Hermenêutica e crítica bíblica do Evangelho de Lucas
1. EVANGELHO DE LUCAS
Quando se apresentavam palavras tuas, as devorava:
Tuas palavras eram para mim contentamento
E alegria de meu coração.
Pois teu Nome era invocado sobre mim, IAHWEH, Deus dos exércitos.
Jr 15,16.
HERMENÊUTICA1
DO N.T
A. Crítica das formas
Existe uma crítica das formas que leva o estudioso a não ler tudo como se tudo fosse a
mesma coisa. Uma coisa é parábola, outra coisa é: alegoria, disciplina eclesial, discurso
missionário, escatologia, milagre, apofitéguima ou ditos do Senhor, narração histórica. É
Distinguir para em cada momento para saber diante de que se está.
B. Crítica das fontes
O Evangelho de Marcos está em Mateus 85% e em Lucas 65%. Além disso, existem muitos
versículos na questão sinótica mais de 200 em Mateus e Lucas se equiparam, mas que não
existem em Marcos. Por exemplo, as três tentações de Jesus são narradas por Mateus e Lucas
em ordem invertida, segunda e terceira, e que não se encontram na fonte Marcos. Onde os dois a
buscaram? É certo que um não leu o Evangelho do outro. Uma fonte que costumou se chamar
fonte Q. Então, quais são as fontes dos Evangelhos sinóticos? A crítica das fontes se dedica a
este estudo: Marcos e fonte Q, de maneira muito genérica. Além disso, Mateus e Lucas têm
material próprio; além do material de Marcos, eles deviam ter tido uma fonte própria, fonte L (para
Lucas) e fonte M (para Mateus). Esta crítica das fontes trata de investigar até que ponto as fontes
influenciaram em um determinado evangelista, no nosso caso, sobretudo, Lucas e Mateus.
Dessas duas críticas (outras: crítica histórica, crítica da redação, crítica canônica. Crítica
contextual, crítica social), como a mais importante seria a crítica das formas, ou seja, catalogar
um material Evangélico e não imaginar que tudo seja a mesma coisa. Uma coisa é gênero de
milagre, outra coisa é gênero parabólico, narração histórica. Se soubermos fazer uma distinção
desses gêneros já temos uma visão diferente, mais crítico. Atenção às críticas das formas: aquele
texto proposto onde se encaixa melhor? Sabendo e se lembrando que não se faz ainda uma
crítica histórica: se existiu ou não.
1. O MUNDO POLÍTICO DOS TEMPOS DO N.T.
Antes do século I da era cristã
1. De 323 à 175 a.C.
1
HERMENÊUTICA é a arte de interpretar um texto (antigo/clássico), buscando aproximar-se o mais possível da intencionalidade
so autor (sentido literal) a fim de que seja possível uma atualização.
2. É a passagem do judaísmo, época persa para a época helenista. Foi a primeira grande
invasão do Ocidente no Oriente com Alexandre Magno; ele propriamente iniciou sua carreira 10
anos (333 a.C) antes quando derrotou o último rei persa, terminou para os judeus repatriados do
antigo exílio o período persa.
2. De 175 à 63 a.C.
Antíoco Epífanes IV subindo ao trono tomou a peito a helenização de todo o seu território: a
Síria e a Palestina. O que significava na época helenizar? (Helenismo é uma mistura híbrida de
cultura grega com culturas orientais locais, produzida pelas conquistas de Alexandre o Grande);
destruir velhas cidades e reconstruí-las nos moldes da polis da Grécia: construir grandes
avenidas, cardos com um ginásio onde se praticava a cultura do corpo, a ginástica e onde os
gregos estavam totalmente nus; os gregos e os romanos nunca tiveram escrúpulos de ficaram
nus uns com os outros (mas para os judeus isso era uma abominação); introduzir nas cidades os
jogos Olímpicos (de 4 em 4 anos) como acontecia na Grécia; passar a falar o grego comum e não
por último aceitar também o panteon religioso da Grécia com seus em primeiro lugar e depois os
desuses subalternos. Antíoco tomou a peito e levou a sério a helenização do seu reino e todos
aceitaram tranquilamente porque o progresso e a modernidade naquela época pareciam naquela
direção, os ventos sopravam desse lado. Os únicos refratários a isso foram os judeus.
3. De 63 à 4 a.C.
Em 63 e diante do judaísmo esmigalhado por lutas civis, o general Pompeu entrou em
Jerusalém e dominou a cidade e passa a Palestina a ser província romana. Inicialmente foi bom
porque os romanos puseram fim as lutas fratricidas de judeus entre si que não se entendiam e se
devoravam uns aos outros. Chegou mesmo a penetrar no Sancta Sanctorum de Jerusalém.
Era cristã
De 04 à 30 d.C. > período de Jesus
De 30 à 70 d.C. > período apostólico
De 70 à 140 d.C. > período sub-apostólico ou pós-apostólico (Evangelho)
De 70-140 foi a época em que a maior parte do Evangelho foi escrita. Aí está um resumo
da história: desde Alexandre, O Grande até os imperadores romanos dos tempos e um pouco
depois de Jesus. É bom situar o Novo Testamento no contexto desta história. Provavelmente todo
N.T. foi escrito por judeus cristãos, exceto Lucas, que era um prosélito. Nenhum deles foi escritos
fora da Palestina.
O pano de fundo do Evangelho é tudo isso o que foi comentado.
2. EVANGELHOS EM GERAL
1. O vocábulo “evangelho”
Foi traduzida do hebraico para o grego, como sendo aquele que anuncia a paz a boa nova,
como são belos os passos do mensageiro que traz um evangelho, assim fala a tradução dos
setenta.
Para Paulo evangelho significa o complexo o conjunto o todo e definitiva da revelação de
Deus a humanidade centrada em Jesus Cristo, e assim foi que esta palavra entrou para o
3. cristianismo, através de Paulo ou ate antes de Paulo, e se tornou o termo técnico para indicar o
evento Cristo com todas suas implicações.
2. Três estádios na formação dos Evangelhos
a) 1º estádio: o ministério público de Jesus
O primeiro é os anos 20, Jesus histórico um galileu que anunciou o reino de Deus na galileia e
na judeia, que teve seu seguidores e admiradores e aqueles que não gostou também, e morreu
numa cruz, e seus seguidores mais íntimos depois afirmaram que tinha ressuscitado.
b) 2º estádio: a pregação apostólica de Jesus (de 30 a 70 d.C.)
O segundo estádio é o da pregação apostólica, uma vez refeitos do susto e da frustação da
paixão puseram-se a pregar, e se supõe que esta primeira pregação foi de língua aramaica,
dentro da própria palestina.
a) 3º estádio: os Evangelhos escritos (de 70 a 100 d.C.)
Em 70 o problema esta que marcos não fala da destruição de Jerusalém, e se tivesse havida
já por que não falou? E são afirmações eu poderiam colada a varias pregações de Jesus a
respeito da destruição do templo. Marcos escreveu e o que fez, de certa maneira ele pinçou, os
episódios mais marcantes em vista da catequese, e não havia nada em ralação com a catequese
como temos hoje, compôs um texto que de certa maneira corre e corre tão bem que o leitor pode
ser conduzido ao engano pensar que é uma sequencia cronológica quanto não é, simplesmente é
uma parábola justaposta a outra através de estruturas literárias, e o que pareceu mais importante
aos seus leitores. Pinçando e organizando material como organizou ele seguia uma visão
cristológica, e começou com o batismo de João terminando com a morte e ressurreição.
3. O problema sinótico e a solução mais seguida chamada solução das duas fontes
A teoria mais seguida é das duas fontes,
Agora qual é a solução mais proposta para o problema sinótica, é a uma fonte hipotética,
chamada Q que vem do alemão chamada quelli, que quer dizer fonte, uma fonte hipotética,
porque não chegou a fonte a Q, ate nós.
Não se esqueça que cada evangelista tem um material que cada um traz, somente eles,
temos que postular uma terceira fonte, Mateana e Lucana, que somente eles conheceram. Fonte
própria de cada um. Com isto a grande maioria tenta resolver o problema sinótico.
Nenhum dos quatro evangelhos apresentam um retrato completo de Jesus, mas juntos sim
refletem um retrato completo de Jesus.
Mc Qüelle (fonte Q)
Mt Lc
Mt
Lc