Capítulo chamado "A Bohemia e o Fado", retirado do livro de Carlos Leal (1877-1964): Carlos Leal No Palco e na Rua - Impressões do Homem e do Artista, Lisboa, Typ. Costa Sanches. 1920. Assim se vivia o fado nos inicios do século XX. Um belissimo retrato, escrito e vivido por um artista de teatro. Carlos de Melo Leal Actor e escritor português (Lisboa, 27/12/1879 - 15/04/1964) recebeu as seguintes distinções: Condecoração da Cruz de Cristo Condecoração de Santiago de Espada Estreou-se como actor no teatro de amadores na comédia Simplício, Castanha & Cª. Representou outras peças num teatrinho de família, à Travessa do Enviado de Inglaterra, passando depois para o Grupo Dramático Raimundo Queirós (Largo do Jardim do Regedor) e deste para o Teatro das Trinas, onde foi visto pelo actor Taborda, tinha então 16 anos. Estreia-se profissionalmente como actor a 16-06-1895, no Teatro do Príncipe Real, com a revista "Festas de Santo António", original de Dupont de Sousa e a peça "Intrigas no bairro" de Luís de Araújo, sucedendo que a peça “caiu” e a empresa durou três noites. [in: dossier nº 117 do Arquivo do TNDMII]. Em Fevereiro de 1896, por empenho de Taborda, entrou na sociedade do Teatro da Trindade, depois para o D. Amélia e para o Teatro da Rua dos Condes, sempre sob a direcção do actor Vale, sendo depois escriturado por Lucinda Simões (a qual tinha a preocupação de ensinar e com quem muito aprendeu) para o Teatro D. Amélia, com cuja companhia percorreu também as províncias [in: dossier nº 117 do Arquivo do TNDMII]; Carlos Leal, reclama porém que a sua verdadeira estreia se deu em 1896 (por erro, está 1895) no espectáculo "Retalhos de Lisboa", no Teatro da Trindade [LEAL: 1920]; Aquando a trabalhar no Teatro do Príncipe Real (sem data especificada) Carlos Leal representou o Cardeal Ximenes, o Intendente da Polícia no reinado de [A côrte] Henrique III e o nobre Marquês de Vila Garcia do Drama do povo [LEAL: 1920, 42]; Carlos Leal estreia-se como autor com a revista em dois actos "Já te pintei!", escrita em colaboração com Daniel Moreira, estreada a 23-12-1911 no Pavilhão Internacional (já demolido) no Rio de Janeiro (Brasil), sendo que as principais peças representadas enquanto autor (até 1931) são: "No país do sol" (em colaboração com Avelino de Sousa), "Braga por um canudo", "Pé de dança" (em colaboração com Avelino de Sousa), "Aguenta aí!" (em colaboração com Daniel Moreira), "A bomba", (em colaboração com o escritor brasileiro Cardoso de Meneses), "De três assobios" (em colaboração com Daniel Moreira) [in: dossier nº 117 do Arquivo do TNDMII] Em 1913, no Teatro da República (Rio de Janeiro) com uma companhia por si dirigida, Carlos Leal apresentou, entre outros espectáculos, a famosa revista intitulada "O 31" [LEAL: 1920]. - o famoso "Fado do 31" ouviu-se aqui, pela primeira vez. Carlos Leal reformou-se em 1952 [dossier nº 117 do Arqu