O documento discute a importância da saúde mental na atenção primária e apresenta resultados de estudos sobre a prevalência de transtornos mentais comuns em unidades do Programa de Saúde da Família no Brasil. Também descreve uma intervenção terapêutica interdisciplinar para o tratamento desses transtornos no PSF e discute o modelo de matriciamento entre equipes da atenção primária e especializada em saúde mental.
1. Psiquiatria no Programa dePsiquiatria no Programa de
Saúde da Família (PSF)Saúde da Família (PSF)
Grupo de Pesquisa/CNPq “Saúde Mental em Atenção PrimáriaGrupo de Pesquisa/CNPq “Saúde Mental em Atenção Primária
-UERJ”-UERJ” - Sandra Fortes, Luis A.B.Villano, Claudia de S.Lopes,
Luiz Fernando Chazan
Financiamentos:Financiamentos:
- Estudo epidemiológico: Bolsa de Apoio a Tese de Doutorado –
OPAS
- Estudo: Intervenções Terapêuticas Interdisciplinares para
Tratamento de Transtornos Mentais Comuns no PSF – Lopes C
Edital MCT-CNPq / MS-SCTIE-DECIT / CT-Saúde 07/2005
Experiências de matriciamentoExperiências de matriciamento
Apoio - FM Petrópolis/Prefeitura de PetrópolisApoio - FM Petrópolis/Prefeitura de Petrópolis
Conflitos de Interesse: nenhumConflitos de Interesse: nenhum
2. Relevância da Saúde MentalRelevância da Saúde Mental
na Atenção Primáriana Atenção Primária
80% do cuidado com a saúde mental80% do cuidado com a saúde mental
É complexa. Envolve também doença física, problemas
emocionais, stress sócio-econômicos, questões de
família.
O Programa de Saúde da Família como reorganização
da atenção primária no Brasil
Muitos dos “pacientes difíceis” para as Equipes Saúde
da Família tem problemas psicossociais e/ou
psiquiátricos
Saúde mental na atenção primária não é tema com o
qual os médicos estejam familiarizados
3. Transtornos Mentais ComunsTranstornos Mentais Comuns
(TMC) na Atenção Primária no(TMC) na Atenção Primária no
BrasilBrasil
Estudos Anteriores:Estudos Anteriores:
- Anos 80: Mari, Iacoponni (UBS- São Paulo)
prevalência em torno de 50% de TMC
- Anos 90: Villano – PPGHC/OMS _ AMI/UERJ
Prevalência de 38% de transtornos mentais (CIDI)
Brasil: maior prevalência de ansiedade
Chile: maior prevalência de depressão
4. TMC no PSF de PetrópolisTMC no PSF de Petrópolis
Prevalência de TMC na demanda do médicoPrevalência de TMC na demanda do médico
- Bruto: GHQ2/3 - 56 % (95% CI 52,36 – 59,64)-n=400
- GHQ4/5- 33 % (95% CI 29,55 – 36,45)- n=251
- Ajustados: 65% (GHQ 2/3) , 37% (GHQ 4/5)
Características:Características:
- Fatores associados: mulheres,sem rede e apoio social.
Pobreza Extrema: OR: 6,993 (3,324-14,710)
- Perfil nosológico dos positivos ao GHQ(2/3):
ansiedade (40%), depressão (44%), transtornos
somatoformes (22%) e dissociativos ( 20%).
25% sem diagnóstico ao CIDI
- Forma de Apresentação: queixas médicas inexplicáveis
5. Principais Transtornos Detectados aoPrincipais Transtornos Detectados ao
Longo da Vida em Pacientes PositivosLongo da Vida em Pacientes Positivos
para o GHQ (n = 215)para o GHQ (n = 215)
Dependência ao Álcool – 6%
Esquizofrenia – 2,8%
Mania – 4,2%
Transtorno Bipolar – 3,7%
Episódio Depressivo
Moderado – 13,5%
Episódio Depressivo Severo
– 12,6%
Transtorno Depressivo
Recorrente Grave – 8,8%
Distimia – 12,6%
Agorafobia – 12,1, %
Transtorno Ansiedade
Generalizada – 12,6 %
Transtorno de Estresse
Pós-Traumático – 26 %
Transtorno Somatoforme
de Dor – 19,1 %
Transtorno Dissociativo
Motor – 14,4%
Anestesia Dissociativa –
12,6%
6. Construindo uma Intervenção emConstruindo uma Intervenção em
Atenção Primária no BrasilAtenção Primária no Brasil
- Intervenção pelo médico e enfermeiro do PSF com
supervisão de profissionais da saúde mental
(matriciamento).
- 9 sessões (sete semanais e duas quinzenais)
- Acrescentado aspectos relativos a ansiedade
- Incluído relaxamento
- Sessões de manutenção mensais
- Fornecimento de medicação – o mesmo
- Controle : “tratamento individual” pelo mesmo
médico que faz a intervenção
7. OBSERVAÇÕES
Testadas: 972 em 2006, Positivas na FASE I: em torno
de 35% (2006)
Retornam para FASE II: entre 50 a 75%
Randomizadas: em torno de 366 (18%-2006)
TEPT: 8% das pacientes randomizadas nas quatro
primeiras unidades
Drop out – 40% total
- 33% antes das duas primeiras sessões
- 7% após 2 sessões
Perdas no Follow-up:
- 5% em 16 sem. E 13% em 30 sem
Comparecimentos às sessões:
- média - 43% das iniciais -
8. Matriciamento: InterconsultaMatriciamento: Interconsulta
Problemas mais freqüentes:Problemas mais freqüentes:
Mulheres: poliqueixosas/ depressão /ansiedade
Problemas Psico-sociais: mães de crianças
desnutridas (Miranda et al, 1996)
Problemas familiares – violência
Alcoolismo
Quadros Psicóticos: a detecção precoce, o cárcere
privado, a adesão ao tratamento, integração social
9. Pacientes sem tratamento há longo tempo ou só com
algumas internações, sem continuidade.
Isolamento Social Grave (Cárcere Privado).
Muitas vezes em famílias disfuncionais, sem apoio.
Comprometimento da Capacidade Funcional em grau
elevado.
Equipe Básica do PSF não sabe lidar com a situação.
Sem conseguirem manter tratamento regular com
profissional de saúde mental na rede
Matriciamento: uma visita mensal do psiquiatra
supervisor à unidade do PSF, atendimento domiciliar
conjunto, : medicação IM pela ESF
Assistência a Pacientes comAssistência a Pacientes com
Transtornos Mentais Graves no PSFTranstornos Mentais Graves no PSF
10. Saúde Mental na Equipe Matricial (MS)Saúde Mental na Equipe Matricial (MS)
Núcleos de Atenção Saúde Família(NASF1)Núcleos de Atenção Saúde Família(NASF1)
Equipe: psiquiatra, psicólogo,TO, assistente social.Equipe: psiquiatra, psicólogo,TO, assistente social.
- Desenvolvimento de trabalho conjunto com as equipes
do saúde da família nas unidades (Interconsulta)
- Aumentando a resolubilidade do atendimento no nível
primário
- Apoiar Reforma Psiquiátrica
- Viabilizar o encaminhamento adequado para os níveis
especializados da Saúde Mental.
- Integrar a formação dos profissionais das equipes de
família, com capacitação em educação permanente
- Promover espaços de apoio as equipes do PSF