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Reabilitação Cardiovascular
                                                          “A reabilitação do cardiopata compreende a soma das atividades
                                                          necessárias para exercer uma influência favorável sobre a causa
                                                          primária da doença, além de criar condições possíveis, tanto
                Reabilitação                              físicas como mentais e sociais, para que o paciente possa,
                                                          graças ao seu próprio esforço, manter ou, se a perdeu,
                                                          reconquistar a sua função tanto quanto possível normal, na
               Cardiovascular                             comunidade. A reabilitação não pode ser considerada como
                                                          forma isolada de tratamento, ela precisa ser integrada no
                                                          tratamento como um todo, do qual representa apenas um
                                                          aspecto”

                                                                       Organização Mundial de Saúde (1993)




   Reabilitação Cardiovascular                                Reabilitação Cardiovascular
“Processo de apoio ao indivíduo cardiopata, seja            Conjunto de ações necessárias para oferecer aos
ele criança, adulto jovem, de meia idade ou idoso,          portadores de doença cardiovascular pós-aguda
no sentido de promover ao máximo o seu mais                 e crônica o desenvolvimento e a manutenção de
rápido retorno às atividades sociais, familiares e          condições        desejáveis,         nos      aspectos        físico,
laborativas,   no   nível   mais    elevado   de   suas     mental e social, garantindo-lhes o retorno à vida
potencialidades e dentro de possíveis limitações            ativa e produtiva em sociedade, a partir de seus
impostas pela sua cardiopatia, integrando dessa             próprios esforços.
forma o indivíduo com os demais e propiciando
uma vida de melhor qualidade e quiça mais longa”                             (Gonçalves, 2006; Ricardo, 2006;
                                                                     Sociedade Brasileira de Cardiologia, 2005 e 2004).

                     Serra (1990)




   Reabilitação Cardiovascular                                Reabilitação Cardiovascular

  Atenuar os efeitos deletérios decorrentes do evento         Atuar sobre os fatores de risco modificáveis
 cardíaco.
                                                             associados às doenças cardiovasculares.
  Prevenir a progressão ou reverter o processo
 aterosclerótico.                                             Reduzir as taxas de morbidade e mortalidade.
  Prevenir o re-infarto e a re-hospitalização.                Diminuir os custos com saúde.
  Melhorar a sintomatologia de angina de peito.               Melhorar a qualidade de vida desses pacientes.
  Orientar o paciente e sua família sobre a doença e
 seu tratamento.




                                                                                                                                    1
Objetivos Gerais da Fisioterapia                   Objetivos Gerais da Fisioterapia

                                                      Melhorar a capacidade de esforço físico e dar um melhor
        “A fisioterapia é responsável pela            bem estar ao paciente.
    recuperação física do paciente cardíaco,          Reduzir a repercussão psicológica da enfermidade.
     produzindo um maior bem estar físico e
                                                      Favorecer a volta ao trabalho mais rapidamente.
      mental ao paciente e uma reintegração
                                                      Retardar as recaídas, reduzir seu número e aumentar a
      mais rápida às suas atividades de vida          esperança de vida .
                             diária”




     Reabilitação Cardiovascular                        Reabilitação Cardiovascular


                     Exercício Físico              “As respostas desencadeadas por um programa de exercícios
                                                         físicos sistemático e controlado, produz alterações
                                ↓                     adaptativas no organismo que podem ser suficientes para
                                                      amenizar ou eliminar os efeitos deletéricos de patologias,
     Alterações Metabólicas e Fisiológicas           principalmente as relacionadas ao sistema cardiovascular,
                                                          e, é neste princípio que se baseia todo o trabalho
                                ↓                      desenvolvido pela fisioterapia em pacientes cardíacos”

                Manter a Homeostase




Efeitos do exercício - Sistema cardiovascular     Efeitos do exercício - Sistema respiratório
   Aumento do volume e hipertrofia cardíaca
   Redução a FC em repouso e exercício
   Aumento do VS em repouso e exercício                Hipertrofia da musculatura respiratória
   Aumento do DC em exercício                          Aumento da captação máxima de oxigênio
   Aumento do volume sanguíneo
                                                       Aumento da capacidade vital
   Aumento da taxa de hemoglobina
   Aumento da atividade fibrinolítica do plasma
                                                       Aumento do volume minuto expiratório
   Aumento da diferença arteriovenosa                  Aumento da frequência respiratória
   Redução da PAD em repouso                           Aumento do volume corrente
   Aumento da vascularização coronariana
   Aumento da circulação periférica




                                                                                                                   2
Efeitos do exercício - Sistema músculo-esquelético                Efeitos do exercício - Outros
                                                              Maior desempenho máximo
     Aumento do diâmetro das fibras musculares                Menor peso corporal

     Aumento do tamanho e número de mitocôndrias              Melhor adaptação ao calor
                                                              Redução dos níveis de triglicerídeos
     Aumento do conteúdo de mioglobina
                                                              Redução dos níveis de colesterol
     Maior resistência à fadiga
                                                              Aumento da fração HDL-colesterol
     Aumento e abertura da capilarização                      Redução dos níveis de tensão e estresse
     Aumento das enzimas oxidativas                           Melhor controle da glicose sanguínea
     Fortalecimento de ligamentos e tendões                   Maior sensibilidade periférica da insulina
     Resistência à contusões                                  Redução no percentual de gordura corporal
                                                              Redução da adesividade plaquetária




Efeitos do exercício – Fatores de risco aterosclerótico   Efeitos do exercício – Aspectos Psicossociais



                       Tabagismo                              Maior segurança nas atividades de vida

                      Dislipidemia                                                     diária;
                                                                        Autoconfiança devolvida;
                  Diabetes mellitus
                                                                    Melhora na expectativa de vida;
                       Obesidade
                                                                     Melhora da qualidade de vida.
                 Hipertensão arterial




Indicações                                                     Indicações - Terapêutica

                                                                        Insuficiência coronariana
                                                                       Infarto agudo do miocárdio
                                                                           Insuficiência cardíaca
                                                                                    Valvopatias
                                                                           Arritmias controladas
                                                                         Cardiopatias congênitas




                                                                                                           3
Indicações - Terapêutica                        Indicações - Preventiva

                                            Hipertensão arterial     Obesidade
     Revascularização miocárdica
                                            Diabetes                 Sedentarismo
           Transplante cardíaco
                                            Dislipidemias            Idade
Intervenções coronárias percutâneas
                                            Tabagismo                Hereditariedade
          Cirurgias para valvopatia
 Cirurgias para cardiopatia congênita




          Contra-indicações                            Contra-indicações

 Angina instável                              Arritmias não-controladas;
 Tromboflebite                                Insuficiência ou estenose mitral ou aórtica
 Embolia recente                              graves sem tratamento adequado;
 Infecção sistêmica aguda                     Insuficiência cardíaca descompensada;
 Bloqueio átrio-ventricular de terceiro       Hipertensão arterial descontrolada (PAS ≥
 grau (sem marcapasso)                        200 ou PAD ≥ 110 mmHg);
 Pericardite ou miocardite aguda




          Contra-indicações                       Equipe Multiprofissional

Depressão do segmento ST > 2 mm;                               Médicos;
Problemas ortopédicos ou neurológicos                       Fisioterapeutas;
graves;                                                  Educadores físicos;
Diabetes mellitus descontrolada;                            Nutricionistas;
Doença sistêmica aguda ou febre de origem                    Enfermeiras;
desconhecida;                                            Assistentes sociais;
Outros problemas metabólicos                                 Psicólogos; e
descompensados.                                        Terapeutas ocupacionais.




                                                                                            4
Equipe Multiprofissional                                  Equipe Multiprofissional

     Profissionais com conhecimentos sobre:                   Profissionais com conhecimentos sobre:


       Fisiopatologia das doenças cardíacas                                 Fisiologia do exercício

      Mecanismos de ação das drogas em uso                Alterações fisiológicas decorrentes do treinamento

  Relação da doença com a atividade física diária        Sinais e sintomas que indiquem risco ao paciente (hiper
                                                           e hipoglicemia, broncoespasmo, queda da saturação de oxigênio,
     Possíveis conseqüências na vida sexual e
                                                            episódios de isquemia miocárdica, arritmias cardíacas graves e
              profissional do paciente                                   hipertensão arterial descontrolada)




       Equipe Multiprofissional                                     Equipe Multiprofissional

                                                                   Características dos profissionais
É fundamental ainda conhecimento e
                                                         Boa capacidade profissional em relação às atividades

   prática que permitam o adequado
   prá                                                   que serão desenvolvidas


       atendimento a emergências                         Clara consciência de que, se o exercício físico é parte
                                                         integrante do processo de reabilitação, é também, se não
                                                         manejado corretamente, um fator de risco que pode levar
                                                         o paciente à morte




         Equipe Multiprofissional                                Equipe Multiprofissional
         Características dos profissionais
                                                                   Características dos profissionais
Comunicativos, alegres e possuir espírito cooperativo,
características importantes para dissipar sensações de
angústia e temor que são comuns nos pacientes               Conscientes de suas responsabilidades para
cardíacos;                                                  com o paciente e sempre considerar as
                                                            recomendações médicas e a capacidade limite
Pessoas tranqüilas, que facilitem o estabelecimento de
                                                            de cada um deles.
positivas e fecundas relações humanas e que passem ao
paciente a sensação de que estará as suas ordens
durante todo o tempo;




                                                                                                                             5
Equipe Multiprofissional                             Fases da reabilitação cardíaca

                      Importante
                                                                                  Fase 1
 O sucesso do trabalho desenvolvido com pacientes
                                                                                  Fase 2
   cardíacos depende da experiência do profissional,

   cooperação do paciente e dos familiares e do bom
                                                                                  Fase 3
  relacionamento entre os membros da equipe e desta                               Fase 4
                     com o paciente




                      Fase 1                                                    Fase 1

     Trata-se da reabilitação na fase hospitalar,                               Objetivos:
     compreendendo o período do início do evento
           coronariano até a alta hospitalar                  Atenuar os efeitos deletérios do repouso
                                                              prolongado no leito
                                                              Manter a capacidade funcional
Deve ser iniciada quando o quadro clínico do paciente
                                                              Desenvolver a confiança do paciente
   for considerado compensado, em decorrência do
                                                              Controlar as alterações emocionais (como
       tratamento clínico e/ou do procedimento
                                                              ansiedade e depressão)
                     intervencionista.




                      Fase 1                                                    Fase 1

                       Objetivos:                                                Sessões:


 Evitar complicações pulmonares                            2 a 3 vezes ao dia
 Reduzir a permanência hospitalar                          Predomínio de exercício físico de baixa intensidade
 Proporcionar   ao     paciente     melhores   condições
                                                           Técnicas para o controle do estresse
 físicas e psicológicas
                                                           Programas de educação em relação aos fatores de risco
 Orientar quanto ao estilo de vida saudável e à
 participação nas demais fases da RC




                                                                                                                   6
Fase 1                                                 Fase 2

                    Fisioterapia:
                                                         Esta fase tem início logo após a alta hospitalar ou

           Manobras de higiene brônquica                      então, alguns dias depois de um evento
               Exercícios respiratórios                 cardiovascular ou de uma descompensação clínica
                   Tosse assistida                      de natureza cardiovascular, pulmonar e metabólica
             Aspiração traqueobrônquica

                 Ventilação mecânica                               Duração: 4 semanas a 6 meses




                     Fase 2                                                 Fase 2
                     Objetivos:
                                                                             Sessões:

 Contribuir para o mais breve retorno do paciente as
                                                        Exercícios prescritos individualmente
 suas atividades sociais e laborativas, nas melhores
 condições físicas e emocionais possíveis.              Ambiente adequado para a prática de atividade física

                                                        Estrutura para atendimento de emergência
 Orientar quanto à modificação do estilo de vida,
 reeducação alimentar e estratégias para cessação       Recursos para monitorização de FC, f, PA, SatO2,
 do tabagismo.                                          glicemia




                     Fase 3                                                 Fase 3

                                                                             Objetivos:
Participam desta fase tanto os pacientes liberados da

    fase 2, quanto aqueles de baixo risco que não
                                                                   Aprimoramento da condição física
  necessariamente participaram de uma fase anterior

        de programas de reabilitação cardíaca.
                                                                    A melhora da qualidade de vida


         Duração: 12 semanas a 24 meses.
                                                            Redução do risco de complicações clínicas




                                                                                                               7
Fase 3                                                  Fase 4

                     Sessões:                                               Objetivos:


             Exercícios supervisionados                 Aumento e manutenção do paciente nas melhores

Ambiente adequado para a prática de atividade física    condições fisiológicas, psicológicas, vocacionais e

                                                                        sociais possíveis.
      Recursos para monitorização dos pacientes

             Componentes educacionais




                    Fase 4                                                 Riscos
                     Sessões:
                                                                      Dados encorajadores:

Não    precisam   necessariamente   de    supervisão,
porém os pacientes devem ser acompanhados               Evento fatal para horas de RC
periodicamente;
                                                                  1:116.402 horas (Haskell, 1978)
Prescrição da intensidade e da modalidade dos              1:783.972 horas (Van Camp e Peterson,1986)
exercícios devem atender à disponibilidade e à
necessidade dos participantes.




                    Riscos                                              Segurança
           Relatos em programas de RC:
                                                                 Estratificação de risco adequada
                      Arritmias
                       Angina                             Identificação dos pacientes com maiores riscos
                    Hipertensão
                                                                     Melhoria nas medicações
             Alterações do segmento ST
                        IAM                             Estabelecimento de princípios gerais para programa
                  Parada cardíaca
                                                                  de reabilitação cardiovascular
                       Óbitos




                                                                                                              8
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  • 1. Reabilitação Cardiovascular “A reabilitação do cardiopata compreende a soma das atividades necessárias para exercer uma influência favorável sobre a causa primária da doença, além de criar condições possíveis, tanto Reabilitação físicas como mentais e sociais, para que o paciente possa, graças ao seu próprio esforço, manter ou, se a perdeu, reconquistar a sua função tanto quanto possível normal, na Cardiovascular comunidade. A reabilitação não pode ser considerada como forma isolada de tratamento, ela precisa ser integrada no tratamento como um todo, do qual representa apenas um aspecto” Organização Mundial de Saúde (1993) Reabilitação Cardiovascular Reabilitação Cardiovascular “Processo de apoio ao indivíduo cardiopata, seja Conjunto de ações necessárias para oferecer aos ele criança, adulto jovem, de meia idade ou idoso, portadores de doença cardiovascular pós-aguda no sentido de promover ao máximo o seu mais e crônica o desenvolvimento e a manutenção de rápido retorno às atividades sociais, familiares e condições desejáveis, nos aspectos físico, laborativas, no nível mais elevado de suas mental e social, garantindo-lhes o retorno à vida potencialidades e dentro de possíveis limitações ativa e produtiva em sociedade, a partir de seus impostas pela sua cardiopatia, integrando dessa próprios esforços. forma o indivíduo com os demais e propiciando uma vida de melhor qualidade e quiça mais longa” (Gonçalves, 2006; Ricardo, 2006; Sociedade Brasileira de Cardiologia, 2005 e 2004). Serra (1990) Reabilitação Cardiovascular Reabilitação Cardiovascular Atenuar os efeitos deletérios decorrentes do evento Atuar sobre os fatores de risco modificáveis cardíaco. associados às doenças cardiovasculares. Prevenir a progressão ou reverter o processo aterosclerótico. Reduzir as taxas de morbidade e mortalidade. Prevenir o re-infarto e a re-hospitalização. Diminuir os custos com saúde. Melhorar a sintomatologia de angina de peito. Melhorar a qualidade de vida desses pacientes. Orientar o paciente e sua família sobre a doença e seu tratamento. 1
  • 2. Objetivos Gerais da Fisioterapia Objetivos Gerais da Fisioterapia Melhorar a capacidade de esforço físico e dar um melhor “A fisioterapia é responsável pela bem estar ao paciente. recuperação física do paciente cardíaco, Reduzir a repercussão psicológica da enfermidade. produzindo um maior bem estar físico e Favorecer a volta ao trabalho mais rapidamente. mental ao paciente e uma reintegração Retardar as recaídas, reduzir seu número e aumentar a mais rápida às suas atividades de vida esperança de vida . diária” Reabilitação Cardiovascular Reabilitação Cardiovascular Exercício Físico “As respostas desencadeadas por um programa de exercícios físicos sistemático e controlado, produz alterações ↓ adaptativas no organismo que podem ser suficientes para amenizar ou eliminar os efeitos deletéricos de patologias, Alterações Metabólicas e Fisiológicas principalmente as relacionadas ao sistema cardiovascular, e, é neste princípio que se baseia todo o trabalho ↓ desenvolvido pela fisioterapia em pacientes cardíacos” Manter a Homeostase Efeitos do exercício - Sistema cardiovascular Efeitos do exercício - Sistema respiratório Aumento do volume e hipertrofia cardíaca Redução a FC em repouso e exercício Aumento do VS em repouso e exercício Hipertrofia da musculatura respiratória Aumento do DC em exercício Aumento da captação máxima de oxigênio Aumento do volume sanguíneo Aumento da capacidade vital Aumento da taxa de hemoglobina Aumento da atividade fibrinolítica do plasma Aumento do volume minuto expiratório Aumento da diferença arteriovenosa Aumento da frequência respiratória Redução da PAD em repouso Aumento do volume corrente Aumento da vascularização coronariana Aumento da circulação periférica 2
  • 3. Efeitos do exercício - Sistema músculo-esquelético Efeitos do exercício - Outros Maior desempenho máximo Aumento do diâmetro das fibras musculares Menor peso corporal Aumento do tamanho e número de mitocôndrias Melhor adaptação ao calor Redução dos níveis de triglicerídeos Aumento do conteúdo de mioglobina Redução dos níveis de colesterol Maior resistência à fadiga Aumento da fração HDL-colesterol Aumento e abertura da capilarização Redução dos níveis de tensão e estresse Aumento das enzimas oxidativas Melhor controle da glicose sanguínea Fortalecimento de ligamentos e tendões Maior sensibilidade periférica da insulina Resistência à contusões Redução no percentual de gordura corporal Redução da adesividade plaquetária Efeitos do exercício – Fatores de risco aterosclerótico Efeitos do exercício – Aspectos Psicossociais Tabagismo Maior segurança nas atividades de vida Dislipidemia diária; Autoconfiança devolvida; Diabetes mellitus Melhora na expectativa de vida; Obesidade Melhora da qualidade de vida. Hipertensão arterial Indicações Indicações - Terapêutica Insuficiência coronariana Infarto agudo do miocárdio Insuficiência cardíaca Valvopatias Arritmias controladas Cardiopatias congênitas 3
  • 4. Indicações - Terapêutica Indicações - Preventiva Hipertensão arterial Obesidade Revascularização miocárdica Diabetes Sedentarismo Transplante cardíaco Dislipidemias Idade Intervenções coronárias percutâneas Tabagismo Hereditariedade Cirurgias para valvopatia Cirurgias para cardiopatia congênita Contra-indicações Contra-indicações Angina instável Arritmias não-controladas; Tromboflebite Insuficiência ou estenose mitral ou aórtica Embolia recente graves sem tratamento adequado; Infecção sistêmica aguda Insuficiência cardíaca descompensada; Bloqueio átrio-ventricular de terceiro Hipertensão arterial descontrolada (PAS ≥ grau (sem marcapasso) 200 ou PAD ≥ 110 mmHg); Pericardite ou miocardite aguda Contra-indicações Equipe Multiprofissional Depressão do segmento ST > 2 mm; Médicos; Problemas ortopédicos ou neurológicos Fisioterapeutas; graves; Educadores físicos; Diabetes mellitus descontrolada; Nutricionistas; Doença sistêmica aguda ou febre de origem Enfermeiras; desconhecida; Assistentes sociais; Outros problemas metabólicos Psicólogos; e descompensados. Terapeutas ocupacionais. 4
  • 5. Equipe Multiprofissional Equipe Multiprofissional Profissionais com conhecimentos sobre: Profissionais com conhecimentos sobre: Fisiopatologia das doenças cardíacas Fisiologia do exercício Mecanismos de ação das drogas em uso Alterações fisiológicas decorrentes do treinamento Relação da doença com a atividade física diária Sinais e sintomas que indiquem risco ao paciente (hiper e hipoglicemia, broncoespasmo, queda da saturação de oxigênio, Possíveis conseqüências na vida sexual e episódios de isquemia miocárdica, arritmias cardíacas graves e profissional do paciente hipertensão arterial descontrolada) Equipe Multiprofissional Equipe Multiprofissional Características dos profissionais É fundamental ainda conhecimento e Boa capacidade profissional em relação às atividades prática que permitam o adequado prá que serão desenvolvidas atendimento a emergências Clara consciência de que, se o exercício físico é parte integrante do processo de reabilitação, é também, se não manejado corretamente, um fator de risco que pode levar o paciente à morte Equipe Multiprofissional Equipe Multiprofissional Características dos profissionais Características dos profissionais Comunicativos, alegres e possuir espírito cooperativo, características importantes para dissipar sensações de angústia e temor que são comuns nos pacientes Conscientes de suas responsabilidades para cardíacos; com o paciente e sempre considerar as recomendações médicas e a capacidade limite Pessoas tranqüilas, que facilitem o estabelecimento de de cada um deles. positivas e fecundas relações humanas e que passem ao paciente a sensação de que estará as suas ordens durante todo o tempo; 5
  • 6. Equipe Multiprofissional Fases da reabilitação cardíaca Importante Fase 1 O sucesso do trabalho desenvolvido com pacientes Fase 2 cardíacos depende da experiência do profissional, cooperação do paciente e dos familiares e do bom Fase 3 relacionamento entre os membros da equipe e desta Fase 4 com o paciente Fase 1 Fase 1 Trata-se da reabilitação na fase hospitalar, Objetivos: compreendendo o período do início do evento coronariano até a alta hospitalar Atenuar os efeitos deletérios do repouso prolongado no leito Manter a capacidade funcional Deve ser iniciada quando o quadro clínico do paciente Desenvolver a confiança do paciente for considerado compensado, em decorrência do Controlar as alterações emocionais (como tratamento clínico e/ou do procedimento ansiedade e depressão) intervencionista. Fase 1 Fase 1 Objetivos: Sessões: Evitar complicações pulmonares 2 a 3 vezes ao dia Reduzir a permanência hospitalar Predomínio de exercício físico de baixa intensidade Proporcionar ao paciente melhores condições Técnicas para o controle do estresse físicas e psicológicas Programas de educação em relação aos fatores de risco Orientar quanto ao estilo de vida saudável e à participação nas demais fases da RC 6
  • 7. Fase 1 Fase 2 Fisioterapia: Esta fase tem início logo após a alta hospitalar ou Manobras de higiene brônquica então, alguns dias depois de um evento Exercícios respiratórios cardiovascular ou de uma descompensação clínica Tosse assistida de natureza cardiovascular, pulmonar e metabólica Aspiração traqueobrônquica Ventilação mecânica Duração: 4 semanas a 6 meses Fase 2 Fase 2 Objetivos: Sessões: Contribuir para o mais breve retorno do paciente as Exercícios prescritos individualmente suas atividades sociais e laborativas, nas melhores condições físicas e emocionais possíveis. Ambiente adequado para a prática de atividade física Estrutura para atendimento de emergência Orientar quanto à modificação do estilo de vida, reeducação alimentar e estratégias para cessação Recursos para monitorização de FC, f, PA, SatO2, do tabagismo. glicemia Fase 3 Fase 3 Objetivos: Participam desta fase tanto os pacientes liberados da fase 2, quanto aqueles de baixo risco que não Aprimoramento da condição física necessariamente participaram de uma fase anterior de programas de reabilitação cardíaca. A melhora da qualidade de vida Duração: 12 semanas a 24 meses. Redução do risco de complicações clínicas 7
  • 8. Fase 3 Fase 4 Sessões: Objetivos: Exercícios supervisionados Aumento e manutenção do paciente nas melhores Ambiente adequado para a prática de atividade física condições fisiológicas, psicológicas, vocacionais e sociais possíveis. Recursos para monitorização dos pacientes Componentes educacionais Fase 4 Riscos Sessões: Dados encorajadores: Não precisam necessariamente de supervisão, porém os pacientes devem ser acompanhados Evento fatal para horas de RC periodicamente; 1:116.402 horas (Haskell, 1978) Prescrição da intensidade e da modalidade dos 1:783.972 horas (Van Camp e Peterson,1986) exercícios devem atender à disponibilidade e à necessidade dos participantes. Riscos Segurança Relatos em programas de RC: Estratificação de risco adequada Arritmias Angina Identificação dos pacientes com maiores riscos Hipertensão Melhoria nas medicações Alterações do segmento ST IAM Estabelecimento de princípios gerais para programa Parada cardíaca de reabilitação cardiovascular Óbitos 8
  • 9. 9