Este documento discute a antropologia teológica, que estuda a relação entre o homem e Deus como seu Criador. Apresenta a definição e importância da antropologia, e discute a origem do homem segundo a Bíblia, incluindo a criação por Deus de todas as coisas e a rejeição da teoria do caos entre Gênesis 1:1-2.
2. 1. Definição e importância.
ANTROPOLOGIA:
O termo Antropologia por definição
significa o estudo sobre o homem, visto
derivar do termo grego:
anthropos = homem, ser humano;
Logos = estudo, tratado)1.
3. Antropologia teológica
é a parte da teologia que visa
explicar a relação do ser humano
enquanto criação com o seu
Criador,
tendo como principal referencial Deus
em sua Palavra.
4. IMPORTÂNCIA
Esta doutrina como parte da sistemática,
nos ajudará a fincarmos alicerce no
que se referem a doutrinas tais como:
‘pecado’, o ‘juízo’ e a ‘salvação’, pois
estas doutrinas têm como objetivo
entender a situação do homem no que
diz respeito ao passado, ao presente e
ao futuro
5. 2. A ORIGEM DO HOMEM E OS
PRESSUPOSTOS DA CRIAÇÃO
A Sagrada Escritura afirma que
a origem do homem está em
Deus visto ser Ele o criador de
todas as coisas.
6. a. A CRIAÇÃO COMO ATO PLENO DE DEUS
(GN.1:1)
“No princípio criou Deus, os Céus e a terra”
Em toda a Bíblia há provas incontestáveis de
que a criação é um ato soberano de Deus
(Is.40:12-14, Jr.10:12-16; 26-28; Am.4:12,13;
Sl.90:2; 102:26,27; Jo.1:3; Rm.1:25;
At.17:24; Cl.1:16; etc.).
7. 1°) A CRIAÇÃO OCORREU NO
TEMPO DE DEUS
Gn. 1:1a “No princípio criou Deus, [...]”
O termo hebraico ‘bereshit’
(no princípio),
é um termo indefinido que permite que se
faça a seguinte pergunta:
no princípio do que?
Gn. 1:1a “No princípio criou Deus, [...]” deve
ser entendida como sendo o princípio da
criação.
8. 2º) O PROPÓSITO DE DEUS EM
CRIAR
Para chegarmos a conclusão desta
interrogação se faz necessário:
1. a ter uma visão correta de como o mundo
veio a existir (cosmogonia do mundo)
2. entender a realidade deste mundo lançando
os alicerces de nossa fé em Deus (isto é o
que entendemos por cosmovisão
teocêntrica).
9. Para tanto precisamos de um método de
interpretação que nos livre dos
pressupostos
Este método é o histórico gramatical ou
gramático histórico.
10. a. QUE MATERIAL DEUS USOU PARA
CRIAR?
“Barah Elohim” – “[...] criou Deus [...]”
Berkhof (2001, p.124,125) afirma:
A frase criar ou produzir do nada, não se acha na Escritura.
É oriunda de um dos apócrifos, a saber, Macabeus 7:28
[...] dizer que Deus criou o mundo do nada não equivale
dizer que o mundo veio a existir sem causa. Deus mesmo,
ou, mais especificamente, a vontade de Deus é a causa da
existência do mundo. [...] Gn.1:1 registra o início da obra
da criação, e certamente não apresenta Deus produzindo o
mundo com material preexistente. Foi criação do nada,
criação no sentido estrito da palavra, [...] mesmo na parte
restante do capítulo, porém, Deus é descrito produzindo
todas as coisas pela palavra do seu poder, por um
simples fiat divino.
11. b. O QUE DEUS CRIOU?
V.1 “[...] os Céus e a terra”.
A ideia aqui esta fundamentada em uma figura
de linguagem provinda do grego que se chama
merisma2 e significa a caracterização do todo a
partir das partes. Ou seja, Deus criou todas as
coisas em seis dias, parte por parte e cada
parte da criação é de autoria divina.
(Gn.1:1; Ex.20:11; Sl.104:24; Jr.10:12; Jo.1:2,3;
At.17:24; Rm.1:20; Hb.11:3; etc.)
12. confissão de fé de Savoy:
Cremos e confessamos que aprouve a Deus,
o Pai, o Filho e o Espírito Santo, para a
manifestação da glória de seu eterno poder,
sabedoria e bondade, no princípio, criar ou
fazer do nada, o mundo e todas as coisas
existentes nele, quer visíveis, quer invisíveis,
no espaço de seis dias e tudo muito bom
(confissão de fé Congregacional: Cap.4.
parag.I. 2015, p.43)
13. b. ABANDONO DO PRESSUPOSTO DO
CAOS. (GN1:2)
(GN1:2)“A terra, porém, estava sem forma e
vazia”
Esta teoria defende a ideia de que entre os
versículos 1 e 2 a uma grande lacuna, um
intervalo de milhões de anos.
14. Grudem (1999, p.220) afirma que:
• O principal argumento bíblico em favor
desta teoria é que as palavras “sem forma e
vazia” e “trevas” em Gn.1:2 retratam uma
terra que sofrera os efeitos do juízo de Deus
[...] e as palavras hebraicas tohû (sem
forma) e bohû (vazio, vácuo) em versículos
como Isaías 34:11 e Jeremias 34:23 se
referem a locais como desertos que
sofreram as desoladoras consequências do
juízo divino.
15. Esta teoria é insustentável pelos seguintes fatos:
• Não há outros versículos na Bíblia que falem de
uma criação anterior
• A Sagrada Escritura afirma “viu Deus tudo
quanto fizera, e eis que era muito bom” Gn.1:31
• “Essa teoria precisa supor que todos os fósseis
de animais de milhões de anos atrás que
lembram de perto animais contemporâneos
indicam que a primeira criação dos reinos
animal e vegetal deu em fracasso”. (Grudem.
1999, p.222).
1. IFETE. Apostila de Antropologia teológica do instituto de formação e educação teológica disponível em: https://docs.google.com/file/d/0B-KWYr_PqHFPOEpISkRTVDBqeTg/edit
Observações: se imaginarmos no principio com relação a Deus a pergunta é: Deus tem início?
2. gr. mérisma, atos 'porção, parte, fração, pedaço', der. do v. merizó 'repartir, fracionar, compartilhar', este de merís, ídos 'parte, porção' (Houaiss, 2009)
Grifo de minha autoria para destacar a resposta que desejo dar a pergunta: por que Deus criou?