O documento resume as principais escolas éticas da história, incluindo a ética socrática, platônica, aristotélica, estoica, epicurista, medieval, kantiana, marxista e discursiva. Cada escola apresenta uma perspectiva diferente sobre o que constitui a moral e a conduta ética correta.
2. Ética socrática: Para Sócrates, (469 a.C/399
a.C), a moral é o ápice da filosofia, único
caminho para se atingir a felicidade plena
consiste na prática da virtude por meio da
atitude filosófica. Ele é tido como pai da ética,
pois antes dele não há uma reflexão
organizada sobre o tema. Sócrates foi um
crítico dos sofistas, que, segundo ele,
apregoavam uma ética de ocasião. Para ele, o
mal era fruto da ignorância, por isso acreditava
na racionalidade como meio para se atingir o
conhecimento. Sócrates defendia a existência
de valores absolutos na ordem metafísica, com
base na racionalidade humana da alma.
3. Ética Platônica : Platão (427 a.C- 347 a.C)
aprofundou as reflexões de Sócrates, propondo
o retorno da sociedade a uma vida mais
simples. Seria necessário reduzir a propriedade
ao mínimo e promover a extinção das relações
familiares para se criar uma irmandade dirigida
pelo Estado. A sociedade deveria ser
governada pelos filósofos, os únicos com
capacidade de alcançar o bem em seu grau
máximo, pois só eles compreendem o supremo
bem. A prática da justiça caberia aos filósofos,
e as virtudes menores seriam desenvolvidas
pelos soldados e pelos trabalhadores comuns
4. Ética aristotélica: Enquanto Platão buscava no
mundo ideal a base para a prática do bem,
Aristóteles (384 a.C- 322 a.C) propunha um
caminho aparentemente contrário. Segundo
ele, a lei que governa a sociedade deveria
levar em consideração as limitações humanas
e criar instituições capazes de promover o bem
e reprimir o mal. Agir corretamente seria
praticar a virtude, isto é, buscar o meio termo
entre os dois vícios: a prática do excesso e da
escassez. A ética aristotélica pode ser definida
como teleológica (estudo da finalidade), isto é,
visa atingir um objetivo, estando preocupada
com as consequências das atitudes.
5. Ética estoica : Desenvolvido durante o
período helenístico, o estoicismo despreza
os prazeres, ao considerá-los como a
fonte de todos os males do ser humano.
Para Zenão (336 a.C- 263 a.C) as paixões
devem ser eliminadas, pois só trazem
sofrimento. Ser virtuoso consiste em
aceitar o destino com serenidade,
buscando a paz interior e o autocontrole.
O homem sábio vive em harmonia com a
razão e com a natureza que o cerca,
mas fora da política.
6. Ética Epicurista: Para o epicurismo
também surgido no helenismo, o bem
consiste na busca do prazer. No entanto,
Epicuro (324 a.C- 271 a. C) principal
representante do hedonismo,
considerava o prazer físico também uma
causa de sofrimento. Ele apregoava uma
ataraxia, isto é, uma atitude de desvio do
sofrimento em busca dos prazeres
espirituais, dentre eles, a amizade.
7. Ética Medieval:. A conduta deve se pautar
no amor a Deus sobre todas as coisas e no
amor ao próximo. Se alguém afirmar: Eu
amo a Deus, mas odiar seu irmão, é
mentiroso por quem não ama seu irmão a
quem vê não pode amar a Deus a quem
não vê. A ética que foi desenvolvida na
Idade Média europeia tinha um caráter
sincrético, pois os filósofos desse período
herdaram elementos do pensamento
grego e os fundiram ao pensamento bíblico
(Santo Agostinho e Tomás de Aquino)
8. Ética Kantiana: Kant fez da ideia de dever
o centro de sua filosofia moral.
Analisando os princípios da consciência
moral, concluiu que ela é capaz de
elaborar normas universais, uma vez que
a racionalidade é uma marca do ser
humano. No Kantismo, a razão humana é
legisladora no que concerne à moral,
quando essa é regida por imperativos
categóricos, que designa um dever que é
livremente praticado pela pessoa, pois
um ato moral só é válido se praticado de
forma autônoma, consciente e por dever.
9. Ética marxista: Em sua teoria do
materialismo dialético, Marx considera
que o modo como a sociedade se
organiza para a produção econômica
condiciona o desenvolvimento das
estruturas sociais como a religião, a
política, a educação, a moral etc. Isso
significa que as manifestações da
consciência do ser humano, como a
moral, são determinadas pelo modo
produtivo da economia.
10. Ética discursiva: A ética discursiva se
caracteriza pelo uso da razão (razão
comunicativa). Para o filósofo alemão
Habermas, a razão comunicativa se propõe
descentralizada, isto é, supõe o diálogo, uma
relação entre as pessoas com mediação
discursiva. O grande problema desse sistema
ético está na possibilidade de se estabelecer
uma igualdade de condições para a
realização do diálogo livre, visto que a atual
sociedade se caracteriza mais pelas
desigualdades sociais e pela segregação de
minorias.