua geometria muda
             constantemente no todo e em cada unidade individual”. (CASTELLS,
             1999:. 111).


Fazendo um aparato então com o cenário econômico mundial com base nas
transformações informacionais é indispensável destacar a importância da
informação no desempenho das empresas que é destacada por diversos
autores, entre os quais Lesca; Almeida (1994: 67) quando afirma que “A
informação é um vetor estratégico importantíssimo, pois pode multiplicar a
sinergia dos esforços ou anular o resultado do conjunto dos esforços”. Em
contrapartida, Drucker acrescenta que apenas mão de obra, ou produtos e
24


serviços de excelência não mais garantem certeza de competitividade. É
preciso estar ciente e no mesmo rumo com a tecnologia da informação.


                    “Para que as novas descobertas tecnológicas possam se difundir por
                    toda a economia e, dessa forma, intensificar o crescimento da
                    produtividade a taxas observáveis, a cultura e as instituições da
                    sociedade, bem como as empresas e os fatores que interagem no
                    processo produtivo precisam passar por mudanças substanciais”.
                    (CASTELLS 1999: 92).


As organizações passam então a utilizar a informação de forma destina, porque
reconhece a importância das pessoas nos processos informacionais. No
primeiro instante, depois de colhida a informação do ambiente ela é analisada
para construção de signos com objetivos de identificar a linguagem ideal para
retornar ao meio. A segunda forma é criar novos conhecimentos por meio da
conversão do tácito 8ao explicito9, uma vez que a sua interação é capaz gerar
novas descobertas. E por fim procura e analisa informações para a tomada de
decisões.


A partir da leitura de Marchionini, (apud CHOO, 2003, p 102), o autor define a
busca da informação como o “(...) processo no qual o individuo engaja-se
decididamente em busca de informações capaz de mudar seu estado de
conhecimento” e completa que o processo de busca é individual, dependendo
do conhecimento do individuo sobre as fontes, as experiências passadas e
assim por diante.




8
         O conhecimento explícito é facilmente transmitido entre os indivíduos, pois pode ser
articulado na linguagem formal, inclusive em afirmações gramaticais, expressões matemáticas,
especificações, manuais e assim por diante.

9
         O conhecimento tácito, por sua vez, é o conhecimento pessoal incorporado à
experiência individual e envolve fatores intangíveis (crenças pessoais, valores e perspectivas)
e é difícil ser articulado na linguagem formal.
25


Choo (2003) observa que o resultado do uso da informação é uma mudança no
estado de conhecimento do individuo ou de sua capacidade de agir. Assim o
autor considera que o uso da informação, de modo a resolver uma pergunta,
resolver um problema, tomar uma decisão ou, negociar uma posição ou
entender uma situação se uma informação vai ser selecionada ou ignorada
depende em larga medida de sua relevância para o esclarecimento da questão
e solução do problema.


Sobre as situações do uso da informação, Choo (2003, p 109) menciona oito
categorias,   baseadas    nas     ideias   de   R.   S.   Taylor.   São    elas:
Esclarecimento >> quando a informação é utilizada para criar um contexto ou
dar significado a uma situação.
Compreensão do problema >> quando é usada de modo especifico para
permitir melhor compreensão.
Instrumental >> para que o individuo saiba o que e como fazer.
Factual >> é usada para descrever a realidade
Confirmativa >> envolve a busca por uma segunda opinião
Projetiva >> é usada para prover o que provavelmente vai acontecer no futuro
Motivacional: >> usada para manter o individuo num determinado curso de
ação
Pessoal ou política >> usada para criar relacionamentos ou promover uma
melhoria de status.


A relevância dessa análise está associada ao contexto especifico de uso e,
portanto, dotar a informação de significado é, sobretudo, agregar valor ao uso
que se fará dela. O usuário atribui valor a informação a partir da correlação
entre o problema diagnosticado e a utilidade da informação obtida para a
solução do mesmo. Essas etapas compõem a estrutura cognitiva interna dos
indivíduos e sua organização emocional. Diante desse pensamento, Choo
também analisou essa relação entre conhecimento e informação a partir de três
aspectos: a necessidade da informação, que contem vários elementos como
afetivos, situacionais e cognitivos, e vai se formalizando conforme o sentimento
de incerteza vai diminuindo; a busca pela informação, que é a escolha das
26


fontes de informação influenciadas pelo ambiente que cerca o indivíduo; o uso
da informação, como já citado acima é usado frequentemente para responder
questões, resolver problemas e tomar decisões, apos a seleção e
processamento de informações que se tornou novo conhecimento.


Baseado nas interpretações de Robredo 2003, a informação deve estar
relacionada com um contexto para possuir significado. Conhecimento é
definido pelo autor como a aplicação e o uso produtivo da informação. O
conhecimento é mais do que a informação, pois implica uma consciência do
entendimento adquirido pela experiência, pela intimidade ou pelo aprendizado.
Entretanto, a relação entre conhecimento e informação é interativa. A geração
do conhecimento depende da informação, já a coleta da informação relevante
requer a aplicação do conhecimento. As ferramentas e métodos aplicados à
informação também influem sobre a geração do conhecimento. A mesma
informação pode dar lugar a uma variedade de tipos de conhecimento,
dependendo do tipo e propósito da análise.


Essa constante interação entre conhecimento e informação é responsável por
movimentar as redes sociais, que ultrapassou o âmbito acadêmico/cientifico
conquistando dimensões em outros campos como a internet que possibilitou a
formação de grupos que interagem por meio de relacionamentos comuns
interessados por objetivos específicos ou apenas por desenvolver troca de
informações nos relacionamentos. Esse compartilhamento apenas foi possível
devido a softwares desenvolvido pela mente humana que opera recursos que
vão além dos da tecnologia da informação e também das descobertas de
novos dispositivos eletrônicos.


                “É claro que essa capacidade de desenvolvimento de redes só se
                tornou   possível    graças    aos      importantes     avanços      das
                telecomunicações    quanto    das    tecnologias   de   integração   de
                computadores em rede” (CASTELLS 1999,62)


Diante desse contexto, em que as redes são desenvolvidas por estratégicas e
escolhas dos indivíduos o acesso à rede mundial de computadores contribuiu
27


por proporcionar uma nova linguagem e forma de se comunicar com diferentes
povos a partir do surgimento das comunidades virtuais. Neste sentido, Castells
faz referências ao conceito de comunidades virtuais apresentado por Wellman
(2001) que define como sendo “redes de laços interpessoais que proporcionam
sociabilidade, apoio, informação, um senso de integração e identidade social”
(CASTELLS, 2003, p.106). O autor também faz referências ao conceito de
comunidade virtual interpretado por Rheingold que entende a comunidade
virtual como uma “rede eletrônica de comunicação interativa, autodefendia,
organizada em torno de um interesse ou finalidade compartilhada, embora
muitas vezes a própria comunicação se transforme no objetivo” (CASTELLS,
1999, p. 385).


É importante então ressaltar que as duas definições de redes estão ligadas à
aproximação dos indivíduos estimulados por interesses próprios. Por isso as
redes são abertas e dinâmicas, o que possibilita a entrada e saída dos atores
sempre que não estejam satisfeitos quanto às expectativas ou que precisam
buscar outras fontes de conhecimento.
28


Capítulo II - O Twitter


O modelo de comunicação “todos-todos” citado por Pierre Lévy (2009), traz a
possibilidade de que qualquer pessoa possa produzir e publicar conteúdo na
Rede, sendo assim, os usuários da Web são, ao mesmo tempo, receptores e
emissores. Com o advento da Web 2.010, conceito atribuído a sites e softwares
que utilizam os usuários como produtores de conteúdo, promovendo uma total
interatividade, surgem ferramentas e sites de relacionamentos que facilitam
esse processo, Orkut, Facebook, Blogs e Microblogs, entre eles, o Twitter.


O Twitter foi criado em Março de 2006, em São Francisco, Califórnia (EUA)
como uma ferramenta para facilitar a troca de mensagens de trabalho via
celular, porém, durante um festival de música americano neste mesmo ano, o
número de post diários saltou de 20.000 para 60.00011, percebeu-se então que
a ferramenta não precisava ficar restrita somente às empresas.


A ferramenta permite o envio de mensagens instantâneas, com até 140
caracteres, distribuídas para uma rede de seguidores que “adicionam” o
usuário em sua lista de interesses. Segundo uma pesquisa do Instituto Nielsen
USA12 entre Fevereiro de 2008 e Fevereiro de 2009, o Twitter foi o site de
relacionamentos com maior crescimento percentual, totalizando 1.382 por
cento. Dados divulgados pela revista Veja, de 23 de Junho de 2010, apontam
que o Twitter já atingiu a marca de 105 milhões de usuários em todo o mundo,
e o número de mensagens diárias chega a 65 milhões.


Em sua página principal, após o login do usuário há a seguinte pergunta: “o
que está acontecendo?”, e uma caixa de texto, através da qual os usuários

10
       Web 2.0 é a mudança para uma internet como plataforma, e um entendimento das
regras para obter sucesso nesta nova plataforma. Entre outras, a regra mais importante é
desenvolver aplicativos que aproveitem os efeitos de rede para se tornarem melhores quanto
mais são usados pelas pessoas, aproveitando a inteligência coletiva. (Tim O‟Reilly, 2006
<http://www.oreillynet.com>.
11
       Fonte: Revista Veja, 22 de Junho de 2010.
12
       Instituto Nielsen <http://news.cnet.com>
29


enviam suas mensagens (resposta para essa pergunta), com um máximo de
140 caracteres (FIG 2).


Fig 2




                     Página inicial do Twitter



No entanto, a pergunta que o Twitter realmente quer fazer é “O que você acha
do que está pensando?”, ou: “Que tal deixar aquela voz na sua cabeça falar por
um instante?”.


É no Twitter que a voz interior se expressa, através da ferramenta, o usuário
pode fazer comentários sobre acontecimentos do dia-dia, que normalmente
não faria ao conversar pessoalmente com alguém, as mensagens curtas
permitem um bate-boca entre os usuários, muitas vezes sobre assuntos sérios,
porém tratados de maneira inusitada.


             O Twitter tem toda a complexidade de se entrar em uma sala cheia de
             pessoas em uma festa. Você começa escutando e, depois, se
             apresenta e se envolve. Os microblogs resumem as redes sociais aos
             seus elementos mais essenciais: uma postagem, um comentário e
             uma indicação das relações. Você opta por escutar (ou não) as
30


                pessoas ao seu redor, e elas fazem o mesmo com relação a você.
                (EVANS, 2009: 217).


3.1 Recursos do Twitter


O mundo tem vivido um processo de convergência digital, a informação circula
por múltiplas plataformas de mídia. A web móvel permite as pessoas
acessarem conteúdos de seu interesse em qualquer lugar no mundo, enviar e
receber imagens, músicas, vídeos, notícias e entretenimento em tempo real
através de aparelhos portáteis como os Smartphones13. Além de ferramentas
externas que permitem a sua utilização sem que o usuário esteja na frente de
um computador, o microblog Twitter também tem alguns recursos próprios que
promovem interação e facilitam as relações interpessoais. São eles:


        Twitter List
     Twitter List é um recurso disponível no Twitter que permite ao usuário criar
     listas compartilháveis de usuários. Essas listas dinamizam a leitura dos
     tweets já que se torna possível ler o conteúdo postado por grupos de
     seguidores (FIG 3).




13
        Smartphone é um telefone celular com funcionalidades avançadas que podem ser
estendidas por meio de programas executados no seu Sistema Operacional. Suas principais
características são: sendo as principais: capacidade de conexão com redes de dados para
acesso à internet, capacidade de sincronização dos dados do organizador com um computador
pessoal e agenda de contatos que utiliza toda a memória disponível no celular. Fonte:
Wikipédia < http://pt.wikipedia.org>.
31


Fig 3




                 Twitter List



   Trending Topics
Os Trending Topics ou TTs são uma lista em tempo real dos nomes mais
postados no Twitter pelo mundo todo. Valem para essa lista as tagtemas (#)
e nomes próprios. Os Trending Topics ganharam tanta força que são
comentados frequentemente pelos usuários, e são capazes de mobilizar
correntes para colocar um tema na lista e ter exposição mundial (FIG 4).


Fig 4




                 Trending Topics
32




         Retweet
     O retweet é uma função do Twitter que consiste em replicar uma
     determinada mensagem de um usuário para a lista de seguidores, dando
     crédito a seu autor original usando as inicias RT e o nome de quem
     escreveu originalmente (FIG 5).


     Fig 5




                         Retweet



         Reply
         O reply permite aos usuários responderem diretamente a outro usuário,
         para isso basta colocar @nomedousuario antes da mensagem (FIG 6).


 Fig 6




                         Reply




3.2. Perfil do usuário Brasileiro


De acordo com pesquisa realizada pela agência Bullet14, a maioria (cerca de
61%) dos usuários do Twitter no Brasil é composta por homens, na faixa etária
de 21 a 30 anos, solteiros, estudantes, localizados principalmente no estado de




14
         Disponível em: <<http://bullet.updateordie.com/>>. Acesso em: 08/11/2010
33


São Paulo, em sua grande maioria, são pessoas com ensino superior completo
(FIG 7-9).


Fig 7




                   Disponível em: <<http://bullet.updateordie.com/>>.



Fig 8




                   Disponível em: <<http://bullet.updateordie.com/>>.
34




Fig 9




                    Disponível em: <<http://bullet.updateordie.com/>>.


Fig 10




                    Disponível em: <<http://bullet.updateordie.com/>>.


A pesquisa mostra que o número de usuários do estado do Espírito Santo
representa 2% (dois por centos) de um universo de 3.268 (três mil duzentos e
35


sessenta e oito) pessoas pesquisadas. Mesmo sendo um número pequeno,
aproximadamente 65 pessoas dentro deste universo, trata-se de um número
significativo, pois, é deste estado que vem, de acordo com o Google Analytics,
a grande maioria das visitas do site www.vidadeestudante.com.br, sendo
30.035 (trinta mil e trinta e cinco). (FIG 11)


Fig 11




                      Fonte: Google Analytics



Ainda segundo a pesquisa, esse público possui renda mensal compreendida
entre R$ 1.000,00 e R$ 5.000,00 e gasta cerca de 50h semanais conectados à
Internet. Cerca de 60% dele é considerado formador de opinião, possuem um
blog, conhecem a ferramenta através de amigos ou posts em outros blogs.
Interessam-se pelo compartilhamento de links e de opiniões e críticas, e 97%
dos usuários afirmam terem o costume de clicar nos links compartilhados.
86,9% deles dizem confiar na opinião das pessoas no Twitter. Por fim, 84,6%
dos usuários acreditam que o Twitter aproxima as pessoas (FIG 12-14).
36




Fig 12




         Disponível em: <<http://bullet.updateordie.com/>>.


Fig 13




         Disponível em: <<http://bullet.updateordie.com/>>.
37


Fig 14




                     Disponível em: <<http://bullet.updateordie.com/>>.



Sobre o uso da ferramenta por empresas, a pesquisa mostra que a maioria
(51%) dos usuários consultados acha interessantes os perfis corporativos,
desde que sejam utilizados com relevância. Aproximadamente 50% dos
usuários nunca participaram de ações promocionais, ainda assim, consideram
uma experiência interessante. Cerca de 30% já participaram de alguma ação
publicitária e 70% seguem ou já seguiram algum perfil corporativo (FIG 15).
38


Fig 15




                        Disponível em: <<http://bullet.updateordie.com/>>.



Na pesquisa, foram consultados 3268 brasileiros por meio do site da Bullet e o
Migre.me15, no período de 27 a 29 de abril de 2009.


De acordo com Gabriela Zago (2009), as atualizações curtas permitem uma
maior portabilidade das informações, dada a sua versatilidade, os microblogs


15
         <http://www.migre.me>.
39


em geral podem ser atualizados a partir de ferramentas diversas, inclusive por
dispositivos móveis, como o celular ou web móvel, e também a partir de
mensageiros instantâneos ou web convencional.


Essa portabilidade permite que os fatos e notícias sejam divulgados em tempo
real, diferente da TV e do Rádio que, em alguns países, sofrem censura, e
estão limitados ao alcance do sinal, a Internet é um ambiente sem fronteiras. O
Twitter, devido à possibilidade de ser acessado através de dispositivos móveis,
faz com que a voz das pessoas comuns ganhe dimensões públicas. Um
exemplo de sua potencialidade deu-se Junho de 2009, nas eleições iranianas.
Em protestos contra a reeleição do presidente Mahmoud Ahmadinejad, os
eleitores recorreram à ferramenta para denunciar fraudes na apuração dos
votos, organizar movimentos pelas ruas de Teerã e divulgar imagens da
repressão policial. “É como se cada indivíduo tivesse o seu próprio meio de
comunicação.”, diz o sociólogo francês Michel Maffesoli, citado pela revista
Veja na reportagem "A fúria do Twitter”, em 23 de junho de 2010.


Movimentos como esses acontecem graças aos hipertextos, termo referente ao
texto em formato digital16, blocos de textos, imagens, sons e vídeos são
compartilhados através de hiperlinks17. Não é necessário mais do que 140
caracteres para disseminar informação, quando o usuário quer divulgar uma
notícia, ele apenas insere o hiperlink que leva ao site onde está o hipertexto, e
a tagtema (palavra-chave) para identificar o seu conteúdo.


Os hipertextos são de grande importância no modelo de comunicação “todos-
todos”, pois permitem a interação entre emissor e receptor. O editor do
blog/podcast “Usabilidoido”, Frederick van Amstel (2006) comenta sobre isso:




16
       Fonte: Wikipédia <http://pt.wikipedia.org>.
17
       Hiperlinks ou Hiperligações (em português), são parte dos fundamentos da linguagens
usadas para construção de páginas na Internet e outros meios digitais. Trata-se de elementos
clicáveis, em forma de texto ou imagem, que levam a outras partes de um site ou para recursos
variados, como imagens, músicas, vídeos, etc. (Fonte Wikipédia: <http://pt.wikipedia.org>.
40


                O hipertexto possibilita novas formas de ler e escrever, um estilo não
              linear e associativo. Alguns autores afirmam que ele possibilita um
              diálogo ativo entre escritor e leitor. [...] O leitor já não é passivo e não se
              limita a receber a informação - mas intervém nela, pois cria o seu
              próprio caminho, o seu próprio entendimento sobre o assunto que quer
              conhecer. Portanto, o leitor é co-autor. (no blog “Discursos de outro
              mundo”, 2006/07).


Com as atualizações em tempo real, e a utilização de hipertextos, as
experiências vividas fisicamente são imediatamente compartilhadas entre os
usuários, quase não havendo diferenciação entre as experiências vividas no
mundo real e virtual.


              O virtual e o físico eram imaginados como instâncias separadas –
              ciberespaço e carnespaço (...). Mas agora a fronteira entre elas está se
              dissolvendo. A inteligência em rede está sendo incrustada em todos os
              lugares, em todos os tipos de sistema físico – tanto naturais quanto
              artificiais. Rotineiramente, eventos no ciberespaço são refletidos no
              espaço físico, e vice-versa. (FILHO; PERANI, 2009: 4. Apud
              MITCHELL, 2003: 3).




3.3 Ciberespaço e a Inteligência Coletiva de Pierre Lévy.


Zygmunt Bauman (2001) nos fala sobre a era da modernidade líquida, fluida,
na qual a informação circula livremente e em tempo real. Saber administrar a
informação e usá-la a seu favor compete muito mais importância do que ser
grande fisicamente, pois a grandeza física está limitada ao “carnespaço” (FILHO;
PERANI, 2009, apud MITCHELL, 2003),   não é capaz de deter a fluidez da informação
do ciberespaço, como aconteceu nas eleições iranianas, em que a força do
Twitter foi maior do que o regime ditatorial dos aiatolás.


Pierre Lévy (2000), também aborda a importância do fluxo livre de informação
na modernidade líquida, chamada por ele de terceiro espaço, ou espaço das
mercadorias, que tem como principais características o “fluxo de energias, de
41


matérias-primas, mercadorias capitais, mão-de-obra, informações”. (FREIRE,
2005):


             A riqueza não provém do domínio das fronteiras, mas do controle dos
             fluxos. Daí por diante reina a indústria, no sentido amplo de tratamento
             da matéria e da informação. (LÉVY, 2000: 24)


O ciberespaço tem como principal característica, esse fluxo de informações, no
mundo todo. Pessoas se comunicam, enviam mensagens, participam de
conferencias à distância, estudam e aprendem online, trocam dados graças a
uma combinação das tecnologias da informação e da comunicação. Mas para
que isso ocorra, Pierre Lévy afirma ser essencial o formato digital, pois é ele
quem permite que textos, sons e imagens sejam transformados em hipertextos.


             Insisto na codificação digital, pois ela condiciona o caráter plástico,
             fluido, calculável com precisão e tratável em tempo real, hipertextual,
             interativo e, resumindo, virtual da informação que é, parece-me, a
             marca distintiva do ciberespaço. Esse novo meio tem a vocação de
             colocar em sinergia e interfacear todos os dispositivos de criação de
             informação, de gravação, de comunicação e de simulação. (Lévy, 1999:
             92-93).


Essa interatividade que se dá no ciberespaço, marcado pela troca de
informação em tempo real, permite a construção do conhecimento através da
Internet, fazendo surgir um espaço caracterizado pela “(...) inteligência e saber
coletivos, cujo advento definitivo não está em absoluto garantido por certas „leis
da história” (LÉVY, 2000: 24). OLIVEIRA (2006) afirma que neste novo espaço,
o da inteligência coletiva, as tecnologias digitais de informação e comunicação
nos permitem criar e percorrer mundos virtuais.


Para Lévy essa nova dimensão da comunicação humana deveria “permitir-nos
compartilhar nossos conhecimentos e apontá-los uns para os outros” (LÉVY,
2000: 18). De acordo com o autor, o ser humano só pensa por ter com quem
compartilhar seus pensamentos.
42




             Antes de mais nada, jamais pensamos sozinhos, mas sempre na
             corrente de um diálogo ou de um multidiálogo, real ou imaginado. Não
             exercemos nossas faculdades mentais superiores senão em função de
             uma implicação em comunidades vivas com suas heranças, seus
             conflitos e seus projetos. Em plano de fundo ou em primeiro plano,
             essas comunidades estão sempre presentes no menor dos nossos
             pensamentos... (LÉVY, 2001: 97).


O espaço da inteligência e do saber coletivos possibilita uma conexão em rede
entre pessoas do mundo todo. As novas tecnologias funcionam como
ferramentas que fazem essa conexão acontecer. A técnica por si só não é
capaz de gerar conhecimento, ela apenas possibilita a ambientação, onde
acontece a projeção da inteligência humana, a fim de promover o
“reconhecimento e enriquecimento mútuo das pessoas” (LÉVY, 2000: 27).


Ao falar na inteligência coletiva, que tem o ciberespaço como suporte, Lévy
afirma tratar-se de uma “uma inteligência distribuída por toda a parte,
incessantemente valorizada, coordenada em tempo real, que resulta em uma
mobilização efetiva das competências” (1998: 28). Segundo o autor, trata-se
também da


             (...) capacidade de trocar ideias, compartilhar informações e interesses
             comuns, criando comunidades e estimulando conexões. Para começar,
             tome o cérebro humano. Fazemos infinitas conexões que se
             intensificam à medida que envelhecemos. Agora imagine que podemos,
             graças ao computador, integrar essa „constelação de neurônios‟ com a
             de milhões de outras pessoas. Essa é a comparação que faço. A
             internet nos permite hoje criar uma superinteligência coletiva, dar início
             a uma grande revolução humana (Lévy, 1999: 31).


Lévy também acrescenta a cooperação e a competição como aspectos
fundamentais da inteligência coletiva. Deve existir uma cooperação coletiva
para que haja algum desenvolvimento da inteligência coletiva.
43


Segundo Oliveira (2006), o aspecto competitivo está ligado à liberdade,
principalmente quanto à proposição de outros pensamentos e teorias. O
ciberespaço permite um debate sadio e a exposição de novas ideias.


Quanto ao aspecto cooperativo, ele afirma resultar do “vínculo social
proporcionado pelos participantes dos diversos ambientes (comunidade
virtuais, por exemplo) que, no âmbito do ciberespaço, servem de base à
inteligência coletiva.” (OLIVEIRA, 2006: 4).


Não há na inteligência coletiva a imposição da verdade. Ninguém pode
posicionar uma ideia ou conceito como certo ou errado. De nada adianta utilizar
a técnica para divulgar informações se essas não podem ser debatidas a fim de
se chegar a um senso comum. Oliveira toma como exemplo a educação:


             Processos    de   ensino   e     aprendizagem   baseados   no   modelo
             reprodutivista, sem a participação efetiva dos educandos, autoritários e
             poucos afeitos ao ideal do desenvolvimento da autonomia por parte de
             quem aprende não podem ser considerados constituintes de qualquer
             inteligência coletiva só pelo fato de serem oferecidos em ambientes
             virtuais. (OLIVEIRA, 2006: 4).


O computador permite ao usuário controlar o conteúdo das mensagens,
diferente do que acontece na TV e no rádio, por meio dos hipertextos e
hiperlinks, vontades, desejos pensamentos e ações individuais estão atuando
na comunicação de toda a rede. Surge então a mente conectiva, formada pelo
conhecimento e informações compartilhadas pelos usuários. Segundo Oliveira
“a mente conectiva surgiria como o passo seguinte em relação à mente do
indivíduo (formada pela leitura e pela escrita) e à mente coletiva (criada pelo
rádio e pela televisão)”. (OLIVEIRA, 2006, 4).


             A mente conectiva não é apenas o individual retirado do grupo, como a
             do leitor que não assiste televisão; nem é parte de uma massa sem
             identidade, como a de uma pessoa que só assiste televisão e não lê.
             Estamos agora em uma situação conectiva, em que podemos cultivar e
44


              manter     uma   identidade   privada,   mas   também   compartilhar    o
              processamento de informações com um grupo seleto sem sermos
              eliminados pela identidade do grupo. (OLIVEIRA, 2006: 4 apud
              KERCKHOVE, 2003: 26).


A inteligência coletiva e o ciberespaço criam um mundo virtual, no qual o
conhecimento e as ações humanas do mundo real estão inseridos. Lévy
acredita que as novas tecnologias estarão tão presentes nas representações
humanas, que será necessário produzir dispositivos que, materializam a
inteligência coletiva.
45


Capítulo III – Estudo de Caso


O usuário @vidadeestudante existe desde o dia 23 de Novembro de 2009.
Atualmente, já atingiu a marca de 890 seguidores, e segue 674 usuários, entre
pessoas físicas e perfis coorporativos voltados para a área da educação, além
disso, o usuário esta relacionado em 53 Twitter Lists.


Fig 16




                     Perfil @vidadeestudante.



O objetivo principal deste usuário é levar aos seus seguidores informações e
dicas sobre vestibular, estágio, mercado de trabalho, além de outros assuntos
considerados relevantes na vida de um estudante. Além disso, ele busca
aumentar o número de visitas ao portal www.vidadeestudante.com.br através
de links postados juntos aos tweets.


As noticias publicadas no site são twitadas automaticamente, contendo o título
e o hiperlink que leva direto à seu conteúdo na íntegra dentro no site.


De acordo com o Google Analytics, 16,71% (557) das visitas que o site recebe
vem do Twitter, sendo este o segundo site de referência do portal Vida de
Estudante, perdendo apenas para o Google, com 870 (FIG 17). No entanto, as
46


visitas vindas do Twitter duram em média 03h52min, enquanto as vinda do
Google duram cerca de 00h50min (FIG 18).


Fig 17




                   Fonte: Google Analytics


Fig 18




                   Fonte: Google Analytics
47


                        .
Mesmo as visitas vindas do Twitter sendo em menor número do que as vidas
do Google, acredita-se na hipótese de estas serem de maior importância, pois
demonstram um interesse maior por parte do visitante pelo conteúdo do site. É
possível afirma isso ao analisar que o Google é um site de busca, os usuários
buscam por palavras chaves e entram nos sites indicados como possíveis
respostas (entre eles o Vida de Estudante). Ao entrarem e não encontrarem a
informação pretendida, retornam rapidamente ao Google. Isso explica o motivo
pelo qual o tempo médio de visitas é tão curto se comparado ao visitantes
vindos do Twitter.


Conforme já foi citado, as notícias publicadas no site são automaticamente
tuitadas contendo o título e o hiperlink que leva ao seu conteúdo na íntegra.
Por esse motivo, as visitas provenientes do Twitter são tão duradouras. Os
usuários têm acesso instantâneo às informações que pretende obter, sem
precisar perder tempo realizando buscas. Ele é dinâmico, sabe onde está o
conteúdo que pretende acessar e vai diretamente a ele.


Além das notícias publicadas no site, o @vidadeestudante também pratica
retweets de mensagens enviadas por outros usuários, principalmente os perfis
coorporativos      voltados   para    a    educação,      entre    eles:   @igeducação,
@g1vestibular, @guiadoestudante, @estadaopontoedu, @vestibular, entre
outros (FIG 19).


Fig 19




                        Disponível em: << http://tweetstats.com/graphs/vidadeestudante />>.
48




Com uma média de 3,3 tweets por dia, sendo 55 por mês, o @vidadeestudante
é atualmente o número 365.607, de um total de 8.033.308 perfis, no rank
mundial do site www.twittergrader.com, que avaliou o usuário com a nota 95.5
numa escala de 0 a 100 (FIG 20-21).


Fig 20




                    Disponível em: << http://tweetstats.com/graphs/vidadeestudante />>.


Fig 21




                    Fonte: www.twittergrader.com
49




O site www.twitaholic.com, o classificou como sendo o número 105.144 no rank
mundial, e o número 1 do rank por estado, com 883 seguidores e 936
atualizações (tweets), enquanto o segundo colocado tem 194 seguidores e já
publicou 1.390 atualizações, o terceiro colocado, tem 196 seguidores, com
7.781 atualizações. Pode-se afirmar que, as atualizações @vidadeestudante,
mesmo sendo em menor número, transmitem conteúdos de maior relevância,
fazendo com que este conquiste um número maior de seguidores. Que têm
como elo em comum o conteúdo dessas mensagens. (FIG 22-23).


Fig 22




                    Rank mundial, disponível em <<www.twitaholic.com>>


Fig 23




                    Rank mundial, disponível em <<www.twitaholic.com>>.
50


No entanto, o número de retweets que as mensagens do @vidadeestudante
recebe é pouco expressivo, apenas 33 retweets desde novembro de 2009.
Esse número aparenta um insucesso se comparado com o número de tweets
que este usuário tem (944), mas ele tem como objetivo levar a informação a
seus seguidores, e fazer com que estes visitem o seu site. Quanto a isto, pode-
se dizer que consegue cumprir esse objetivo, haja vista que o tempo médio
dessas visitas é de 03:52 minutos, tempo suficiente para que o visitante leia a
notícia que ele acessou diretamente pelo hiperlink.
51


Considerações finais


O modelo da web 2.0 causou mudanças radicais na forma de se comunicar:
todas as pessoas tem acesso à informação. Há uma interação contínua na
comunicação da sociedade, os papéis de emissor e receptor não são mais
definidos, tem-se o modelo de comunicação “todos-todos”.


Em meio a isso, o Twitter tem se mostrado uma excelente ferramenta para
esse novo modelo de comunicação, pois, através de mensagens curtas (até
140 caracteres) permite que usuários enviem e recebam informação de
qualquer lugar do mundo em tempo real, não é necessário nem mesmo se
conectar a um computador, a ferramenta pode ser utilizada através de
dispositivos móveis como celular e web móvel, assim sendo, as experiências
vividas no mundo real são imediatamente divulgadas no mundo virtual, quase
não havendo uma diferenciação entre esses dois mundos. Um acontecimento
que se dá em certo bairro, por exemplo, é divulgado ao mundo todo em um
tempo muito menor do que o necessário para se espalhar entre os moradores
do próprio bairro através de meios tradicionais de comunicação, como TV e
rádio.


O Ciberespaço, citado por Lévy, compreende-se na conexão de pessoas em
rede através da internet, possibilitando o fluxo livre de informação
transformando receptores em emissores em potencial. Quando todos
produzem conhecimento, e este é compartilhado, tem-se a inteligência coletiva.


A Internet funciona como um ambiente virtual onde o conhecimento humano é
compartilhado por todos, não há quem julgue o que é certo ou errado, há
espaço para todas as opiniões, todos os novos conceitos e teorias que vierem
a surgir sobre os mais diferentes temas. Os usuários tem o poder de escolher o
que ele julga ser mais ou menos importante, e seleciona o conteúdo ao qual
quer ter acesso, sem desrespeitar ou considerar inferior a opinião dos outros.
52


O estudo de caso nos mostrou que o usuário @vidadeestudante divulga em
seu Twitter informações sobre educação, estágio, emprego e outros temas de
interesse dos estudantes em geral. Com uma média de 3,3 tweets por dia, ele
envia tweets com links para noticias do site www.vidadeestudante.com.br, e
retweets de mensagens provenientes dos perfis voltados a educação a quem
ele   segue,    como    @igeducação,      @g1vestibular,    @guiadoestudante,
@estadaopontoedu, @vestibular, entre outros.


Com o número de 890 seguidores, ele é o número 105.144 no ranque mundial,
do site www.twitaholic.com, e o número 1 do ranque por estado. Esse ranque,
e outros que existem espalhados pela internet, como por exemplo, o
www.twittergrader.com, citado neste trabalho, avaliam os usuários de acordo
com o seu número de seguidores.


De acordo com Castells (2001), as redes sociais são formadas por um conjunto
de nós interconectados, indivíduos de diferentes locais e pertencentes a
culturas muito distintas, porém, com um interesse em comum. Os nós de uma
rede social são justamente esse interesse em comum entre os indivíduos, e de
acordo com o autor, há uma exigência de que esses nós consigam se
comunicar dentro dela, compartilhando os mesmos códigos de comunicação.


A partir deste conceito, foi confirmada a hipótese de que o Twitter é um suporte
digital para as redes sociais. Os seguidores do usuário @vidadeestudante são
os indivíduos que participam desta rede social, e o conteúdo das mensagens
deste usuário funciona como nós (elos) em comum entre estes indivíduos, que,
por sua vez, constroem significados, negociam e compartilham conhecimentos
na busca por informações.


No entanto, para tal análise, o @vidadeestudante foi estudado como uma
simples fonte de informação, um nó em comum entre seus seguidores,
permitindo que estes formem uma rede social. Caso ele seja inserido como
indivíduo, essa rede perderia a sua horizontalidade, passaria a ter uma
53


hierarquia, sendo o @vidadeestudante o indivíduo principal, quem decide os
temas a serem discutidos pelo restante do grupo.


Ao ser estudado como simples fonte de informação, ele demostra ser um nó
através no qual seus seguidores se conectam, e por sua vez, também está
conectado a outras fontes de informação (nós). Estas fontes estão interligadas
a outras, que também se conectam a outros nós, conforme ilustra a figura 24.


Fig 24




                     Disponível em: <<http://bullet.updateordie.com/>>.


O Twitter é um suporte digital paras as redes sociais. Ele permite que os
usuários sejam membros de várias redes ao mesmo tempo, sendo eles
mesmos um elo entre estas redes. Foi possível verificado também que todas as
redes encontradas no Twitter, por mais distintas que sejam, têm ao menos um
ponto em comum: o próprio Twitter. Ele é o suporte, ao mesmo tempo em que
é o nó capaz de conectar pessoas do mundo inteiro.
Referências


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POLISTCHUK, Ilana; TRINTA, Aluizio Ramos. Teorias da Comunicação: o
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REVISTA VEJA. São Paulo: Abril, 2010.


RODRIGUES, Nickolas Xavier; GODINHO, Luiz Antônio de Carvalho.
Percepção dos usuários da rede social Twitter com relação as estratégias
de comunicação dos Grupos de Notícias. Belo Horizonte, MG, Junho de
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RÜDIGER, Francisco. Introdução às teorias da Cibercultura. 02 edição.
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SANT’ANA, Armando; JÚNIOR, Ismael Rocha; GARCIA, Luiz Fernando Dabul.
Propaganda, Teoria, Técnica e Prática. 08 edição. São Paulo: editora
Cengage Learning, 2009.


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ed. São Paulo: Hucitec, 1996
SARTRE, G. Temas transversais em educação–bases para uma formação
integral. São Paulo: Ática, 1997.


SCHERER-WARREN, I. Redes de movimentos sociais. 01 ed. São Paulo:
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SODRÉ, Muniz. Antropológia do espelho: uma teoria da comunicação linear
e em rede. 01 ed. Petrópolis: Vozes, 2002.


SOUZA, Sérgio Augusto Freire de. As redes sociais e a liquidez na
Sociedade 140 byte: sob os olhos da coruja de Minerva. Universidade
Federal do Amazonas. 2009. Disponível em
<www.sergiofreire.com.br/academicos/redessociais140bytes.pdf> Acesso em
23 Jul. 2010.


TRIGGER, Bruce G. Além da História: Os métodos da Pré-História. 01 ed.
São Paulo: EPU, 1973.


VILA NOVA, Sebastião. Introdução a sociologia. São Paulo: Atlas, 1999.

WAIZBORT,Leopoldo - Dossiê Norbert Elias/Federico Neiburg. 02 edição.
São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1999.


ZAGO, Gabriela da Silva. O Twitter como suporte para produção e difusão
de conteúdos jornalísticos. Revista Ciberlegenda, Universidade Federal
Fluminense. 21 edição, 2009.

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Twitter e Redes Sociais

  • 1. MATOS, João Luiz Prett de; SILVA, Marlon Freitas da: O Twitter como suporte digital para as Redes Sociais. Centro Universitário São Camilo – ES. Cachoeiro de Itapemirim, ES. Novembro de 2010. JLPRETT@HOTMAIL.COM CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO CAMILO – ES Curso de Comunicação Social João Luiz Prett de Matos Marlon Freitas da Silva O TWITTER COMO SUPORTE DIGITAL PARA AS REDES SOCIAIS Cachoeiro de Itapemirim – ES Novembro/2010
  • 2. MATOS, João Luiz Prett de; SILVA, Marlon Freitas da: O Twitter como suporte digital para as Redes Sociais. Centro Universitário São Camilo – ES. Cachoeiro de Itapemirim, ES. Novembro de 2010. JLPRETT@HOTMAIL.COM João Luiz Prett de Matos Marlon Freitas da Silva O TWITTER COMO SUPORTE DIGITAL PARA AS REDES SOCIAIS Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Comunicação Social do Centro Universitário São Camilo, orientado pelo Prof. Esp. Teófilo Augusto, como requisito parcial para obtenção do título de bacharel em Comunicação Social. Cachoeiro de Itapemirim – ES Novembro/2010
  • 3. MATOS, João Luiz Prett de; SILVA, Marlon Freitas da: O Twitter como suporte digital para as Redes Sociais. Centro Universitário São Camilo – ES. Cachoeiro de Itapemirim, ES. Novembro de 2010. JLPRETT@HOTMAIL.COM João Luiz Prett de Matos Marlon Freitas da Silva O TWITTER COMO SUPORTE DIGITAL PARA AS REDES SOCIAIS Cachoeiro de Itapemirim, 26 de Novembro de 2010 Professor Orientador Esp. Teófilo Augusto
  • 4. MATOS, João Luiz Prett de; SILVA, Marlon Freitas da: O Twitter como suporte digital para as Redes Sociais. Centro Universitário São Camilo – ES. Cachoeiro de Itapemirim, ES. Novembro de 2010. JLPRETT@HOTMAIL.COM Sumário 1 CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO .................................................................................05 2 CAPÍTULO II: REDES SOCIAIS ............................................................................11 2.1 Contribuições de Durkheim, Mauss e Elias ..............................................17 2.2 Tecnologia da informação e a sociedade em rede ...................................19 3 CAPÍTULO III: TWITTER .......................................................................................28 3.1 Recursos do Twitter ..................................................................................31 3.2 Perfil do usuário brasileiro ........................................................................32 3.3 Ciberespaço e a Inteligência Coletiva de Pierre Lévy...............................40 4 ESTUDO DE CASO DO USUÁRIO DO TWITTER @VIDADEESTUDANTE............................................................................................45 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................51 7 REFERÊNCIAS ......................................................................................................54
  • 5. 3 Resumo A humanidade desde seu inicio vive em redes e isso é indispensável para a sua sobrevivência. Para tanto, com a revolução da tecnologia e o surgimento da internet o indivíduo se apropriou dessa nova ferramenta para aumentar ainda mais essa necessidade de interação de forma mais instantânea e com maior abrangência. Analisamos então o microblog Twitter, a fim de verificar a hipótese de ele ser um suporte digital para as Redes Sociais, uma vez que dentre as suas funcionalidades principais está à mediação para a exposição de informações possibilitando discussões conectando as pessoas por algum objetivo em comum gerando consequentemente conhecimento. Para chegar a tal objetivo, além de fazer um estudo bibliográfico especifico sobre a ferramenta Twitter, foi realizado um levantamento pouco mais teórico sobre os primeiros estudos até os mais recentes das comunidades conceituadas como redes sociais baseando-se no campo da antropologia, fazendo então uma conexão dessas redes com a revolução tecnológica da década de 70 que culminou uma nova comunicação para a sociedade. Para concluir a pesquisa foi elaborado também um estudo de caso sobre o usuário do Twitter “@vidadeestudante”, que é um portal na internet destinado a estudantes, professores e pais do Brasil em especial os capixabas. Abstract Since its inception, networks determines for a great deal the life of humanithy, and this is essential for its survival. Hence, with the technology revolution and the advent of Internet, people were appropriated of this new tool to further increase this need to interact more in a more instantaneous way and a lange range. We then analised the microblog Twitter in order to investigate the possibility of it being a digital medium for Social Networks, as among its main functions is to mediate the exposure of information to enable discussions connecting people for a common goal and creating consequently knowledge.
  • 6. 4 To reach this goal, besides making a bibliographic analisis concentrating on Twitter, a rather more theoretical survey was made from the earlierst studies till the most recent ones at the communities caracterized as social networks. The studies were based on the field of anthropology, then making a connection of these networks with the technological revolution of the 70s that led to a new communication society. To complete the survey was also prepared a case study on the Twitter user "@ vidadeestudante" which is an Internet portal for students, teachers and parents of Brazil in particular the Capixaba population.
  • 7. 5 Introdução Vivemos em uma era marcada pelo fim das certezas, o esgotamento das grandes receitas pré-prontas, os grandes Sólidos da sociedade moderna: família, escola, Estado, entre outros; tinham a imagem de imutáveis, hoje estão se derretendo, os papéis de quem manda e quem obedece estão se invertendo. Desta forma, o poder de decisão e escolha passa para as mãos da sociedade, à medida que esta começa a se liquefazer. Por conta disto, o filósofo e autor Zygmunt Bauman refere-se aos tempos “pós-modernos” (dias atuais) como Modernidade Liquida. Os “grandes senhores” (Igreja, Estado, etc.) que ditavam as normas e regras de como a sociedade deve se portar estão perdendo voz diante da sociedade, vivemos uma segregação do poder de escolha, a era dos grupos de referência, as pessoas escolhem onde se encaixam melhor. Movido pelos seus gostos e características em comum, podendo fazer parte de vários grupos; como por exemplo, um escritor, que participa de um grupo interessado em literatura formado por pessoas cultas que discutem, entre outros assuntos, temas como política, negócios e sociedade à ótica da literatura, visando, muitas das vezes, escrever sobre estes temas. No entanto, essa mesma pessoa pratica surf, e frequenta um grupo de praticantes deste esporte, onde também discutem, entre outros assuntos, política, negócios e sociedade, porém, com uma ótica diferente, buscando apenas uma reflexão despreocupada. Sobre o exemplo acima, é impossível afirmar que esta pessoa siga a linha de pensamento “X” por fazer parte do grupo de escritores ou a linha de pensamento “Y” por praticar surf. Seus conceitos e sua identidade compõem-se de processos de identificação voláteis, pois ele recebe influência de cada um dos grupos aos quais pertence, além de ter a liberdade de emitir a sua opinião, consequentemente, os grupos, por mais heterogêneos que sejam, influenciam um ao outro.
  • 8. 6 Com a modernidade liquida houve a perca de algumas referências de tempo e espaço. Isso acontece, por exemplo, quando a distância percorrida dentro de uma unidade de tempo passa a depender das novas tecnologias e sinais eletrônicos. Antes era necessário um tempo específico, contado em dias, para percorrer certa distância, esse tempo era praticamente imutável. Se um governante precisava enviar algum comunicado para outro país, ou algum cientista tinha a necessidade urgente de enviar os resultados de sua pesquisa, essas mensagens deveriam percorrer a distância entre o emissor e o receptor se fazendo presente fisicamente em todos os lugares existentes entre esses dois sujeitos (emissor e receptor). O tempo para essas mensagens chegassem ao seu destino final era “X” dias a cavalo, ou “Y” dias de navio, não tinha como encurtar esse tempo, e havia um sério risco destas mensagens se perderem, devido a acidentes ou qualquer outro imprevisto que vinham a acontecer na viagem. . Hoje é necessário apenas um clique para adquirir qualquer informação sobre qualquer lugar do mundo, possibilitando a troca instantânea de conhecimento, o espaço pode ser atravessado em “tempo nenhum”, ele não impõem mais limites às ações humanas, e a diferença entre perto e longe deixa de existir. O poder pode se mover com a velocidade do sinal eletrônico – e assim o tempo requerido para o movimento de seus ingredientes essenciais se reduziu à instantaneidade. “Em termos práticos, o poder se tornou verdadeiramente extraterritorial, não mais limitado, nem mesmo desacelerado, pela resistência do espaço...”. (BAUMAN, 2001: 18). A Internet se transformou em um importante canal através do qual as pessoas podem acessar informações do mundo inteiro sem sair de casa, além de se encontrar com outras pessoas. Esses encontros permitem a troca de informações, transformando cada pessoa em emissor e receptor ao mesmo tempo, além de uni-los de acordo com os grupos de referências aos quais mais se adequam.
  • 9. 7 O autor Francês, Pierre Lévy, que se tornou o porta-voz dos benefícios a serem enxergados nas novas tecnologias, viu na Internet um processo comunicacional “todos - todos”, onde todos são emissores, fazendo com que a comunicação “saia do estigma da manipulação para entrar na utopia da mediação.” (HOHLFELD; MATINO; FRANÇA, 2001: 176). Lévy defende a “inteligência Coletiva”, afirmando que, cada ser humano sabe alguma coisa, mas ninguém sabe de tudo, e ao mesmo tempo, todo o conhecimento está presente na humanidade, pois através da internet ele é compartilhado igualmente. A sociedade busca suprir suas necessidades no exato momento em que elas surgem, as pessoas não estão dispostas a esperar muito tempo por uma resposta, e preferem informações rápidas e de fácil absorção. “O tempo instantâneo e sem substância de mundo... é também um tempo sem consequências. Instantaneidade significa realização imediata, “no ato” – mas também exaustão e desaparecimento do interesse.” (BAUMAN, 2001: 137). Um exemplo são os sites de pesquisa, os usuários fazem buscas e têm a sua disposição respostas imediatas, sem precisar abrir qualquer livro ou periódico. Outro exemplo a ser citado são os mensageiros instantâneos, que permite aos usuários conversarem em tempo real mesmo em locais diferentes. Essa instantaneidade também é verificada no microblog Twitter, uma das inúmeras ferramentas da internet que permitem aos seus usuários, enviar e receber informações (atualizações) em textos de até 140 caracteres (inclusive espaços), chamados popularmente como “tweets”. As atualizações são exibidas no perfil do autor em tempo real, e também são enviadas aos seguidores que tenham escolhido receber atualizações deste usuário. Além disso, a ferramenta também permite realizar a ação de “retweet”, uma função que consiste em replicar uma mensagem de um usuário para a lista de seguidores, dando créditos seu autor original.
  • 10. 8 O Twitter se tornou um dos maiores fenômenos da internet, importante ferramenta de comunicação para empresas, estudantes, comunicadores, artistas e políticos, que “twittam” sobre as mais diversas informações. De acordo com o Instituto Nielsen1, o número de usuários desta ferramenta ultrapassou a marca de sete milhões em fevereiro de 2009. Essa liberdade de se relacionar com pessoas que partilham de interesses em comum, e a troca simultânea de informação, sem nível hierárquico definido, também é verificada nas redes sociais, que partem do conceito de grupos dos quais as pessoas participam por motivação própria, ligadas por um elo em comum, mas sem hierarquia. Diante das características e funcionalidades do microblog Twitter, e da convergência da comunicação que acontece nas redes sociais, este trabalho tem como finalidade verificar a hipótese de o Twitter ser um suporte digital para as redes sociais, através do qual estas redes transformam-se em Redes Sociais Digitais, unindo pessoas de diferentes lugares e interesses distintos, que participam de discursões sobre variados temas, muitos deles em comum, que funcionam como elo existente entre elas. Para fins de verificação dessa hipótese, trabalho foi dividido em três capítulos; o próximo capítulo tem como objetivo realizar um levantamento bibliográfico das principais definições e conceitos de Redes Sociais, desde as primeiras comunidades estudadas como redes sociais, até os dias de hoje, quando as novas tecnologias têm feito parte do dia-dia das pessoas, e a internet transformou-se em uma ferramenta fundamental na comunicação e nas relações sociais. O capítulo seguinte tem como objetivo, realizar um estudo bibliográfico do microblog Twitter, apontando suas principais características e funcionalidades; e estudar as relações interpessoais que acontecem na Internet e no referido microblog. Além de realizar um levantamento as teorias e pensamentos do 1 Instituto de pesquisa americano equivalente ao IBOPE.
  • 11. 9 autor Francês Pierre Lévy sobre “cibercultura” e a inteligência coletiva, a fim de relacioná-las às relações interpessoais estudadas. Pesquisa bibliográfica é definida como “um conjunto de procedimentos para identificar, selecionar, localizar e obter documentos de interesse para a realização de trabalhos acadêmicos e de pesquisa...” (DUARTE; BARROS, 2010: 54), de acordo com Antônio Carlos Gil (2002), “pesquisa desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos.” (GIL, 2002: 44.). MARCONI; LAKATOS (1999), afirmam que a pesquisa bibliográfica coloca o pesquisador em contato direto com tudo que já foi escrito, dito ou filmado sobre o objeto pesquisado, por isso, selecionou-se esta metodologia com o intuito de atingir os objetivos dos capítulos citados acima. A fim de verificar a hipótese de o Twitter ser um suporte digital para as Redes Sociais, no último capítulo foi realizado um estudo de caso do usuário do Twitter “@vidadeestudante”. O Vida de Estudante2 é um portal na internet repleto de artigos, notícias, eventos, cursos, seminários e entretenimento voltados para a educação, que tem como público, alunos, professores, pais e empresas deste setor, localizados em todo o Brasil, principalmente no Estado do Espírito Santo; considerando que, hipoteticamente, os seguidores3 deste usuário formam uma Rede Social (em qualquer suporte) cujos membros têm em comum o interesse pelas atualizações do usuário. Assim, foi feito um levantamento de quantos seguidores possui o usuário @vidadeestudante, e quantos ele segue. Também foi realizada uma análise de qual o tema principal das mensagens enviadas pelo usuário: quantas destas mensagens são retransmitidas pelos seus seguidores com o objetivo de verificar se realmente há um interesse, por parte deles, pelo conteúdo dessas mensagens, ou se apenas o seguem para estabelecer um tipo marcação social. 2 Disponível em <<www.vidadeestudante.com.br>>. 3 Seguidores são os usuários que escolheram receber as atualizações de outro usuário, sendo que, este segundo, não é obrigado a seguir ao primeiro, ao contrario do que acontece em outras ferramentas da internet, onde o interesse como amigo, ou seguidor, deve ser recíproco para se ter acesso ao perfil.
  • 12. 10 De acordo com Gil (2002), estudo de caso é adequado para a investigação de um fenômeno contemporâneo dentro do seu contexto real, onde os limites entre o fenômeno e o contexto não são claramente percebidos. Definição essa que também é citada por Duarte; Barros, “o estudo de caso é uma inquirição empírica que investiga um fenômeno contemporâneo dentro de um contexto da vida real, onde múltiplas fontes de evidência são utilizadas.” (2010: 216. apud YIN 2001: 32). O autor também define o estudo de caso como “um método de olhar para a realidade social.” (2010: 116. apud GOODE; HATT, 1979: 421- 422). É assim que o estudo de caso é utilizado preferivelmente em situações em que se pretende analisar eventos contemporâneos, diante de um problema em que nossos conhecimentos são escassos, permitindo então, ao pesquisador, conhecer bem uma pequena parte de um todo. Ele permite “explorar situações nas quais a intervenção que está sendo avaliada não apresenta um conjunto simples e claro de resultados.” (DUARTE; BARROS, 2010: 220. apud YIN, 2001: 34-35). Um componente muito importante da pesquisa de estudo de caso são as questões do tipo “como” e “porque”, pois elas são peça chave para definir a estratégia da pesquisa. Por exemplo: como e por que o Twitter pode ser definido como um suporte digital para as Redes Sociais? O Twitter assim como outras ferramentas de relacionamento online são chamados popularmente de redes sociais, no entanto a hipótese defendida por esse trabalho é de que ele seja um suporte digital para as redes sócias, podendo essas existir em qualquer outra plataforma. Para tanto, ressalta-se a importância de conhecer a fundo os conceitos atribuídos a redes sociais.
  • 13. 11 Capítulo I: Redes Sociais Os estudos de Redes Sociais começaram a serem desenvolvido há aproximadamente um século, com objetivo de entender os comportamentos desenvolvidos pelos indivíduos em determinado sistema social em diferentes dimensões, vindo a ser aplicada e desenvolvida no âmbito de ciências diversas como a antropologia, a biologia, os estudos de comunicação, a economia, a geografia, as ciências da informação ou a psicologia social. É a partir do comunicar-se e relacionar-se com semelhantes que o homem constrói-se enquanto ser social, agrupando-se e constituindo comunidades, redes, sociedades. Desde o princípio da humanidade que os homens organizam-se em pequenos e grandes grupos, os quais estabelecem códigos, criam tecnologias, formam vínculos afetivos, desenvolvem economia e constroem os mais diversificados tipos de comunicação, aprendizagem e produção de conhecimento. Neste sentido, a humanidade tem sido conceituada, definida e percebida historicamente pela maneira como ela se representa. Do ponto de vista da sociologia, os grupos sociais também constituem uma importante referência para os nossos atos. Não temos apenas consciência e sentimento de pertencer a alguns grupos na nossa sociedade, mas, também, de não pertencer a outros como afirma Vila Nova: Os grupos sociais existem quando em um determinado conjunto de pessoas existem relações estaveis, em razao de objetivos e interesses comuns, assim como sentimentos de identidade grupal desenvolvidas atraves do contato continuo, objetivos e interesses comuns são, portanto, condições necessarias à formação dos grupos. Estabilidade nas relações interpessoais e sentimentos de pertencer a uma mesma unidade social são as condições sufiecientes. (VILA NOVA, 1999, p.118)
  • 14. 12 Os grupos sociais mencionados por Vila Nova, que neste trabalho trataremos como redes sociais, sempre fizeram parte da existência humana, pois, o ser humano depende de uma vida coletiva para existir em sociedade. Para a sociologia, grupo social é toda união de duas ou mais pessoas associadas pela interação. Sartre afirma que “Enquanto não se estabelece a interação não existe o grupo, mas somente uma serialidade, em que cada indivíduo é equivalente a outro e todos constituem um número de pessoas equiparáveis e sem distinção entre si”. (SARTRE, 1997) Podemos citar como exemplo um grupo de pessoas em uma fila de um Banco ou cinema. VILA NOVA nos diz: Quando algumas pessoas estão associadas de modo estável entre si e partilham tais sentimentos, o grupo, como uma unidade social, existe, mesmo quando momentaneamente, os seus componentes individuais não estejam fisicamente próximos uns dos outros. O grupo, portanto, é, sobretudo, uma realidade intermental. Se, por algumas horas, dias ou semanas, os indivíduos que forma uma turma de um curso se separam fisicamente, a permanência da consciência de que o grupo existe como uma realidade social distinta e os sentimentos de pertencer a ele fazem com que o grupo tenha continuidade. (VILA NOVA, 1999, p. 118-119) É importante destacar também nesta pesquisa, a teoria exposta pelo escritor Manuel Castells, que cita em sua obra “A Sociedade em Rede” (2001), a seguinte ideia: “(...) redes são estruturas abertas capazes de expandir de forma ilimitada, integrando novos nós desde que consigam comunicar-se dentro da rede, ou seja, desde que compartilhem os mesmos códigos de comunicação (por exemplo, valores ou objetivos de desempenho). Uma estrutura social com base em redes é um sistema aberto altamente dinâmico suscetível de inovação sem ameaças ao seu equilíbrio (...)" (Castells, 1999: 499).
  • 15. 13 Desta forma, apresentam-se algumas conclusões provisórias sobre os processos e funções dominantes na era da informação, indicando que "(...) a nova economia está organizada em torno de redes globais de capital, gerenciamento e informação (...)" (Castells, 1999: 499) e que "(...) os processos de transformação social sintetizados no tipo ideal de sociedade em rede ultrapassam a esfera das relações sociais e técnicas de produção: afetam a cultura e o poder de forma profunda (...)" (CASTELLS, 1999: 504). FIG 1: Esquema de Rede. A Rede Social derivada do conceito citado é uma estrutura que reúne indivíduos e grupos em uma associação, cujos termos são variáveis e sujeitos a uma reinterpretação em função dos limites que pesam sobre suas ações. É composta de indivíduos, grupos, ou organizações, e sua dinâmica está voltada para a realização e o desenvolvimento das atividades de seus membros. Segundo Castells (1999), quando uma organização social está fundamentada em redes, é uma estrutura ativa com ampla capacidade de inovações e sem possibilidade de desequilíbrio. O autor afirma ainda, que a rede é objeto de muita importância para o mundo capitalista, pois é maleável e permite uma cultura de construção e reconstrução contínua. As redes sociais tem capacidade de gerar relacionamentos sem niveis de hierarquias, essa pode ser considerada uma das suas principais características, por isso apresentam propriedades emergentes, ou seja, qualquer manifestação não se deve a influência dos atores individuais e sim do
  • 16. 14 resultado da troca de códigos comunicacionais entre eles. Diante desse pensamento, Castells diz que as redes são abertas e que por isso não tem limites de integração de nós, desde que haja a comunicação dentro da organização. “A presença na rede ou a ausência dela e a dinâmica de cada rede em relação às outras são fontes cruciais de dominação e transformação de nossa sociedade“. (CASTELLS, 1999: 497). Waizbort (1999:92) afirma ainda que “Tais relações são sempre relações em processo, isto é: elas se fazem e desfazem, se constroem, se destroem, se reconstroem”. Para se iniciar uma rede é necessário que os indivíduos compartilhem os mesmos códigos, a partir de uma tomada de consciência de interesses ou valores entre eles. As motivações consideradas mais influentes para o crescimento de uma rede são assuntos ligados aos níveis sociais, globais, nacionais, regionais, estaduais, locais e comunitários. Loiola Moura (1977) no livro “Análise de redes: uma contribuição para os estudos organizacionais”, afirmam que os indivíduos que passam a interagir não só por áreas de interesse como também podem desenvolver relações afetivas. O autor afirma ainda que as redes temáticas ou de conexão se constroem de forma bastante espontânea, ainda que geralmente estimuladas por uma pessoa ou um grupo. Essa interação constante ocasiona mudanças na estrutura da rede, em que a troca é a informação e essa mudança estrutural percebida é a do conhecimento, quanto mais informação o individuo compartilha na rede, maior será o conhecimento. A interação constante ocasiona mudanças estruturais e, em relação às interações em que a troca é a informação, a mudança estrutural que pode ser percebida é a do conhecimento, quanto mais informação trocamos com o ambiente que nos cerca, com os atores da nossa rede, maior será nossa bagagem de conhecimento, maior será nosso estoque de informação, e é nesse poliedro de significados que inserimos as redes sociais. Diferentemente das estruturas piramidais, numa rede social os indivíduos são livres e alternam de posição o tempo todo resultando em decisões coletivas.
  • 17. 15 Essa participação em grupo, independente do assunto discutido, muita das vezes envolve direitos, responsabilidades e a capacidade de lidar com diferentes espaços e momentos de tomada de decisões. Estão relacionadas também a pressupostos de flexibilidade, democratização, menor grau de hierarquização, indicando a ampliação de espaços públicos de negociação. Segundo Santos, através das redes podemos reconhecer três níveis que articulam o global, o regional e o local. São eles: o nível mundial; o território, país ou Estado; e o lugar - "onde fragmentos de rede ganham uma dimensão única e socialmente concreta" (SANTOS, 1996: 215). As redes teriam um movimento de oposições, confrontos e alianças - incluindo os sistemas de poder - que interferem em todos os níveis. As redes são virtuais, mas também reais, são técnicas, mas também sociais, portanto são por vezes estáveis, mas também dinâmicas. Elas incluem em si mesmas um movimento social de dinâmicas ao mesmo tempo locais e globais, o que indicaria uma tensão entre forças de globalização e de localização. “Mediante as redes, há uma criação paralela e eficaz da ordem e da desordem no território, já que as redes integram e desintegram, destroem velhos recortes espaciais e criam outros. Quando ele é visto pelo lado exclusivo da produção da ordem, da integração e da constituição de solidariedades espaciais que interessam a certos agentes, esse fenômeno é como um processo de homogeneização. Sua outra face, a heterogeneização, é ocultada. Mas ela é igualmente presente.” (SANTOS, 1996:222). Muitos estudos já foram desenvolvidos ao longo dos anos para se aprofundar a metodologia de análise, principalmente pela Antropologia Social, interligando conhecimentos das Ciências Sociais e da Geografia, como caminho metodológico que facilite a apreensão das interações sociais, espaciais, informais e institucionalizadas e temporais, que se estabelecem nesse campo. Explicitando essa busca metodológica, Scherer Warren ressalta que :
  • 18. 16 “A análise de rede implica buscar as formas de articulação entre o local e o global, entre o particular e o universal, entre o uno e o diverso, nas interconexões das identidades dos atores com o pluralismo”. (1996: 07). Podemos dizer então que essa análise procura distinguir significados principalmente dos movimentos sociais num mundo cada vez mais individualista ou interdependente, dando espaço para surgimentos de movimentos de caráter transnacionais. Sobre essa questão, Castells menciona em seu livro Sociedade em Rede esse fato paradoxal desenvolvido por Raymond Barglow, em que, embora os indivíduos estejam conectados aumentando a capacidade humana de comunicação e interação, ao mesmo tempo os sistemas de informação e a formação de redes subvertem o conceito ocidental tradicional de um sujeito separado e individualista. Fato esse que pode ser notado principalmente com o avanço da tecnologia da informação que mudou toda a forma de se comunicar. Um indivíduo totalmente isolado em um lugar da terra pode participar ativamente de uma rede social metricamente distante dele. Sobre a identidade dos atores que Scherer se refere acima, Castells conceitua como sendo o processo pelo qual um indivíduo se reconhece e constrói significados principalmente com base em determinado atributo cultural a ponto de excluir uma referência mais ampla às outras estruturas sociais. Afirmação de identidade não significa necessariamente incapacidade de relacionar-se com outras identidades. É interessante entender então que o ator entra numa rede social, muitas das vezes para descobrir e se recobrir dessa identidade.
  • 19. 17 2.1 Contribuições de Durkheim, Mauss e Elias Embora a contribuição desses teóricos não seja diretamente relacionada à ideia de rede, exceto Elias que possui um direcionamento ao tema mais explícito, suas teorias deram subsídios que contribuem para a superação da dualidade entre individuo e sociedade, abrindo espaço para se pensar redes sociais sob um aspecto inovador. “O todo sociedade é maior que as partes indivíduos (…) mas suas partes indivíduos, constituem também uma totalidade racional e autonomizante em si mesma, com características diversas da totalidade maior a sociedade”. Essa afirmação é de Luiz Martins citado no seu livro “Ciência e exclusão Social”. (MARTINS, 2008: 35) Essa frase se resume o pensamento de Durkhein4 referente ao Ser e Sociedade. Ele defende a tese de que o todo tem uma maior influencia sobre as partes, além de ser construída historicamente. Porém a ideia do autor não era renegar o fato individual a partir do fato social, mas de criticar o individualismo utilitarista que impedia a compreensão da complexidade funcional da sociedade. Para ele o individuo era formador e produto da sociedade ao mesmo tempo. A contribuição durkheimiana é incompleta, pois o esquema da obrigação coletiva acabou por reforçar o esquema duplo de análise da realidade social. Assim, a contribuição do clássico foi fundamental devido à crítica antiutilitarista renegando a ideia de que o racionalismo individual seria a única forma de expressão da razão; mas insuficiente por não se integrar ao princípio do paradoxo. 4 Émile Durkheim nasceu na cidade de Épinal, Nordeste da França em 15 de novembro de 1958. É considerado um dos pais da sociologia moderna. Durkheim foi o fundador da escola francesa de sociologia, posterior a Marx, que combinava a pesquisa empírica com a teoria sociológica. É amplamente reconhecido como um dos melhores teóricos do conceito da coersão social. Morreu em Paris, 15 de novembro de 1917.
  • 20. 18 Já o pensamento de Mauss5, foi além da contribuição durkheimiana, por superar os dilemas dos clássicos, expondo a ideia de sociedade como fato social total por meio da teoria de reciprocidades não simétricas, Teoria da Dádiva. Para Mauss, há uma obrigação social coletiva que se impõe sobre as diferenças individuais, mas essas diferenças individuais contêm o embrião da totalidade, nesse sentido há um princípio de liberdade individual em sua teoria. A partir disso, Mauss mostra que embora o todo seja maior que a parte, a parte é também uma totalidade complexa. Afirma isso por meio da valorização do símbolo, o que mostra que o indivíduo e o social não são dimensões opostas, mas são dimensões paralelas que se regulam. O enfoque de Mauss sobre o símbolo se articula claramente com o Sistema de Dádiva, quando o símbolo se identifica com o princípio do dom (Dar, Receber e Retribuir). “As bases das trocas sociais não são apenas de caráter material ou econômico, mas, sobretudo simbólicas, isto é, não redutíveis apenas aos aspectos materiais ou aos valores utilitaristas baseados nos cálculos, necessidades e preferências.” (MARTINS, 2008: 36). A contribuição de Elias6 é fundamental para a compreensão de que a sociedade não pode ser explicada ou resumida nem por meio de uma concepção liberal, que o todo seria a soma de indivíduos, nem por meio de uma visão imperialista coercitiva, a sociedade como uma totalidade irredutível 5 Marcel Mauss Nasceu em 10 de maio 1872 na cidade de Épinal no Nordeste da França. Foi um sociólogo e antropólogo francês, nascido quatorze anos mais tarde e na mesma cidade que Émile Durkheim, de quem é sobrinho. É considerado como o "pai" da etnologia francesa. Morreu em em Paris, 10 de Fevereiro de 1950) 6 Norbert Elias Nasceu na cidade de Breslau,na Polonia em 22 de junho de 1897. Foi um sociólogo alemão. Sua tardia popularidade pode ser atribuída à sua concepção de grandes redes sociais, que encontrou aplicação nas sociedades ocidentais pós-modernas, onde a presença da ação individual não pode ser negligenciada. De fato, a demasiada ênfase na estrutura sobre o indivíduo em vigor até então começava a ser duramente criticada. Morreu em Amsterdã, 1 de agosto de 1990
  • 21. 19 as partes. Segundo Elias, a sociedade só existe e continua a funcionar por que muitas pessoas isoladas se articulam e agem para que isso aconteça, embora as ações desses indivíduos estejam dentro dos limites das estruturas sociais, dentro de uma liberdade total. Indivíduos e Sociedade se articulam por meio de dependência, redes de função, interdependência de forma constante. 2.2 Tecnologia da informação e a sociedade em rede "A informação tecnológica pode ser a maior ferramenta dos tempos modernos, mas é o julgamento de negócios dos humanos que a faz poderosa" (WANG, 1994) Seguindo a linha de pensamento dos autores Ahrvey Brooks e Daniel Bell, citado por Castells, (1999:49) tecnologia “(...) é o uso de conhecimentos científicos para especificar as vias de se fazerem as coisas de uma maneira reproduzível (...)”, incluindo ainda o conjunto convergente de tecnologias em microeletrônicas, computação, telecomunicação e optoeletrônica. A revolução da tecnologia da informação teve seu estabelecimento histórico na cidade da Califórnia, nos Estados unidos no inicio da década de 1970. O grande marco responsável pelo desenvolvimento da tecnologia informacional surgiu da ideia de se criar uma arquitetura de redes capaz de proteger o sistema militar comunicacional dos nortes americanos em caso de guerra nuclear com a União Soviética, durante o período que ficou conhecido como Guerra Fria. Essa rede ficou conhecida como ARPANET, ligava os militares e pesquisadores sem ter um centro definido ou mesmo uma rota única para as informações, tornando-se quase indestrutível. No final dos anos 70 a ARPANET se divide em MILNET para serviços militares e INTERNET para assuntos públicos. Podemos então quetionar que mesmo não determinando a tecnlologia, a sociedade pode frear ou acelerar o seu processo de desenvolvimento
  • 22. 20 tecnlogico por intermedio do Estado, mudando o destino das economias, do poder militar, do bem estar social em poucos anos como aconteceu após a decada de 1970. Explicitando, Castells diz que a capacidade que o homem tem de dominar a tecnologia, referenrindo-se principalmente as que são estrategicamente decisivas em cada período, a tecnologia incorpora a transfomação das sociedades, mesmo que ela não determine a evolução histórica. “É claro que a tecnologia não determina a sociedade. Nem a sociedade escreve o curso de transformação tecnológica, uma vez que muitos fatores, inclusive criatividade e iniciativa empreendedora, intervem no processo de descoberta cientifica, inovação tecnológica e aplicações sociais, de forma que o resultado final depende de um complexo padrão interativo” (CASTELLS 1999:25). Para tanto, a revolução da tecnologia da informação também dependeu da cultura, da história e especialmente de um conjunto de circunstâncias muito especificas cujas características determinaram sua futura evolução. Tanto é que quanto aos aspectos sociais da década de 1970, os Campi Universitários dos EUA viviam a cultura da liberdade. Muitos a consideram a "era do individualismo", da quebra total de valores e convencionais de comportamento na sociedade em geral, que apesar de rebeldes quanto ao social, era apolitico quanto sua essência. Eclodiam nesta época os movimentos musicais do rock and roll, das discotecas, e também do experimentalismo na música erudita. Sobre essa nova revolução da década de 70, Castells diz que a tecnologia foi tão importante quanto à energia foi para a revolução industrial. Na era digital das maquinas conectadas, a informação é gerada o tempo todo, armazenada, recuperada, processada e transmitida. E isso causou mudanças na sociedade quanto às atividades desenvolvidas. Diante desse novo paradigma, que foi a “(...) capacidade tecnológica de utilizar, como força produtiva, aquilo que caracteriza nossa espécie como uma singularidade biológica: nossa capacidade superior de gerar símbolos”. (CASTELLS, 1999:25).
  • 23. 21 Com a introdução dessas novas tecnológicas no mercado, os comportamentos sociais, organizacionais e mentais vão sofrendo alterações com reflexos em todos os níveis de vida, pois o homem percebe que desde o inicio da humanidade a cultura, trabalho e tecnologia estão ligados e que essa combinação é responsável pela sobrevivência do individuo, uma vez que a identidade ou significados são construídos, negociados e compartilhados sem limitação entre os seres. Ligando então essa ideia com o avanço das tecnologias de informação, Castells afirma que “(...) o que pensamos e como pensamos é expressa em bens, serviços, produção material, e intelectual, sejam alimentos, moradia, sistemas de transporte e comunicação, saúde, educação e imagens”. (1999, p51) Não apenas isso, podemos acrescentar ainda, que não há mais barreiras geográficas para esse compartilhamento, ou interação entre o homem. Tudo se torna mais rápido e ao alcance de qualquer um. A partir dessa conceituação é que podemos entender como o individuo se torna paradoxal, ou seja, universal e singular, uma vez que compartilha valores em redes globais, principalmente através da Word Wide Web7; inserido em um contexto histórico e cultural de sua comunidade. A partir da revolução da tecnologia, a mente humana passa a ser o fator essencial para tal desenvolvimento. Diferentemente da era da Revolução Industrial em que a força do corpo humano era conjunto com o uso das maquinas, agora a mente é vista e entendida como a extensão a amplificação dos computadores, que passa a ser usado de forma extremamente dinâmica como uma nova forma de linguagem, sem limites de tempo, porque o individuo se torna capaz de programar o passado o presente e o futuro para interagir entre si na mesma mensagem; distancia, pois as localidades reintegram-se em redes funcionais, ocasionando espaços de fluxos; gerando então uma inteligência coletiva no ciberespaço, que baseado na teoria de Pierre Lévy, simbolicamente falando é capacidade do celebro em tomar decisões a partir do conhecimento adquirido por diversas pessoas. Acrescentando, Castells diz que 7 A World Wide Web (que em português significa, "Rede de alcance mundial"; também conhecida como Web e WWW) é um sistema de documentos em hipermídia que são interligados e executados na Internet.
  • 24. 22 “ação de conhecimentos sobre os próprios conhecimentos como principal fonte de produtividade. Assim, ao mesmo tempo em que se objetiva um desenvolvimento tecnológico, objetiva-se, também, um acúmulo de conhecimentos em níveis cada vez mais sofisticados e complexos para se processar as informações” (1999: 35). Essa nova tecnologia que teve seu ápice em apenas duas décadas ainda vem sofrendo mudanças constantes, já que a cada dia, decorrente da facilidade da troca de conhecimento, a mente humana vem inventando e reinventando novas tecnologias. O autor Ferro (2000) classifica a Internet, a convergência da tecnologia, acesso a banda larga e o celular sem fio os quatros principais descobertas do homem nos últimos anos. Essas transições são responsáveis pela necessidade de produtos mais compactos destinados para o dia-a-dia da sociedade contribuindo para um acesso global imediato e fácil. O celular é um bom exemplo, embora simples para o usuário, possibilita a comunicação global entre as redes sem necessidade de estar em um lugar específico, pois não necessita de cabeamentos para a transmissão da mensagem. Se tratando então da sociedade em redes interligadas pela tecnologia da informação, uma série de mudanças na rotina dos atores foi desencadeada nesse contexto, que evidencia as redes como ponto de convergência da informação e do conhecimento. Agora as interações passam a ser diretas e indiretas, uma vez que o individuo utiliza um veiculo mediador de comunicação como a internet por exemplo. É importante ressaltar ainda que, mesmo que a comunicação entre os membros ocorram independentemente do tempo e do espaço, as relações de uma rede se baseia na realidade física ou da influencia ao seu redor, ou seja, a identidade singular continua a determinar tomadas de decisões. Então surge na sociedade em rede o modo informacional de desenvolvimento, ou seja:
  • 25. 23 “(...) ação de conhecimentos sobre os próprios conhecimentos como principal fonte de produtividade. Assim, ao mesmo tempo em que se objetiva um desenvolvimento tecnológico, objetiva-se, também, um acúmulo de conhecimentos em níveis cada vez mais sofisticados e complexos para se processar as informações” (CASTELLS, 1999: 35). O autor afirma que nesse novo cenário, a fonte de produtividade está na acumulação de conhecimentos, de processamento da informação e de comunicação de símbolos. E essa transformação traz mudanças não apenas no cenário social, como também no econômico, que é importante ressaltar, pois antes movida apenas pela força do trabalho humano em interação com as maquinas de produção, hoje se caracteriza as mentes como força produtora. Pela primeira vez na história, em questões de segundos, o homem consegue fazer transações bilionárias através de circuitos eletrônicos globais e serem gerenciadas vinte e quatro horas por dia por mercados financeiros. “(...) é nas redes de informação que conectam esses centros que as verdadeiras operações de capital ocorrem. Os fluxos de capital tornam- se globais e, ao mesmo tempo, cada vez mais autônomos „vis-à-vis‟ o desempenho real das economias. (...) O que é fundamental nessa estrutura industrial, bem ao estilo de uma teia, é que ela está disseminada pelos territórios em todo o globo e sua geometria muda constantemente no todo e em cada unidade individual”. (CASTELLS, 1999:. 111). Fazendo um aparato então com o cenário econômico mundial com base nas transformações informacionais é indispensável destacar a importância da informação no desempenho das empresas que é destacada por diversos autores, entre os quais Lesca; Almeida (1994: 67) quando afirma que “A informação é um vetor estratégico importantíssimo, pois pode multiplicar a sinergia dos esforços ou anular o resultado do conjunto dos esforços”. Em contrapartida, Drucker acrescenta que apenas mão de obra, ou produtos e
  • 26. 24 serviços de excelência não mais garantem certeza de competitividade. É preciso estar ciente e no mesmo rumo com a tecnologia da informação. “Para que as novas descobertas tecnológicas possam se difundir por toda a economia e, dessa forma, intensificar o crescimento da produtividade a taxas observáveis, a cultura e as instituições da sociedade, bem como as empresas e os fatores que interagem no processo produtivo precisam passar por mudanças substanciais”. (CASTELLS 1999: 92). As organizações passam então a utilizar a informação de forma destina, porque reconhece a importância das pessoas nos processos informacionais. No primeiro instante, depois de colhida a informação do ambiente ela é analisada para construção de signos com objetivos de identificar a linguagem ideal para retornar ao meio. A segunda forma é criar novos conhecimentos por meio da conversão do tácito 8ao explicito9, uma vez que a sua interação é capaz gerar novas descobertas. E por fim procura e analisa informações para a tomada de decisões. A partir da leitura de Marchionini, (apud CHOO, 2003, p 102), o autor define a busca da informação como o “(...) processo no qual o individuo engaja-se decididamente em busca de informações capaz de mudar seu estado de conhecimento” e completa que o processo de busca é individual, dependendo do conhecimento do individuo sobre as fontes, as experiências passadas e assim por diante. 8 O conhecimento explícito é facilmente transmitido entre os indivíduos, pois pode ser articulado na linguagem formal, inclusive em afirmações gramaticais, expressões matemáticas, especificações, manuais e assim por diante. 9 O conhecimento tácito, por sua vez, é o conhecimento pessoal incorporado à experiência individual e envolve fatores intangíveis (crenças pessoais, valores e perspectivas) e é difícil ser articulado na linguagem formal.
  • 27. 25 Choo (2003) observa que o resultado do uso da informação é uma mudança no estado de conhecimento do individuo ou de sua capacidade de agir. Assim o autor considera que o uso da informação, de modo a resolver uma pergunta, resolver um problema, tomar uma decisão ou, negociar uma posição ou entender uma situação se uma informação vai ser selecionada ou ignorada depende em larga medida de sua relevância para o esclarecimento da questão e solução do problema. Sobre as situações do uso da informação, Choo (2003, p 109) menciona oito categorias, baseadas nas ideias de R. S. Taylor. São elas: Esclarecimento >> quando a informação é utilizada para criar um contexto ou dar significado a uma situação. Compreensão do problema >> quando é usada de modo especifico para permitir melhor compreensão. Instrumental >> para que o individuo saiba o que e como fazer. Factual >> é usada para descrever a realidade Confirmativa >> envolve a busca por uma segunda opinião Projetiva >> é usada para prover o que provavelmente vai acontecer no futuro Motivacional: >> usada para manter o individuo num determinado curso de ação Pessoal ou política >> usada para criar relacionamentos ou promover uma melhoria de status. A relevância dessa análise está associada ao contexto especifico de uso e, portanto, dotar a informação de significado é, sobretudo, agregar valor ao uso que se fará dela. O usuário atribui valor a informação a partir da correlação entre o problema diagnosticado e a utilidade da informação obtida para a solução do mesmo. Essas etapas compõem a estrutura cognitiva interna dos indivíduos e sua organização emocional. Diante desse pensamento, Choo também analisou essa relação entre conhecimento e informação a partir de três aspectos: a necessidade da informação, que contem vários elementos como afetivos, situacionais e cognitivos, e vai se formalizando conforme o sentimento de incerteza vai diminuindo; a busca pela informação, que é a escolha das
  • 28. 26 fontes de informação influenciadas pelo ambiente que cerca o indivíduo; o uso da informação, como já citado acima é usado frequentemente para responder questões, resolver problemas e tomar decisões, apos a seleção e processamento de informações que se tornou novo conhecimento. Baseado nas interpretações de Robredo 2003, a informação deve estar relacionada com um contexto para possuir significado. Conhecimento é definido pelo autor como a aplicação e o uso produtivo da informação. O conhecimento é mais do que a informação, pois implica uma consciência do entendimento adquirido pela experiência, pela intimidade ou pelo aprendizado. Entretanto, a relação entre conhecimento e informação é interativa. A geração do conhecimento depende da informação, já a coleta da informação relevante requer a aplicação do conhecimento. As ferramentas e métodos aplicados à informação também influem sobre a geração do conhecimento. A mesma informação pode dar lugar a uma variedade de tipos de conhecimento, dependendo do tipo e propósito da análise. Essa constante interação entre conhecimento e informação é responsável por movimentar as redes sociais, que ultrapassou o âmbito acadêmico/cientifico conquistando dimensões em outros campos como a internet que possibilitou a formação de grupos que interagem por meio de relacionamentos comuns interessados por objetivos específicos ou apenas por desenvolver troca de informações nos relacionamentos. Esse compartilhamento apenas foi possível devido a softwares desenvolvido pela mente humana que opera recursos que vão além dos da tecnologia da informação e também das descobertas de novos dispositivos eletrônicos. “É claro que essa capacidade de desenvolvimento de redes só se tornou possível graças aos importantes avanços das telecomunicações quanto das tecnologias de integração de computadores em rede” (CASTELLS 1999,62) Diante desse contexto, em que as redes são desenvolvidas por estratégicas e escolhas dos indivíduos o acesso à rede mundial de computadores contribuiu
  • 29. 27 por proporcionar uma nova linguagem e forma de se comunicar com diferentes povos a partir do surgimento das comunidades virtuais. Neste sentido, Castells faz referências ao conceito de comunidades virtuais apresentado por Wellman (2001) que define como sendo “redes de laços interpessoais que proporcionam sociabilidade, apoio, informação, um senso de integração e identidade social” (CASTELLS, 2003, p.106). O autor também faz referências ao conceito de comunidade virtual interpretado por Rheingold que entende a comunidade virtual como uma “rede eletrônica de comunicação interativa, autodefendia, organizada em torno de um interesse ou finalidade compartilhada, embora muitas vezes a própria comunicação se transforme no objetivo” (CASTELLS, 1999, p. 385). É importante então ressaltar que as duas definições de redes estão ligadas à aproximação dos indivíduos estimulados por interesses próprios. Por isso as redes são abertas e dinâmicas, o que possibilita a entrada e saída dos atores sempre que não estejam satisfeitos quanto às expectativas ou que precisam buscar outras fontes de conhecimento.
  • 30. 28 Capítulo II - O Twitter O modelo de comunicação “todos-todos” citado por Pierre Lévy (2009), traz a possibilidade de que qualquer pessoa possa produzir e publicar conteúdo na Rede, sendo assim, os usuários da Web são, ao mesmo tempo, receptores e emissores. Com o advento da Web 2.010, conceito atribuído a sites e softwares que utilizam os usuários como produtores de conteúdo, promovendo uma total interatividade, surgem ferramentas e sites de relacionamentos que facilitam esse processo, Orkut, Facebook, Blogs e Microblogs, entre eles, o Twitter. O Twitter foi criado em Março de 2006, em São Francisco, Califórnia (EUA) como uma ferramenta para facilitar a troca de mensagens de trabalho via celular, porém, durante um festival de música americano neste mesmo ano, o número de post diários saltou de 20.000 para 60.00011, percebeu-se então que a ferramenta não precisava ficar restrita somente às empresas. A ferramenta permite o envio de mensagens instantâneas, com até 140 caracteres, distribuídas para uma rede de seguidores que “adicionam” o usuário em sua lista de interesses. Segundo uma pesquisa do Instituto Nielsen USA12 entre Fevereiro de 2008 e Fevereiro de 2009, o Twitter foi o site de relacionamentos com maior crescimento percentual, totalizando 1.382 por cento. Dados divulgados pela revista Veja, de 23 de Junho de 2010, apontam que o Twitter já atingiu a marca de 105 milhões de usuários em todo o mundo, e o número de mensagens diárias chega a 65 milhões. Em sua página principal, após o login do usuário há a seguinte pergunta: “o que está acontecendo?”, e uma caixa de texto, através da qual os usuários 10 Web 2.0 é a mudança para uma internet como plataforma, e um entendimento das regras para obter sucesso nesta nova plataforma. Entre outras, a regra mais importante é desenvolver aplicativos que aproveitem os efeitos de rede para se tornarem melhores quanto mais são usados pelas pessoas, aproveitando a inteligência coletiva. (Tim O‟Reilly, 2006 <http://www.oreillynet.com>. 11 Fonte: Revista Veja, 22 de Junho de 2010. 12 Instituto Nielsen <http://news.cnet.com>
  • 31. 29 enviam suas mensagens (resposta para essa pergunta), com um máximo de 140 caracteres (FIG 2). Fig 2 Página inicial do Twitter No entanto, a pergunta que o Twitter realmente quer fazer é “O que você acha do que está pensando?”, ou: “Que tal deixar aquela voz na sua cabeça falar por um instante?”. É no Twitter que a voz interior se expressa, através da ferramenta, o usuário pode fazer comentários sobre acontecimentos do dia-dia, que normalmente não faria ao conversar pessoalmente com alguém, as mensagens curtas permitem um bate-boca entre os usuários, muitas vezes sobre assuntos sérios, porém tratados de maneira inusitada. O Twitter tem toda a complexidade de se entrar em uma sala cheia de pessoas em uma festa. Você começa escutando e, depois, se apresenta e se envolve. Os microblogs resumem as redes sociais aos seus elementos mais essenciais: uma postagem, um comentário e uma indicação das relações. Você opta por escutar (ou não) as
  • 32. 30 pessoas ao seu redor, e elas fazem o mesmo com relação a você. (EVANS, 2009: 217). 3.1 Recursos do Twitter O mundo tem vivido um processo de convergência digital, a informação circula por múltiplas plataformas de mídia. A web móvel permite as pessoas acessarem conteúdos de seu interesse em qualquer lugar no mundo, enviar e receber imagens, músicas, vídeos, notícias e entretenimento em tempo real através de aparelhos portáteis como os Smartphones13. Além de ferramentas externas que permitem a sua utilização sem que o usuário esteja na frente de um computador, o microblog Twitter também tem alguns recursos próprios que promovem interação e facilitam as relações interpessoais. São eles: Twitter List Twitter List é um recurso disponível no Twitter que permite ao usuário criar listas compartilháveis de usuários. Essas listas dinamizam a leitura dos tweets já que se torna possível ler o conteúdo postado por grupos de seguidores (FIG 3). 13 Smartphone é um telefone celular com funcionalidades avançadas que podem ser estendidas por meio de programas executados no seu Sistema Operacional. Suas principais características são: sendo as principais: capacidade de conexão com redes de dados para acesso à internet, capacidade de sincronização dos dados do organizador com um computador pessoal e agenda de contatos que utiliza toda a memória disponível no celular. Fonte: Wikipédia < http://pt.wikipedia.org>.
  • 33. 31 Fig 3 Twitter List Trending Topics Os Trending Topics ou TTs são uma lista em tempo real dos nomes mais postados no Twitter pelo mundo todo. Valem para essa lista as tagtemas (#) e nomes próprios. Os Trending Topics ganharam tanta força que são comentados frequentemente pelos usuários, e são capazes de mobilizar correntes para colocar um tema na lista e ter exposição mundial (FIG 4). Fig 4 Trending Topics
  • 34. 32 Retweet O retweet é uma função do Twitter que consiste em replicar uma determinada mensagem de um usuário para a lista de seguidores, dando crédito a seu autor original usando as inicias RT e o nome de quem escreveu originalmente (FIG 5). Fig 5 Retweet Reply O reply permite aos usuários responderem diretamente a outro usuário, para isso basta colocar @nomedousuario antes da mensagem (FIG 6). Fig 6 Reply 3.2. Perfil do usuário Brasileiro De acordo com pesquisa realizada pela agência Bullet14, a maioria (cerca de 61%) dos usuários do Twitter no Brasil é composta por homens, na faixa etária de 21 a 30 anos, solteiros, estudantes, localizados principalmente no estado de 14 Disponível em: <<http://bullet.updateordie.com/>>. Acesso em: 08/11/2010
  • 35. 33 São Paulo, em sua grande maioria, são pessoas com ensino superior completo (FIG 7-9). Fig 7 Disponível em: <<http://bullet.updateordie.com/>>. Fig 8 Disponível em: <<http://bullet.updateordie.com/>>.
  • 36. 34 Fig 9 Disponível em: <<http://bullet.updateordie.com/>>. Fig 10 Disponível em: <<http://bullet.updateordie.com/>>. A pesquisa mostra que o número de usuários do estado do Espírito Santo representa 2% (dois por centos) de um universo de 3.268 (três mil duzentos e
  • 37. 35 sessenta e oito) pessoas pesquisadas. Mesmo sendo um número pequeno, aproximadamente 65 pessoas dentro deste universo, trata-se de um número significativo, pois, é deste estado que vem, de acordo com o Google Analytics, a grande maioria das visitas do site www.vidadeestudante.com.br, sendo 30.035 (trinta mil e trinta e cinco). (FIG 11) Fig 11 Fonte: Google Analytics Ainda segundo a pesquisa, esse público possui renda mensal compreendida entre R$ 1.000,00 e R$ 5.000,00 e gasta cerca de 50h semanais conectados à Internet. Cerca de 60% dele é considerado formador de opinião, possuem um blog, conhecem a ferramenta através de amigos ou posts em outros blogs. Interessam-se pelo compartilhamento de links e de opiniões e críticas, e 97% dos usuários afirmam terem o costume de clicar nos links compartilhados. 86,9% deles dizem confiar na opinião das pessoas no Twitter. Por fim, 84,6% dos usuários acreditam que o Twitter aproxima as pessoas (FIG 12-14).
  • 38. 36 Fig 12 Disponível em: <<http://bullet.updateordie.com/>>. Fig 13 Disponível em: <<http://bullet.updateordie.com/>>.
  • 39. 37 Fig 14 Disponível em: <<http://bullet.updateordie.com/>>. Sobre o uso da ferramenta por empresas, a pesquisa mostra que a maioria (51%) dos usuários consultados acha interessantes os perfis corporativos, desde que sejam utilizados com relevância. Aproximadamente 50% dos usuários nunca participaram de ações promocionais, ainda assim, consideram uma experiência interessante. Cerca de 30% já participaram de alguma ação publicitária e 70% seguem ou já seguiram algum perfil corporativo (FIG 15).
  • 40. 38 Fig 15 Disponível em: <<http://bullet.updateordie.com/>>. Na pesquisa, foram consultados 3268 brasileiros por meio do site da Bullet e o Migre.me15, no período de 27 a 29 de abril de 2009. De acordo com Gabriela Zago (2009), as atualizações curtas permitem uma maior portabilidade das informações, dada a sua versatilidade, os microblogs 15 <http://www.migre.me>.
  • 41. 39 em geral podem ser atualizados a partir de ferramentas diversas, inclusive por dispositivos móveis, como o celular ou web móvel, e também a partir de mensageiros instantâneos ou web convencional. Essa portabilidade permite que os fatos e notícias sejam divulgados em tempo real, diferente da TV e do Rádio que, em alguns países, sofrem censura, e estão limitados ao alcance do sinal, a Internet é um ambiente sem fronteiras. O Twitter, devido à possibilidade de ser acessado através de dispositivos móveis, faz com que a voz das pessoas comuns ganhe dimensões públicas. Um exemplo de sua potencialidade deu-se Junho de 2009, nas eleições iranianas. Em protestos contra a reeleição do presidente Mahmoud Ahmadinejad, os eleitores recorreram à ferramenta para denunciar fraudes na apuração dos votos, organizar movimentos pelas ruas de Teerã e divulgar imagens da repressão policial. “É como se cada indivíduo tivesse o seu próprio meio de comunicação.”, diz o sociólogo francês Michel Maffesoli, citado pela revista Veja na reportagem "A fúria do Twitter”, em 23 de junho de 2010. Movimentos como esses acontecem graças aos hipertextos, termo referente ao texto em formato digital16, blocos de textos, imagens, sons e vídeos são compartilhados através de hiperlinks17. Não é necessário mais do que 140 caracteres para disseminar informação, quando o usuário quer divulgar uma notícia, ele apenas insere o hiperlink que leva ao site onde está o hipertexto, e a tagtema (palavra-chave) para identificar o seu conteúdo. Os hipertextos são de grande importância no modelo de comunicação “todos- todos”, pois permitem a interação entre emissor e receptor. O editor do blog/podcast “Usabilidoido”, Frederick van Amstel (2006) comenta sobre isso: 16 Fonte: Wikipédia <http://pt.wikipedia.org>. 17 Hiperlinks ou Hiperligações (em português), são parte dos fundamentos da linguagens usadas para construção de páginas na Internet e outros meios digitais. Trata-se de elementos clicáveis, em forma de texto ou imagem, que levam a outras partes de um site ou para recursos variados, como imagens, músicas, vídeos, etc. (Fonte Wikipédia: <http://pt.wikipedia.org>.
  • 42. 40 O hipertexto possibilita novas formas de ler e escrever, um estilo não linear e associativo. Alguns autores afirmam que ele possibilita um diálogo ativo entre escritor e leitor. [...] O leitor já não é passivo e não se limita a receber a informação - mas intervém nela, pois cria o seu próprio caminho, o seu próprio entendimento sobre o assunto que quer conhecer. Portanto, o leitor é co-autor. (no blog “Discursos de outro mundo”, 2006/07). Com as atualizações em tempo real, e a utilização de hipertextos, as experiências vividas fisicamente são imediatamente compartilhadas entre os usuários, quase não havendo diferenciação entre as experiências vividas no mundo real e virtual. O virtual e o físico eram imaginados como instâncias separadas – ciberespaço e carnespaço (...). Mas agora a fronteira entre elas está se dissolvendo. A inteligência em rede está sendo incrustada em todos os lugares, em todos os tipos de sistema físico – tanto naturais quanto artificiais. Rotineiramente, eventos no ciberespaço são refletidos no espaço físico, e vice-versa. (FILHO; PERANI, 2009: 4. Apud MITCHELL, 2003: 3). 3.3 Ciberespaço e a Inteligência Coletiva de Pierre Lévy. Zygmunt Bauman (2001) nos fala sobre a era da modernidade líquida, fluida, na qual a informação circula livremente e em tempo real. Saber administrar a informação e usá-la a seu favor compete muito mais importância do que ser grande fisicamente, pois a grandeza física está limitada ao “carnespaço” (FILHO; PERANI, 2009, apud MITCHELL, 2003), não é capaz de deter a fluidez da informação do ciberespaço, como aconteceu nas eleições iranianas, em que a força do Twitter foi maior do que o regime ditatorial dos aiatolás. Pierre Lévy (2000), também aborda a importância do fluxo livre de informação na modernidade líquida, chamada por ele de terceiro espaço, ou espaço das mercadorias, que tem como principais características o “fluxo de energias, de
  • 43. 41 matérias-primas, mercadorias capitais, mão-de-obra, informações”. (FREIRE, 2005): A riqueza não provém do domínio das fronteiras, mas do controle dos fluxos. Daí por diante reina a indústria, no sentido amplo de tratamento da matéria e da informação. (LÉVY, 2000: 24) O ciberespaço tem como principal característica, esse fluxo de informações, no mundo todo. Pessoas se comunicam, enviam mensagens, participam de conferencias à distância, estudam e aprendem online, trocam dados graças a uma combinação das tecnologias da informação e da comunicação. Mas para que isso ocorra, Pierre Lévy afirma ser essencial o formato digital, pois é ele quem permite que textos, sons e imagens sejam transformados em hipertextos. Insisto na codificação digital, pois ela condiciona o caráter plástico, fluido, calculável com precisão e tratável em tempo real, hipertextual, interativo e, resumindo, virtual da informação que é, parece-me, a marca distintiva do ciberespaço. Esse novo meio tem a vocação de colocar em sinergia e interfacear todos os dispositivos de criação de informação, de gravação, de comunicação e de simulação. (Lévy, 1999: 92-93). Essa interatividade que se dá no ciberespaço, marcado pela troca de informação em tempo real, permite a construção do conhecimento através da Internet, fazendo surgir um espaço caracterizado pela “(...) inteligência e saber coletivos, cujo advento definitivo não está em absoluto garantido por certas „leis da história” (LÉVY, 2000: 24). OLIVEIRA (2006) afirma que neste novo espaço, o da inteligência coletiva, as tecnologias digitais de informação e comunicação nos permitem criar e percorrer mundos virtuais. Para Lévy essa nova dimensão da comunicação humana deveria “permitir-nos compartilhar nossos conhecimentos e apontá-los uns para os outros” (LÉVY, 2000: 18). De acordo com o autor, o ser humano só pensa por ter com quem compartilhar seus pensamentos.
  • 44. 42 Antes de mais nada, jamais pensamos sozinhos, mas sempre na corrente de um diálogo ou de um multidiálogo, real ou imaginado. Não exercemos nossas faculdades mentais superiores senão em função de uma implicação em comunidades vivas com suas heranças, seus conflitos e seus projetos. Em plano de fundo ou em primeiro plano, essas comunidades estão sempre presentes no menor dos nossos pensamentos... (LÉVY, 2001: 97). O espaço da inteligência e do saber coletivos possibilita uma conexão em rede entre pessoas do mundo todo. As novas tecnologias funcionam como ferramentas que fazem essa conexão acontecer. A técnica por si só não é capaz de gerar conhecimento, ela apenas possibilita a ambientação, onde acontece a projeção da inteligência humana, a fim de promover o “reconhecimento e enriquecimento mútuo das pessoas” (LÉVY, 2000: 27). Ao falar na inteligência coletiva, que tem o ciberespaço como suporte, Lévy afirma tratar-se de uma “uma inteligência distribuída por toda a parte, incessantemente valorizada, coordenada em tempo real, que resulta em uma mobilização efetiva das competências” (1998: 28). Segundo o autor, trata-se também da (...) capacidade de trocar ideias, compartilhar informações e interesses comuns, criando comunidades e estimulando conexões. Para começar, tome o cérebro humano. Fazemos infinitas conexões que se intensificam à medida que envelhecemos. Agora imagine que podemos, graças ao computador, integrar essa „constelação de neurônios‟ com a de milhões de outras pessoas. Essa é a comparação que faço. A internet nos permite hoje criar uma superinteligência coletiva, dar início a uma grande revolução humana (Lévy, 1999: 31). Lévy também acrescenta a cooperação e a competição como aspectos fundamentais da inteligência coletiva. Deve existir uma cooperação coletiva para que haja algum desenvolvimento da inteligência coletiva.
  • 45. 43 Segundo Oliveira (2006), o aspecto competitivo está ligado à liberdade, principalmente quanto à proposição de outros pensamentos e teorias. O ciberespaço permite um debate sadio e a exposição de novas ideias. Quanto ao aspecto cooperativo, ele afirma resultar do “vínculo social proporcionado pelos participantes dos diversos ambientes (comunidade virtuais, por exemplo) que, no âmbito do ciberespaço, servem de base à inteligência coletiva.” (OLIVEIRA, 2006: 4). Não há na inteligência coletiva a imposição da verdade. Ninguém pode posicionar uma ideia ou conceito como certo ou errado. De nada adianta utilizar a técnica para divulgar informações se essas não podem ser debatidas a fim de se chegar a um senso comum. Oliveira toma como exemplo a educação: Processos de ensino e aprendizagem baseados no modelo reprodutivista, sem a participação efetiva dos educandos, autoritários e poucos afeitos ao ideal do desenvolvimento da autonomia por parte de quem aprende não podem ser considerados constituintes de qualquer inteligência coletiva só pelo fato de serem oferecidos em ambientes virtuais. (OLIVEIRA, 2006: 4). O computador permite ao usuário controlar o conteúdo das mensagens, diferente do que acontece na TV e no rádio, por meio dos hipertextos e hiperlinks, vontades, desejos pensamentos e ações individuais estão atuando na comunicação de toda a rede. Surge então a mente conectiva, formada pelo conhecimento e informações compartilhadas pelos usuários. Segundo Oliveira “a mente conectiva surgiria como o passo seguinte em relação à mente do indivíduo (formada pela leitura e pela escrita) e à mente coletiva (criada pelo rádio e pela televisão)”. (OLIVEIRA, 2006, 4). A mente conectiva não é apenas o individual retirado do grupo, como a do leitor que não assiste televisão; nem é parte de uma massa sem identidade, como a de uma pessoa que só assiste televisão e não lê. Estamos agora em uma situação conectiva, em que podemos cultivar e
  • 46. 44 manter uma identidade privada, mas também compartilhar o processamento de informações com um grupo seleto sem sermos eliminados pela identidade do grupo. (OLIVEIRA, 2006: 4 apud KERCKHOVE, 2003: 26). A inteligência coletiva e o ciberespaço criam um mundo virtual, no qual o conhecimento e as ações humanas do mundo real estão inseridos. Lévy acredita que as novas tecnologias estarão tão presentes nas representações humanas, que será necessário produzir dispositivos que, materializam a inteligência coletiva.
  • 47. 45 Capítulo III – Estudo de Caso O usuário @vidadeestudante existe desde o dia 23 de Novembro de 2009. Atualmente, já atingiu a marca de 890 seguidores, e segue 674 usuários, entre pessoas físicas e perfis coorporativos voltados para a área da educação, além disso, o usuário esta relacionado em 53 Twitter Lists. Fig 16 Perfil @vidadeestudante. O objetivo principal deste usuário é levar aos seus seguidores informações e dicas sobre vestibular, estágio, mercado de trabalho, além de outros assuntos considerados relevantes na vida de um estudante. Além disso, ele busca aumentar o número de visitas ao portal www.vidadeestudante.com.br através de links postados juntos aos tweets. As noticias publicadas no site são twitadas automaticamente, contendo o título e o hiperlink que leva direto à seu conteúdo na íntegra dentro no site. De acordo com o Google Analytics, 16,71% (557) das visitas que o site recebe vem do Twitter, sendo este o segundo site de referência do portal Vida de Estudante, perdendo apenas para o Google, com 870 (FIG 17). No entanto, as
  • 48. 46 visitas vindas do Twitter duram em média 03h52min, enquanto as vinda do Google duram cerca de 00h50min (FIG 18). Fig 17 Fonte: Google Analytics Fig 18 Fonte: Google Analytics
  • 49. 47 . Mesmo as visitas vindas do Twitter sendo em menor número do que as vidas do Google, acredita-se na hipótese de estas serem de maior importância, pois demonstram um interesse maior por parte do visitante pelo conteúdo do site. É possível afirma isso ao analisar que o Google é um site de busca, os usuários buscam por palavras chaves e entram nos sites indicados como possíveis respostas (entre eles o Vida de Estudante). Ao entrarem e não encontrarem a informação pretendida, retornam rapidamente ao Google. Isso explica o motivo pelo qual o tempo médio de visitas é tão curto se comparado ao visitantes vindos do Twitter. Conforme já foi citado, as notícias publicadas no site são automaticamente tuitadas contendo o título e o hiperlink que leva ao seu conteúdo na íntegra. Por esse motivo, as visitas provenientes do Twitter são tão duradouras. Os usuários têm acesso instantâneo às informações que pretende obter, sem precisar perder tempo realizando buscas. Ele é dinâmico, sabe onde está o conteúdo que pretende acessar e vai diretamente a ele. Além das notícias publicadas no site, o @vidadeestudante também pratica retweets de mensagens enviadas por outros usuários, principalmente os perfis coorporativos voltados para a educação, entre eles: @igeducação, @g1vestibular, @guiadoestudante, @estadaopontoedu, @vestibular, entre outros (FIG 19). Fig 19 Disponível em: << http://tweetstats.com/graphs/vidadeestudante />>.
  • 50. 48 Com uma média de 3,3 tweets por dia, sendo 55 por mês, o @vidadeestudante é atualmente o número 365.607, de um total de 8.033.308 perfis, no rank mundial do site www.twittergrader.com, que avaliou o usuário com a nota 95.5 numa escala de 0 a 100 (FIG 20-21). Fig 20 Disponível em: << http://tweetstats.com/graphs/vidadeestudante />>. Fig 21 Fonte: www.twittergrader.com
  • 51. 49 O site www.twitaholic.com, o classificou como sendo o número 105.144 no rank mundial, e o número 1 do rank por estado, com 883 seguidores e 936 atualizações (tweets), enquanto o segundo colocado tem 194 seguidores e já publicou 1.390 atualizações, o terceiro colocado, tem 196 seguidores, com 7.781 atualizações. Pode-se afirmar que, as atualizações @vidadeestudante, mesmo sendo em menor número, transmitem conteúdos de maior relevância, fazendo com que este conquiste um número maior de seguidores. Que têm como elo em comum o conteúdo dessas mensagens. (FIG 22-23). Fig 22 Rank mundial, disponível em <<www.twitaholic.com>> Fig 23 Rank mundial, disponível em <<www.twitaholic.com>>.
  • 52. 50 No entanto, o número de retweets que as mensagens do @vidadeestudante recebe é pouco expressivo, apenas 33 retweets desde novembro de 2009. Esse número aparenta um insucesso se comparado com o número de tweets que este usuário tem (944), mas ele tem como objetivo levar a informação a seus seguidores, e fazer com que estes visitem o seu site. Quanto a isto, pode- se dizer que consegue cumprir esse objetivo, haja vista que o tempo médio dessas visitas é de 03:52 minutos, tempo suficiente para que o visitante leia a notícia que ele acessou diretamente pelo hiperlink.
  • 53. 51 Considerações finais O modelo da web 2.0 causou mudanças radicais na forma de se comunicar: todas as pessoas tem acesso à informação. Há uma interação contínua na comunicação da sociedade, os papéis de emissor e receptor não são mais definidos, tem-se o modelo de comunicação “todos-todos”. Em meio a isso, o Twitter tem se mostrado uma excelente ferramenta para esse novo modelo de comunicação, pois, através de mensagens curtas (até 140 caracteres) permite que usuários enviem e recebam informação de qualquer lugar do mundo em tempo real, não é necessário nem mesmo se conectar a um computador, a ferramenta pode ser utilizada através de dispositivos móveis como celular e web móvel, assim sendo, as experiências vividas no mundo real são imediatamente divulgadas no mundo virtual, quase não havendo uma diferenciação entre esses dois mundos. Um acontecimento que se dá em certo bairro, por exemplo, é divulgado ao mundo todo em um tempo muito menor do que o necessário para se espalhar entre os moradores do próprio bairro através de meios tradicionais de comunicação, como TV e rádio. O Ciberespaço, citado por Lévy, compreende-se na conexão de pessoas em rede através da internet, possibilitando o fluxo livre de informação transformando receptores em emissores em potencial. Quando todos produzem conhecimento, e este é compartilhado, tem-se a inteligência coletiva. A Internet funciona como um ambiente virtual onde o conhecimento humano é compartilhado por todos, não há quem julgue o que é certo ou errado, há espaço para todas as opiniões, todos os novos conceitos e teorias que vierem a surgir sobre os mais diferentes temas. Os usuários tem o poder de escolher o que ele julga ser mais ou menos importante, e seleciona o conteúdo ao qual quer ter acesso, sem desrespeitar ou considerar inferior a opinião dos outros.
  • 54. 52 O estudo de caso nos mostrou que o usuário @vidadeestudante divulga em seu Twitter informações sobre educação, estágio, emprego e outros temas de interesse dos estudantes em geral. Com uma média de 3,3 tweets por dia, ele envia tweets com links para noticias do site www.vidadeestudante.com.br, e retweets de mensagens provenientes dos perfis voltados a educação a quem ele segue, como @igeducação, @g1vestibular, @guiadoestudante, @estadaopontoedu, @vestibular, entre outros. Com o número de 890 seguidores, ele é o número 105.144 no ranque mundial, do site www.twitaholic.com, e o número 1 do ranque por estado. Esse ranque, e outros que existem espalhados pela internet, como por exemplo, o www.twittergrader.com, citado neste trabalho, avaliam os usuários de acordo com o seu número de seguidores. De acordo com Castells (2001), as redes sociais são formadas por um conjunto de nós interconectados, indivíduos de diferentes locais e pertencentes a culturas muito distintas, porém, com um interesse em comum. Os nós de uma rede social são justamente esse interesse em comum entre os indivíduos, e de acordo com o autor, há uma exigência de que esses nós consigam se comunicar dentro dela, compartilhando os mesmos códigos de comunicação. A partir deste conceito, foi confirmada a hipótese de que o Twitter é um suporte digital para as redes sociais. Os seguidores do usuário @vidadeestudante são os indivíduos que participam desta rede social, e o conteúdo das mensagens deste usuário funciona como nós (elos) em comum entre estes indivíduos, que, por sua vez, constroem significados, negociam e compartilham conhecimentos na busca por informações. No entanto, para tal análise, o @vidadeestudante foi estudado como uma simples fonte de informação, um nó em comum entre seus seguidores, permitindo que estes formem uma rede social. Caso ele seja inserido como indivíduo, essa rede perderia a sua horizontalidade, passaria a ter uma
  • 55. 53 hierarquia, sendo o @vidadeestudante o indivíduo principal, quem decide os temas a serem discutidos pelo restante do grupo. Ao ser estudado como simples fonte de informação, ele demostra ser um nó através no qual seus seguidores se conectam, e por sua vez, também está conectado a outras fontes de informação (nós). Estas fontes estão interligadas a outras, que também se conectam a outros nós, conforme ilustra a figura 24. Fig 24 Disponível em: <<http://bullet.updateordie.com/>>. O Twitter é um suporte digital paras as redes sociais. Ele permite que os usuários sejam membros de várias redes ao mesmo tempo, sendo eles mesmos um elo entre estas redes. Foi possível verificado também que todas as redes encontradas no Twitter, por mais distintas que sejam, têm ao menos um ponto em comum: o próprio Twitter. Ele é o suporte, ao mesmo tempo em que é o nó capaz de conectar pessoas do mundo inteiro.
  • 56. Referências AMSTEL, Fábio. Do hipertexto à hipermídia (slides). Disponível em: <http://www.usabilidoido.com.br/do_hipertexto_a_hipermidia.html>. Acesso em: 03 nov. 2010. ARTFACTUM – Revista de estudos em linguagem e tecnologia. Rio de Janeiro: Rafrom. Ano II, n6 3, 2009- {citado em 05 de Ago. 2010]. Disponível em: < http://www.rafrom.com.br >. BAUMAN, Zygmunt. Modernidade líquida. 01 ed. Trad. Plínio Dentzien. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2001. CARDIERE, Tarcisio – DAVENPORT, T. H. Ecologia da informação: porque só a tecnologia não basta para o sucesso na era da informação. 01 ed. São Paulo: Cultrix, 2007. BARRETO, Aldo De Albuquerque. A transferência de informação, o desenvolvimento tecnológico e a produção de conhecimento. Informare. Rio de Janeiro, v. 1, n. 2 , p 2-10, jul/dez. 1995. Disponível em: < http://aldoibct.bighost.com.br/irformare.pdf > Acesso em 27. Ago. 2010. DAVENPORT, T. H. Ecologia da informação: porque só a tecnologia não basta para o sucesso na era da informação. 01 edição. São Paulo: Futura, 1998. DUARTE, Jorge; BARROS, Antonio – organizadores. – Métodos e técnicas de pesquisa em comunicação. 02 edição. 04 reimpressão. São Paulo: editora Atlas, 2010. EVANS, Dave. Marketing de Mídia Social, uma hora por dia. 01 edição. Rio de Janeiro, RJ, editora Atlas Books, 2009.
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