Artículo realizado por el profesor Sergio Claudino (universidad de Lisboa) sobre la Conferencia de Geografía organizada por la Unión Geográfica Internacional (UGI IGUMoscow 2015) y del VII CongresoIbérico Ibérico de Didáctica de la Geografía, (Alicante 2015)
Ensino de geografia em duas reuniões internacionais (La enseñanza de la geografía en dos reuniones internacionales 2015)
1. O ensino de Geografia em duas reuniões internacionais de 2015
Sergio Claudino
Instituto de Geografia e Ordenamento do Território.
Universidade de Lisboa (Portugal)
sergio@campus.ul.pt
Em 2015, realizaram-se duas reuniões internacionais em que o ensino de Geografia foi
debatido: a Conferência Regional de Geografia, organizada pela União Geográfica
Internacional/UGI, em parceria com a Lomonosov Moscow State University, em Moscovo, de
17 a 21 de agosto e o VII Congresso Ibérico de Didática da Geografia, promovido pelo Grupo de
Didática da Geografia da Associação de Geógrafos Espanhóis e pela Associação de Professores
de Geografia, em colaboração com a Universidade de Alicante/Espanha, que decorreu nos dias
20 e 21 de novembro.
As sessões sobre Educação Geográfica foram as segundas mais numerosas, apenas suplantadas
pela Comissão de Urbanismo. A partir da publicação dos resumos das comunicações1
, foi
efetuado o seguinte levantamento de comunicações e posters.
1
IGU Moscow (2015). Book of Abstracts. Lomonosov Moscow State University, Moscow, 1660 p.
2. Quadro 1 – Conferência Regional de Geografia/Educação geográfica: comunicações e
posters
Comunicações Posters
Nº Nº
comunicantes
Nº Nº
comunicantes
Tecnologias geoespaciais
na educação geográfica
14 41 2 3
Formação dos professores
de Geografia
12 16 3 7
Investigação empírica e na
sala de aula
8 17 4 4
Currículos nacionais e
padrões internacionais
8 13
Ensino disciplinar
integrado e Geografia
7 17 1 2
Redes internacionais e
inovações
7 10 3 8
Avaliação nacional e
internacional
3 4 1 2
As tecnologias geoespaciais foram as mais numerosas, muitas delas em parceria. Seguem-se as
comunicações mais centradas nos professores, na sua formação e atividade. A investigação
empírica, o ensino integrado e o desenvolvimento de redes internacionais surgem com uma
relevância menor, ainda assim superior à da avaliação no ensino de Geografia.
Os professores russos foram os que participaram em maior número no Congresso (13
comunicações e 8 posters). Os Estados Unidos surgem, cada vez mais, com uma presença
significativa nestes eventos (6 comunicações e 1 poster). Há uma limitada participação
britânica (2 comunicações), contrariando a tradição da UGI. Enfim, há uma reduzida
participação ibero-americana, avultando, destacando-se, ainda assim, a participação brasileira
(2 comunicações).
O dia 20 de agosto foi intitulado “IGU for Schools, School for IGU”. Nele foi assinalada a
International Declaration on Research in Geography Education, lançada a discussão mais de um
ano antes e que na Conferencia Regional de 2014 se concluíra merecer, ainda uma reflexão
mais aprofundada.
O 33º Congresso Internacional de Geografia de Pequim (21 a 25 de agosto de 2016, com site
em http://www.igc2016.org) terá por tema “Shaping Our Harmonious Worlds”, com o que se
pretende sublinhar a necessária harmonia entre humanidade e natureza. O envio de
comunicações decorre de 15 de setembro de 2015 a 15 de fevereiro de 2016. A organização do
evento concederá bolsas de participação no Congresso, particularmente a estudantes de pós-
graduação e a geógrafos de países menos desenvolvidos ou nações emergentes”, como se
pode ler no referido site.
3. Como em todos os eventos internacionais, este foi uma ocasião de encontro de especialistas
dos vários países. Como se demonstra pelas poucas comunicações realizadas em parceria, há
uma reduzida formação de parcerias internacionais. A revisão da Carta Internacional poderá
constituir um bom momento de debate nesse sentido.
Ao contrário da Conferência Regional de Geografia, com mais de 1000 participantes de todo o
mundo, o VII Congresso Ibérico contou com cerca de 250 participantes, cerca de 70 de língua
portuguesa, na sua maioria brasileiros. Teve por tema “Investigar para Inovar no Ensino de
Geografia” –reclama-se o contributo da investigação para a inovação no ensino de Geografia.
A manhã do Congresso foi preenchida com Cuma conferência sobre a investigação em Didática
da Geografia com a integração no Espaço Europeu de Ensino Superior; a análise, por um
professor universitário de Análise Regional, da abordagem do clima nos manuais escolares, e
uma terceira intervenção sobre o papel do professor como mediador na aprendizagem de
Geografia coma tecnologias de informação. Da parte da tarde, uma mesa redonda tentava
concretizar de forma ainda mais clara o debate sobre o tema do Congresso: “Difusão da
investigação e inovação em Didática da Geografia”.
Quadro 2 - Textos por temas, países e autores
Espanha Portugal Brasil Misto
Textos Autores Textos Autores Textos Autores Textos Autores
A inovação do
ensino da
geografia a partir
da incorporação
no Espaço
Europeu de
Ensino Superior
8 18 1 1 1 2 3 8
O ensino do
tempo
atmosférico e do
clima nos níveis
educativos não
universitários.
Propostas
Didáticas
6 7
O professor como
mediador digital
na aprendizagem
da Geografia
19 40 5 9 2 3 0 0
Difusão da
investigação e
inovação em
Didática da
Geografia
6 15 5 7 7 15 1 3
Exemplificação 1 5
TOTAL 40 85 11 17 17 20 4 11
4. A partir do livro publicado com as intervenções no Congresso
2
, os textos (de conferências e
comunicações) de autores espanhóis foram cerca de metade da totalidade dos textos
publicados (Quadro 3), existindo um valor médio de dois autores por texto. Portugal apresenta
um quarto dos textos espanhóis, com muito menos autores, e o Brasil é segundo país em
termos de participação, ultrapassando o contributo português. O papel do professor como
mediador digital teve a maioria das intervenções, seguido do eixo de “Difusão da investigação
e inovação em didática da Geografia”. Pela distribuição das comunicações, identifica-se um
eixo de investigação sobre o estudo do clima no ensino não superior, que constitui uma
especificidade espanhola.
Foram apresentadas duas exposições sobre outros tantos projetos de ensino experimental
portugueses: uma exposição sobre o Projeto Tejo, efetuada pela Associação de Professores de
Geografia, e outra sobre o Projeto Nós Propomos!, da responsabilidade do Instituto de
Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Lisboa.
O VII Congresso Ibérico de Didática da Geografia terminou com uma sessão solene, em que foi
anunciado pela Dra. Emília Sande Lemos o VIII Congresso em Portugal, em local a anunciar.
Seguiu-se um itinerário urbano pela bonita e turística cidade de Alicante, como constava do
programa.
2
Sebastiá Alcaráz, R.; Tonda Moloor, Emília Maria (Coord.) (2015). Investigar para Innovar en la Enseñanza de la
Geografía. Grupo de Didáctica de la Geografía, Associación de Geógrafos Españoles, Alicante. Note-se que alguns
textos foram publicados de foram repetida e não foram, por nós, considerados.