1. TRABALHANDO GÊNEROS TEXTUAIS COM JORNAL IMPRESSO
Uma das várias possibilidades que podem ser usadas pelos professores para
aumentar o interesse da leitura e demonstrar a forma escrita de alguns gêneros
textuais aos alunos, está relacionada à maneira de como se apresenta as atividades
em sala de aula. Dinamizar o conteúdo fará com que os alunos se mostrem mais
interessados na busca pelo saber.
Pensando nisso, desenvolveu-se o trabalho com os alunos envolvendo o jornal
impresso. Em pequenos grupos receberam jornais para que tomassem conhecimento
dos gêneros textuais que circulam neles e vissem como é o formato de um jornal,
livros para que pudessem pesquisar o gênero textual que coube a cada grupo e
tarefas para que pudessem desenvolver a pesquisa. Foi utilizado o jornal “Diário
Catarinense” que é de grande circulação pelo Estado e por se recebê-lo na escola.
Ainda, depois da pesquisa realizada, cada grupo produziu texto relacionado ao tema
em estudo para ser entregue e avaliado. Posteriormente, ouve apresentação oral feito
pelos alunos de cada gênero textual estudado, com mediação da professora.
A atividade foi proposta em duas turmas do 7º ano, uma turma com 34 alunos e a
outra com 35 alunos, em uma escola municipal de ensino fundamental.
Conteúdo: Gêneros Textuais Circulantes nos Jornais - Leitura; Pesquisa; Produção
textual; Oralidade.
Materiais necessários: Exemplares de jornal; tesoura; cola; cartolina; papel pardo;
folhas de ofício; livros didáticos; internet; canetas coloridas.
Objetivo: Dinamizar as aulas de Língua Portuguesa; desenvolver a criatividade dos
alunos; conhecer alguns gêneros textuais que circulam nos jornais; trabalhar a
pesquisa, escrita e a oralidade em sala de aula.
2. TÍTULO, SUBTÍTULO, OLHO, LIDE DO JORNAL
TÍTULOS: A característica mais comum aos títulos da imprensa é o seu destaque em
relação à notícia. Na mídia impressa posicionam-se logo acima das respectivas
notícias, na maioria dos casos.
A característica mais comum aos títulos da imprensa é o seu destaque em relação à
notícia. Na mídia impressa posicionam-se logo acima das respectivas notícias, na
maioria dos casos.
O título é o elemento desencadeador do processo de compreensão das notícias,
ativando e criando no leitor expectativas sobre o que está sendo relatado, provocando-
o a prosseguir a leitura de determinada matéria. Nem sempre o mais importante é o
dado mais interessante. Há casos em que a titulação dribla a regra: é comum ver
títulos com conteúdos de menor relevância. São chamados “títulos tangenciais”. Estão
mais presentes em jornais populares, onde os detalhes, às vezes, chamam mais
atenção do que o fato em si.
PÉ QUENTE
(O Dia, 7/4/2003, PP)
Marca a pertinência da matéria segundo quem a publica: quanto mais importante a
notícia, mais destacado será seu título. Auxiliam no desenho estético do jornal,
somando-se aos demais elementos: textos, fotos, gráficos, anúncios etc.
Antetítulo: frase colocada acima do título. Sua função é complementar a informação
do título, antecipando ao leitor dados que serão postos no lide e no corpo da matéria.
Subtítulo: frase colocada abaixo do título, com as mesmas características do
antetítulo.
3. Olho: tem as mesmas funções e apresentação do subtítulo, embora seja um pouco
mais extenso, sendo posto em mais de uma linha; também pode significar um
destaque (com letras maiores) de uma frase importante ou interessante que está no
interior da matéria ou artigo de opinião.
Intertítulo: também chamado entretítulo, é um subtítulo colocado a certa altura da
matéria, como forma de arejar o texto e antecipar alguma informação relevante que
está posta em seguida. Costuma ser sucinto, não raro reduzido a uma só palavra.
Manchete: título principal, no alto da página e em toda sua extensão horizontal.
Lide ou lead É a abertura do texto da notícia ou da reportagem. O lead apresenta
“sucintamente o assunto ou destaca o fato essencial, o clímax da história”. O chamado
lide integral é o mais comum na imprensa brasileira. Responde a perguntas básicas
(quem – o que – quando – onde – como – por que) e está concentrado no primeiro
parágrafo ou nos dois parágrafos iniciais da notícia. Esse tipo de lide orienta a leitura,
pois os parágrafos podem funcionar como desdobramento das informações contidas
nos parágrafos introdutórios.
Características do título:
capacidade de síntese: poucas palavras, informações contundentes;
frase na ordem direta: (sujeito+verbo+complemento). A ordem indireta é possível,
mas diminui o impacto da informação;
predominância de substantivos: substantivos tendem a tornar os fatos concretos,
mais “visíveis” aos olhos do leitor. Concretude dos substantivos também procura
concisão;
tempo presente: reveste a informação de atualidade, mesmo sabendo-se que o fato
já é passado;
títulos de primeira página e de páginas internas: os de primeira página costumam
ser mais concisos e provocativos, para chamar a atenção do leitor, enquanto os das
páginas internas são mais explicativos.
http://www.espacoacademico.kit.net/ling_escrita.pdf
4. GÊNERO TEXTUAL NOTÍCIA
Trata-se de um texto bastante recorrente nos meios de comunicação de uma forma
geral, seja impressa em jornais ou revistas, divulgada pela Internet ou retratada pela
televisão.
Por meio das notícias as pessoas conhecem o mundo que as cerca, têm contato com
ele, percebem sua dimensão central na vida contemporânea, conforme os interesses
ideológicos de seus produtores. Por isso, há a preocupação em não transformar a
notícia em mero espetáculo, mas sim num veículo de persuasão e convencimento,
muitas vezes, de forma bem subjetiva.
Em virtude de a notícia compor a categoria louvada pelo ambiente jornalístico,
caracteriza-se como uma narrativa técnica. Tal atribuição está condicionada
principalmente à natureza linguística que, via de regra, revela traços de intensa
subjetividade, ou seja, a imparcialidade neste âmbito é a palavra de ordem.
Assim sendo, como a notícia pauta-se por relatar fatos condicionados ao interesse do
público em geral, a linguagem necessariamente deverá ser clara, objetiva e precisa,
isentando-se de quaisquer possibilidades que porventura tenderem a ocasionar
múltiplas interpretações por parte do receptor.
A notícia é formada pelos seguintes elementos constituintes:
Manchete ou título principal – Geralmente apresenta-se grafado de forma bem
evidente, com vistas a despertar a atenção do leitor.
Título auxiliar – Funciona como um complemento do principal, acrescentando-lhe
algumas informações, de modo a torná-lo ainda mais atrativo.
Lide (do inglês lead) - Corresponde ao primeiro parágrafo, e normalmente sintetiza
os traços peculiares condizentes ao fato, procurando se ater aos traços básicos
relacionados às seguintes indagações: Quem? Onde? O que? Como? Quando? Por
quê?
Corpo da notícia – Relaciona-se à informação propriamente dita, procedendo à
exposição de uma forma mais detalhada no que se refere aos acontecimentos
mencionados.
A característica pertinente à linguagem jornalística é exatamente a veracidade
(verdade) em relação aos fatos divulgados, predominando o caráter objetivo
preconizado pelo discurso.
Notícia – É o gênero básico do jornalismo, em que se relata um fato do cotidiano
considerado relevante, mas sem opinião. É um gênero genuinamente informativo, em
que, em princípio, o repórter não se posiciona, pois o que vale é o fato. (BALTAR,
2004, p. 133)
http://www.portugues.com.br/redacao/anoticiaumgenerotextualcunhojornalistico.html
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/2002-6.pdf
5. GÊNERO TEXTUAL CARTA DE LEITOR
Geralmente veiculada pelos meios de comunicação representados pelos jornais e
revistas, a carta de leitor pauta-se pela exposição de determinados comentários por
parte do emissor. Ele, ao travar conhecimento sobre uma matéria jornalística
divulgada por um jornal ou revista, tem a liberdade de expor sua crítica, apresentar
seu elogio, expressar alguma dúvida e até mesmo sugerir algo acerca do assunto ora
relatado.
Quanto aos aspectos referentes à linguagem, há uma flexibilidade no que se refere ao
público-alvo, ou seja, em se tratando de um público mais jovem, poderá prevalecer
certa informalidade, e no caso de uma revista destinada à informação, como por
exemplo, Veja, Isto é, Superinteressante, dentre muitas outras, a linguagem tende a
ser mais formal.
Não deixando de mencionar sobre os elementos que a constituem, estes se
assemelham aos da carta pessoal, tais como: data, vocativo (a quem a carta se
dirige), corpo (a mensagem propriamente dita), despedida e assinatura do
remetente.
Com a popularização do computador, a carta do leitor vem cedendo espaço para o e-
mail.
Em virtude de haver variação quanto à complexidade das cartas enviadas (tamanho),
a equipe de redação do jornal tem plenos poderes para condensá-las, com vistas a
torná-las aptas à publicação, mesmo porque o espaço a elas destinado não é muito
amplo. Quando publicadas, as cartas costumam ser agrupadas por assunto, isto é,
relacionadas às devidas matérias jornalísticas a que se referem.
Avalie, então, se sua carta de leitor apresenta: local, data, vocativos, corpo de texto
(assunto), despedida e assinatura; uma opinião sobre uma matéria publicada no jornal
ou na revista, uma reclamação ou reivindicação; argumentos que expliquem ou que
fundamentemos motivos da opinião, da reclamação ou da reivindicação; linguagem e
tratamento de acordo com o perfil dos interlocutores e com o gênero.
http://www.portugues.com.br/redacao/carta-leitor-.html
CEREJA, William Roberto. Português: linguagens. 8ºano. 5ª ed. reform. SP: Atual,
2009. pp. 148-151.
6. GÊNERO TEXTUAL carta-denúncia
A carta-denúncia, como o próprio nome já diz, tem por objetivo denunciar um fato ou
acontecimento de ordem pública e fundamentar esta denúncia por meio de
argumentos convincentes. Esse fato pode ser um problema da comunidade local ou da
própria cidade.
Este gênero textual possui a mesma estrutura da carta do leitor. Primeiro, informa-se a
data seguido do vocativo. Depois, desenvolve-se o corpo do texto e, por último,
coloca-se o nome do autor com um local de referência. Normalmente a linguagem é
padrão (sem uso de gírias, chavões, palavrões).
Geralmente, numa carta-denúncia, é observada a gravidade da falha e o grau de
envolvimento do autor da carta com o problema, por isso é necessário adequar a
linguagem ao perfil dos interlocutores.
Avalie, então, se sua carta-denúncia apresenta: local, data, vocativos, corpo de texto
(assunto), despedida e assinatura; uma denúncia; argumentos que expliquem ou que
fundamentemos motivos da denúncia; linguagem e tratamento de acordo com o perfil
dos interlocutores e com o gênero.
CEREJA, William Roberto. Português: linguagens. 8ºano. 5ª ed. reform. SP: Atual,
2009. pp. 167-168
http://portuguesatualblog.blogspot.com.br/2010/07/carta-denuncia.html
7. GÊNERO TEXTUAL TIRA.
Durante muito tempo, as tiras em quadrinhos, de maneira especial, foram vistas como
objeto de leitura pernicioso e alienante por diversos intelectuais, portanto banido da
esfera educativa. Geralmente, a leitura deste gênero se dava no dia-a-dia de maneira
espontânea e intuitiva, por meio de jornais e revistas em quadrinhos, no espaço
privado. O leitor se divertia com as piadas encontradas nas tiras, sem se preocupar
com os mecanismos que o autor utilizava para produzir o humor.
“As tiras são um subtipo de HQ; mais curtas (até 4 quadrinhos) e, portanto, de caráter
sintético, podem ser sequenciais (“capítulos” de narrativas maiores) ou fechadas (um
episódio por dia). Quanto às temáticas, algumas tiras satirizam aspectos econômicos e
políticos do país, embora não sejam tão “datadas” como a charge. Dividimos as tiras
fechadas em dois subtipos: a) tiras piada, em que o humor é obtido por meio das
estratégias discursivas utilizadas nas piadas de um modo geral, como a dupla
possibilidade de interpretação, sendo selecionada pelo autor a menos provável; b)
tiras-episódio, as quais o humor é baseado especificamente no desenvolvimento da
temática numa determinada situação, de modo a realçar as características das
personagens.”Mendonça (2001: 198)”.
Ou seja:
Quem diz é o cartunista;
O que diz: retrata o cotidiano do público leitor, faz crítica política e social;
Como diz: com poucos quadrinhos – até seis, colocados em uma faixa horizontal,
empregando uma linguagem verbal (o texto dos balões) e não verbal (desenhos, cor,
forma dos balões e das letras) e normalmente fazendo uso dos recursos que
produzem humor;
Por que diz: para criticar, divertir, levar à reflexão;
Para quem diz: existem tiras aos mais diversos públicos: crianças, meninos, meninas,
adolescentes, jovens, adultos, etc.
http://celsul.org.br/Encontros/06/Coordenadas/02.pdf
CAMPOS, Elisabeth et ali. Viva Português: língua portuguesa. 6ºano. 2ª ed. SP:
Atica, 2009. p. 27
8. GÊNERO TEXTUAL REPORTAGEM
A reportagem, assim como a notícia, representa tal modalidade, cujo objetivo é
proporcionar ao público leitor/expectador a interação com os fatos decorrentes da
sociedade.
A notícia e a reportagem apresentam aspectos convergentes e divergentes ao
mesmo tempo. Em virtude de tal semelhança, daremos ênfase não somente às
características inerentes à reportagem, mas também à notícia, no intuito de
compreendermos efetivamente sobre suas peculiaridades.
Os pontos em que se convergem estão relacionados aos aspectos estruturais, ou seja,
é comum identificarmos na reportagem os mesmos elementos constituintes da notícia:
Título ou manchete – Geralmente escrito em letras garrafais (maiúsculas), tem por
objetivo atrair a atenção do público-alvo para o que se deseja comunicar. Daí o perfil
atrativo, composto por frases concisas, embora bastante objetivas.
Título auxiliar – Como bem retrata a própria nomenclatura, trata-se de um
complemento do título principal, proporcionando um maior interesse por parte do
interlocutor.
Lide – Refere-se ao primeiro parágrafo e, de forma sucinta, apresenta todos os
aspectos relevantes da comunicação em pauta, respondendo aos seguintes elementos
constitutivos: Como? Onde? Quando? Por quê? Quem? .
Corpo da reportagem – Caracteriza-se pelo desenvolvimento em si, apontando todos
os pontos relevantes ao assunto abordado.
O aspecto divergente é em relação à forma como se apresenta. A reportagem precisa
ir além de uma simples notificação, fato representado pela notícia. Ela é resultante de
inúmeras relações de causa e efeito, questionamentos, comparações entre pontos de
vista diferentes, dados estatísticos, dentre outros pressupostos.
Partindo-se de tais premissas é importante ressaltarmos também sobre como se
materializa o tema proferido pela reportagem, podendo este ser narrado de forma
expositiva – na qual o repórter se atém à apresentação simples e objetiva dos fatos;
interpretativa – modalidade em que se estabelece conexão com acontecimentos já
decorridos; e a opinativa – em que há um propósito de convencer o interlocutor acerca
de uma determinada opinião.
ESQUEMATIZANDO:
Quem diz: o jornalista;
O que diz: qualquer assunto pode ser tema para uma reportagem. Porém, depende do
público-alvo. Primeiro, pesquisa-se o assunto que esse leitor quer conhecer para
poder desenvolver a matéria. A reportagem apresenta uma investigação, uma
9. pesquisa sobre esse assunto, apurando as origens, as causas e consequências desse
fato. Esse gênero abre espaço para o debate, a discussão do tema desenvolvido.
Como diz: é escrita por meio de parágrafos, gráficos, citações, dados de pesquisas e
de outros textos não verbais que tratem do assunto desenvolvido. O jornalista colhe o
maior número de dados possíveis para enriquecer o seu texto. É comum, portanto,
que ele pesquise na internet, leia livros, consulte especialistas no assunto. Para
organizá-la, o jornalista usa o seguinte percurso:
• Inicia por um fato novo, uma pergunta, uma afirmação, etc;
• Apresenta fatos ordenadamente, em blocos relacionados entre si, muitas vezes
nomeados por entretítulos;
• Desenvolve o resultado das pesquisas, mostrando muitas vezes, apenas aquilo
que é do interesse do público leitor;
• Pode apresentar opiniões de especialistas e de pessoas envolvidas;
• Conclui o texto por meio de uma avaliação ou de uma nova ideia.
Por que diz: é escrita para atrair o leitor e, principalmente, convencê-lo a adotar um
ponto de vista sobre os fatos. Nela há, de certa forma, uma negociação entre o leitor e
o veículo que publica a reportagem.
Para quem diz: o produtor da reportagem tem sempre em vista seu público-alvo:
crianças, jovens, adultos ou idosos; pessoas que pertencem a uma ou outra classe
social. O tratamento e o assunto dado à reportagem são definidos de acordo com esse
público.
http://www.portugues.com.br/redacao/a-reportagem-seus-aspectos-relevantes-.html
CAMPOS, Elisabeth et ali. Viva Português: língua portuguesa. 9ºano. 2ª ed. SP:
Atica, 2009. pp. 158-183.
CEREJA, William Roberto. Português: linguagens. 9ºano. 5ª ed. reform. SP: Atual,
2009. pp. 16-21
10. GÊNERO TEXTUAL CHARGE
Charge é um tipo especial de cartum (maneira de emitir opinião sobre os acontecimentos do dia-a-dia).
Tem por objetivo a crítica humorística de um fato político. Por isso, para poder compreender a charge, é
necessário conhecer o assunto a que ele se refere. As características físicas das pessoas representadas são
quase sempre exageradas para despertar o humor.
Chargistas e caricaturistas influenciaram na história e na luta pela liberdade de expressão, no Brasil, e
participaram ativamente na luta contra a ditadura e, muitos deles, até hoje, retratam a política do país.
Hoje, as charges estão presentes nos principais diários, ilustrando jornais e revistas, fazendo sátiras sociais
revestidas de cunho político, irreverência e bom humor. Mas nem sempre foi assim. A história das
ilustrações no Brasil se confunde com a história da luta pela liberdade de expressão.
As charges tiveram papel fundamental na luta contra a repressão, e ainda hoje atuam na sociedade de
forma participativa nas questões políticas e sociais, desenvolvendo o questionamento e a crítica com muito
humor. Mas as charges além de privilegiar o humor e a sátira política, abordam temas atuais, mostram as
preocupações do país e do mundo oferecendo ao leitor elementos de fácil identificação e reconhecimento,
cumprindo seu papel social garantindo algum espaço a opinião e a liberdade de expressão.
Temos coo exemplos de chargistas (pessoas que fazem charge), Millor Fernandes, Sérgio de Magalhães
Gomes Jaguaribe (Jaguar), Ziraldo, Henfil ou Henrique de Sousa Filho, Angeli, Glauco, Laerte e os irmãos
Caruso os irmãos Caruso
Referência Bibliográfica:
http://www.google.com.br/imgres?
imgurl=http://blogfeijoadanacional.files.wordpress.com/2009/10/charge_chicocaruso1.jpg&imgrefurl=http://blogfeij
oadanacional.wordpress.com/2009/10/04/confira-hq%25E2%2580%2599s-libertarias-%25E2%2580%2593-parte-
5/&usg=__IEN3wtqwMKnFxtXuxDJLyKnuZRs=&h=393&w=400&sz=19&hl=pt-
BR&start=67&um=1&itbs=1&tbnid=ECoxojd0gNiXJM:&tbnh=122&tbnw=124&prev=/images%3Fq%3Dcharges%2Bem
%2Bquadrinhos%26start%3D60%26um%3D1%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DN%26ndsp%3D20%26tbs%3Disch:1
FARACO, Carlos Emílio & MOURA. Linguagem nova. São Paulo: Ática, 2002. pp. 250, 251.
11. GÊNERO TEXTUAL EDITORIAL
Refere-se aos aspectos que retrata um discurso voltado para a argumentação,
ressaltando a opinião coletiva dos integrantes do jornal ou da revista. Tem finalidade
persuasiva,ou seja, procura convencer o leitor por meio de argumentos.
Pelo fato de se atribuir a uma opinião coletiva, a autoria não é identificada.
Notadamente, em virtude da heterogeneidade de posicionamentos.
No que tange ao discurso apresentado, esse costuma se apoiar em fatos polêmicos
ligados ao cotidiano social. E quando falamos em discurso, logo nos atemos à questão
da linguagem que, mesmo em se tratando de impressões pessoais, o predomínio do
padrão formal, fazendo com que prevaleça o emprego da 3ª pessoa do singular, ocupa
lugar de destaque.
A título de complementaridade, analisemos a forma pela qual se compõe o gênero em
questão. Em termos estruturais, podemos dizer que ele se apresenta sob:
* Uma síntese, constituída por uma apresentação – Constituída geralmente pelo 1º e
2º parágrafo, refere-se à exposição da ideia principal com base na ideia a ser
defendida.
* O corpo do editorial – Revela os argumentos que fundamentam a ideia principal em
relação ao posicionamento atribuído pelo veículo de comunicação em referência.
* A conclusão – Refere-se a uma possível solução para o problema levantado ou, em
determinados casos, incita o leitor a uma reflexão sobre o assunto em pauta.
http://www.portugues.com.br/redacao/o-editorial-uma-modalidade-que-circunda-no-
cotidiano-jornalistico-.html
CEREJA, William Roberto. Português: linguagens. 9ºano. 5ª ed. reform. SP: Atual,
2009. pp. 55-60.
12. GÊNERO TEXTUAL ANÚNCIO PUBLICITÁRIO
É um gênero textual que dá informações sobre aquilo que se anuncia (produto ou
ideia) e ressalta seus pontos positivos. Quem comunica é o publicitário e o público
alvo pode ser qualquer pessoa indiferente de seu nível social, financeiro, religioso,
étnico... pois sempre haverá um público alvo para determinado produto ou ideia.
O discurso apresenta-se de forma variada – divulgando um determinado evento, como
por exemplo, um show, uma feira cultural, de moda, anunciando uma promoção
referente ao comércio logístico, anunciando um produto que acabara de ser lançado
no mercado. Enfim, vários são os objetivos traçados por parte do emissor, tentando
persuadi-lo de alguma forma.
Diante de tal finalidade discursiva, a linguagem, necessariamente, precisa não
somente ser clara e objetiva, mas também, bastante atrativa. Para tanto, torna-se
indispensável o predomínio de uma linguagem não verbal, uma vez que imagens
tendem a ser mais chamativas e, consequentemente, contribuem para a concretização
dos objetivos propostos. E, falando sobre linguagem, é essencial que saibamos sobre
um aspecto bastante peculiar – a presença de alguns recursos estilísticos voltados
para a conotação, ou seja, passíveis de múltiplas interpretações. Assim, metáforas,
comparações, hipérboles, dentre outras, são indispensáveis.
Este tipo de texto é feito com o intuito de criar no receptor a necessidade de comprar
um produto ou de convencê-lo de alguma ideia.
http://www.brasilescola.com/redacao/anuncio-publicitario.htm
http://www.portugues.com.br/redacao/o-anuncio-publicitario---uma-analise-
linguistica-.html
CAMPOS, Elisabeth et ali. Viva Português: língua portuguesa. 8ºano. 2ª ed. SP:
Atica, 2009. pp. 76-138.
13. COMO ESCREVER UM ARTIGO
O gênero textual ARTIGO pode ser científico ou de opinião. O gênero textual artigo
científico refere-se à apresentação de um relatório escrito de estudos a respeito de uma
questão específica ou à divulgação de resultados de uma pesquisa realizada. O artigo de
opinião diz algo em relação ao que já foi dito, ou seja, é escrito com base em uma notícia
ou uma reportagem, uma música, um romance, um fato, etc.
Podemos notar que, tanto um quanto o outro, é escrito para fazer o leitor aderir ao
ponto de vista do produtor, negando e criticando opiniões diferentes das apresentadas. Isto
é feito por meio de argumentações (apresentação de provas à favor ou contrárias a uma
ideia, um fato, uma razão). Para fazer argumentações no texto, precisa-se apoiar em fatos
que comprovem ou desmintam tal coisa. Quem escreve um artigo deve assumir uma
posição em relação a um assunto polêmico e que a defende. Em suma, a argumentação
busca convencer, influenciar, persuadir alguém; defende um ponto de vista sobre determinado
assunto. Consiste no emprego de provas, justificativas, a fim de apoiar ou rechaçar uma opinião
ou uma tese; é um raciocínio destinado a provar ou a refutar uma dada proposição.
Quanto a linguagem, o texto deve ser escrito de maneira clara, objetiva, precisa (sem
rodeios, sem ficar se enrolando para dizer o que se quer) e coerente (deve-se ter ligação
lógica entre um fato e outro ou entre uma ideia e outra).
A estrutura de um artigo, normalmente, se dá da seguinte forma:
a) situação-problema: coloca a questão a ser desenvolvida para guiar o leitor ao que virá
nas demais partes do texto. Busca contextualizar o assunto a ser bordado, por meio de
afirmações gerais e/ou específicas. Nesse momento, pode evidenciar o objetivo da
argumentação que será sustentada ao longo do artigo, bem como a importância de se
discutir o tema; ou seja, é o que chamamos de introdução.
b) discussão: expõe os argumentos e constrói a opinião a respeito da questão examinada.
Todo texto dissertativo precisa argumentar, ou seja, apresentar provas a favor da posição
que assumiu e provas para mostrar que a posição contrária está equivocada. Para evitar
abstrações, geralmente faz uso da exposição de fatos concretos, dados e exemplos, com o
emprego de sequências narrativas, descritivas e explicativas, entre outras; ou seja, é a parte
de desenvolvimento.
c) solução-avaliação: evidencia a resposta à questão apresentada, podendo haver uma
reafirmação da posição assumida ou uma apreciação do assunto abordado. Não é
adequado um simples resumo ou mera paráfrase das afirmações anteriores. Ou seja, é a
parte da conclusão.
Sendo artigo científico, antes de se fazer a estrutura acima citada, é constituída,
primeiramente, ainda de:
a) título, e subtítulo (se houver);
b) nome (s) do(s) autor (es);
c) resumo na língua do texto (em português e uma de língua estrangeira);
14. d) palavras-chave na língua do texto (em português e uma de língua estrangeira).
É O SUS – OU É A POBREZA?
1 Na semana passada, um estudo realizado pelo Instituto do Coração de São Paulo e
publicado nos Arquivos Brasileiros de Cardiologia deu manchete em vários jornais do país.
Segundo a pesquisa, pacientes que sofreram infarto do miocárdio e são atendidos pelo
Sistema Único de Saúde, SUS, têm 36% mais chances de morrer do que aqueles que são
acompanhados por médicos particulares ou de convênios.
2 Lendo esta frase, leitores, qual é a conclusão que se tira de imediato? Que o SUS não
funciona, vocês dirão; que é um sistema ruim, precário. Mas será que é mesmo?
3 Indo um pouco adiante no trabalho, descobrimos que na fase de internação a proporção
de óbitos é praticamente a mesma nos dois grupos. A mortalidade maior em pacientes do
SUS ocorre após a alta, quando a pessoa retorna a seu ambiente habitual. E isto enseja
uma reflexão não apenas sobre infarto do miocárdio, como sobre o Brasil em geral. Em
primeiro lugar, é preciso dizer que, por paradoxal que pareça, uma maior mortalidade por
doença cardíaca pode ser um sinal de progresso – um progresso meio estranho, mas
progresso de qualquer jeito. No passado, os brasileiros pobres não morriam de infarto,
porque nem chegavam à idade em que o problema ocorre: faleciam antes, não raro na
infância, de desnutrição, de diarreia, de doença respiratória. A expectativa de vida cresceu,
e cresceu nos países ricos e pobres. As mortes por desnutrição e por doenças infecciosas,
causadas por micróbios, diminuíram. Mas isso tem um preço. Viver mais não quer dizer
viver de forma mais saudável. O pobre hoje tem mais comida, mas é comida calórica,
gordurosa – pobre não come salmão nem caras saladas, nem frutas. Pobre fuma mais, e
pobre é mais sedentário – passou a época em que trabalho implicava necessariamente
movimento e trabalho físico, e academia de ginástica não é para qualquer um. Pobre tem
menos acesso à informação sobre saúde, pobre consulta menos, às vezes porque não tem
sequer como pagar a condução que o levará ao posto de saúde. Aliás, temos evidências
disto em nossa própria cidade de Porto Alegre: um trabalho recentemente realizado pelos
doutores Sérgio L. Bassanesi, Maria Inês Azambuja e Aloysio Achutti mostrou que a
mortalidade precoce por doença cardiovascular foi 2,6 vezes maior nos bairros mais
humildes da Capital.
4 Tudo isso explica a conclusão a que chegou o Simpósio Internacional sobre desigualdade
em saúde reunido em Toronto, Canadá: “a pobreza, e não os fatores médicos, é a principal
causa da doença cardiovascular”. Um artigo publicado no importante periódico médico
Circulation salienta o fato de que 80% dos óbitos por doença cardíaca ocorrem em países
pobres e acrescenta: “Os fatores de risco para doença cardiovascular aumentam primeiro
entre os ricos, mas à medida que estes aprendem a lição e corrigem o estilo de vida, os
riscos concentram-se nos mais pobres. A suscetibilidade para esses problemas também
cresce por causa do estresse psicológico.” Quando falamos no estresse psicológico não
podemos
esquecer aquele que está se tornando cada vez mais frequente, o desemprego. Vários
estudos mostram que problemas cardíacos são mais comuns em desempregados.
5 Estas coisas não diminuem a responsabilidade dos serviços de saúde, públicos ou
privados, ao contrário, aumentam-na. A questão da informação e da educação em saúde
hoje é absolutamente crucial.
6 SUS e sistemas privados não são antagônicos, são complementares. É claro que a tarefa
do SUS é muito maior – afinal, o sistema atende cerca de 80% da população – e é mais
difícil: este é um país pobre, que tem poucos recursos, inclusive para a saúde. Mesmo
assim, e o próprio trabalho o mostra, estamos no caminho. Apesar de tudo, as coisas
melhoram.
(SCLIAR, Moacyr. É o SUS – ou é a pobreza. Zero Hora. Porto Alegre, 27 jan. 2009, p. 03).
15. O texto de Moacyr Scliar é um artigo de opinião, publicado no Jornal Zero Hora, no dia 27 de
janeiro de 2009. Nesta coluna, Scliar emite suas opiniões acerca de temas das mais
diversas áreas, em um texto que mantém semanalmente a mesma formatação.
A tipologia de base é a dissertação, pois o autor apresenta a sua posição sobre as razões
pelas quais as pessoas que são atendidas pelo Sistema Único de Saúde têm mais chances
de morrer de infarto do miocárdio do que aquelas que são atendidas pelos médicos
particulares ou de convênios. Nessa abordagem, Scliar manifesta um posicionamento crítico
sustentado por uma argumentação sólida para deixar claro que é a pobreza a causa da
morte de pacientes com doenças cardiovasculares, e não o tipo de atendimento.
O autor utiliza uma linguagem comum e faz uso de um vocabulário claro, acessível aos
leitores do veículo em que o artigo foi publicado. O texto está redigido na primeira pessoa do
plural (Quando falamos em estresse psicológico, não podemos esquecer aquele que está se
tornando cada vez mais frequente, o desemprego); o tempo verbal predominante é o
presente do indicativo (tira, ocorre, cresce, diminuíram). Há também a presença do pretérito
perfeito do indicativo para apresentar a notícia que gerou a produção do artigo (deu,
sofreram) e expor sua argumentação com base nas evidências sobre as razões pelas quais
outrora as pessoas não morriam de infarto (morriam, faleciam, cresce, diminuíram).
O texto estrutura-se em situação-problema, discussão e solução-avaliação. Estas partes são
explicitadas a seguir.
A situação-problema (parágrafos 1-2) inicia com a contextualização do assunto a ser
abordado. Apresenta um comentário sobre a repercussão na imprensa escrita do estudo
realizado pelo Instituto do Coração de São Paulo, relacionado às chances de morrer de
pacientes que sofreram infarto do miocárdio se forem atendidos por médicos do SUS ou por
médicos particulares ou de convênios. A partir disso, o autor apresenta a questão
controversa: será que o SUS é de fato um sistema ruim?
Na discussão (parágrafos 3-4), Scliar expõe os argumentos para defender seu ponto de
vista referente à questão examinada: “(...) na fase de internação, a proporção de óbitos é
praticamente a mesma nos dois grupos. A mortalidade maior em pacientes do SUS ocorre
após a alta, quando a pessoa retorna a seu ambiente habitual”. O autor sustenta a opinião
de que a pobreza é a principal causa de morte por doença cardiovascular e faz alusão às
doenças comuns que outrora causavam morte muito antes de a pessoa chegar à idade em
que o problema vascular normalmente ocorre. Afirma ainda que o crescimento da
expectativa de vida não é sinal de qualidade de vida. Expõe também características do estilo
de vida do pobre e indica quais se tornam fatores que contribuem para o desenvolvimento
de doença
cardiovascular. O autor apresenta, como argumentos para corroborar o seu ponto de vista, a
conclusão do Simpósio Internacional sobre desigualdade em saúde e a análise publicada no
reconhecido periódico médico Circulation sobre os fatores de risco para doença
cardiovascular.
A solução-avaliação (parágrafos 5-6) é construída a partir da resposta à questão
apresentada no início do artigo, e é claramente analisada. Scliar responsabiliza todos os
serviços de saúde, públicos e privados, por zelarem pela informação e educação em saúde,
e afirma que SUS e sistema privados são complementares, mas que, por vivermos num país
pobre, o compromisso do SUS é bem maior.
Assim, “É o SUS – ou é a pobreza?” é um artigo de opinião, pois interage com o leitor na
medida em que discute uma questão polêmica e apresenta a sua resposta, valendo-se de
argumentos consistentes que enriquecem a visão de mundo do leitor.
16. Bibliografia Consultada:
CAMPOS, Elisabeth Marques et ali. Viva português: língua portuguesa. - 9º ano.
-2ª ed. São Paulo: Ática, 2009.
http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?
n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=11565, em 11/11/2012.
http://www.revel.inf.br/files/artigos/revel_13_o_genero_textual_artigo_de_opiniao.pdf,
em 13/11/2012.