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                                                   da ordem republicana no Brasil
                                                   perpassa por uma série de
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                                                   fato, a proposta de um regime
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                                                   do Equador, Revolução Praieira). A
                                                   proclamação       da       República
                                                   “aconteceu em decorrência da crise
do poder imperial, ascensão de novas correntes de pensamento político e interesse de
determinados grupos sociais. Aos fins do Segundo Reinado, o governo de Dom Pedro II
enfrentou esse quadro de tensões responsável pela queda da monarquia”. 2
            Além disto, o Brasil na segunda metade do século XIX vivenciava um
processo de industrialização e o crescimento da cafeicultura enquanto fatores de
mudança socioeconômica. As classes médias urbanas e os cafeicultores do Oeste
paulista buscavam ampliar sua participação política através de uma nova forma de
governo. Ao mesmo tempo, os militares que saíram vitoriosos da Guerra do Paraguai se
aproximaram do pensamento positivista, defensor de um governo republicano
centralizado.3
            Além dessa demanda por transformação política, devemos também destacar
como a campanha abolicionista começou a divulgar uma forte propaganda contra o
regime monárquico. Some a isto a campanha republicana, principalmente após a década
de 1870, quando ocorre a fundação do Partido Republicano.
            O Partido Republicano se divida em duas correntes principais: os
evolucionistas, que admitiam que a proclamação era inevitável, não justificando uma
luta armada, e os revolucionários, que defendiam a possibilidade de que se pegasse em
armas para conquistá-la, com mobilização popular e reformas sociais e econômicas. 4
            Para muitos abolicionistas, “o fim da monarquia era uma opção viável para
muitos daqueles que combatiam a mão de obra escrava 5 (...) intelectuais, militares e os
órgãos de imprensa defendiam a abolição como uma necessidade primordial dentro do
processo de modernização socioeconômica do país.6
            Muitos associavam o atraso do país a manutenção da escravidão e ao regime
monárquico. Nesse contexto que assistimos o crescimento da campanha republicana.

1
  Professor e funcionário da Biblioteca Clodomir Silva
2
  http://www.mundoeducacao.com.br/historiadobrasil/proclamacao-republica.htm. Por Rainer Gonçalves
  Sousa
3
  http://www.brasilescola.com/historiab/proclamacaodarepublica.htm. Por Rainer Sousa - Graduado em
  História e da Equipe Brasil Escola
4
  Ver http://www.universitario.com.br/noticias/n.php?i=5987
5
  http://www.brasilescola.com/historiab/proclamacaodarepublica.htm. Por Rainer Sousa - Graduado em
  História e da Equipe Brasil Escola
6
  http://www.mundoeducacao.com.br/historiadobrasil/proclamacao-republica.htm. Por Rainer Gonçalves
  Sousa
Vale ressaltar que, dentro as Américas, o Brasil era o único país que não era
Republicano. Difundiu-se muito uma expressão – “somos da americana e queremos ser
republicanos”.
            As bases políticas do Império ruíram por completo quando Isabel que,
ocupando interinamente o Trono, sanciona a Lei João Alfredo, mais conhecida por Lei
Áurea. Os mais tradicionais e conservadores setores da sociedade brasileira começa a
perceber a incompetência do regime monárquico de atender seus interesses
            A Igreja, setor de grande influência ideológica, também passou a engrossar
a fila daqueles que maldiziam o poder imperial. Tudo isso devido à crise nas relações
entre os clérigos e Dom Pedro II. Naquela época, de acordo com a constituição do país,
a Igreja era subordinada ao Estado por meio do regime de padroado e do beneplácito.
Através destes mecanismos o Imperador interferia na vida interna da igreja no Brasil. O
clima esquentou quando a Igreja, através da Bula Sílabas (1864), resolveu proibir a
participação de clérigos na maçonaria. Diante de tal proibição, Dom Pedro II,
utilizando-se do Padroado, não permite que tal proibição fosse cumprida no Brasil. A
desobediência à ordem imperial por parte e alguns membros da igreja, levou a punição
desde clérigos. A punição desagradou profundamente setores da igreja. O imperador foi
declarado inimigo da igreja e do cristianismo.
            É preciso ainda assinalar a importância da Guerra do Paraguai (1865-1870).
Guerra do Paraguai, que começou em 1865. No conflito, o exército brasileiro se
consolidou e sua vitória deu prestígio e reconhecimento as Forças Armadas. No entanto,
esse reconhecimento não se estendia ao campo político, onde os militares continuaram
como coadjuvantes no cenário nacional. Descontentes com a situação passam
gradualmente a apoiar movimentos republicanos e abolicionistas.7
                                                           Diante da queda inevitável, a
                                                monarquia, em uma última tentativa de
                                                sobrevivência, formou um último
                                                gabinete – era o Gabinete Ouro Preto.
                                                Ouro Preto propôs uma reforma de
                                                ordem política, social e econômica,
                                                inspirada na escola democrática. Porém
                                                essa reforma era limitada e não agradou
                                                nem aos monarquistas nem aos
                                                republicanos. Os republicanos estavam
                                                convictos de que a derrubada do governo
se fazia necessária. Francisco Glicério, Quintino Bocaiúva, Aristides Lobo 8, Benjamin
Constant, Major Sólon e Rui Barbosa conseguiram o apoio de Deodoro que era líder no
Exército na época, mas que sofreu diversas frustrações ao longo de sua carreira. 9 As
reformas do chamado Gabinete Ouro Preto chegaram tarde demais.
            Conclui SOUZA: “o golpe militar promovido em 15 de novembro de 1889
foi reafirmado com a proclamação civil de integrantes do Partido Republicano, na
Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro. Ao contrário do que aparentou, a
proclamação foi consequência de um governo que não mais possuía base de sustentação
política e não contou com intensa participação popular. Conforme salientado pelo
7
  http://lproweb.procempa.com.br/pmpa/prefpoa/pwdtcomemorativas/default.php?reg=4&p_secao=19
8
  É difícil encontrar um texto sobre a Proclamação da República no Brasil que não cite a afirmação de
  Aristides Lobo, no Diário Popular de São Paulo, de que “o povo assistiu àquilo bestializado”. Essa
  versão foi relida pelos enaltecedores da Revolução de 1930, que não descuidaram da forma
  republicana, mas realçaram a exclusão social, o militarismo e o estrangeirismo da fórmula implantada
  em 1889.
9
  http://historiandonanet07.wordpress.com/2010/11/15/a-proclamacao-da-republica/
ministro Aristides Lobo, a proclamação ocorreu às vistas de um povo que assistiu tudo
de forma bestializada”.10
            Neste dia 15 de Novembro, quando a República Brasileira comemora seus
123 anos, a data/ o feriado, merece uma reflexão e a convicção nos valores republicanos
de respeito às leis, o respeito ao bem público, acima do interesse privado e o sentido da
responsabilidade no exercício do poder.
            A proclamação da republica não passou e uma parada militar. Veja como
Jussara de Barros descreve o acontecido:
                         No dia 15 de novembro de 1889, ao passar pela Praça da
                         Aclamação, o Marechal, com espada em punho, declarou que a
                         partir daquela data o país seria uma república.11
            Como convencer Deodoro da Fonseca, um monarquista convicto de
derrubar a monarquia? É conhecido o boato de que, quando Dom Pedro II foi
informado, em Petrópolis, do golpe, decidiu voltar ao Rio de Janeiro e substituiu Ouro
Preto por Gaspar Silveira Martins, um desafeto político de Deodoro da Fonseca desde a
época do Rio Grande do Sul. Diante disto, Deodoro aderiu à causa republicana e tornou-
se seu agente principal.
            Coube a José do Patrocínio redigiu a proclamação oficial da República dos
Estados Unidos do Brasil, que foi aprovada, à noite, na Câmara Municipal do Município
Neutro, sem votação. O texto foi para as gráficas de jornais que apoiavam a causa e só
no dia seguinte (16 de novembro) anunciou-se ao povo a mudança do regime.




10
   http://www.brasilescola.com/historiab/proclamacaodarepublica.htm. por Rainer Sousa - Graduado em
   História e da Equipe Brasil Escola
11
   http://www.brasilescola.com/datacomemorativas/dia-da-proclamacao-da-republica.htm. Por Jussara de
   Barros. Graduada em Pedagogia. Equipe Brasil Escola.

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Queda da Monarquia e ascensão da República no Brasil

  • 1. Jorge Marcos de Oliveira1 O processo histórico em que se desenvolveu o fim do regime monárquico brasileiro e a ascensão da ordem republicana no Brasil perpassa por uma série de transformações em que visualizamos a chegada dos militares ao poder. De fato, a proposta de um regime republicano já vivia uma longa história manifestada em diferentes revoltas (As Inconfidências – Mineira e Baiana; na Confederação do Equador, Revolução Praieira). A proclamação da República “aconteceu em decorrência da crise do poder imperial, ascensão de novas correntes de pensamento político e interesse de determinados grupos sociais. Aos fins do Segundo Reinado, o governo de Dom Pedro II enfrentou esse quadro de tensões responsável pela queda da monarquia”. 2 Além disto, o Brasil na segunda metade do século XIX vivenciava um processo de industrialização e o crescimento da cafeicultura enquanto fatores de mudança socioeconômica. As classes médias urbanas e os cafeicultores do Oeste paulista buscavam ampliar sua participação política através de uma nova forma de governo. Ao mesmo tempo, os militares que saíram vitoriosos da Guerra do Paraguai se aproximaram do pensamento positivista, defensor de um governo republicano centralizado.3 Além dessa demanda por transformação política, devemos também destacar como a campanha abolicionista começou a divulgar uma forte propaganda contra o regime monárquico. Some a isto a campanha republicana, principalmente após a década de 1870, quando ocorre a fundação do Partido Republicano. O Partido Republicano se divida em duas correntes principais: os evolucionistas, que admitiam que a proclamação era inevitável, não justificando uma luta armada, e os revolucionários, que defendiam a possibilidade de que se pegasse em armas para conquistá-la, com mobilização popular e reformas sociais e econômicas. 4 Para muitos abolicionistas, “o fim da monarquia era uma opção viável para muitos daqueles que combatiam a mão de obra escrava 5 (...) intelectuais, militares e os órgãos de imprensa defendiam a abolição como uma necessidade primordial dentro do processo de modernização socioeconômica do país.6 Muitos associavam o atraso do país a manutenção da escravidão e ao regime monárquico. Nesse contexto que assistimos o crescimento da campanha republicana. 1 Professor e funcionário da Biblioteca Clodomir Silva 2 http://www.mundoeducacao.com.br/historiadobrasil/proclamacao-republica.htm. Por Rainer Gonçalves Sousa 3 http://www.brasilescola.com/historiab/proclamacaodarepublica.htm. Por Rainer Sousa - Graduado em História e da Equipe Brasil Escola 4 Ver http://www.universitario.com.br/noticias/n.php?i=5987 5 http://www.brasilescola.com/historiab/proclamacaodarepublica.htm. Por Rainer Sousa - Graduado em História e da Equipe Brasil Escola 6 http://www.mundoeducacao.com.br/historiadobrasil/proclamacao-republica.htm. Por Rainer Gonçalves Sousa
  • 2. Vale ressaltar que, dentro as Américas, o Brasil era o único país que não era Republicano. Difundiu-se muito uma expressão – “somos da americana e queremos ser republicanos”. As bases políticas do Império ruíram por completo quando Isabel que, ocupando interinamente o Trono, sanciona a Lei João Alfredo, mais conhecida por Lei Áurea. Os mais tradicionais e conservadores setores da sociedade brasileira começa a perceber a incompetência do regime monárquico de atender seus interesses A Igreja, setor de grande influência ideológica, também passou a engrossar a fila daqueles que maldiziam o poder imperial. Tudo isso devido à crise nas relações entre os clérigos e Dom Pedro II. Naquela época, de acordo com a constituição do país, a Igreja era subordinada ao Estado por meio do regime de padroado e do beneplácito. Através destes mecanismos o Imperador interferia na vida interna da igreja no Brasil. O clima esquentou quando a Igreja, através da Bula Sílabas (1864), resolveu proibir a participação de clérigos na maçonaria. Diante de tal proibição, Dom Pedro II, utilizando-se do Padroado, não permite que tal proibição fosse cumprida no Brasil. A desobediência à ordem imperial por parte e alguns membros da igreja, levou a punição desde clérigos. A punição desagradou profundamente setores da igreja. O imperador foi declarado inimigo da igreja e do cristianismo. É preciso ainda assinalar a importância da Guerra do Paraguai (1865-1870). Guerra do Paraguai, que começou em 1865. No conflito, o exército brasileiro se consolidou e sua vitória deu prestígio e reconhecimento as Forças Armadas. No entanto, esse reconhecimento não se estendia ao campo político, onde os militares continuaram como coadjuvantes no cenário nacional. Descontentes com a situação passam gradualmente a apoiar movimentos republicanos e abolicionistas.7 Diante da queda inevitável, a monarquia, em uma última tentativa de sobrevivência, formou um último gabinete – era o Gabinete Ouro Preto. Ouro Preto propôs uma reforma de ordem política, social e econômica, inspirada na escola democrática. Porém essa reforma era limitada e não agradou nem aos monarquistas nem aos republicanos. Os republicanos estavam convictos de que a derrubada do governo se fazia necessária. Francisco Glicério, Quintino Bocaiúva, Aristides Lobo 8, Benjamin Constant, Major Sólon e Rui Barbosa conseguiram o apoio de Deodoro que era líder no Exército na época, mas que sofreu diversas frustrações ao longo de sua carreira. 9 As reformas do chamado Gabinete Ouro Preto chegaram tarde demais. Conclui SOUZA: “o golpe militar promovido em 15 de novembro de 1889 foi reafirmado com a proclamação civil de integrantes do Partido Republicano, na Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro. Ao contrário do que aparentou, a proclamação foi consequência de um governo que não mais possuía base de sustentação política e não contou com intensa participação popular. Conforme salientado pelo 7 http://lproweb.procempa.com.br/pmpa/prefpoa/pwdtcomemorativas/default.php?reg=4&p_secao=19 8 É difícil encontrar um texto sobre a Proclamação da República no Brasil que não cite a afirmação de Aristides Lobo, no Diário Popular de São Paulo, de que “o povo assistiu àquilo bestializado”. Essa versão foi relida pelos enaltecedores da Revolução de 1930, que não descuidaram da forma republicana, mas realçaram a exclusão social, o militarismo e o estrangeirismo da fórmula implantada em 1889. 9 http://historiandonanet07.wordpress.com/2010/11/15/a-proclamacao-da-republica/
  • 3. ministro Aristides Lobo, a proclamação ocorreu às vistas de um povo que assistiu tudo de forma bestializada”.10 Neste dia 15 de Novembro, quando a República Brasileira comemora seus 123 anos, a data/ o feriado, merece uma reflexão e a convicção nos valores republicanos de respeito às leis, o respeito ao bem público, acima do interesse privado e o sentido da responsabilidade no exercício do poder. A proclamação da republica não passou e uma parada militar. Veja como Jussara de Barros descreve o acontecido: No dia 15 de novembro de 1889, ao passar pela Praça da Aclamação, o Marechal, com espada em punho, declarou que a partir daquela data o país seria uma república.11 Como convencer Deodoro da Fonseca, um monarquista convicto de derrubar a monarquia? É conhecido o boato de que, quando Dom Pedro II foi informado, em Petrópolis, do golpe, decidiu voltar ao Rio de Janeiro e substituiu Ouro Preto por Gaspar Silveira Martins, um desafeto político de Deodoro da Fonseca desde a época do Rio Grande do Sul. Diante disto, Deodoro aderiu à causa republicana e tornou- se seu agente principal. Coube a José do Patrocínio redigiu a proclamação oficial da República dos Estados Unidos do Brasil, que foi aprovada, à noite, na Câmara Municipal do Município Neutro, sem votação. O texto foi para as gráficas de jornais que apoiavam a causa e só no dia seguinte (16 de novembro) anunciou-se ao povo a mudança do regime. 10 http://www.brasilescola.com/historiab/proclamacaodarepublica.htm. por Rainer Sousa - Graduado em História e da Equipe Brasil Escola 11 http://www.brasilescola.com/datacomemorativas/dia-da-proclamacao-da-republica.htm. Por Jussara de Barros. Graduada em Pedagogia. Equipe Brasil Escola.