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Bichos
Miguel Torga

    Apresentação de Andreza Freitas, Anderson
    Cleyton, Daniele Cristina da Silva, Marília
    Fonseca, Milena Soares, Suelza Suzany e Tamires
    Alvez para a disciplina Literatura Portuguesa II.
    Letras V - UPE
Miguel Torga – Dados Bibliográficos
• Nasceu em 12 de agosto de 1907 na aldeia de São
  Martinho de Anta na província de Trás-os-montes ;
• Pseudônimo literário do médico ADOLFO CORREIA
  DA ROCHA;
• Pertenceu ao grupo inicial da “Presença”;
• Lançou a revista “Sinal”, e depois “Manifesto”;
• Dono de um grande acervo literário na poesia, prosa
  de ficção e teatro, mais de 50 volumes;
• Morreu em 17 de janeiro de 1995, aos 88 anos;
Trás-os-montes - Nordeste de Portugal
Segundo Massaud Moisés:


         Miguel Torga é sempre o mesmo homem de pés
         fincados na terra transmontada, porque nela
         espera encontrar a explicação para a condição
         humana, imediatamente transformada em sua
         mente num problema teológico-existencial,
         armado ao redor de indignações-chave, do gênero
         “quem somos?”.(MOISÉS, Massaud:2010, p.367 )
O Conto
O conto é uma narrativa breve; desenrolando
uma só incidente predominante e uma só
personagem principal, contém um assunto cujos
detalhes são tão comprimidos e o conjunto do
tratamento tão organizado, que produzem uma só
impressão. (Brander, Matthews apud Goltlib:
1998 p.60)
Bichos
•   Nero           •   Cega-Rega
•   Mago           •   Ladino
•    Madalena      •   Ramiro
•    Morgado       •   Farrusco
•   Bambo          •   Miura
•   Tenório        •   Sr. Nicolau
•   Jesus          •    Vicente.
Seres humanos         Animais

•   Madalena      •   Nero
•   Jesus         •   Mago
•   Ramiro        •    Morgado
•   Sr. Nicolau   •   Bambo
                  •   Tenório
                  •   Cega-Rega
                  •    Ladino
                  •    Farrusco
                  •   Miura
                  •     Vicente
Síntese
• Nero: Cão querido por todos, mas quando
  envelhece , morre sozinho.
• Mago: Gato que tem saudades da vida livre, mas
  não consegue largar o comodismo de uma casa.
• Madalena: Moça que tem vergonha de ter
  engravidado solteira e esconde a gravidez até o
  filho nascer morto.
• Morgado: Burro de carga que mesmo sendo fiel
  ao dono é abandonado num ataque de lobo.
• Bambo: Sapo que ensina a Tio Arruda a ciência
  da vida.
• Tenório: Galo que quando jovem cantava bem
  e era elogiado, na velhice vai para a panela.
• Jesus: Menino divinizado que com um beijo
  faz nascer um pintassilgo.
• Cega-rega: Cigarra que não teme o inverno e
  canta enquanto a verão. Só o poeta lhe
  entende.
• Ladino: Pardal que tinha medo de voar
  quando novo. Velho e mesquinho não divide
  os alimentos com outros animais nem assume
  a ninhada.
• Ramiro: Pastor que mata o causador da morte
  de sua mais bela ovelha.
• Farrusco: Melro que consolava com uma
  gargalhada a moça que o cuco previa os anos de
  solteirice.
• Miura: Touro que durante uma tourada se
  entrega à morte.
• Senhor Nicolau: Homem quem desde criança
  amava animais. Embalsamava insetos e quando
  pressentiu a morte desejou ser embalsamado.
• Vicente: Corvo que se revolta com o dilúvio e
  enfrenta Deus fugindo da arca de Noé
Breves observações sobre a obra:
• Temática- O s contos exploram a comunhão
  de homens e animais com a Natureza
• A obra se passa no ambiente
  interiorano, (espécie de recontagem da vida
  do próprio autor em Trás-os-montes.)
• Escolha do título
• Humanização dos bichos
• Aproximação dos contos com o texto fabular –
  Personificação
• O bichos pensam e sofrem conflitos
  existenciais como os seres humanos:

                        Miura
           A suprema humilhação de estar ali juntava-se
           o escárnio de andar a marrar em sombras.
           Não. Era preciso ver calmamente. Que a sua
           raiva atingisse ao menos o alvo. O espectro
           doirado lá estava sempre. Pequenino, com ar
           de troça, olhava-o como se olhasse um
           brinquedo inofensivo. (TORGA, Miguel:1983, p 55)
Narração
Narrador Onisciente
• Os contos são contados por Narradores onicientes.
                           Vicente
              Naquela tarde, à hora em que o céu se mostrava mais
              duro e mais sinistro, Vicente abriu as asas negras e
              partiu. Quarenta dias eram já decorridos desde que,
              integrado na leva dos escolhidos, dera entrada na Arca.
              Mas desde o primeiro instante que todos viram que no
              seu espírito não havia paz. Calado e carrancudo, andava
              de cá para lá numa agitação contínua, como se aquele
              grande navio onde o Senhor guardara a vida fosse um
              ultraje à criação. (TORGA, Miguel: 1983. p.62)
Tempo
Traços Psicológicos      Predominância Cronológica
• Nero                   • Madalena
• Bambo                  • Tenório
• Morgado                • Cega-rega
                         • Ladino
                         • Ramiro
                         • Farrusco
                         • Miura
                         • Senhor Nicolau
                         • Mago
Personagens
          Redondo                 Plana
•   Vicente               •   Ramiro
•   Miura                 •   Madalena
•   Cega-rega             •   Morgada
•   Nero                  •   Senhor Nicolau
                          •   Bambo
                          •   Farrusco
                          •   Tenório
                          •   Ladino
                          •   Ramiro
                          •   Mago
Características do Modernismo
         Contemporâneo na Obra:
•   Lirismo
•   Linguagem coloquial
•   Regionalismo
•   Sem enfeites e rebuscamento
•   Simplicidade
•   Consciência nacional
Características do autor na obra
• Problemática Religiosa- Revolta da inocência
  humana contra a divindade transcendente,mas
  não assume qualquer ateísmo:

                           Vicente
                 Noé e o resto dos animais assistiam mudos
                 àquele duelo entre Vicente e Deus.
                          (TORGA,Miguel: 1983. p. 65)
•   Sentimento telúrico - Relativo à terra, ao solo.
•   Panteísmo

•   ‘’Tio Arruda andara por maus caminhos. Confessou isso honradamente à
•   porta da igreja, no domingo. Riram-se-lhe na cara. Quem havia de acreditar que
•   um sapo fosse capaz de ensinar a alguém a ciência da vida? Impossível. E Tio
•   Arruda, desiludido daquela incompreensão, voltou às suas regas e à comunhão
•   íntima com a natureza. Precisava de chegar ao fim. Necessitava de aprender o
•   resto da lição de Bambo, guarda zeloso dum mundo fremente de germinações.
•   Entender em que medida ele se considerava responsável pelo pequeno grão que
•   caía desamparado na terra, e até que ponto o rodeava de proteção.
•   Inesperadamente, quando o sol, pela manhã, ao começar o seu giro,
•   coscuvilhava os recantos do planeta, um canteiro, que no dia atrás era chão
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•   amor. Nenhuma outra consciência seguira no coração da noite os transes da
•   transmutação germinativa. E nenhuma outra inquietação fazia sentinela ao
•   milagre.          ‘’(TORGA, Miguel: 1983, p32.)
Referências
• GOTLIB, Nádia Battella. Teoria do conto. 8ª edição. São
  Paulo: Ática 1998.
• MOISÉS, Massaud. A literatura portuguesa através dos
  textos. - 33. ed. rev. e ampl. - São Paulo: Cultrix, 2012.
• MOISÉS, Massaud. A literatura portuguesa. - São Paulo:
  Cultrix, 2008.
• TORGA, Miguel. Bichos. 13ª ed. Coimbra, Gráfica
  Coimbra, 1983.
• TUFANO, Douglas. Estudos de Literatura Portuguesa. - São
  Paulo: Editora Moderna LTDA, 1981.

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  • 1. Bichos Miguel Torga Apresentação de Andreza Freitas, Anderson Cleyton, Daniele Cristina da Silva, Marília Fonseca, Milena Soares, Suelza Suzany e Tamires Alvez para a disciplina Literatura Portuguesa II. Letras V - UPE
  • 2. Miguel Torga – Dados Bibliográficos • Nasceu em 12 de agosto de 1907 na aldeia de São Martinho de Anta na província de Trás-os-montes ; • Pseudônimo literário do médico ADOLFO CORREIA DA ROCHA; • Pertenceu ao grupo inicial da “Presença”; • Lançou a revista “Sinal”, e depois “Manifesto”; • Dono de um grande acervo literário na poesia, prosa de ficção e teatro, mais de 50 volumes; • Morreu em 17 de janeiro de 1995, aos 88 anos;
  • 4. Segundo Massaud Moisés: Miguel Torga é sempre o mesmo homem de pés fincados na terra transmontada, porque nela espera encontrar a explicação para a condição humana, imediatamente transformada em sua mente num problema teológico-existencial, armado ao redor de indignações-chave, do gênero “quem somos?”.(MOISÉS, Massaud:2010, p.367 )
  • 5. O Conto O conto é uma narrativa breve; desenrolando uma só incidente predominante e uma só personagem principal, contém um assunto cujos detalhes são tão comprimidos e o conjunto do tratamento tão organizado, que produzem uma só impressão. (Brander, Matthews apud Goltlib: 1998 p.60)
  • 6. Bichos • Nero • Cega-Rega • Mago • Ladino • Madalena • Ramiro • Morgado • Farrusco • Bambo • Miura • Tenório • Sr. Nicolau • Jesus • Vicente.
  • 7. Seres humanos Animais • Madalena • Nero • Jesus • Mago • Ramiro • Morgado • Sr. Nicolau • Bambo • Tenório • Cega-Rega • Ladino • Farrusco • Miura • Vicente
  • 8. Síntese • Nero: Cão querido por todos, mas quando envelhece , morre sozinho. • Mago: Gato que tem saudades da vida livre, mas não consegue largar o comodismo de uma casa. • Madalena: Moça que tem vergonha de ter engravidado solteira e esconde a gravidez até o filho nascer morto. • Morgado: Burro de carga que mesmo sendo fiel ao dono é abandonado num ataque de lobo. • Bambo: Sapo que ensina a Tio Arruda a ciência da vida.
  • 9. • Tenório: Galo que quando jovem cantava bem e era elogiado, na velhice vai para a panela. • Jesus: Menino divinizado que com um beijo faz nascer um pintassilgo. • Cega-rega: Cigarra que não teme o inverno e canta enquanto a verão. Só o poeta lhe entende. • Ladino: Pardal que tinha medo de voar quando novo. Velho e mesquinho não divide os alimentos com outros animais nem assume a ninhada. • Ramiro: Pastor que mata o causador da morte de sua mais bela ovelha.
  • 10. • Farrusco: Melro que consolava com uma gargalhada a moça que o cuco previa os anos de solteirice. • Miura: Touro que durante uma tourada se entrega à morte. • Senhor Nicolau: Homem quem desde criança amava animais. Embalsamava insetos e quando pressentiu a morte desejou ser embalsamado. • Vicente: Corvo que se revolta com o dilúvio e enfrenta Deus fugindo da arca de Noé
  • 11. Breves observações sobre a obra: • Temática- O s contos exploram a comunhão de homens e animais com a Natureza • A obra se passa no ambiente interiorano, (espécie de recontagem da vida do próprio autor em Trás-os-montes.) • Escolha do título • Humanização dos bichos • Aproximação dos contos com o texto fabular – Personificação
  • 12. • O bichos pensam e sofrem conflitos existenciais como os seres humanos: Miura A suprema humilhação de estar ali juntava-se o escárnio de andar a marrar em sombras. Não. Era preciso ver calmamente. Que a sua raiva atingisse ao menos o alvo. O espectro doirado lá estava sempre. Pequenino, com ar de troça, olhava-o como se olhasse um brinquedo inofensivo. (TORGA, Miguel:1983, p 55)
  • 13. Narração Narrador Onisciente • Os contos são contados por Narradores onicientes. Vicente Naquela tarde, à hora em que o céu se mostrava mais duro e mais sinistro, Vicente abriu as asas negras e partiu. Quarenta dias eram já decorridos desde que, integrado na leva dos escolhidos, dera entrada na Arca. Mas desde o primeiro instante que todos viram que no seu espírito não havia paz. Calado e carrancudo, andava de cá para lá numa agitação contínua, como se aquele grande navio onde o Senhor guardara a vida fosse um ultraje à criação. (TORGA, Miguel: 1983. p.62)
  • 14. Tempo Traços Psicológicos Predominância Cronológica • Nero • Madalena • Bambo • Tenório • Morgado • Cega-rega • Ladino • Ramiro • Farrusco • Miura • Senhor Nicolau • Mago
  • 15. Personagens Redondo Plana • Vicente • Ramiro • Miura • Madalena • Cega-rega • Morgada • Nero • Senhor Nicolau • Bambo • Farrusco • Tenório • Ladino • Ramiro • Mago
  • 16. Características do Modernismo Contemporâneo na Obra: • Lirismo • Linguagem coloquial • Regionalismo • Sem enfeites e rebuscamento • Simplicidade • Consciência nacional
  • 17. Características do autor na obra • Problemática Religiosa- Revolta da inocência humana contra a divindade transcendente,mas não assume qualquer ateísmo: Vicente Noé e o resto dos animais assistiam mudos àquele duelo entre Vicente e Deus. (TORGA,Miguel: 1983. p. 65)
  • 18. Sentimento telúrico - Relativo à terra, ao solo. • Panteísmo • ‘’Tio Arruda andara por maus caminhos. Confessou isso honradamente à • porta da igreja, no domingo. Riram-se-lhe na cara. Quem havia de acreditar que • um sapo fosse capaz de ensinar a alguém a ciência da vida? Impossível. E Tio • Arruda, desiludido daquela incompreensão, voltou às suas regas e à comunhão • íntima com a natureza. Precisava de chegar ao fim. Necessitava de aprender o • resto da lição de Bambo, guarda zeloso dum mundo fremente de germinações. • Entender em que medida ele se considerava responsável pelo pequeno grão que • caía desamparado na terra, e até que ponto o rodeava de proteção. • Inesperadamente, quando o sol, pela manhã, ao começar o seu giro, • coscuvilhava os recantos do planeta, um canteiro, que no dia atrás era chão • enigmático, aparecia coberto duma verdura virgem, casta, feita de esperança, • água e cor. E só mesmo Bambo conhecia a grandeza do mistério, e o cercava de • amor. Nenhuma outra consciência seguira no coração da noite os transes da • transmutação germinativa. E nenhuma outra inquietação fazia sentinela ao • milagre. ‘’(TORGA, Miguel: 1983, p32.)
  • 19. Referências • GOTLIB, Nádia Battella. Teoria do conto. 8ª edição. São Paulo: Ática 1998. • MOISÉS, Massaud. A literatura portuguesa através dos textos. - 33. ed. rev. e ampl. - São Paulo: Cultrix, 2012. • MOISÉS, Massaud. A literatura portuguesa. - São Paulo: Cultrix, 2008. • TORGA, Miguel. Bichos. 13ª ed. Coimbra, Gráfica Coimbra, 1983. • TUFANO, Douglas. Estudos de Literatura Portuguesa. - São Paulo: Editora Moderna LTDA, 1981.