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FENOMENOLOGIA
FENÔMENO
 Entende-se por fenômeno qualquer coisa que
esteja de algum modo e em qualquer sentido
presente à mente, isto, é qualquer coisa que
apareça, seja ela externa (um raio de luz, uma
batida de porta...) seja ela interna (uma dor
de estômago, uma lembrança...) que
pertença a um sonho, ou uma idéia geral
abstrata da ciência.
FENOMELOGIA
 Segundo Peirce, é a descrição e a análise das
experiências que estão em aberto para todo
homem, cada dia e hora, em cada canto e
esquina de nosso cotidiano.
 Fenômeno é tudo aquilo que aparece à
mente, corresponda a algo real ou não.
 A fenomenologia tem a tarefa dar à luz as
categorias mais gerais, simples, elementares
e universais de todo e qualquer fenômeno.
FENOMELOGIA
 Ou doutrina das categorias tem por função
desenredar a emaranhada meada daquilo
que, em qualquer sentido, aparece, ou seja
fazer análise de todas as experiências é a
primeira tarefa a que a filosofia tem de se
submeter.
 Pela observação direta dos fenômenos ,
discrimina diferenças nesses fenômenos e
generaliza essas observações.
Faculdades que devemos
desenvolver para esta tarefa:
 1. A capacidade contemplativa, isto é, abrir as
janelas do espírito e ver o que está diante dos
olhos;
 2. Saber distinguir, discriminar resolutamente
diferenças nessas observações;
 3. Ser capaz de generalizar as observações
em classes ou categorias abrangentes.
Categorias do pensamento e da
natureza
 PRIMEIRIDADE: consciência em primeiridade é
qualidade de sentimento e, por isso mesmo, é
primeira, ou seja, a primeira apreensão das coisas,
que para nós já aparecem, já é tradução, finíssima
película de mediação entre nós e os fenômenos.
Qualidade de sentir é o modo mais imediato, mas já
imperceptivelmente medializado de nosso estar no
mundo. Sentimento é, pois, um quase-signo do
mundo; nossa primeira forma rudimentar, vaga,
imprecisa e indeterminada de predicação das coisas.
Categorias do pensamento e da
natureza
 SECUNDIDADE: há um mundo real, reativo,
um mundo sensual, independente do
pensamento e, no entanto, pensável, que se
caracteriza pela secundidade.
 O simples fato de estarmos vivos, existindo,
significa, a todo momento, consciência
reagindo em relação ao mundo. Existir é
sentir a ação de fatos externos resistindo à
nossa vontade.
Categorias do pensamento e da
natureza
 Primeiridade é a categoria que dá à
experiência sua qualidade distintiva, seu
frescor, originalidade irrepetível e liberdade.
 Secundidade: é aquilo que se dá à experiência
seu caráter factual, de luta e confronto. Ação
e reação, sem o governo da camada
mediadora da intencionalidade, razão ou lei.
Categorias do pensamento e da
natureza
 TERCEIRIDADE: aproxima um primeiro e um
segundo numa síntese intelectual, corresponde à
camada de inteligibilidade, ou pensamento em
signos, através da qual representamos e
interpretamos o mundo.
 Ex: o azul, simples e positivo azul, é um primeiro.
O céu, como lugar e tempo, aqui e agora, onde
se encarna o azul, é um segundo. A síntese
intelectual, elaboração cognitiva – o azul no céu,
ou o azul do céu – é um terceiro.
TERCEIRIDADE
 A mais simples idéia de terceridade é aquela de
um signo ou representação. E esta diz respeito
ao modo, o mais proeminente, com que nós,
seres simbólicos, estamos postos no mundo.
 Para conhecer e compreender qualquer coisa, a
consciência produz um signo, ou seja, um
pensamento como mediação irrecusável entre
nós e os fenômenos. E isto, já ao nível do que
chamamos de percepção.
TERCEIRIDADE
 Perceber não é senão traduzir um objeto de
percepção em um julgamento de percepção, ou
melhor, é interpor uma camada interpretativa
entre a consciência e o que é percebido.
 O simples fato de olhar já está carregado de
interpretação, visto que é sempre o resultado de
uma elaboração cognitiva.
 O homem só conhece o mundo porque de
alguma forma, o representa e só interpreta essa
representação numa outra representação,
denominada, interpretante da primeira.
TERCEIRIDADE
 Daí que o signo seja uma coisa de cujo
conhecimento depende do signo, isto é,
aquilo que é representado pelo signo.
 Daí que para nós, o signo seja um primeiro, o
objeto um segundo e o interpretante um
terceiro.
 Para conhecer e se conhecer o homem se faz
signo e só interpreta esses signos traduzindo-
os em outros signos.
TERCEIRIDADE
 Em síntese, compreender, interpretar e traduzir
um pensamento em outro pensamento num
movimento ininterrupto, pois só podemos
pensar um pensamento em outro pensamento.
 O significado de um pensamento ou signo é um
outro pensamento.
 Ex: para esclarecer o significado de uma
determinada palavra, temos que recorrer a uma
outra palavra que, em alguns traços, possa
substituir a anterior.
SEMIÓTICA
 Estão enraizadas na fenomenologia as bases
para a Semiótica, pois é justo na terceira
categoria fenomenológica que encontramos
a noção de signo genuíno ou triádico.

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Fenomenologia: A análise das experiências

  • 2. FENÔMENO  Entende-se por fenômeno qualquer coisa que esteja de algum modo e em qualquer sentido presente à mente, isto, é qualquer coisa que apareça, seja ela externa (um raio de luz, uma batida de porta...) seja ela interna (uma dor de estômago, uma lembrança...) que pertença a um sonho, ou uma idéia geral abstrata da ciência.
  • 3. FENOMELOGIA  Segundo Peirce, é a descrição e a análise das experiências que estão em aberto para todo homem, cada dia e hora, em cada canto e esquina de nosso cotidiano.  Fenômeno é tudo aquilo que aparece à mente, corresponda a algo real ou não.  A fenomenologia tem a tarefa dar à luz as categorias mais gerais, simples, elementares e universais de todo e qualquer fenômeno.
  • 4. FENOMELOGIA  Ou doutrina das categorias tem por função desenredar a emaranhada meada daquilo que, em qualquer sentido, aparece, ou seja fazer análise de todas as experiências é a primeira tarefa a que a filosofia tem de se submeter.  Pela observação direta dos fenômenos , discrimina diferenças nesses fenômenos e generaliza essas observações.
  • 5. Faculdades que devemos desenvolver para esta tarefa:  1. A capacidade contemplativa, isto é, abrir as janelas do espírito e ver o que está diante dos olhos;  2. Saber distinguir, discriminar resolutamente diferenças nessas observações;  3. Ser capaz de generalizar as observações em classes ou categorias abrangentes.
  • 6. Categorias do pensamento e da natureza  PRIMEIRIDADE: consciência em primeiridade é qualidade de sentimento e, por isso mesmo, é primeira, ou seja, a primeira apreensão das coisas, que para nós já aparecem, já é tradução, finíssima película de mediação entre nós e os fenômenos. Qualidade de sentir é o modo mais imediato, mas já imperceptivelmente medializado de nosso estar no mundo. Sentimento é, pois, um quase-signo do mundo; nossa primeira forma rudimentar, vaga, imprecisa e indeterminada de predicação das coisas.
  • 7. Categorias do pensamento e da natureza  SECUNDIDADE: há um mundo real, reativo, um mundo sensual, independente do pensamento e, no entanto, pensável, que se caracteriza pela secundidade.  O simples fato de estarmos vivos, existindo, significa, a todo momento, consciência reagindo em relação ao mundo. Existir é sentir a ação de fatos externos resistindo à nossa vontade.
  • 8. Categorias do pensamento e da natureza  Primeiridade é a categoria que dá à experiência sua qualidade distintiva, seu frescor, originalidade irrepetível e liberdade.  Secundidade: é aquilo que se dá à experiência seu caráter factual, de luta e confronto. Ação e reação, sem o governo da camada mediadora da intencionalidade, razão ou lei.
  • 9. Categorias do pensamento e da natureza  TERCEIRIDADE: aproxima um primeiro e um segundo numa síntese intelectual, corresponde à camada de inteligibilidade, ou pensamento em signos, através da qual representamos e interpretamos o mundo.  Ex: o azul, simples e positivo azul, é um primeiro. O céu, como lugar e tempo, aqui e agora, onde se encarna o azul, é um segundo. A síntese intelectual, elaboração cognitiva – o azul no céu, ou o azul do céu – é um terceiro.
  • 10. TERCEIRIDADE  A mais simples idéia de terceridade é aquela de um signo ou representação. E esta diz respeito ao modo, o mais proeminente, com que nós, seres simbólicos, estamos postos no mundo.  Para conhecer e compreender qualquer coisa, a consciência produz um signo, ou seja, um pensamento como mediação irrecusável entre nós e os fenômenos. E isto, já ao nível do que chamamos de percepção.
  • 11. TERCEIRIDADE  Perceber não é senão traduzir um objeto de percepção em um julgamento de percepção, ou melhor, é interpor uma camada interpretativa entre a consciência e o que é percebido.  O simples fato de olhar já está carregado de interpretação, visto que é sempre o resultado de uma elaboração cognitiva.  O homem só conhece o mundo porque de alguma forma, o representa e só interpreta essa representação numa outra representação, denominada, interpretante da primeira.
  • 12. TERCEIRIDADE  Daí que o signo seja uma coisa de cujo conhecimento depende do signo, isto é, aquilo que é representado pelo signo.  Daí que para nós, o signo seja um primeiro, o objeto um segundo e o interpretante um terceiro.  Para conhecer e se conhecer o homem se faz signo e só interpreta esses signos traduzindo- os em outros signos.
  • 13. TERCEIRIDADE  Em síntese, compreender, interpretar e traduzir um pensamento em outro pensamento num movimento ininterrupto, pois só podemos pensar um pensamento em outro pensamento.  O significado de um pensamento ou signo é um outro pensamento.  Ex: para esclarecer o significado de uma determinada palavra, temos que recorrer a uma outra palavra que, em alguns traços, possa substituir a anterior.
  • 14. SEMIÓTICA  Estão enraizadas na fenomenologia as bases para a Semiótica, pois é justo na terceira categoria fenomenológica que encontramos a noção de signo genuíno ou triádico.