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Universidade Federal do Pampa Campus de Ciências Sociais de São Borja Curso de Comunicação Social - Jornalismo Desvendando a entrevista Profª. Me. Joseline Pippi São Borja, 2011.
Entrevista: “Entrevista é, acima de tudo, a arte de ouvir, perguntar, conversar.” (Garett) “A entrevista, nas suas diferentes aplicações, é uma técnica de interação social, de interpenetração informativa, quebrando assim isolamentos grupais, individuais, sociais; pode também servir à pluralização de vozes e à distribuição democrática da informação.” (Medina, 2000: 08)
Entrevista:  É técnica quando propõe obter respostas pré-pautadas por um questionário; ,[object Object],“A maioria das notícias publicada no jornal têm entrevistas como matéria-prima. A finalidade de caracterizar um texto jornalístico como entrevista é permitir que o leitor conheça opiniões, idéias, pensamentos e observações de personagem da notícia ou de pessoa que tem algo relevante a dizer.” (Manual da Folha de São Paulo) Entrevista extensiva: enquetes com a aplicação de questionários pré-elaborados por uma equipe; Entrevista intensiva: aberta, diálogo entre entrevistador e entrevistado;
FONTE – REPÓRTER - RECEPTOR Deve, acima de tudo, deixar o entrevistado à vontade, com o intuito de estabelecer uma relação que flua a ponto de transmitir claramente a informação para o receptor. ,[object Object]
 o repórter deve mostrar o ritmo da entrevista, mas nunca sobressair-se ao entrevistado: a melhor entrevista é aquela que o entrevistador não aparece;
 entrevista é um instrumento, mas deve ser, também, interação (humanidade);
 recorre ao particular na busca por informações;
 dar voz a quem tem efetivamente algo a ser dito;
 evitar, ao máximo, fontes oficiais (mais fáceis);
 dar voz ao contraponto.,[object Object]
2) Perfil do inusitado: procura-se extrair do entrevistado as principais características que a qualificariam de exótico, excêntrico. Tem por função criar uma personalidade de fachada para o entrevistado. Ex.: perfis de revistas de fofoca. 3) Perfil da condenação: baseada no julgamento maniqueísta do mocinho e do bandido. Sugestiona a condenação do mau. Ex.: programas policiais. 4) Perfil da ironia “intelectualizada”: extrai da pessoa confissões e condenações que são contestadas de forma descontextualizada; reconfigura o perfil do entrevistado. Ex.: entrevistas com personalidades que fizeram algo errado. As entrevistas de espetacularização têm por objetivo desvendar traços picantes e pitorescos de personalidades conhecidas da audiência. Propõe-se a destacar curiosidades, são superficiais na abordagem e desvinculam-se de um jornalismo socialmente engajado. Distanciam-se do diálogo a partir do momento que pretendem evidenciar o entrevistado e não o que ele diz.
- Entrevistas de compreensão (aprofundamento): 1) Entrevista-diálogo: é uma busca em comum; entrevistador e entrevistado colaboram para trazer à tona uma verdade referente ao entrevistado ou a um problema. Ex.: programas jornalísticos de entrevistas. 2) Neoconfissões: enfatiza apenas o entrevistado, o qual sente-se à vontade e realiza um mergulho interior. Pode ser traduzida com características de espetacularização, mas na maioria das vezes, é realizada de forma a evidenciar o entrevistado a partir de algum ponto em particular. Ex.: algumas entrevistas exclusivas. - Subgêneros: 1) Entrevista-conceitual: o entrevistador busca elucidar conceitos a fim de escrever uma reportagem densa. Busca especialistas que possam responder questões complexas sobre determinados assuntos para a audiência. Ex.: entrevistas realizadas para construir reportagens sobre economia, ciência, política.
2) Entrevista enquete: o tema é central e a fonte é escolhida em sua função. Procura-se mais de uma fonte para falar sobre o tema e admite-se um questionário para dar unidade à entrevista. As fontes são aleatórias: o que está em evidência é o tema. 3) Entrevista investigativa: muito utilizada para investigar informações vetadas ao público. Envolve temas de repercussão pública e está voltada para o esclarecimento de fatos. Como parte integrante de seu modus operandi estão os depoimentos em off e em on (que suportam as informações que não podem serem veiculadas). Ex.: grandes reportagens. 4) Confrontação/polemização: debate, mesa-redonda, simpósio ou seminário. Em temas polêmicos, onde há contradições e ambigüidades, torna-se necessário um confronto entre as partes envolvidas. Nesse caso, o entrevistador é mediador, instigador e investigador. Ex.: debates. 5) Perfil humanizado: entrevista aberta que mergulha no entrevistado com vistas a compreender seus conceitos, valores, comportamento. Ex.: entrevistas especiais.
As entrevistas de aprofundamento propõem um encontro com o entrevistado, um diálogo no qual as dúvidas são respondidas e os conceitos compreendidos. Este tipo de entrevista é muito utilizada no jornalismo como meio de entender a realidade dos fatos, objetivando o entendimento total por parte da audiência. Etapas do processo jornalístico: Pauta – trabalho de campo (reportagem e entrevista) – redação - edição Quem entrevistar?  Como entrevistar? Dar forma ao material Elaboração do tema e do objetivo
A entrevista passa por 4 níveis: 1º pré-pauta: idéia do tema a ser elaborada; situa o entrevistador com os dados que lhe permita movimentar-se no tema; 2º preparo do entrevistador: atualização do conhecimento sobre a pauta, pesquisa; 3º perfil da personalidade do entrevistador: desenvolver o encadeamento de perguntas, interferências, interrupções, re-orientações no discurso do entrevistado; ,[object Object]
 O entrevistado deve ser considerado: caso não seja partidário do diálogo, o entrevistador deve usar de criatividade para adquirir informações;
 preparar a pauta da entrevista com o objetivo de desbloquear a relação entrevistador – entrevistado;,[object Object]
 linguagem corporal: gestos, olhar;
 fonte inexpugnável: estabelecer interação a fim de iniciar um diálogo; deixar o entrevistado à vontade;
 inspirar confiança e seriedade (interação social criadora);4º desvendamento do Real: capacidade de aprofundamento que permite desvelar a Verdade através da entrevista. São três os elementos de aprofundamento: ,[object Object]
 cuidado técnico com a apuração da verdade: apurar o fato e fazer uso da técnica da entrevista na busca de resultados mais próximos da Verdade;
conferência dos dados: checar as versões da fonte.,[object Object]

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Desvendando a entrevista jornalística

  • 1. Universidade Federal do Pampa Campus de Ciências Sociais de São Borja Curso de Comunicação Social - Jornalismo Desvendando a entrevista Profª. Me. Joseline Pippi São Borja, 2011.
  • 2. Entrevista: “Entrevista é, acima de tudo, a arte de ouvir, perguntar, conversar.” (Garett) “A entrevista, nas suas diferentes aplicações, é uma técnica de interação social, de interpenetração informativa, quebrando assim isolamentos grupais, individuais, sociais; pode também servir à pluralização de vozes e à distribuição democrática da informação.” (Medina, 2000: 08)
  • 3.
  • 4.
  • 5. o repórter deve mostrar o ritmo da entrevista, mas nunca sobressair-se ao entrevistado: a melhor entrevista é aquela que o entrevistador não aparece;
  • 6. entrevista é um instrumento, mas deve ser, também, interação (humanidade);
  • 7. recorre ao particular na busca por informações;
  • 8. dar voz a quem tem efetivamente algo a ser dito;
  • 9. evitar, ao máximo, fontes oficiais (mais fáceis);
  • 10.
  • 11. 2) Perfil do inusitado: procura-se extrair do entrevistado as principais características que a qualificariam de exótico, excêntrico. Tem por função criar uma personalidade de fachada para o entrevistado. Ex.: perfis de revistas de fofoca. 3) Perfil da condenação: baseada no julgamento maniqueísta do mocinho e do bandido. Sugestiona a condenação do mau. Ex.: programas policiais. 4) Perfil da ironia “intelectualizada”: extrai da pessoa confissões e condenações que são contestadas de forma descontextualizada; reconfigura o perfil do entrevistado. Ex.: entrevistas com personalidades que fizeram algo errado. As entrevistas de espetacularização têm por objetivo desvendar traços picantes e pitorescos de personalidades conhecidas da audiência. Propõe-se a destacar curiosidades, são superficiais na abordagem e desvinculam-se de um jornalismo socialmente engajado. Distanciam-se do diálogo a partir do momento que pretendem evidenciar o entrevistado e não o que ele diz.
  • 12. - Entrevistas de compreensão (aprofundamento): 1) Entrevista-diálogo: é uma busca em comum; entrevistador e entrevistado colaboram para trazer à tona uma verdade referente ao entrevistado ou a um problema. Ex.: programas jornalísticos de entrevistas. 2) Neoconfissões: enfatiza apenas o entrevistado, o qual sente-se à vontade e realiza um mergulho interior. Pode ser traduzida com características de espetacularização, mas na maioria das vezes, é realizada de forma a evidenciar o entrevistado a partir de algum ponto em particular. Ex.: algumas entrevistas exclusivas. - Subgêneros: 1) Entrevista-conceitual: o entrevistador busca elucidar conceitos a fim de escrever uma reportagem densa. Busca especialistas que possam responder questões complexas sobre determinados assuntos para a audiência. Ex.: entrevistas realizadas para construir reportagens sobre economia, ciência, política.
  • 13. 2) Entrevista enquete: o tema é central e a fonte é escolhida em sua função. Procura-se mais de uma fonte para falar sobre o tema e admite-se um questionário para dar unidade à entrevista. As fontes são aleatórias: o que está em evidência é o tema. 3) Entrevista investigativa: muito utilizada para investigar informações vetadas ao público. Envolve temas de repercussão pública e está voltada para o esclarecimento de fatos. Como parte integrante de seu modus operandi estão os depoimentos em off e em on (que suportam as informações que não podem serem veiculadas). Ex.: grandes reportagens. 4) Confrontação/polemização: debate, mesa-redonda, simpósio ou seminário. Em temas polêmicos, onde há contradições e ambigüidades, torna-se necessário um confronto entre as partes envolvidas. Nesse caso, o entrevistador é mediador, instigador e investigador. Ex.: debates. 5) Perfil humanizado: entrevista aberta que mergulha no entrevistado com vistas a compreender seus conceitos, valores, comportamento. Ex.: entrevistas especiais.
  • 14. As entrevistas de aprofundamento propõem um encontro com o entrevistado, um diálogo no qual as dúvidas são respondidas e os conceitos compreendidos. Este tipo de entrevista é muito utilizada no jornalismo como meio de entender a realidade dos fatos, objetivando o entendimento total por parte da audiência. Etapas do processo jornalístico: Pauta – trabalho de campo (reportagem e entrevista) – redação - edição Quem entrevistar? Como entrevistar? Dar forma ao material Elaboração do tema e do objetivo
  • 15.
  • 16. O entrevistado deve ser considerado: caso não seja partidário do diálogo, o entrevistador deve usar de criatividade para adquirir informações;
  • 17.
  • 18. linguagem corporal: gestos, olhar;
  • 19. fonte inexpugnável: estabelecer interação a fim de iniciar um diálogo; deixar o entrevistado à vontade;
  • 20.
  • 21. cuidado técnico com a apuração da verdade: apurar o fato e fazer uso da técnica da entrevista na busca de resultados mais próximos da Verdade;
  • 22.
  • 23. a seleção da fontes de informação terá de se enriquecer através da pluralidade de vozes e, ao mesmo tempo, da qualificação humanizadora dos entrevistados descobertos;
  • 24. evitar ao máximo fontes habituais;
  • 25. o repórter deve ir em busca daquela fonte que tem efetivamente algo a dizer;
  • 26. satisfazer a própria curiosidade e, acima de tudo, a curiosidade da audiência.Classificação de fontes: Hierarquizar as fontes de informação é fundamental na atividade jornalística. Cabe ao profissional, apoiado em critérios de bom senso, determinar o grau de confiabilidade de suas fontes. E que uso fazer das informações que lhe passam.
  • 27. 1) Fonte tipo zero: documentos emitidos por instituição com credibilidade, enciclopédias renomadas, videoteipes. Essas fontes prescindem cruzamento, pois as informações são exatas e têm tradição. 2) Fonte tipo 1: é a mais confiável nos casos em que a fonte é uma pessoa; tem histórico de confiabilidade; fala com conhecimento de causa; está muito próxima do fato que relata e não tem interesses imediatos na sua divulgação. 3) Fonte tipo 2: tem todos os atributos da fonte tipo 1, menos o histórico de confiabilidade. Toda informação advinda desse tipo de fonte deve ser cruzada com pelo menos mais uma fonte. 4) Fonte tipo 3: a de menor confiabilidade. É bem informada mas tem interesses que tornam suas informações nitidamente menos confiáveis. Uma fonte desse tipo pode funcionar como ponto de partida para o trabalho jornalístico, ou, na impossibilidade de ser cruzada com outras fontes, ser publicado como informação não-confirmada. (Manual Folha de São Paulo)
  • 28.
  • 29. podem sonegar informações em benefício do representado;
  • 30.
  • 31. podem ser fontes anônimas de confiança ou espalhar boatos;
  • 32. as informações fornecidas devem ser averiguadas;3) Fontes independentes: desvinculadas de uma relação de poder ou de interesse específico. - ONG’s
  • 33.
  • 34.
  • 35. - Entrevista coletiva: entrevista na qual estão presentes jornalistas de vários veículos de comunicação. O repórter deve identificar-se (nome e veículo) e fazer a pergunta diretamente para o entrevistado. Geralmente estas entrevistas ocorrem com um tema pré-pautado. - Entrevista exclusiva: concedida a um só jornalista ou veículo de comunicação. - Entrevista pingue-pongue: publicada na forma de perguntas e respostas. Exige texto introdutório contendo a informação de mais impacto, breve perfil do entrevistado e outras informações. O trecho com perguntas e respostas deve ser uma transcrição fiel, mas nem sempre completa, da entrevista. Erros de português devem ser corrigidos e termos da linguagem coloquial, quando for difícil o entendimento. Não se deve, contudo, trocar palavras ou modificar a linguagem do entrevistado.
  • 36.
  • 37. Cada um dos itens desse planejamento, quando atribuído a um repórter.
  • 39.
  • 40. compreende a etapa na qual o repórter pesquisa sobre o acontecimento e elege as fontes que lhe fornecerão informações pertinentes;
  • 41. eleição de elementos para constarem na notícia (cumprimento do objetivo da notícia);
  • 42. organização dos dados e informações;
  • 43. checagem das informações;
  • 44. determinação dos elementos gráficos (fotografias, boxes, quadros, infográficos);
  • 45.
  • 46. Simplicidade, clareza, inteligibilidade, concisão, coerência, ordem direta;
  • 47. Cada veículo tem suas regras específicas definidas no Manual de Redação;
  • 48.
  • 50. pode ser o momento no qual o repórter deve reescrever, reestruturar o texto;
  • 52.
  • 53. LAGE, Nilson. A reportagem: teoria e técnica de entrevista e pesquisa jornalística. 6.ed. São Paulo: Record, 2006. - MEDINA, Cremilda. Entrevista: o diálogo possível.