O documento fornece informações sobre a região Sul do Brasil, incluindo seus estados (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul), vegetação, rios, usinas hidrelétricas, agricultura, economia, turismo, cultura e principais cidades. Detalha também tradições culturais como danças, indumentária e o papel do cavalo na cultura gaúcha.
1. Informações e dados da região Sul do Brasil:
· Estados: Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
· Vegetação: Mata dos Pinhais ou de Araucárias (regiões de planalto); Mata Atlântica (região da
Serra do Mar); Campos (na região da Campanha Gaúcha ou Pampa no Rio Grande do Sul).
· Rios Principais: rio Paraná, rio Uruguai, rio Itajaí, rio Jacuí e rio Pelotas
· Usinas Hidrelétricas: Usina Hidrelétrica de Itaipú (no rio Paraná), Machadinho (rio Pelotas) e Itá
(no rio Uruguai).
2. · Agricultura (principais produtos agrícolas): soja, trigo, arroz, algodão, cana-de-açúcar, laranja,
uva, café, erva-mate.
· Economia: bem diversificada e desenvolvida. Destacam-se as indústrias de transformação,
automobilística, têxtil, alimentícia, produtos eletrônicos e tecnológicos. A área de serviços também é
muito importante, destacando-se o turismo nas cidades litorâneas, principalmente, de Santa Catarina.
O comércio também é bem movimentado em toda região Sul.
· Social: Grande parte das cidades da região sul apresenta ótimos índices sociais e de qualidade de
vida.
· Turismo: as cidades litorâneas possuem uma excelente infra-estrutura turística (aeroportos,
pousadas, hotéis, parques, etc). As praias se destacam pelas belezas naturais, principalmente no
litoral catarinense. Há também o turismo histórico-cultural, com cidades de arquitetura do período
da colonização italiana e alemã (final do século XIX e início do XX).
· Cultura: muitas cidades do sul do país foram fundadas por colonos alemães e italianos. Portanto, a
cultura desta região é fortemente marcada pela influência cultural destes países europeus. Festa
típicas, danças, músicas e a culinária são marcadas por traços alemães e italianos.
Na culinária podemos destacar o arroz carreteiro, chimarrão e churrasco (típicos do Rio Grande do
Sul). Em Santa Catarina destacam-se os pratos a base de camarão, o marreco com repolho roxo e a
bijajica. No Paraná, os pratos mais típicos são arroz com pinhão, barreado e o carneiro no buraco.
· Principais Cidades da Região Sul:
- Estado do Paraná: Curitiba (capital), Londrina, Maringá, Foz do Iguaçu, Ponta Grossa, Cascavel,
São José dos Pinhais, Colombo, Guarapuava.
- Estado de Santa Catarina: Florianópolis (capital), Joinville, Blumenau, São José, Criciúma,
Lages, itajaí, Japecó e Jaraguá do Sul.
- Estado do Rio Grande do Sul: Porto Alegre (capital), Canoas, Gravataí, Viamão, Novo
Hamburgo, Alvorada, São Leopoldo e Sapucaia do Sul.
3. Definições
Veja as definições apresentadas pelo professor Inami para as principais manifestações folclóricas do Paraná:
Fandango: bailado popular típico dos caiçaras e pescadores do litoral paranaense. Os dançarinos usam
tamancos com solado de madeira que são batidos no chão. É dançado em recinto fechado, de preferência
uma casa de madeira com tábuas de assoalho largas e flexíveis. Um conjunto formado por viola, rabeca,
violão e pandeiro são os responsáveis pela música. Para alimentar os fandangueiros, o prato especial é o
barreado.
Congada da Lapa: bailado popular com representação cênica que se originou com os Jesuítas. Eles
utilizaram a congada para converter os africanos pagãos. A manifestação chegou e se manteve no Paraná,
graças aos descendentes de escravos que faziam o auto no dia de São Benedito.
Cavalhadas de Guarapuava: é uma reminiscência dos torneios da Idade Média. Revive as lutas entre os
mouros e critãos, com função dramático-religiosa.
Boi de Mamão: reúne outras manifestações como a dança-do-pau-de-fitas, e a ressureição e morte do boi,
tradição no litoral catarinense.
Dança de São Gonçalo: originária de Portugal, envolve reza e procissão em devoção a São Gonçalo, santo
popular em Portugal. Foram encontradas manifestações dessa tradição também na Ilha dos Valadares.
Cuá-fubá: é uma melodia com texto e coreografia executados durante o mutirão prestado por lavradores em
favor de um deles, em localidades do interior. Após o trabalho é oferecido um café e almoço para os
participantes.
4. POTRILHO - cavalinho mamão que ainda depende do leite materno da égua até os dois anos, quando vira
potro apto para a doma. Na cena, o gaúcho está de volta "às casas" depois da lida de um dia no campo, tendo
o potrilho baio junto da égua para que possa ser alimentado (Fonte: Agenda Gaúcha 2005, de Dorotéo
Fagundes, com ilustração do artista plástico Vasco Machado).
Tradições Gaúchas
5. "Nada melhor que as tradições para retemperar a saúde de
nossa alma brasileira"
(Mário de Andrade)
NEM SEMPRE HERÓI....
O mito gaúcho é recente, sua data mais antiga é 1617, "mozos perdidos", que viviam inicialmente na proximidade
de Santa Fé, atual Argentina.
Em Buenos Aires eram chamados de "cuatreros e vagabundos", que roubavam e assolavam o campo. Em 1642,
os jesuítas registraram vagabundos que pilhavam as estâncias das missões. Em 1759, foram designados de
"gaudérios ou gaúchos", estes homens que circulavam pela Capitânia de Rio Grande de São Pedro. Durante a
época das safras eles conseguiam empregos temporários nas fazendas de criação de gado.
Durante a Revolução Farroupilha, eles perdem seu termo pejorativo e passam a serem considerados homens
dignos, bravos, patriotas e destemidos. Eles são cultuados, a partir deste momento como indivíduos irreverentes,
guerreiros, ligados as lidas do campo e do gado.
6. O gaúcho, foi uma figura masculina, que em meados do século dezenove já era mito. Símbolo dos pampas, no
decorrer da história, torna-se um arquétipo de "Ser Nacional". Era-lhe atribuídos predicados múltiplos como:
hombridade, valentia, espírito de luta entre outras. Um homem que havia forjado uma forma de vida sob a qual o
estigma da liberdade sinaliza seus passos. Um ser indomável que vivia solitário e desprendido de qualquer
conforto.
Foi estilizado e cultuado na literatura como um "centauro dos pampas"ou "monarca das coxilhas", um semi-deus
que galopava livre distribuindo justiça e generosidade.
Grande parte da ideologia do gaúcho, encontra-se hoje preservada pelos atuais CTG's, que surgiram no final da
década de 40, frutos de um desejo apaixonado de resgatar as raízes da cultura gaúcha. Através de suas
atividades, reproduzem com orgulho os hábitos do homem do campo, que colonizou e fez crescer o Estado,
mantendo sempre acesa a chama da história.
Todo o povo gaúcho, sempre exaltou a coragem de seus ancestrais, canta seu apego à terra e seu grande amor
pela liberdade.
ORIGEM DO NOME
A origem da palavra GAÚCHO, tem muitos segmentos. Segundo alguns autores, o termo provém do guarani e
significaria "homem que canta triste", aludido provavelmente à "cantilena arrastada dos minuanos".
A maioria dos autores rio-grandenses, no entanto, diz que seria uma corruptela da palavra Huagchu, de origem
quêchua, traduzida por guacho, que significa órfão e designaria os filhos de índia com branco português ou
espanhol.
O CAVALO EM CENA
O folclore do Rio Grande, dignifica a magnitude da alma do povo gaúcho, legendário na história e amante fiel do
seu bravo companheiro: o cavalo.
Não se concebe um gaúcho sem seu cavalo. A galope, este cavaleiro é o rei dos pampas. Foi através de seus
trópeis e cavalgadas que se completou a integração da região rio-grandense no século dezenove.
No campo vislumbrava-se este herói alado com seu pala esvoaçante ao sabor do vento minuano. Em suas veias
7. correm todos os sangues: índio, português e levemente negro. Assim era o jovial habitante dos pampas. Ao seu
lado, uma linda prenda.
A DOMA
Este cavaleiro indomável é exímio domador. A doma é a parte mais empolgante dos rodeios, o maior atrativo das
festas dos Centros Tradicionalistas do Rio Grande do Sul.
Neste evento, o peão cavalga sem arreios, em pêlo. Homem e cavalo tentam uma aproximação. O animal
corcoveia, pinoteia em uma luta feroz corpo a corpo. O peão insiste em domar o cavalo. O cavaleiro pode acabar
beijando o chão ou o cavalo sossega domado. Todo este feito é acompanhado pelo aplauso e delírio de uma
grande assistência.
Uma doma festiva é bonita de se ver! É regada a gaita de fole, pessoas pilchadas, muitos cânticos e poesia. Pode-se
ouvir:
"Vou me embora , vou me embora
Prenda minha, tenho muito o que fazer
Vou partir para rodeio, prenda minha
no campo do bem querer.
No potreiro dos teus olhos, prenda minha
Eu prendi meu coração
Ficou preso e mui bem preso, prenda minha
Este potro redomão".
8. OS COSTUMES DO GAÚCHO
"Gaúcho, forte e ágil, sua arma é o laço, que atado a cincha do lombilho, o braço campeiro, boleia e arremessa
com vigor o seu potente laço. Simples e ingênuo, desfaz as sugestões de desprezo, porque a liberdade é a mais
alta afirmativa da natureza humana".
Os hábitos do gaúcho são em geral ligados à vida no campo. Os mais conhecidos são:
É ágil no uso do laço – o gaúcho sabe laçar um cavalo ou um boi usando o laço, feito de couro trançado.
Ser condutor de gado, ou seja, tropeiro - normalmente esse trabalho é realizado por um peão tanto de dia como à
noite, faça sol ou faça chuva, esteja nevando ou soprando o minuano.
Fazer do cavalo um companheiro – o gaúcho procura nunca se separar do cavalo, animal introduzido, no nosso
rincão gaúcho, através das Missões, pelos padres jesuítas. O cavalo é chamado pelo gaúcho de pingo. O Rio
Grande do Sul tem manadas de grande beleza: os baios, os alazões, os pangaré e tantas outras pelagens.
Seu alimento predileto é o churrasco e o arroz de carreteiro.
Sua bebida preferida é o chimarrão.
A ALEGRIA NO PALCO GAÚCHO
As danças gaúchas são a legítima expressão de sua alma. Em todas elas vê-se o espírito de fidalgia e o respeito a
figura feminina, que sempre caracterizou o campesino rio-grandense. Todas também dão margem para ele
extravasar a sua criativa teatralidade.
9. As danças folclóricas gaúchas, possuem uma peculiaridade, são sempre evolucionadas aos pares. Este fato
encontra justificativa na formação histórica do povo gaúcho, uma sociedade que só se firmou e deitou raízes nesta
terra através da participação atuante da mulher. Ela jamais foi reclusa como as mulheres das Casas Grandes, dos
engenhos do Nordeste.
As danças dos pares entrelaçados faz muito sucesso.
A mais típica representação tradicional do Rio Grande do Sul, no campo das danças, é o velho "fandango".
As danças folclóricas são: Pezinho; Balaio; Chula; Xote; Boilaneira; Canaverde; Anu; Maçanico; Tatu com Volta
Romeiro; Tirana do Lenço; Rancheira de Carreinha e a Chimarrita.
As Danças de Salão são: Valsa; Vaneira; Vaneirão; Xote; Milonga; Bugio; Rancheira e Chamamé.
INDUMENTÁRIA GAÚCHA
A partir de 1865 definiu-se a indumentária do gaúcho atual.
Vestuário característico masculino:
Chapéu de couro ou de feltro de abas largas preso pelo barbicacho, o poncho sobre os ombros, o lenço
geralmente de cores vivas, de nó corrediço. Uma camisa de lã ou de pano grosso.
Na cintura, a "guaiaca", cinto largo onde traz a faca e a garrucha no coldre. As bombachas, calças largas
apertadas no tornozelo, as botas com "chilenas" (esporas de rosetas grandes) e finalmente ao pulso a presilha do
rebenque da várias tiras, não esquecendo do laço de couro de burro.
Está ele pronto nos pampas para enfrentar.
O Lenço:
Usado ao pescoço, pode ser de diversas cores, sendo a branca e a vermelha as mais comuns. No passado,
tiveram conotações políticas: o vermelho republicano (1835), maragato ou federalista (1893), maragato ou
libertador (1923); a branca pica-pau (1893) e chimango (1923). O preto somente é usado em sinal de luto.
O lenço é amarrado por nós, sendo que há mais de dez modelos diferentes. Alguns exemplos: nó-de-rodeio,
"Assis Brasil", "farroupilha", nó-de-domador, "namorador", cabeça-de-touro e "rapadura".
10. Vestuário característico feminino:
De 1820 a 1870 a mulher gaúcha usou vestido de seda ou veludo, botinhas fechadas, travessa nos cabelos, leque,
meias brancas e xale. Era a influência européia.
A mulher campesiana usava uma saia e um casaquinho, meias, cabelos soltos ou trançados, sapatos fechados e
ao pescoço um pequeno triângulo de seda, chamado Fichu.
A partir de 1870 até os tempos de hoje, a prenda usa vestido de chita sem muitos babados, meia branca,
sapatilhas pretas sem salto alto, bombachinha, flor ou fita no cabelo e sem muitas jóias e maquiagem. A prenda
conserva a simplicidade da mulher gaúcha, sem afetar a beleza de um ser de padrões morais superiores.
SEMANA FARROUPILHA
À meia-noite do dia 7 de setembro de 1947 nasceu a chama crioula, iniciativa deste grupo de estudantes para
homenagear os soldados mortos na Revolução Farroupilha e na Segunda Guerra Mundial. A chama crioula que
acabava de nascer significava a liberdade e a confraternização entre os povos do mundo.
No dia 11 de dezembro de 1964, através da Lei 4.850, a Assembléia Estadual do Estado do Rio Grande do Sul,
oficializou a ronda gaúcha, com o nome de Semana Farroupilha. O período de comemoração passou a ser de uma
semana, do dia 14 à 20 de setembro.
Em 1996 , através de lei federal, o dia 20 de setembro foi oficializado o dia do gaúcho ou dia da liberdade, no qual
são homenageados os heróis da Revolução Farroupilha.
Na Semana Farroupilha é intensa a programação dos CTG’s no Brasil e em outros países. No dia 14 de Setembro a
chama crioula chega na maioria dos 2500 CTG’s espalhados por todo o Brasil.
A chama vai ao Parque da Harmonia, no centro de Porto Alegre, onde ficam acampados centenas de CTG’s,
durante a Semana Farroupilha. A chama crioula vai também ao Palácio Piratini, sede do governo do Estado. O
próprio governador acende o candeeiro com a chama crioula, a qual ficará guarnecida por soldados da Brigada
Militar até o dia 20 de Setembro.
Durante a Semana Farroupilha são realizados estudos, palestras, atividades campeiras, culturais e também
grandes bailes gauchescos.
O Rio Grande do Sul, sob a magia e o encanto de suas belas paisagens, nos oferece um riquíssimo folclore. Tão
grande acervo brotou da convivência do homem do campo às margens da fronteira, mesclado com as raças do
litoral, comungado com a farta dádiva da natureza criadora.
11. O folclore gaúcho é seiva da hospitalidade do povo rio-grandense, onde germinam usos e costumes espontâneos.
O folclore gaúcho tem o gosto marcante do chimarrão, a alegria contagiante dos fandangos e o olhar matreiro do
Cruzeiro do Sul.
ORAÇÃO DO GAÚCHO
D. Luiz Felipe de Nadal, bispo de Uruguaiana
"Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo e com licença do Patrão Celestial. Vou chegando, enquanto cevo o
amargo de minhas confidências, porque ao romper da madrugada e ao descambar do sol, preciso camperear por
outras invernadas e repontar do Céu, a força e a coragem para o entrevero do dia que passa.
Eu bem sei que qualquer guasca, bem pilchado, de faca, rebenque e esporas, não se afirma nos arreios da vida,
se não se estriba na proteção do Céu. Ouve, Patrão Celeste, a oração que te faço ao romper da madrugada e ao
descambar do Sol: "Tomara que todo o mundo seja como irmão ! Ajuda-me a perdoar as afrontar e não fazer aos
outros o que não quero para mim".
Perdoa-me, Senhor, porque rengueando pelas canhadas da fraqueza humana, de quando em vez, quase sem
querer, eu me solto porteira a fora... Êta potrilho chucro, renegado e caborteiro... mas eu te garanto, meu
Senhor, quero ser bom e direito ! Ajuda-me, Virgem Maria, Primeira Prenda do Céu. Socorre-me, São Pedro,
Capataz da Estância Gaúcha. Pra fim de conversa, vou dizer meu Deus, mas somente para ti, que tua vontade
leva a minha de cabresto pra todo o sempre e até a querência do Céu.
Amém."
Fonte: Raízes Históricas, adaptado do texto de Rosane Volpatto.
Santa Catarina
12. OKTOBERFEST,
A FESTA DA CERVEJA
É no mês de outubro, durante 18 dias de festa, que os moradores de Blumenau têm oportunidade de
mostrar para o Brasil a riqueza cultural herdada dos antepassados vindos da Alemanha.
Criada em 1984, com o propósito de arrecadar fundos para a reconstrução da cidade castigada por
duas grandes enchentes, a Oktoberfest tornou-se a maior festa das tradições germânicas na
América Latina e o principal destino turístico de Santa Catarina no mês de outubro. Mais do que
isso: tornou-se a segunda maior festa da cerveja do mundo, perdendo apenas para Munique. Nesta
cidade, a festa foi realizada pela primeira vez em 12 de outubro de 1819, em comemoração ao
casamento do rei Luís I, futuro rei da Baviera, com a princesa Tereza sa Saxônia. Durante quase
um século, a festa esteve ligada a corridas de cavalos, exposições, barracas com vendas de artigos
locais e diversas atrações. Somente em 1918 é que foi permitida a inclusão de bebida alcoólica, em
13. especial a cerveja, dando à comemoração a alegria que a tornou conhecida em todo o mundo.
Mas, além dos milhões de litros de cerveja que são consumidos em Blumenau (SC), a Oktoberfest
tem outros pontos fortes: o desfile de abertura, com a participação de carros alegóricos, e o
Bierwagen (carro da cerveja) que faz a alegria dos "loucos por cerveja" e circula todas as tardes
festivas distribuindo chope de graça.
Blumenau, a cidade que acontece essa grandiosa festa, foi fundada em 1850 pelo médico e
farmacêutico alemão, Hermann Bruno Otto Blumenau, que obteve do governo provincial as terras
onde poderia criar uma colônia agrícola para imigrantes europeus. Nos primeiros anos de
funcionamento, a colônia foi propriedade particular de seu fundador, mas dificuldades financeiras o
forçaram a pedir ao governo que assumisse o empreendimento. O doutor Blumenau ficou na direção
da colônia até 1880, quando ela foi elevada à categoria de município. O antigo território que, em
1934, compreendia 10.610 km2 foi reduzido aos 531 km2 atuais. No restante, há 31 outros
municípios.
Blumenau é considerada ainda, a capital financeira de Santa Catarina, é a mais importante cidade
do Vale do Itajaí e concentra sua economia no setor industrial. A agroindústria, o setor de
informática, o setor metal-mecânico e a produção artesanal de cristais também são bastante
14. desenvolvidos.
O centro da Oktoberfest, que fica na Vila Germânica, funciona o ano todo. Dez lojas instaladas em
construções que lembram uma autêntica vila alemã vendem camisetas, canecas de chope com o
símbolo da tradicional festa da cerveja, chocolates, vinhos e vários outros itens artesanais. A área
conta também com restaurantes de comida típica.
Não dá para deixar de visitar também o Museu da Cerveja, localizado na praça onde fica a
Cervejaria Continental, que dispõe de duas salas que abrigam peças utilizadas na fabricação da
cerveja nas décadas de 1940 e 1960. O espaço exibe ainda, fotos antigas de Blumenau e imagens
do álbum da Cervejaria Brahma.
O turismo é a mais nova e cada vez mais rentável atividade econômica de Blumenau que, em 1981, foi
premiada pela imprensa especializada do País, como a Cidade Turismo do Brasil.
Outras cidades catarinenses, seguindo o calendário de Blumenau, também passaram a organizar
festas típicas em Santa Catarina no mês de outubro, dentre as quais se destacam a Oktoberfest em
Joinville, a Fenarreco em Brusque e a Marujada de Itajaí, dando várias opções aos turistas que
visitam a região nesse período.
SCHÜTZENVETEIN
O jeito europeu de viver e as tradições germânicas são facilmente percebidos pelos visitantes, por
exemplo, nos clubes de caça e tiro espalhados pela cidade, que abriga também a sede da Federação
Catarinense de Tiro ao Alvo.
15. Esses clubes de caça e tiro é uma tradição que remonta o período da Idade Média, onde cada
povoado dependia de suas próprias forças, para sobreviver e então foi criada uma organização de
auto-defesa. Formou-se assim, corporações de atiradores também no norte da França, Saxônia,
Suíça, Turquia e Tirol.
Além disso, era muito popular a realização de grandes festas de caça nas propriedades dos senhores
feudais. Amigos de distantes lugares reuniam-se para essas caçadas de confraternização. O melhor
caçador era proclamado o rei da caça e no ano seguinte a festa deveria ser realizada em sua
propriedade.
Haviam ainda, muitos divertimentos, desfiles, com a participação dos chefes das clãs e de toda a
nobreza. Os brasões e os estandartes dos nobres eram hasteados, e o produto da caçada era
transformado em um grande banquete que durava vários dias. No século XIX essas festividades
foram reduzidas aos folguedos das Schützenfest.
Essa tradição veio para o Brasil através dos imigrantes alemães a partir de 1824, entrando pelo vale
do Rio dos Sinos, no Rio Grande do Sul. Pouco depois, em 1829, ela chega a São Pedro de
Alcântara, perto de Florianópolis, para posteriormente ser registrada em Blumenau, em 1850.
Aqui, em terras brasileiras o camponês teve que fazer uso da arma para se defender de animais
selvagens e eventuais ataques de bugres. Entretanto, para proteger à fauna de grandes abates,
foram criadas stands de tiros, onde se pudesse praticar o tiro ao alvo.
Essas reuniões cercadas de muita alegria, originaram as primeiras festas dos atiradores. A primeira
festa oficial, entretanto, que reuniu todos os atiradores da colônia de Blumenau, aconteceu no dia 2
de dezembro de 1859 e foi dedicada ao aniversário do imperador D. Pedro II.
Com desenvolvimento da colônia, outros grupos foram sendo fundados e os colonos, demonstrando
as suas habilidades, passaram a disputar entre si o título de rei do tiro (Schützenkönig),
transformando essas sociedades em lugar de diversão para as suas famílias.
16. Um dos aspectos importantes desses clubes é a não-discriminação de classe entre os associados.
Como a maioria das sociedades está localizada em distritos e zonas rurais, grande parte dos sócios é
constituída por operários e colonos, mas nas festas o mais simples lavrador e o mais abastado
comerciante ou industrial se divertem juntos.
É interessante dizer que Blumenau é o município que reúne o maior número de sociedade de
atiradores no mundo (34). Este fato causa espanto e admiração aos turistas europeus que visitam
essa região.
IMIGRAÇÃO ALEMÃ
Logo após a independência do Brasil, começaram a chegar o território os imigrantes alemães,
perfazendo um total de 250 mil em 100 anos.
A imigração alemã, porém, não é a mais significativa em termos numéricos, representando
aproximadamente 1/6 do total de italianos. Entre 1850 e 1909 entraram mais ou menos quinze mil
alemães em cada década; para o período anterior o número é quase insignificante (apenas 6.938
alemães foram assentados nas regiões de São Leopoldo, Rio Grande do Sul (RS); Rio Negro,
Paraná (PR) e Mafra e São Pedro de Alcântara, Santa Catarina (SC). O maior fluxo ocorreu no
período que se seguiu à primeira guerra mundial: na década de 1920 aqui chegaram cerca de 75.000
alemães, quase 30% do total.
Houve assentamentos de alemães em outros estados, mas foram efêmeros, especialmente em Minas
Gerais e na Bahia. No Espírito Santo, até hoje, os pomerânios são objeto de curiosidade por
terem mantido algumas das suas tradições, apesar da imigração alemã para aquele estado ter durado
17. apenas um curto período.
OS DEZ MANDAMENTOS DA CERVEJA:
1. Não envelheça, pois ela já vem pronta. Estocar a partir de 90 dias começa a perder qualidade.
2. Evite sol, para não oxidar, e as engarrafadas guarde em pé.
3. Evite o congelamento. Gele na temperatura ideal.
4. Nunca volte à geladeira após o desgelo.
5. Tome na temperatura de 4 a 6 graus. Mais geladas que isso adormece as pupilas gustativas,
comprometendo o sabor, e prejudica a formação da espuma na cerveja.
6. Use copos e canecas transparentes - estimula tomar pelo visual dourado.
7. Evite resíduos de gorduras nos copos, acabam com o colarinho e liberam o gás carbônico,
deixando o líquido meio choco.
8. Tome com colarinho para reter o aroma e evitar a liberação do gás carbônico.
18. 9. Sirva corretamente. Derrame uma dose e espere o colarinho baixar, incline o copo a 45 graus,
despejando o líquido devagar enquanto o colarinho sobe.
10. Ingira moderadamente para ter boa saúde. Ela é rica em vitaminas, carboidratos, proteínas e
aminoácidos. É hidratante por conter 90% de água, e apenas de 3 a 5 graus de álcool. Um copo de
cerveja contém apenas 80 calorias, sendo folclore associar o consumo de cerveja com a formação de
barriga. Os acompanhamentos gordurosos é que engordam.
CULINÁRIA ALEMÃ
KASSELER À MODA ANTIGA ALEMÃ
Ingredientes:
250g de pão francês
1 tablete de caldo de bacon
1 colher de chá de sal
1/2 xícara de chá de mel
1/2 kg de cebola
1 colher de chá de pimenta-do-reino
1 colher de chá de manjerona
1 colher de chá de cominho
19. 1 maço salsa
Acompanhamento:
250 gramas de creme de leite
1 pitada de pimenta-do-reino
1 colher de sopa de cebola
6 batatas grandes
Modo de Preparo:
Colocar o pão de molho no caldo de carne e bacon. Juntar os demais ingredientes. Colocar a carne
numa assadeira, regar com o caldo e o mel. Assar em forno quente por 1/2 hora, regando 3 vezes.
Se preferir, cozinhar numa panela em forno brando. Neste caso, não colocar o mel.
Acompanhamento:
Ralar a cebola e misturar bem o creme de leite e a pimenta-do-reino. Abrir as batatas ao meio e
rechear com o creme. Envolver em papel alumínio e assar por cerca de 1 hora.
BOLO DE CERVEJA
Ingredientes:
6 ovos
300 g de açúcar
3 colheres (sopa) de manteiga (cheias)
300 g de farinha de trigo
1 xícara (chá) de cerveja
1 colher (chá) de fermento em pó
Modo de Preparo:
Bater as claras em neve e, sem parar de bater, adicione o açúcar, a manteiga, as gemas e a farinha já
misturada com a cerveja em temperatura ambiente e o fermento. Bater rapidamente, despejar numa
fôrma untada e assar.
20. Erly Oleques Teixeira, à esquerda na foto, ao lado de Maria Urruth Oleques, está, nesta data,
completando mais um ano de vida. Mãe, aqui vão os cumprimentos dos filhos pela passagem de tua Data
Natalícia. "Que o Patrão Velho te conceda, com a sua benevolência, muitas e muitas campereadas na
Invernada da Existência!". Feliz Aniversário!
O Conjunto Gaúcho Os Monarcas - o Melhor Grupo de Baile de 2004).
"Quem conhece o gaúcho campeiro não desfaz jamais sua estampa, não debocha do seu linguajar, nem do
jeito oriundo do Pampa. Esse índio de bota e bombacha, que a Mãe-Terra-Gaúcha gerou, é uma marca
na "anca-da-história" que o tempo jamais apagou" (Os de Bota e Bombacha, do Álbum "No Tranco dos
Monarcas")
21. O Diário Digital Bombacha Larga cumprimenta Os Monarcas pela autenticidade na indumentária e
pela preservação da autêntica música regional gaúcha, hoje tão aviltada por outros Grupos que se
intitulam "tradicionais", mas que, na realidade, já cederam aos apelos comerciais do "mercado". Os
Monarcas são um exemplo de gauchismo. Usam o lenço, a guaiaca, a bombacha, a pilcha gaúcha,
porque são gaúchos. Crêem que para vender no resto do país desnecessário o "despilchamento", a
descaracterização, a perda da identidade. Parabéns ao Grupo pela trajetória e pela postura coerente,
onde o discurso e a prática andam juntos. Para dançar ou escutar uma música alegre, cujos temas falam
do jeito de viver dos gaúchos, e com a autêntica musicalidade sulista, "não tem pra ninguém, tchê!":
tem que ser Os Monarcas! Confira, vivente!
22. Apenas Saudades
Autor: Ieda Brock
Ah, que saudades que dá na gente
Quando se acorda cedito e não se escuta o
Galo cantar, o cusco a latir e as vacas a berrar.
Saudades de ver o terneirinho pulando faceiro
Em roda de sua mãe.
Saudades do fogão de lenha que de longe
Se vê a fumaça se perder no ar.
Daquele café gostoso do bule preto
Da broa de milho com manteiga e chimia
23. E as vezes até torresmo pra quem queria.
Ah, saudades de andar na geada sentindo os
Estalinhos do gelo
De parecer que está fumando
De ficar com lábios e bochechas vermelhos
E voltar pra casa correndo
Sentar em um banquito
Na frente do fogão até se esquentar.
Saudades do chimarrão antes do meio dia
Dos bolinhos de sonhos com canela nos dias de chuva.
Saudades do entardecer
Dos animais se achegando pro galpão
Dos banhos rápidos por causa do frio.
Ah, e que saudades do pijama de pelúcia cheio de bichinhos
Da sopa com bastante tempero levantando fumaça.
Saudades da oração do Santo Anjo
Saudades de uma noite tranqüila
Ouvindo sons de grilo e coruja cantar.
Saudades,
Apenas saudades...
24. Marilete Soares Marques, hoje, em Brasília, está completando mais um ano de vida. "Que o Patrão
Velho te conceda, com a sua benevolência, muitas e muitas campereadas, na Invernada da
Existência!". Os nossos cumprimentos pela passagem de tua Data Natalícia. Parabéns!
25. Grupo Musical Gaúcho do CTG Estância da Serra. Parabéns a essa xiruzada macanuda!
Um Grupo Musical, para ser genuinamente Gaúcho, não basta ostentar palavras gaúchas no nome como
"tchê", por exemplo. Necessário se faz o uso da autêntica indumentária dos gaúchos. Precisamos, hoje,
desses peões e dessas prendas que têm como ideal a conservação da rica cultura gaúcha.
Prendas de Danças Tradicionais Gaúchas, do CTG Estância da Serra, da cidade de Osório-RS.
26. As danças folclóricas são e sempre serão a melhor forma de expor a identidade de um povo. A Tradição
Gaúcha, por intermédio de inúmeros Grupos Folclóricos e Invernadas Artísticas de Centros de
Tradições Gaúchas, foi, por inúmeras vezes, bem representada, nos mais diferentes lugares do mundo.
Parabéns à Patronagem do CTG.
...e na Alemanha!
27. Churrasco: prato típico do gaúcho.
TELURISMO - Barbosa Lessa, em sua obra "Nativismo – um fenômeno social gaúcho",
referindo-se a telurismo, assim se expressa: "A esse contato entre Terra e homem se
chama força telúrica. Parte da força cósmica – que é de todo o Universo. E
telurismo é a capacidade de sentir a presença do solo, do chão, da gleba, amando-a
a mais não poder". Segundo Edilberto Teixeira, "Telurismo é a influência do solo de
uma região sobre o caráter e os costumes de seus habitantes. O que é pertencente ou
relativo à terra, a sua força telúrica”. (Maria Ezabel T. de Moura – MTG/RS).
28. Invernada Artística Adulta de Danças Tradicionais Gaúchas, do CTG Cultivando a
Tradição, de Quilombo-SC. Parabéns aos componentes, Posteiro e Patronagem do
Cultivando a Tradição, pela preservação das autênticas tradições do povo gaúcho!
Antonio Augusto Fagundes, referindo-se à tradição, diz: "Em Direito, tradição
significa entrega. Em seu sentido mais amplo, que é o que interessa para o presente
estudo, tradição quer dizer o culto dos valores que os antepassados nos legaram.
Todo o grupo social, toda a nação tem sua própria escala de valores e é essa escala
que torna os povos distintos entre si."(Maria Izabel T. de Moura-MTG/RS).
29. CARRETA: veículo tosco e pesado, de duas rodas, grande, com tolda ou não, puxado por diversas juntas de
bois (Minidicionário Guasca, de Zeno e Rui Cardoso Nunes, 2a Edição, Porto Alegre: Martins Livreiro
Editor, 1986).
Nosso acervo cultural retrata a paisagem sem fim de nossos campos, cortados pelos
tropeiros, os rangidos choromingantes das carretas de bois e o grito sentinela do
quero-quero (Maria Izabel T. de Moura-MTG/RS).
O carreteiro, de Berega.
30. "A viagem vem decorrendo sem acidentes e o tempo ajudando. Os bois, soltos, pastam
pachorrentos próximo à aguada. Os carreteiros mateiam, enquanto preparam a comida
junto à velha carreta que, com sua parafernália de objetos, avios e cargas, se destaca na
planura do campo. O carreteiro é um paciente; para ele, a roda do tempo gira na velocidade
do lento girar das rodas do seu veículo. A carreta é como um grande barco que, chorando as
rodas e rangendo o cordame, vai ligando, mui lentamente, os portos das estâncias num
imenso e verde mar chamado Pampa!"
PTG - Piquete de Tradições Gaúchas - Guarda Velha, fazendo a Ronda à Chama
Crioula, no CTG Sentinela dos Cerros, de Caçapava do Sul-RS, no dia 19 Set 2004,
durante as comemorações da Semana Farroupilha.
O povo gaúcho deve orgulhar-se de possuir tão bela tradição. É um pedestal que ostenta o chimarrão, a
doma, o fandango, o pealo, a marcação, as lendas, as pilchas, a música, a poesia, os causos, as trovas,
etc. A vida passa do real para a fantasia, nas narrativas do Negrinho do Pastoreio, Lenda do Jarau,
Boitatá, Angüera, etc. As fascinadoras danças da Chula, Facões, Anu, Pezinho, Chimarrita, Balaio e
outras apresentadas pelos grupos de danças ou ainda as danças de salão como o Chote, a Valsa, a
Rancheira, o Bugio, a Vaneira e o Vaneirão!
31. "Tradição não é simplesmente o passado. O passado é o marco. A Tradição é a
continuidade. O passado é o acontecimento que fica. A Tradição é o fermento que
prossegue. O passado é a paisagem que passa. A Tradição é a corrente que continua. O
passado é a flor e o fruto que findaram. A Tradição é a semente que perpetua. O passado
é o começo, as raízes. A Tradição é a seiva circulante, o prosseguimento. Enfim: Tradição é
tudo aquilo que do passado não morreu" (Hélio Rocha).
TRADIÇÃO - A palavra tradição vem do latim, do verbo "tradere" (traditio, traditionis) que
significa trazer, entregar, transmitir, ensinar. Logo, tradição é a transmissão de fatos
culturais de um povo, quer de natureza espiritual ou material, ou ainda é a
transmissão dos costumes feita de pais para filhos no decorrer dos tempos, ao
sucederem-se as gerações. É a memória cultural de um povo. É um conjunto de idéias,
32. usos, memórias, recordações e símbolos conservados pelos tempos, pelas gerações,
sendo assim a eterna vigilância cultural! (Maria Izabel T. de Moura-MTG/RS).
CENTRO DE TRADIÇÕES GAÚCHAS: PRESERVAÇÃO DOS USOS E COSTUMES DO POVO
GAÚCHO!
33.
34. Membros da Patronagem e do Quadro Social do CTG Herdeiros da Tradição, de Francisco Beltrão, no
Estado do Paraná!