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SISTEMA DIGESTIVO DOS RUMINANTES
Etrutura dos quatro estômagos dos ruminantes
Os ruminantes possuem um sistema digestivo peculiar, com características próprias bem definidas,
o que lhes permite aproveitar os nutrientes contidos em alimentos fibrosos e grosseiros. Isto ocorre
graças à ação de microrganismos (bactérias e protozoários) que habitam o trato digestivo, além da
ação mecânica executada através do processo de ruminação.
O sistema digestivo, que tem como função, triturar, reduzir em pequenas partículas e digerir os
alimentos começa na boca (lábios, língua, dentes e glândulas salivares). O esôfago é um tubo
cilíndrico que se dilata facilmente e que conduz os alimentos da boca até o rúmen, com o qual se
comunica por um orifício chamado cárdia.
Pré-estômagos
Os pré-estômagos dos ruminantes são amplamente utilizados na culinária, para fazer a famosa
“dobradinha” ou “buchada”. Compreendem três compartimentos, rúmen, retículo e omaso, os quais
representam os “estômagos falsos”, onde ocorre a digestão microbiana e a ação mecânica sobre os
alimentos fibrosos e grosseiros.
O rúmen, pança ou bucho é o maior dos compartimentos, comportando 80% do volume total do
estômago, e ocupa quase todo o lado esquerdo da cavidade abdominal. Em bovinos adultos pode
conter até 200 litros, enquanto que em ovinos e caprinos sua capacidade é de aproximadamente 20
a 30 litros.
A parede do rúmen é revestida por uma mucosa coberta de papilas ligeiramente chatas, que lhe
conferem o aspecto de “toalha felpuda”.
O rúmen comunica-se com o retículo através da goteira esofágica. Normalmente, as bordas da
goteira esofágica estão separadas, deixando passar certos tipos de alimento (forragens sólidas,
água, etc.), para o rúmen e o retículo. Entretanto, nos filhotes, a ingestão de leite provoca um reflexo
que faz com que as bordas da goteira se unam, fazendo com que o leite passe diretamente ao
abomaso.
O retículo ou barrete é o menor dos pré-estômagos, que atua como um "marca-passo” dos
movimentos da ruminação. Seu interior é revestido por uma mucosa, cujos relevos dão um aspecto
semelhante ao favo de abelha, e apresenta pequenas papilas.Comunica-se com o rúmen através de
uma ampla abertura, com o omaso através de um estreito orifício e ainda com o esôfago através da
goteira esofágica.
O omaso ou folhoso, cujas paredes são musculosas, tem seu interior revestido por mucosa
curiosamente disposta em folhas ou lâminas, lembrando um livro, cobertas por numerosas papilas
rugosas.
Estômago verdadeiro
O Abomaso, conhecido também por coalheira é o único estômago verdadeiro, ou seja, onde ocorre
a secreção de suco gástrico, e onde se processa a digestão propriamente dita. De forma alongada,
está situado à direita do rúmen e repousa sobre o abdômen, logo atrás do retículo. Um amplo orifício
permite a passagem do alimento proveniente do omaso. Internamente, o abomaso é revestido por
uma mucosa lisa, que contém numerosas glândulas que secretam o suco gástrico. O coalho,
utilizado na fabricação de queijos, nada mais é que o suco gástrico de cabritos, cordeiros ou
bezerros em aleitamento.
Outro orifício, o piloro, controlado por um esfíncter (músculo circular, forte), permite a passagem dos
alimentos para o intestino delgado (ou “tripa”), que é um tubo estreito e longo, que pode alcançar de
20,0 a 25,0 metros, nos caprinos e ovinos, e compreende três porções: duodeno, jejuno e íleo. O
intestino grosso é muito mais curto (4.0 a 8.0 metros) cuja porção terminal se enrola formando um
“caracol”, denominado cólon, sendo que nesta parte ocorre a absorção de água, e formação das
fezes pelos músculos da parede do cólon. Finalmente o cólon se comunica com o reto, onde as
fezes se acumulam, e são eliminadas através do ânus.
O sistema digestivo compreende ainda as glândulas anexas (fígado e pâncreas), e é mantido por
uma fina membrana, firme e transparente, recoberta de gordura, denominada peritôneo.
A digestão
Para serem utilizados pelo organismo, os alimentos devem ser previamente transformados. O
sistema digestivo pode ser comparado a uma fábrica, onde são feitas diversas transformações da
“matéria prima” que são triturados, misturados e transformados, através de mecanismos de natureza
mecânica, microbiana e química.
Durante o pastejo, o objetivo maior dos ruminantes é o de encher o rúmen (daí a expressão “encher
o bucho”!), ingerindo o alimento de forma rápida. Inicialmente, o alimento é apreendido com a boca,
através dos dentes incisivos (é bom lembrar que os ruminantes possuem somente os dentes
incisivos inferiores), e sofre apenas uma ligeira mastigação com auxílio dos dentes traseiros
(molares superiores e inferiores). Ao mesmo tempo, os alimentos são umedecidos pela saliva, que é
secretada em grande quantidade, com o objetivo de amolecer o alimento.
Este amolecimento continuará no rúmen, onde chega também a água ingerida pelo animal. Através
dos movimentos das paredes do rúmen, com auxílio dos músculos pilares, os alimentos continuam a
ser triturados mecanicamente. Ao auscultarmos ou colocarmos a mão, com o punho cerrado, sobre
o flanco esquerdo do animal, podemos perceber os movimentos do rúmen, na freqüência de uma a
duas contrações por minuto.
O conteúdo do rúmen segue então seu caminho em sentido contrário, em direção à boca,
constituindo o processo de ruminação, ou seja, o retorno do bolo alimentar do rúmen para a boca,
onde é submetido a uma nova mastigação e ensalivação, agora mais demoradas e completas. A
calma e tranqüilidade ambiental são favoráveis a uma ruminação correta, com regurgitações
espaçadas de um minuto. A parada da ruminação é um sinal de indisposição alimentar ou de
doença.
Após bem triturado, o bolo alimentar é novamente deglutido, voltando ao rúmen, que continua em
movimento. O alimento passará para o retículo, quando se apresentar com partículas
suficientemente pequenas e fluidas podendo, para isto, ocorrer várias ruminações.
Todos os alimentos, durante sua permanência no rúmen, são decompostos pela ação da flora
ruminal (bactérias e protozoários). Estes microrganismos se encontram aos milhares por mililitro de
líquido, e estão especializados e adaptados a estes alimentos.
Comparemos o rúmen a uma pequena cidade, onde todos os habitantes são carpinteiros, que
possuem conhecimentos e equipamentos especializados para trabalhar com madeiras de pinho. Se,
de repente, o fornecedor passasse a entregar somente madeira de lei, estes carpinteiros iriam ter
dificuldades, inicialmente, até que se adaptassem ao novo tipo de madeira. Analogamente,
mudanças bruscas de alimentação (troca de feno por silagem, introdução de ração, etc.), podem
causar distúrbios digestivos graves, pela falta de adaptação da flora rumenal ao novo alimento.
Desta forma, toda alteração na alimentação deve ser gradativa, para adaptação da flora rumenal.
As bactérias da flora rumenal dividem-se em dois grupos principais:
As bactérias celulolíticas, que digerem os volumosos (capim, feno, silagem),
As amilolíticas, que digerem os concentrados (ração, milho, farelos, etc.).
Estes dois grupos devem estar em equilíbrio, ou seja, a flora amilolítica deve ser sempre menor que
a celulolítica. Um aumento exagerado da flora amilolítica, causado pelo excesso de concentrados,
causa sérios danos à digestão. Assim, somente os volumosos devem, ser dados à vontade, sendo,
no caso do confinamento, fornecidos no mínimo três vezes ao dia, para que haja um funcionamento
adequado da flora rumenal.
Existe uma verdadeira associação ou simbiose entre os microrganismos do rúmen e o próprio
animal ruminante. Os microrganismos absorvem parte dos nutrientes dos alimentos, para sua
própria manutenção. Em contrapartida, estes seres vivos microscópicos, ao morrerem, restituem seu
conteúdo celular ao organismo, principalmente de substâncias nitrogenadas, que retornam ao
circuito da digestão.
Entre os produtos resultantes das fermentações do rúmen, são produzidos também gases, como o
metano e o carbônico, que são eliminados pela boca, através da eructação, graças aos movimentos
rumenais.
O alimento, se adequadamente liquidificado, passa ao omaso onde é “prensado” pelas lâminas
existentes na sua mucosa, perdendo assim boa parte do excesso de água passando, a seguir, ao
abomaso.
No abomaso ou estômago verdadeiro, o alimento sofre ação química do suco gástrico (de forma
semelhante ao que ocorre no estômago humano), secretado pelas glândulas presentes em sua
mucosa. O suco gástrico contém: quimosina ou coalho, que provoca a coagulação da caseína do
leite, além de pepsina, lípase, ácido clorídrico, etc., todos envolvidos no processo de digestão
química.
Na forma semifluida, o bolo alimentar passa ao intestino, onde continua o processo químico, iniciado
no abomaso, sofrendo ação de outras secreções do sistema digestivo (suco pancreático, bile e suco
intestinal)
O estômago dos filhotes
Os ruminantes são mamíferos, necessitando no início da vida, do leite materno. O leite para ser
digerido precisa sofrer a ação de enzimas contidas no suco gástrico produzido pelo abomaso que,
ao nascimento, é o compartimento mais desenvolvido. Quando o filhote succiona a teta da mãe ou o
bico da mamadeira, a goteira esofágica funciona como uma calha que desvia o leite, levando-o
diretamente ao abomaso.
Na idade de 2-3 semanas o abomaso é ainda o compartimento mais desenvolvido (500 a 1.000 ml),
já que o leite, nesta idade, ainda é o principal alimento. O rúmen, por sua vez, já apresenta uma
capacidade significativa (250 a 500 mL), segundo a quantidade de alimentos sólidos que os filhotes
estejam recebendo. Assim, é recomendável que, a partir da segunda semana de vida, os filhotes
tenham disponíveis alimentos sólidos (feno, capim amarrado em pequenos feixes, ração
concentrada), para estimular o desenvolvimento dos pré-estômagos, bem como o mecanismo da
ruminação.
Fonte: www.caprileite.com.br
SISTEMA DIGESTIVO
Sistema Digestivo dos Ruminantes (exemplos: boi, cabra, carneiro, veado, girafa)
O sistema digestivo tem adaptações para o bom aproveitamento dos alimentos vegetais. Além de
um complexo estômago, com 4 câmaras, há um longo intestino, para garantir uma boa absorção dos
alimentos, pois a digestão é demorada. Enquanto que o intestino delgado do boi pode ter mais de 30
metros, nos carnívoros ele tem apenas umas cinco ou seis vezes o comprimento corporal.
É no abômaso que atua o suco gástrico, digerindo os alimentos e ainda uma boa quantidade das
bactérias simbiônticas. Além de garantirem a digestão da celulose pela enzima celulase que
produzem, essas bactérias, quando digeridas, fornecem ainda substâncias que sintetizaram,
especialmente aminoácidos, proteínas e vitamina B12.
Fonte: www2.uol.com.br
SISTEMA DIGESTIVO
O que difere os ruminantes dos demais animais é o fato de serem poligástricos, ou seja, possuem
quatro estômagos, chamados rúmen, retículo, omaso e abomaso. O tamanho de cada um varia no
decorrer da vida do animal. Na primeira mastigação ocorre a trituração dos alimentos e a
ensalivação. Em média, o bovino libera de 50 a 60 quilos de saliva por dia. Quando os alimentos
fornecidos são fluidos, a salivação torna-se fraca, o conteúdo do rúmen, então, torna-se viscoso e o
gás resultante a digestão causa a aparição de espumas, surgindo a indigestão gasosa ou
espumosa, característicos da meteorização.
Esses animais são altamente adaptados para a digestão de celulose, tornando-se completamente
herbívoros quando adultos. Os alimentos mastigados e engolidos são armazenados no retículo ,
onde ocorre sua maceração e trituração , para voltarem à boca e serem mastigados novamente,
processo chamado de ruminação.
No rúmen há milhares de microorganismos, responsáveis pela digestão da celulose contida nos
vegetais ingeridos e pela formação de ácidos voláteis. Percebe-se, que o aparelho digestivo dos
ruminantes possui adaptações para tornar viável a sobrevivência desses microorganismos. Portanto,
qualquer variação na alimentação pode modificar a colônia de bactérias, alterando a digestão do
animal e podendo leva-lo a ter alguma doença. No folhoso a água do bolo alimentar é absorvida
para que no coagulador ocorra o ataque do suco gástrico e a digestão propriamente dita. O suco
gástrico é constituído principalmente por água, sais minerais, ácido clorídrico e pepsina ( uma
proteína com ação enzimática).
A partir daí, a digestão ocorre como em qualquer outro animal, com a absorção das substâncias
pelo intestino delgado e absorção de água pelo intestino grosso, com a produção das fezes (
resíduos alimentares não aproveitados).
Como os microorganismos residentes no estômago bovino estão constantemente reproduzindo-se e
morrendo, eles também são digeridos. Na passagem de uma cavidade digestiva para outra há
barreiras que impedem a passagem de bactérias vivas, o que poderia causar alguma patologia
grave no animal.
Fonte: www.criareplantar.com.br

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20009191 sistema-digestivo-dos-rum-in-antes

  • 1. SISTEMA DIGESTIVO DOS RUMINANTES Etrutura dos quatro estômagos dos ruminantes Os ruminantes possuem um sistema digestivo peculiar, com características próprias bem definidas, o que lhes permite aproveitar os nutrientes contidos em alimentos fibrosos e grosseiros. Isto ocorre graças à ação de microrganismos (bactérias e protozoários) que habitam o trato digestivo, além da ação mecânica executada através do processo de ruminação. O sistema digestivo, que tem como função, triturar, reduzir em pequenas partículas e digerir os alimentos começa na boca (lábios, língua, dentes e glândulas salivares). O esôfago é um tubo cilíndrico que se dilata facilmente e que conduz os alimentos da boca até o rúmen, com o qual se comunica por um orifício chamado cárdia. Pré-estômagos Os pré-estômagos dos ruminantes são amplamente utilizados na culinária, para fazer a famosa “dobradinha” ou “buchada”. Compreendem três compartimentos, rúmen, retículo e omaso, os quais representam os “estômagos falsos”, onde ocorre a digestão microbiana e a ação mecânica sobre os alimentos fibrosos e grosseiros. O rúmen, pança ou bucho é o maior dos compartimentos, comportando 80% do volume total do estômago, e ocupa quase todo o lado esquerdo da cavidade abdominal. Em bovinos adultos pode conter até 200 litros, enquanto que em ovinos e caprinos sua capacidade é de aproximadamente 20 a 30 litros. A parede do rúmen é revestida por uma mucosa coberta de papilas ligeiramente chatas, que lhe conferem o aspecto de “toalha felpuda”. O rúmen comunica-se com o retículo através da goteira esofágica. Normalmente, as bordas da goteira esofágica estão separadas, deixando passar certos tipos de alimento (forragens sólidas, água, etc.), para o rúmen e o retículo. Entretanto, nos filhotes, a ingestão de leite provoca um reflexo que faz com que as bordas da goteira se unam, fazendo com que o leite passe diretamente ao abomaso. O retículo ou barrete é o menor dos pré-estômagos, que atua como um "marca-passo” dos movimentos da ruminação. Seu interior é revestido por uma mucosa, cujos relevos dão um aspecto semelhante ao favo de abelha, e apresenta pequenas papilas.Comunica-se com o rúmen através de uma ampla abertura, com o omaso através de um estreito orifício e ainda com o esôfago através da goteira esofágica.
  • 2. O omaso ou folhoso, cujas paredes são musculosas, tem seu interior revestido por mucosa curiosamente disposta em folhas ou lâminas, lembrando um livro, cobertas por numerosas papilas rugosas. Estômago verdadeiro O Abomaso, conhecido também por coalheira é o único estômago verdadeiro, ou seja, onde ocorre a secreção de suco gástrico, e onde se processa a digestão propriamente dita. De forma alongada, está situado à direita do rúmen e repousa sobre o abdômen, logo atrás do retículo. Um amplo orifício permite a passagem do alimento proveniente do omaso. Internamente, o abomaso é revestido por uma mucosa lisa, que contém numerosas glândulas que secretam o suco gástrico. O coalho, utilizado na fabricação de queijos, nada mais é que o suco gástrico de cabritos, cordeiros ou bezerros em aleitamento. Outro orifício, o piloro, controlado por um esfíncter (músculo circular, forte), permite a passagem dos alimentos para o intestino delgado (ou “tripa”), que é um tubo estreito e longo, que pode alcançar de 20,0 a 25,0 metros, nos caprinos e ovinos, e compreende três porções: duodeno, jejuno e íleo. O intestino grosso é muito mais curto (4.0 a 8.0 metros) cuja porção terminal se enrola formando um “caracol”, denominado cólon, sendo que nesta parte ocorre a absorção de água, e formação das fezes pelos músculos da parede do cólon. Finalmente o cólon se comunica com o reto, onde as fezes se acumulam, e são eliminadas através do ânus. O sistema digestivo compreende ainda as glândulas anexas (fígado e pâncreas), e é mantido por uma fina membrana, firme e transparente, recoberta de gordura, denominada peritôneo. A digestão Para serem utilizados pelo organismo, os alimentos devem ser previamente transformados. O sistema digestivo pode ser comparado a uma fábrica, onde são feitas diversas transformações da “matéria prima” que são triturados, misturados e transformados, através de mecanismos de natureza mecânica, microbiana e química. Durante o pastejo, o objetivo maior dos ruminantes é o de encher o rúmen (daí a expressão “encher o bucho”!), ingerindo o alimento de forma rápida. Inicialmente, o alimento é apreendido com a boca, através dos dentes incisivos (é bom lembrar que os ruminantes possuem somente os dentes incisivos inferiores), e sofre apenas uma ligeira mastigação com auxílio dos dentes traseiros (molares superiores e inferiores). Ao mesmo tempo, os alimentos são umedecidos pela saliva, que é secretada em grande quantidade, com o objetivo de amolecer o alimento. Este amolecimento continuará no rúmen, onde chega também a água ingerida pelo animal. Através dos movimentos das paredes do rúmen, com auxílio dos músculos pilares, os alimentos continuam a ser triturados mecanicamente. Ao auscultarmos ou colocarmos a mão, com o punho cerrado, sobre o flanco esquerdo do animal, podemos perceber os movimentos do rúmen, na freqüência de uma a duas contrações por minuto. O conteúdo do rúmen segue então seu caminho em sentido contrário, em direção à boca, constituindo o processo de ruminação, ou seja, o retorno do bolo alimentar do rúmen para a boca, onde é submetido a uma nova mastigação e ensalivação, agora mais demoradas e completas. A calma e tranqüilidade ambiental são favoráveis a uma ruminação correta, com regurgitações espaçadas de um minuto. A parada da ruminação é um sinal de indisposição alimentar ou de doença. Após bem triturado, o bolo alimentar é novamente deglutido, voltando ao rúmen, que continua em movimento. O alimento passará para o retículo, quando se apresentar com partículas suficientemente pequenas e fluidas podendo, para isto, ocorrer várias ruminações. Todos os alimentos, durante sua permanência no rúmen, são decompostos pela ação da flora ruminal (bactérias e protozoários). Estes microrganismos se encontram aos milhares por mililitro de líquido, e estão especializados e adaptados a estes alimentos.
  • 3. Comparemos o rúmen a uma pequena cidade, onde todos os habitantes são carpinteiros, que possuem conhecimentos e equipamentos especializados para trabalhar com madeiras de pinho. Se, de repente, o fornecedor passasse a entregar somente madeira de lei, estes carpinteiros iriam ter dificuldades, inicialmente, até que se adaptassem ao novo tipo de madeira. Analogamente, mudanças bruscas de alimentação (troca de feno por silagem, introdução de ração, etc.), podem causar distúrbios digestivos graves, pela falta de adaptação da flora rumenal ao novo alimento. Desta forma, toda alteração na alimentação deve ser gradativa, para adaptação da flora rumenal. As bactérias da flora rumenal dividem-se em dois grupos principais: As bactérias celulolíticas, que digerem os volumosos (capim, feno, silagem), As amilolíticas, que digerem os concentrados (ração, milho, farelos, etc.). Estes dois grupos devem estar em equilíbrio, ou seja, a flora amilolítica deve ser sempre menor que a celulolítica. Um aumento exagerado da flora amilolítica, causado pelo excesso de concentrados, causa sérios danos à digestão. Assim, somente os volumosos devem, ser dados à vontade, sendo, no caso do confinamento, fornecidos no mínimo três vezes ao dia, para que haja um funcionamento adequado da flora rumenal. Existe uma verdadeira associação ou simbiose entre os microrganismos do rúmen e o próprio animal ruminante. Os microrganismos absorvem parte dos nutrientes dos alimentos, para sua própria manutenção. Em contrapartida, estes seres vivos microscópicos, ao morrerem, restituem seu conteúdo celular ao organismo, principalmente de substâncias nitrogenadas, que retornam ao circuito da digestão. Entre os produtos resultantes das fermentações do rúmen, são produzidos também gases, como o metano e o carbônico, que são eliminados pela boca, através da eructação, graças aos movimentos rumenais. O alimento, se adequadamente liquidificado, passa ao omaso onde é “prensado” pelas lâminas existentes na sua mucosa, perdendo assim boa parte do excesso de água passando, a seguir, ao abomaso. No abomaso ou estômago verdadeiro, o alimento sofre ação química do suco gástrico (de forma semelhante ao que ocorre no estômago humano), secretado pelas glândulas presentes em sua mucosa. O suco gástrico contém: quimosina ou coalho, que provoca a coagulação da caseína do leite, além de pepsina, lípase, ácido clorídrico, etc., todos envolvidos no processo de digestão química. Na forma semifluida, o bolo alimentar passa ao intestino, onde continua o processo químico, iniciado no abomaso, sofrendo ação de outras secreções do sistema digestivo (suco pancreático, bile e suco intestinal) O estômago dos filhotes Os ruminantes são mamíferos, necessitando no início da vida, do leite materno. O leite para ser digerido precisa sofrer a ação de enzimas contidas no suco gástrico produzido pelo abomaso que, ao nascimento, é o compartimento mais desenvolvido. Quando o filhote succiona a teta da mãe ou o bico da mamadeira, a goteira esofágica funciona como uma calha que desvia o leite, levando-o diretamente ao abomaso. Na idade de 2-3 semanas o abomaso é ainda o compartimento mais desenvolvido (500 a 1.000 ml), já que o leite, nesta idade, ainda é o principal alimento. O rúmen, por sua vez, já apresenta uma capacidade significativa (250 a 500 mL), segundo a quantidade de alimentos sólidos que os filhotes estejam recebendo. Assim, é recomendável que, a partir da segunda semana de vida, os filhotes tenham disponíveis alimentos sólidos (feno, capim amarrado em pequenos feixes, ração concentrada), para estimular o desenvolvimento dos pré-estômagos, bem como o mecanismo da ruminação. Fonte: www.caprileite.com.br
  • 4. SISTEMA DIGESTIVO Sistema Digestivo dos Ruminantes (exemplos: boi, cabra, carneiro, veado, girafa) O sistema digestivo tem adaptações para o bom aproveitamento dos alimentos vegetais. Além de um complexo estômago, com 4 câmaras, há um longo intestino, para garantir uma boa absorção dos alimentos, pois a digestão é demorada. Enquanto que o intestino delgado do boi pode ter mais de 30 metros, nos carnívoros ele tem apenas umas cinco ou seis vezes o comprimento corporal. É no abômaso que atua o suco gástrico, digerindo os alimentos e ainda uma boa quantidade das bactérias simbiônticas. Além de garantirem a digestão da celulose pela enzima celulase que produzem, essas bactérias, quando digeridas, fornecem ainda substâncias que sintetizaram, especialmente aminoácidos, proteínas e vitamina B12.
  • 5. Fonte: www2.uol.com.br SISTEMA DIGESTIVO O que difere os ruminantes dos demais animais é o fato de serem poligástricos, ou seja, possuem quatro estômagos, chamados rúmen, retículo, omaso e abomaso. O tamanho de cada um varia no decorrer da vida do animal. Na primeira mastigação ocorre a trituração dos alimentos e a ensalivação. Em média, o bovino libera de 50 a 60 quilos de saliva por dia. Quando os alimentos fornecidos são fluidos, a salivação torna-se fraca, o conteúdo do rúmen, então, torna-se viscoso e o gás resultante a digestão causa a aparição de espumas, surgindo a indigestão gasosa ou espumosa, característicos da meteorização. Esses animais são altamente adaptados para a digestão de celulose, tornando-se completamente herbívoros quando adultos. Os alimentos mastigados e engolidos são armazenados no retículo , onde ocorre sua maceração e trituração , para voltarem à boca e serem mastigados novamente, processo chamado de ruminação. No rúmen há milhares de microorganismos, responsáveis pela digestão da celulose contida nos vegetais ingeridos e pela formação de ácidos voláteis. Percebe-se, que o aparelho digestivo dos ruminantes possui adaptações para tornar viável a sobrevivência desses microorganismos. Portanto, qualquer variação na alimentação pode modificar a colônia de bactérias, alterando a digestão do animal e podendo leva-lo a ter alguma doença. No folhoso a água do bolo alimentar é absorvida para que no coagulador ocorra o ataque do suco gástrico e a digestão propriamente dita. O suco gástrico é constituído principalmente por água, sais minerais, ácido clorídrico e pepsina ( uma proteína com ação enzimática). A partir daí, a digestão ocorre como em qualquer outro animal, com a absorção das substâncias pelo intestino delgado e absorção de água pelo intestino grosso, com a produção das fezes ( resíduos alimentares não aproveitados). Como os microorganismos residentes no estômago bovino estão constantemente reproduzindo-se e morrendo, eles também são digeridos. Na passagem de uma cavidade digestiva para outra há barreiras que impedem a passagem de bactérias vivas, o que poderia causar alguma patologia grave no animal.