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18 • ano VIII • nº 27 • março de 2008
O
e a SAÚDE DA FAMÍLIA
Profissional de Educação Física
No ano de 1997, o Ministério da Saúde, após pro-
funda e democrática discussão no Conselho Nacional
de Saúde, baixou resolução que apontou a Educação
Física como profissão de nível superior da área da
saúde, junto com outras profissões, como Medicina,
Fonoaudiologia, Enfermagem, Biomedicina, Farmá-
cia, Nutrição, dentre outras.
Em 1998, logo após o nascimento do Conselho
Federal de Educação Física, o tema virou pauta per-
manente do Sistema nascido a partir de Lei no 9.696,
de 1° de setembro de 1998, e logo após a instituição
do Código de Ética Profissional foi criada comissão
para aprofundamento e discussão do tema. Dela nas-
ceu uma Comissão Especial para a implantação dos
Códigos da Profissão de Educação Física nos códigos
de procedimentos profissionais do Sistema Único de
Saúde (SIA-SUS), também conhecida com CBO-SUS.
O então Conselheiro Federal Juarez Müller, pro-
fessor na Universidade Federal de Santa Catarina, as-
sumiu a Coordenação e somou-se a outros doutos na
missão de elaborar minuta destes códigos, que foram
então protocolados no Ministério da Saúde. O proces-
so teve o aprove técnico no ano de 2004, com parecer
favorável pela equipe do Ministério da Saúde, e aguar-
da a construção final do CBO-SUS desde então.
Assim que publicados, os códigos representarão
as ações em saúde que os Profissionais de Educação
Física poderão implementar e representarão final-
mente a institucionalização do trabalho do Profissio-
nal de Educação Física nos hospitais, clínicas, postos
de saúde e similares por todo o país.
As doenças crônicas não transmissíveis estão
se configurando um dos grandes males universais,
atingindo países desenvolvidos, em desenvolvi-
mento e mesmo os ditos não-desenvolvidos. Fato-
res de risco como sedentarismo, tabagismo e ali-
mentação inadequada, diretamente relacionados
ao estilo de vida, são responsáveis por mais de 50%
do risco total de desenvolver algum tipo de doença
crônica, mostrando-se, nessa relação causal, mais
decisivos que a combinação de fatores genéticos
e ambientais. Dentre os fatores de risco, é possí-
vel observar que o sedentarismo mostra-se o fator
com maior prevalência na população, independen-
temente do sexo.
Portanto, fica evidente a importância de se ado-
tar um estilo de vida ativa que, de alguma forma,
pode também ajudar a controlar e a diminuir os ou-
tros fatores de risco. No ano de 2002 a Organização
Mundial da Saúde (OMS) estabeleceu como tema
prioritário a construção de políticas públicas que
coloquem em relevância a importância da prática
de exercício físico devidamente orientado e a prá-
tica cotidiana de atividade física para se atingir uma
vida mais saudável.
Muitoantesdisso,noBrasil,aFederaçãoBrasileirade
Associações dos Profissionais de Educação Física (FBA-
PEF) discutia a Educação Física inclusive em sua ação na
escola como importante para a saúde e qualidade de
vida. O ideal, conforme apontado na década de 80 pela
APEF-RJ, é que o conteúdo nas escolas inclua aprendiza-
dos e consolidações da importância do exercício físico
para este fim junto aos “futuros cidadãos”.
19
Estamos alertando as autoridades de todo o país
para os danos que podem ser minimizados com a
presença da Educação Física no atendimento de toda
a população, e já tivemos êxito com a publicação da
Portaria n° 1.065, de 4 de julho de 2005, do Ministério
da Saúde, que cria os Núcleos de Atenção Integral na
Saúde da Família. Em seu Art. 3°, esta Portaria prevê
que a Atividade Física é uma das quatro modalidades
de ação em saúde, destacada em dois itens do artigo:
o item I – alimentação/nutrição e atividade física e o
item II – atividade física.
O Art. 5° cita nominalmente a necessidade de
contratação de Profissional de Educação Física para
implantação do núcleo de atividade física. O Profis-
sional de Educação Física é citado ainda no Art.7°.
Tudo isso acontecendo e o Instituto Brasileiro de Ge-
ografia e Estatística (IBGE) divulga dados apontando
que cerca de 70% dos brasileiros praticam pouco ou
quase nenhuma atividade física regular. Por outro
lado, pesquisas comprovam que os hábitos sedentá-
rios são responsáveis por 54% do risco de morte por
infarto e 37% por câncer.
Confirmo aqui e volto a destacar os dois pri-
meiros parágrafos deste meu texto. A conquista do
Programa de Saúde da Família depende de ação in-
tegrada entre os Governos Federal, Estaduais e Mu-
nicipais, e da cobrança da população por seus di-
reitos. Neste quesito, falta ao cidadão a consciência
de que exercício físico é importante para sua saúde.
Voltamos então à nossa ação nas escolas, num cons-
tante círculo que poderá um dia levar nosso país a
estar entre os que baniram as doenças crônicas de
suas fronteiras e melhoraram a qualidade de vida de
toda a população.
O Profissional de Educação Física é o agente pro-
motor desta benesse, ratificando o papel de educa-
dor nas escolas que vai além do ensino esportivo e
de divulgador da importância dos exercícios físicos
devidamente orientados em todos os espaços que
possam mudar culturalmente a sociedade.
Lúcio Rogério dos Santos – CREF 000001-G/DF
- Profissional de Educação Física, Conselheiro
Federal CONFEF (licenciado)
O Ministro da Saúde, José Go-
mes Temporão, através da Por-
taria nº 154, de 24 de Janeiro de
2008, criou os Núcleos de Apoio
à Saúde da Família – NASFs, com
os objetivos de ampliar a abran-
gência e o escopo das ações no
setor da saúde e de incrementar a
estratégia de Saúde da Família na
rede de serviços oferecidos pelo
governo.
AsatribuiçõesdosNASFsestarão
baseadas em ações de promoção da
saúde destinadas a garantir condi-
ções de bem-estar físico, mental e
social. Os Núcleos serão constituí-
dos por equipes multidisciplinares
compostas por profissionais de dife-
rentes áreas. Dentre os profissionais
responsáveis pela condução e coor-
denação dos NASFs está o Profissio-
nal da Educação Física.
A inclusão dos Profissionais de
Educação Física no projeto ratifica
a visão do Governo e a demanda da
sociedade em relação à importância
do papel do Profissional de Educa-
ção Física na prevenção de doenças
e na promoção/manutenção da saú-
de da população. Este é mais um dos
efeitos do trabalho consistente que
o CONFEF realiza junto a poderes
públicos de todas as esferas, mídia
e sociedade.
É mais uma conquista do Sis-
tema CONFEF/CREFs. Após muita
luta junto ao Ministério da Saú-
de, justificando a importância do
Profissional da Educação Física na
Saúde da Família, o pleito foi con-
templado.
Agora é trabalhar junto às Se-
cretarias de Saúde para a inserção
do Profissional de Educação Física. 
Sem dúvida, um presente dos
10 anos de existênica do CONFEF.
Conquista Profissional de Educação Física é inserido em projeto que
cria os Núcleos de Apoio à Saúde da Família
Conheça os detalhes da Portaria nº 154, no Portal CONFEF
www.confef.org.br

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O profissional de educação física e a saúde da família

  • 1. 18 • ano VIII • nº 27 • março de 2008 O e a SAÚDE DA FAMÍLIA Profissional de Educação Física No ano de 1997, o Ministério da Saúde, após pro- funda e democrática discussão no Conselho Nacional de Saúde, baixou resolução que apontou a Educação Física como profissão de nível superior da área da saúde, junto com outras profissões, como Medicina, Fonoaudiologia, Enfermagem, Biomedicina, Farmá- cia, Nutrição, dentre outras. Em 1998, logo após o nascimento do Conselho Federal de Educação Física, o tema virou pauta per- manente do Sistema nascido a partir de Lei no 9.696, de 1° de setembro de 1998, e logo após a instituição do Código de Ética Profissional foi criada comissão para aprofundamento e discussão do tema. Dela nas- ceu uma Comissão Especial para a implantação dos Códigos da Profissão de Educação Física nos códigos de procedimentos profissionais do Sistema Único de Saúde (SIA-SUS), também conhecida com CBO-SUS. O então Conselheiro Federal Juarez Müller, pro- fessor na Universidade Federal de Santa Catarina, as- sumiu a Coordenação e somou-se a outros doutos na missão de elaborar minuta destes códigos, que foram então protocolados no Ministério da Saúde. O proces- so teve o aprove técnico no ano de 2004, com parecer favorável pela equipe do Ministério da Saúde, e aguar- da a construção final do CBO-SUS desde então. Assim que publicados, os códigos representarão as ações em saúde que os Profissionais de Educação Física poderão implementar e representarão final- mente a institucionalização do trabalho do Profissio- nal de Educação Física nos hospitais, clínicas, postos de saúde e similares por todo o país. As doenças crônicas não transmissíveis estão se configurando um dos grandes males universais, atingindo países desenvolvidos, em desenvolvi- mento e mesmo os ditos não-desenvolvidos. Fato- res de risco como sedentarismo, tabagismo e ali- mentação inadequada, diretamente relacionados ao estilo de vida, são responsáveis por mais de 50% do risco total de desenvolver algum tipo de doença crônica, mostrando-se, nessa relação causal, mais decisivos que a combinação de fatores genéticos e ambientais. Dentre os fatores de risco, é possí- vel observar que o sedentarismo mostra-se o fator com maior prevalência na população, independen- temente do sexo. Portanto, fica evidente a importância de se ado- tar um estilo de vida ativa que, de alguma forma, pode também ajudar a controlar e a diminuir os ou- tros fatores de risco. No ano de 2002 a Organização Mundial da Saúde (OMS) estabeleceu como tema prioritário a construção de políticas públicas que coloquem em relevância a importância da prática de exercício físico devidamente orientado e a prá- tica cotidiana de atividade física para se atingir uma vida mais saudável. Muitoantesdisso,noBrasil,aFederaçãoBrasileirade Associações dos Profissionais de Educação Física (FBA- PEF) discutia a Educação Física inclusive em sua ação na escola como importante para a saúde e qualidade de vida. O ideal, conforme apontado na década de 80 pela APEF-RJ, é que o conteúdo nas escolas inclua aprendiza- dos e consolidações da importância do exercício físico para este fim junto aos “futuros cidadãos”.
  • 2. 19 Estamos alertando as autoridades de todo o país para os danos que podem ser minimizados com a presença da Educação Física no atendimento de toda a população, e já tivemos êxito com a publicação da Portaria n° 1.065, de 4 de julho de 2005, do Ministério da Saúde, que cria os Núcleos de Atenção Integral na Saúde da Família. Em seu Art. 3°, esta Portaria prevê que a Atividade Física é uma das quatro modalidades de ação em saúde, destacada em dois itens do artigo: o item I – alimentação/nutrição e atividade física e o item II – atividade física. O Art. 5° cita nominalmente a necessidade de contratação de Profissional de Educação Física para implantação do núcleo de atividade física. O Profis- sional de Educação Física é citado ainda no Art.7°. Tudo isso acontecendo e o Instituto Brasileiro de Ge- ografia e Estatística (IBGE) divulga dados apontando que cerca de 70% dos brasileiros praticam pouco ou quase nenhuma atividade física regular. Por outro lado, pesquisas comprovam que os hábitos sedentá- rios são responsáveis por 54% do risco de morte por infarto e 37% por câncer. Confirmo aqui e volto a destacar os dois pri- meiros parágrafos deste meu texto. A conquista do Programa de Saúde da Família depende de ação in- tegrada entre os Governos Federal, Estaduais e Mu- nicipais, e da cobrança da população por seus di- reitos. Neste quesito, falta ao cidadão a consciência de que exercício físico é importante para sua saúde. Voltamos então à nossa ação nas escolas, num cons- tante círculo que poderá um dia levar nosso país a estar entre os que baniram as doenças crônicas de suas fronteiras e melhoraram a qualidade de vida de toda a população. O Profissional de Educação Física é o agente pro- motor desta benesse, ratificando o papel de educa- dor nas escolas que vai além do ensino esportivo e de divulgador da importância dos exercícios físicos devidamente orientados em todos os espaços que possam mudar culturalmente a sociedade. Lúcio Rogério dos Santos – CREF 000001-G/DF - Profissional de Educação Física, Conselheiro Federal CONFEF (licenciado) O Ministro da Saúde, José Go- mes Temporão, através da Por- taria nº 154, de 24 de Janeiro de 2008, criou os Núcleos de Apoio à Saúde da Família – NASFs, com os objetivos de ampliar a abran- gência e o escopo das ações no setor da saúde e de incrementar a estratégia de Saúde da Família na rede de serviços oferecidos pelo governo. AsatribuiçõesdosNASFsestarão baseadas em ações de promoção da saúde destinadas a garantir condi- ções de bem-estar físico, mental e social. Os Núcleos serão constituí- dos por equipes multidisciplinares compostas por profissionais de dife- rentes áreas. Dentre os profissionais responsáveis pela condução e coor- denação dos NASFs está o Profissio- nal da Educação Física. A inclusão dos Profissionais de Educação Física no projeto ratifica a visão do Governo e a demanda da sociedade em relação à importância do papel do Profissional de Educa- ção Física na prevenção de doenças e na promoção/manutenção da saú- de da população. Este é mais um dos efeitos do trabalho consistente que o CONFEF realiza junto a poderes públicos de todas as esferas, mídia e sociedade. É mais uma conquista do Sis- tema CONFEF/CREFs. Após muita luta junto ao Ministério da Saú- de, justificando a importância do Profissional da Educação Física na Saúde da Família, o pleito foi con- templado. Agora é trabalhar junto às Se- cretarias de Saúde para a inserção do Profissional de Educação Física.  Sem dúvida, um presente dos 10 anos de existênica do CONFEF. Conquista Profissional de Educação Física é inserido em projeto que cria os Núcleos de Apoio à Saúde da Família Conheça os detalhes da Portaria nº 154, no Portal CONFEF www.confef.org.br